A importância da PINTEC para a política industrial brasileira. 3 a CNCTI – Painel PINTEC 2003 17 de novembro de 2005 João Alberto De Negri Diretor do IPEA.

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Transcrição da apresentação:

A importância da PINTEC para a política industrial brasileira. 3 a CNCTI – Painel PINTEC de novembro de 2005 João Alberto De Negri Diretor do IPEA

Pesquisa baseada na PINTEC deu suporte a PITCE A PINTEC possibilitou a realização de um amplo estudo sobre a estrutura produtiva e tecnológica da indústria brasileira. Utilização da Pintec/IBGE em conjunto com outras grandes bases de dados nacionais, a partir de metodologia desenvolvida pelo Ipea Equipe coordenada pelo Ipea com pesquisadores da UFMG, UFF, UFRJ, UnB, USP firmas industriais  Novidade: classificação por estratégia competitiva de trabalhadores 95% do valor adicionado na indústria brasileira Resultados no livro “Inovações padrões tecnológicos e desempenho das firmas industrias brasileiras” De Negri e Salerno (2005)

Singularidade: classificação das firmas por estratégia competitiva A.Firmas que inovam e diferenciam produto Lançaram produto novo para o mercado Obtiveram preço-prêmio nas exportações de no mínimo de 30% com relação aos demais exportadores brasileiros do mesmo produto B.Firmas especializadas em produtos padronizados Exportadoras sem preço-prêmio ( não incluídas no grupo acima) Não exportadoras com produtividade maior ou igual às exportadoras C.Firmas que não diferenciam produto e têm produtividade menor Não classificadas nas categorias anteriores

Perfil das empresas Total de empre- sas Pessoal ocupado (média) % do Fatura- mento % do emprego Produti- vidade (R$1000) Inovam e diferenciam produto (1,7%) 545,925,9%13,2574,1 Especializadas em produtos padronizados (21,3%) 158,162,6%48,7%44,3 Não diferen- ciam produtos e têm produti- vidade menor (77,1%) 34,211,5%38,2%10,0 Total % (VTI/Trabalhador)

Esforço para inovar: P&D interno / faturamento (%) Inovam e diferenciam produtos3,06 Especializadas em produtos padronizados 0,99 Não diferenciam produtos e têm produtividade menor 0,39 Total da indústria0,7* * Alemanha: 2,7% França: 2,5%

Esforço para inovar é maior nas empresas nacionais As empresas nacionais investem 80,8% mais em P&D como proporção do faturamento do que as filiais das estrangeiras no Brasil TNCs apresentam menos gastos internos e mais aquisições externas 79% das TNCs são especializadas em produtos padronizados Esforço tecnológico concentrado nas matrizes Subsidiárias brasileiras estabelecidas para o mercado interno

Inovar é bom para os salários Remune- ração (R$/mês) Escolari dade (anos) Tempo de emprego (meses) Prêmio Salarial* (%) Inovam e diferenciam produto ,1354,0923 Especializadas em produtos padronizados 7497,6443,9011 Não diferenciam e têm produtividade menor 4316,8935,410 (*) isola o efeito da inovação e diferenciação sobre os salários, via controle de 200 variáveis, como faturamento, número de trabalhadores, setor, localização, coeficiente de exportação etc. Média aritmética de 2.000

Inovar ajuda a exportar O Brasil é muito competitivo nas exportações de commodities e produtos padronizados Commodities primárias  de 40% do total exportado no Brasil Produtos de alta e média intensidade tecnológica  cerca de 30% 60% das exportações mundiais  produtos de alta e média intensidade tecnológica commodities  13% A inovação tecnológica impulsiona exportações de maior valor agregado Firmas que inovam têm probabilidade 16% maior de serem exportadoras As mais inovadoras exportam mais Inovação de produto e preço-prêmio estão correlacionados

Internacionalização de empresas brasileiras faz bem para as exportações e para os empregos US$ 13,7 bilhões de investimentos diretos (ID) da indústria brasileira no exterior (2003) Salários médios Firmas com investimento direto no exterior: R$ 1318,40 Firmas sem investimento no exterior: R$ 505,60 Firmas com ID nos EUA e Europa: 17,4% e 14,0% a mais de chance de exportarem com preço-prêmio A internacionalização é um dos caminhos para o fortalecimento, crescimento, inovação e diferenciação de produtos das firmas industriais brasileiras

Espacialização e desenvolvimento regional 250 municípios concentram 70% do emprego e 85% do valor 98% do valor adicionado das firmas que inovam e diferenciam produtos Sudeste  79% do valor e 68% das exportações da indústria A pesquisa mapeou 15 centros dinâmicos da indústria brasileira (“aglomerações industriais espaciais”)

Aglomerações industriais do Sul

Aglomerações industriais de São Paulo

Aglomerações industriais do Sudeste

Aglomerações Industriais do Nordeste

A singularidade em relação a outros países BrasilArgentina Pessoal ocupado em P&D Gastos em P&D (MilU$) Gastos em P&D/Fat % Pessoal ocupado em P&D Gastos em P&D (MilU$) Gastos em P&D/Fat % Inovam e diferenciam produto 23,81.174,13,996,03274,831,54 Especializadas em produtos padronizados 1,9256,20,541,6211,150,14 Não diferen- ciam produtos e têm produti- vidade menor 0,302,70,53 2,130,17

Ganha corpo um novo empresariado que ousa competir com as empresas mais dinâmicas dos países avançados Firmas que inovam e diferenciam produtos representam 25,9% do faturamento da indústria 39% delas realizaram mudanças na estratégia corporativa 23% das firmas que inovam e diferenciam produtos e 13% das firmas de produtos padronizados inovaram para adequação a padrões internacionais As firmas brasileiras que inovam e diferenciam produtos têm buscado no exterior informações para realizar inovação tecnológica Parcela do empresariado se mostra conectado com as transfor- mações e oportunidades abertas no mundo, inovando e diferen- ciando produtos, buscando seu lugar na competição internacional

Conclusões Inovar e diferenciar produtos é o único caminho para a indústria brasileira ganhar maior destaque no cenário mundial Inovação gera efeitos positivos sobre salários, exportações, produtividade, crescimento das empresas As políticas públicas devem estar orientadas para facilitar os processos de inovação Política Industrial relevante está orientada para fortalecer estratégias competitivas marcadas pela inovação Incentivar a integração entre a indústria e os centros de pesquisa As políticas de governo devem ajudar a disseminar a cultura da inovação