Parnasianismo e Simbolismo 2º Ano Azul Débora Silva.

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Transcrição da apresentação:

Parnasianismo e Simbolismo 2º Ano Azul Débora Silva

Parnaso, 1497, de Andrea Mantegna. Óleo sobre tela, 160 × 192 cm.

A poesia: espaço privilegiado para a expressão das emoções humanas. Em nome da expressão de sentimentos e dos estados de alma, os românticos haviam abandonado os rigores formais na composição dos poemas. Este será o primeiro aspecto a ser atacado pela reação antirromântica. Théophile Gautier e Leconte de Lisle publicam, em 1866, uma antologia de poemas intitulada O Parnaso contemporâneo, em que defendem a necessidade de tratar os temas poéticos de modo mais objetivo, pondo fim às “lamúrias” românticas.

O título da obra faz referência a uma montanha da Grécia – o Parnaso -, que seria a morada do deus Apolo e das musas inspiradoras dos artistas. Com essa escolha, os poetas franceses procuravam resgatar a visão da arte como sinônimo de beleza formal alcançada por meio do trabalho cuidadoso e detalhista. Nascia, assim, o Parnasianismo. Para Gautier, arte não existe para a humanidade, para a sociedade ou para a moral, mas para si mesma. A finalidade da arte seria, portanto, a própria arte.

Influenciados pelos clássicos greco-latinos e em oposição à liberdade formal e aos “exageros” dos românticos, cultivavam uma arte direcionada unicamente para a beleza, a “arte pela arte”.

Théophile Gautier era um defensor da arte pela arte, adotando como princípio que a missão da arte era ser bela. Abandonou, assim, o lirismo arrebatado dos romântico para investir no trabalho com a forma poética.

Na segunda metade do século XIX, em uma sociedade transformada pelas descobertas da ciência e pela revolução das máquinas, a razão toma lugar dos sentimentos na produção literária. Na poesia, o impacto dessa mudança é profundo. Depois de se inspirarem por décadas nas emoções, os poetas passam a privilegiar a perfeição da forma. Essa tendência deu origem a uma nova estética, o Parnasianismo.

O objetivo declarado dos poetas parnasianos era um só: devolver a beleza formal à poesia, eliminando o que considerava os excessos sentimentalistas românticos que comprometeriam a qualidade artística dos poemas = Olhar impessoal para o objeto do poema. Na base desse projeto estava a crença de que a função essencial da arte era produzir o belo. O lema adotado pelos parnasianos – a arte pela arte – traduz essa crença.

Princípios parnasianos: Opção por uma poesia descritiva; Preocupação com a técnica: o metro, o ritmo, a rima, todos os elementos devem ser harmonizados de modo a contribuir para a perfeição formal; Tentativa de manter uma postura impassível diante do objeto do poema, para não cometer o excesso sentimentalista dos românticos. Resgate de temas da Antiguidade clássica: referências à mitologia. Defesa da “arte pela arte”: a poesia deve ser composta com um fim em si mesma. Busca da palavra exata que, muitas vezes, beirava o preciosismo

Parnasianismo Brasileiro Panorama Brasileiro Ciclo do café. Decadência da Monarquia. Abolição (1888). Proclamação da República ( 1889). Governo de Deodoro e a primeira Constituição da República.

Em 1878, os jornais brasileiros deram notícia de uma polêmica literária intitulada “A batalha do Parnaso”, com a possibilidade de criação de uma poesia filosófico-científica para refletir o espírito da época. Essa controvérsia agitou o cenário cultural e preparou o público, apegado ao arrebatamento emocional romântico, para uma significativa mudança no tom dos poemas. O apego mais rigoroso aos princípios estéticos do Parnasianismo encontrou alguns seguidores entusiasmados. Os mais destacados foram os poetas Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira

Olavo Bilac ( ) Principal poeta parnasiano, era um exímio criador de sonetos. Em alguns poemas revela sua preocupação com a forma, em outros se mostra influenciado pelo Romantismo. Raimundo Correia ( ) Parnasiano influenciado pelo Romantismo (de Fagundes Varela e Casimiro de Abreu) e também pelo Simbolismo. Alberto de Oliveira ( ) Considerado por Olavo Bilac o líder do movimento brasileiro, foi o que mais próximo chegou do ideal parnasiano da arte pela arte. Ignorou o contexto social do Brasil de sua época e compôs poemas de forma perfeita, influenciado pelos barrocos e árcades de Portugal.

Olavo Bilac Estrela maior do Parnasianismo brasileiro, a popularidade de Olavo Bilac está associada à grande capacidade de trabalhar as palavras e criar versos inesquecíveis. Tornou-se um mestre na arte de escrever sonetos, que aprendeu estudando a obra dos grandes sonetistas portugueses: Bocage e Camões. Abraçou o culto à forma como uma devoção.

Colocando-se entre o Parnasianismo mais rigoroso e um Romantismo erotizado, Bilac tornou-se um mestre. Como poeta, soube aproveitar o que essa estética tinha de inovador no trabalho com a forma, sem abrir mão da sensibilidade para identificar as imagens e os temas que respondiam aos anseios de um público até então habituado aos exageros sentimentalistas românticos. Por esse motivo, muito de seus versos são lembrados até hoje.

Principais obras Antologia poética; Através do Brasil; Conferências literárias (1906); Contos Pátrios; Crítica e fantasia (1904); Crônicas e novelas (1894); Dicionário de rimas (1913); Hino à Bandeira; Ironia e piedade, crônicas (1916); Língua Portuguesa, soneto sobre a língua portuguesa; Livro de Leitura; Poesias (1888); Tarde (1919) - Poesia, org. de Alceu Amoroso Lima (1957); Teatro Infantil; Tratado de Versificação, em colaboração com Guimarães Passos; Tratado de versificação (1910);

Raimundo Correia Raimundo da Mota de Azevedo Correia nasceu em maio de 1859, a bordo de um navio no litoral do Maranhão. Formou-se em Direito pela Faculdade do Largo de S. Francisco, em São Paulo, e exerceu sua profissão no cargo de Juiz de Direito no interior de Minas Gerais e do Rio de Janeiro.

Casou-se com Mariana Sodré, filha de ilustre família, em Em 1897 se tornou sócio fundador da Academia Brasileira de Letras. Em 1883 publicou o livro “Sinfonias”, completamente voltado à estética parnasiana. Contudo, sua primeira obra “Primeiros sonhos” ainda estava impregnada das características românticas. Sua temática, como de todo poeta parnasiano, estava concentrada na exaltação das formas estruturais na composição do poema, na contemplação da natureza, na perfeição dos objetos, na métrica rígida. Enfocava também um forte pessimismo marcado por desilusão dos sonhos que podem não ser realizados.

Obras: Poesias: Sinfonias (1883); Versos e versões (1887); Aleluias (1891); Poesias (1898) Em uma de suas poesias, “As pombas”, é possível perceber a presença da exaltação das formas, da métrica perfeita e da natureza:

“Vai-se a primeira pomba despertada... Vai-se outra mais... mais outra... enfim dezenas De pombas vão-se dos pombais, apenas Raia sanguínea e fresca a madrugada... E à tarde, quando a rígida nortada Sopra, aos pombais de novo elas, serenas, Ruflando as asas, sacudindo as penas, Voltam todas em bando e em revoada... Também dos corações onde abotoam, Os sonhos, um por um, céleres voam, Como voam as pombas dos pombais; No azul da adolescência as asas soltam, Fogem... Mas aos pombais as pombas voltam, E eles aos corações não voltam mais...”

Alberto de Oliveira Antônio Mariano Alberto de Oliveira nasceu em Palmital de Saquarema, Rio de Janeiro, em abril de Seus primeiros estudos foram realizados em escola pública. Formou-se em Farmácia em 1884, freqüentou o curso de Medicina, no qual conheceu Olavo Bilac, porém, ambos abandonaram a faculdade. Alberto de Oliveira seguiu sua carreira de farmacêutico e casou-se, em 1889, com Maria da Glória Moreira, com quem teve um filho.

Seu primeiro livro “Canções Românticas” é um compilado de poesias, publicado em 1878, com propriedades ainda românticas, porém, com indícios de temática parnasiana. O Parnasianismo esteve intrínseco em suas obras a partir das novas publicações, o que o levou a ser considerado o mestre desta estética literária. O estilo parnasiano regozijava- se na estrutura descritiva e na exaltação da forma rígida oriunda da Antiguidade Clássica no culto da “arte pela arte”.

O marco do reflexo das características parnasianas na obra de Alberto de Oliveira está no seu segundo livro “Meridionais”, publicado em A partir dessa obra a temática parnasiana está cada vez mais nítida em seus outros livros, como “Sonetos e Poemas” (1885). O autor faleceu aos 19 de janeiro de 1937, em Niterói (RJ).