Universidade do Estado do Pará Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Campus VIII ‒ Marabá Curso de Medicina Epidemiologia - Prof.ª Larissa Navarro Seminário: Compreendendo Epidemias e Endemias André Barbosa Pimentel dos Santos Bruno Chechi Alves Bruno Salgado Cordeiro Camarão Waleska Cheim Rocha
O dia a dia da ESF envolve geralmente a atenção aos principais problemas de saúde- doença da população de sua área de abrangência, incluindo: Agravos endêmicos; Enfrentamentos de epidemias. CONCEITOS DE EPIDEMIA E ENDEMIA
ENDEMIA: pode ser conceituada como a ocorrência de um agravo dentro de um número esperado de casos para aquela região, naquele período de tempo, baseado na sua ocorrência em anos anteriores não epidêmicos ; EPIDEMIA: representa a ocorrência de um agravo acima da média (ou mediana) histórica de sua ocorrência. CONCEITOS DE EPIDEMIA E ENDEMIA
SURTO, ENDEMIA, EPIDEMIA OU PANDEMIA? UM BAIRRO VÁRIOS BAIRROS DE UMA CIDADE VÁRIAS CIDADES DE UM ESTADOS VÁRIOS ESTADOS DE UM PAÍS VÁRIOS PAÍSES Local; Período de tempo;
1º Passo: quais seriam os níveis habituais de ocorrência dessa doença ou condição de saúde na população de determinada área naquele período de tempo; Levantamento da incidência em período não epidêmico; Registros das UBS; No Sistema de Informação de Agravos de Notificação SINAN (se houver no município). COMO SABER QUE UMA CONDIÇÃO É ENDÊMICA OU EPIDÊMICA?
2º Passo: determinar se a ocorrência desse agravo está ocorrendo dentro de limites endêmicos ou se está diante de uma situação epidêmica; Taxa de incidência; Média histórica das taxas de incidência; Desvio padrão – Variabilidade da média sem que necessariamente esteja ocorrendo uma situação epidêmica; Limiar epidêmico: média histórica + (1,96 x dp) – o número de casos precisa superar o limiar epidêmico para se ter uma situação epidêmica.
EXEMPLO:
Lei orgânica da saúde – Lei 8.080/90 Art. 3 o Os níveis de saúde expressam a organização social e econômica do País, tendo a saúde como determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais. Parágrafo único. Dizem respeito também à saúde as ações que, por força do disposto no artigo anterior, se destinam a garantir às pessoas e à coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. FATORES DETERMINANTES E CONDICIONANTES DE EPIDEMIAS E ENDEMIAS
A compreensão dos determinantes e condicionantes é importante para o planejamento de ações de prevenção e controle; Alguns fatores estão mais sob a governabilidade da população ou da equipe de Saúde da Família, enquanto outros determinantes são mais amplos, de menos governabilidade por parte da equipe. Os determinantes variam de acordo com as características do agente etiológico e estão intimamente relacionados à sua forma de transmissão. As doenças infecciosas podem ser transmitidas por contato direto ou contato indireto; FATORES DETERMINANTES E CONDICIONANTES DE EPIDEMIAS E ENDEMIAS
A globalização constitui outro determinante importante, resultado do intenso fluxo de pessoas e alimentos por todo o mundo A rapidez de deslocamento das pessoas proporcionada pela facilidade de acesso ao transporte aéreo permite que agentes causadores de epidemias sejam transmitidos rapidamente para pessoas de várias regiões do planeta em curto espaço de tempo. As doenças transmitidas por contato direto são favorecidas por condições de habitação e de saneamento precárias, além de situações que favoreçam aglomeração. A transmissão sexual é favorecida pela falta de informação e por barreiras culturais, como, por exemplo, resistência ao uso de preservativo FATORES DETERMINANTES E CONDICIONANTES DE EPIDEMIAS E ENDEMIAS
CONCEITOS: TERRITÓRIO – É um espaço singularizado, cujos limites podem ser político-administrativo ou de ação de um determinado grupo de atores sociais, relativamente homogêneo, com identidade própria. (Milton Santos) VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA (Lei 8.080/90) – “Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle de doenças e agravos”. ENFRENTAMENTO DAS SITUAÇÕES EPIDÊMICAS E ENDÊMICAS
FORMULAÇÃO DO PLANO DE AÇÃO ENFRENTAMENTO DAS SITUAÇÕES EPIDÊMICAS E ENDÊMICAS
Eficiência do Plano de Ação depende: Responsabilidade dos profissionais da saúde e educação com suas atribuições comuns e específicas Articulação Intersetorial - setores públicos de saúde com a educação, com a limpeza urbana e com a comunidade. Articulação de setores da saúde entre si – ESF, ACS, ACE e Equipe de controle de zoonoses. Mudanças de hábitos Ex: Controle da influenza – lavar as mãos, “etiqueta respitória”; Controle da dengue – combate ao acumulo de água parada e matéria orgânica, uso de repelentes. ENFRENTAMENTO DAS SITUAÇÕES EPIDÊMICAS E ENDÊMICAS
Quando a vigilância, promoção e prevenção falham as, ESFs devem ser organizadas para atender os doentes Contextualizar os protocolos a realidade local Fluxo de atendimento Porta de entrada Unidades de referência As formas de referência e contrarreferência ORGANIZAÇÃO ASSISTENCIAL E PLANOS DE CONTINGENCIA
O fluxo assistencial e o protocolo contextualizado devem ser disseminados para todos os profissionais, inclusive pela internet. Também deve ser realizados treinamento das equipes. ORGANIZAÇÃO ASSISTENCIAL E PLANOS DE CONTINGENCIA
Plano de contingência assistencial Elaborado pelo gestor em conjunto com equipe multidisciplinar Contemplando diversos cenários epidêmicos Dimensionamento da situação epidêmica Identificação da capacidade operacional Previsão da ampliação da capacidade operacional com a evolução da epidemia ORGANIZAÇÃO ASSISTENCIAL E PLANOS DE CONTINGENCIA
Endemias e epidemias: dengue, leishmaniose, febre amarela, influenza, febre maculosa e leptospirose / Alexandre Sampaio Moura e Regina Lunardi Rocha. -- Belo Horizonte:Nescon/UFMG, REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA