Inferência, raciocíno e argumento Inferência é o processo pela qual concluímos algo por meio de um raciocínio. De várias proposições nós inferimos uma.

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Transcrição da apresentação:

Inferência, raciocíno e argumento Inferência é o processo pela qual concluímos algo por meio de um raciocínio. De várias proposições nós inferimos uma conclusão. Inferir é, portanto, chegar a uma resposta a partir de juízos anteriores. Por sua vez, o raciocínio é a operação pela qual o pensamento de duas ou mais relações conhecidas infere uma outra relação que desta decorre logicamente. O raciocínio é, portanto, a ligação das proposições. Por exemplo: Todo metal conduz eletricidade O ferro é um metal Logo, o ferro conduz eletricidade. Nota-se que os juízos estão ligados logicamente formando um raciocínio. Da ligação dos dois primeiros juízos nós podemos inferir o terceiro que constitui a conclusão. O encadeamento lógico dos juízos compõe o argumento, sendo ele a expressão verbal do raciocínio. Segundo Copi, “um argumento é qualquer grupo de proposições tal que se afirme ser uma delas derivada das outras, as quais são consideradas provas evidentes da verdade da primeira”. Todo argumento tem uma estrutura, não é simplesmente uma coleção de proposições, mas deve possuir premissas como evidência e uma conclusão corroboradora. O argumento, portanto, é uma operação verbal do pensamento que consiste em encadear juízos e deles tirar uma conclusão.

Proposição e Premissa Todo argumento é feito de proposições e premissas. Proposição é o ato pelo qual o pensamento afirma ou nega algo. Ele comporta dois elementos: o sujeito, que é o ser de que se afirma ou nega alguma coisa e o predicado, é aquilo de que se afirma ou nega do sujeito. Toda proposição surge da faculdade intelectual que compara e julga, essa faculdade afirma a conveniência de duas idéias ou não. Portanto, a proposição é a atribuição de um predicado a um sujeito: X é Y, (Sócrates é mortal). Por sua vez, premissa é a expressão verbal da proposição num argumento. As premissas são as evidências que servem como base para uma conclusão. Nem sempre uma proposição é uma premissa. Ela só o é quando faz parte de um argumento. Segundo Copi, “nenhuma proposição, tomada em si mesma, isoladamente, é uma premissa. Só é premissa quando ocorre como pressuposição num argumento ou raciocínio” (COPI, 1978, p. 23). A proposição pode funcionar como premissa ou como conclusão. Logo, não podemos confundi-la com premissa.

Verdade e Validade Verdade e falsidade só podem ser aplicadas a proposições, dizemos que uma proposição é verdadeira ou falsa e nunca que é válida ou inválida. Da mesma forma, dizemos que um argumento é válido ou inválido e nunca que o argumento é verdadeiro ou falso. Existem relações estreitas entre a validade e invalidade de um argumento e a verdade e falsidade de suas premissas, mas essa relação não é tão simples. Alguns argumentos válidos possuem premissas verdadeiras, como exemplo: Todo homem é um bípede (v) Todo bípede anda (v) arg. válido Logo, todo homem anda. (v) Mas há argumentos que podem conter proposições falsas, mas do ponto de vista formal o argumento é válido: Todo homem é um quadrúpede (f) Todo quadrúpede é mulher (f) arg. válido Logo, todo homem é mulher (f)

Há argumentos que a primeira vista parecem inválidos, mas que na verdade são válidos. Do mesmo modo, há argumentos que parecem válidos, mas que na verdade são inválidos. Reparem nesses dois argumentos: Todos os homens são jogadores. (f) João é homem (v) Arg. válido Logo, João é jogador (v/f) Veja este outro argumento: Todos os homens são mamíferos. (v) João é mamífero. (v) Arg. inválido Logo, João é homem (v) A verdade ou falsidade das premissas não determina a validade ou invalidade de um argumento. Tampouco a validade de um argumento garante a verdade de sua conclusão.

Tipos de Argumentos Dedução Esta forma de raciocínio é válida quando suas premissas, sendo verdadeiras, fornecem provas evidentes para sua conclusão. Sua característica principal é a necessidade, uma vez que nós admitimos como verdadeira as premissas teremos que admitir a conclusão como verdadeira, pois a conclusão decorre necessariamente das premissas. Dessa forma, o argumento deve ser considerado válido. 1) Só há movimento no carro se houver combustível. O carro está em movimento. Logo, há combustível no carro. 2) Tudo que tem vida é um ser vivo. Logo, todo ser vivo tem que ter vida. 3) O som não se propaga no vácuo. Logo, não há som no vácuo. 4) Só há fogo se houver oxigênio Na lua não há oxigênio. Logo, na lua não pode haver fogo. 5) P=Q Q=R Logo, P=R

Indução Ao contrário do argumento dedutivo, o argumento indutivo vai além das premissas. Ele oferece novas informações que não estavam contidas na premissa. O grande problema da indução é que ela é probabilística. Não há a necessidade como na dedução. Como vimos na dedução, a conclusão decorre necessariamente das premissas. Já na indução isso é impossível, uma vez que ela enumera casos particulares e por probabilidade ela infere uma verdade universal. A conclusão da indução tem apenas a probabilidade de ser verdadeira. 1) A sala 1 da escola foi pintada de verde. As salas 2, 3, 4, 5, 6, também foram pintadas de verde. Logo, todas as salas da escola foram pintadas de verde. 2) O ouro conduz eletricidade e é um metal. O ferro, o zinco, o bronze, a prata também são metais e conduzem eletricidade. Logo, todo metal conduz eletricidade.

Nota-se que a conclusão não decorre necessariamente das premissas. É uma probabilidade que a conclusão seja verdadeira. Do ponto de vista formal, o argumento é correto. Contudo, diferentemente da dedução, um argumento indutivo, sendo ele válido, pode admitir uma conclusão falsa, ainda que suas premissas sejam verdadeiras. Já quando as premissas de um argumento dedutivo e válido são verdadeiras, a sua conclusão deve ser verdadeira. A idéia básica é esta: na indução, contrariamente ao que sucede na dedução, não estamos certos de que a conclusão será sempre verdadeira, quando as premissas são verdadeiras; podemos, porém, fazer que a conclusão seja verdadeira o mais freqüentemente possível. O raciocínio indutivo nunca terá a pretensão de que suas premissas forneçam provas evidentes para a verdade da conclusão. Ela só pode fornecer algumas provas disso. Os argumentos indutivos não são validos nem inválidos no sentido em que estes termos se aplicam aos argumentos dedutivos. Os raciocínios podem, é claro, ser avaliados como melhores ou piores, segundo o grau de verossimilhança ou probabilidade que as premissas confiram às respectivas conclusões.

Todo homem é mortal Sócrates é homem Logo, Sócrates é mortal. Todo filosofo é vaidoso. Nietzsche é filósofo. Logo, Nietzsche é vaidoso. Todo administrador é inteligente Todas as mulheres são inteligentes Logo, algumas mulheres são administradoras. Alguns idealistas são marxistas Alguns idealistas são sociólogos. Logo, alguns sociólogos são marxistas. Todo árbitro é indivíduo desonesto. Nenhum indivíduo desonesto é rico. Logo, nehum árbitro é rico. Todo chipanzé possui memória Nenhum macaco possui memória Logo, alguns macacos não são chipanzés Nenhum ser vivo é um ser inorgânico Nenhum ser inorgânico é extraterrestre Logo, nenhum extraterrestre é um ser vivo Só há movimento no carro se houver combustível. O carro está em movimento. Logo, há combustível no carro. Tudo que tem vida é um ser vivo. Logo, todo ser vivo tem que ter vida. O som não se propaga no vácuo. Logo, não há som no vácuo. Só há fogo se houver oxigênio Na lua não há oxigênio. Logo, na lua não pode haver fogo. P=Q Q=R Logo, P=R A sala 1 da escola foi pintada de verde. As salas 2, 3, 4, 5, 6, também foram pintadas de verde. Logo, todas as salas da escola foram pintadas de verde. O ouro conduz eletricidade e é um metal. O ferro, o zinco, o bronze, a prata também são metais e conduzem eletricidade. Logo, todo metal conduz eletricidade.