Ciclos Econômicos do Paraná

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Transcrição da apresentação:

Ciclos Econômicos do Paraná Economia Brasileira Contemporânea Prof. Jorge Amaro Bastos Alves

O Ciclo do ouro ou da mineração O povoamento do PR começou pelo litoral e a partir do séc. XVII foram descobertas várias minas de ouro e pedras preciosas no litoral. Isso atraiu muitas pessoas que povoaram o litoral e o Primeiro Planalto, fundando cidades como: Paranaguá, Curitiba, Morretes e Antonina. Também levou à descoberta de novos caminhos entre o litoral e Curitiba usados para enviar ouro e pedras preciosas para o governo português. A carência de gêneros numa população que se formou rapidamente, criou problemas de abastecimento que foi o grande problema enfrentado pelo governo colonial na primeira parte do século XVIII.

O Ciclo da Pecuária ou Tropeirismo Com as atividades da lavra de ouro em MG, as populações eram abastecidas com a carne bovina proveniente do RS, o que gerou um comércio entre Viamão e Sorocaba. Aliado ao declínio do ciclo do ouro no PR e aproveitando ótimas pastagens, o gado (que era criado solto p/cobrir necessidades alimentícias), começou a ser criado em fazendas e a ser comercializado, transformando-se na principal atividade econômica. Surgiu uma nova fase de atividades econômicas no PR e sul de SP: o tropeirismo (compra de mulas no Rio Grande, Uruguai e Argentina e conduzí-las em tropas, durante três meses pela estrada de Viamão, inverná-las por alguns meses nos campos do Paraná, e vendê-las na feira anual de Sorocaba, onde vinham comprá-las paulistas, mineiros e fluminenses).

O Ciclo da Pecuária ou Tropeirismo Esse comércio fez com que aparecessem os "caminhos de gado", sendo o mais importante deles a Estada da Mata (de Rio Grande do Sul até Sorocaba). Esse ciclo modificou a economia e o modo de vida das pessoas no PR, que passaram a ser mais ligadas ao campo do que aos povoados, as vilas e cidades. A condução do gado fez também que surgissem os pousos p/os tropeiros (descanso e abastecimento) surgindo cidades como: Castro, Ponta Gross, Lapa, Palmeira, Jaguariaíva. Começou nesse ciclo também a agricultura, para alimentar o gado (produziam o milho, depois introduziu-se as plantações de feijão e trigo). Esse ciclo começa em 1731 e se esgota na década de 1870 devido as construções das estradas de ferro do café, em São Paulo que desvalorizaram o muar como meio de transporte.

Declínio da Pecuária e o ciclo da erva-mate A conjuntura da época trazia um rápido processo de empobrecimento para os fazendeiros. Sua riqueza era cada vez mais nominal (dinheiro) e menos real (consumo, estoque de capital, investimento, produção). A fazenda não cumpria mais a função de integrar uma comunidade no conjunto nacional, e logo depois, nem a de manter as grandes famílias empobrecidas dentro do contexto social da província e do Estado. A baixa renda da propriedade, o aumento dos núcleos familiares da sociedade fazendeira dissociou a família da propriedade. Os membros novos da grande família se viam forçados a procurar outras fontes de renda p/suplementar a renda da terra. Com o tempo, a pecuária foi perdendo o lugar de primeira atividade econômica do Estado, sendo substituída pela produção de erva-mate.

A erva-mate, foi um dos mais longos e produtivos ciclos econômicos da história paranaense, e teve seu apogeu, no século XIX. O Paraná era a quinta Comarca da Província de São Paulo, da qual dependia e sofria influência nos negócios internos. Com o início do ciclo do mate, surgiu uma atividade com técnicas que os paulistas desconheciam, fugindo-lhes das mãos o controle da florescente indústria. O mate foi o grande argumento de ordem econômica e o principal responsável pela Emancipação Política do Paraná, concretizada a 19 de dezembro de O Ciclo da Erva-mate e a Emancipação Política do Paraná

Impulsionado pela economia do mate, que chegou a representar 85% da economia da nova província, instalaram-se indústrias: em 1853 existiam 90 engenhos de beneficiamento de mate. Surgiram cidades como Guaíra (desbravada e colonizada pela Companhia Matte Laranjeira S. A.), Rio Negro que abrigava uma burguesia ervateira abastada e influente e tantos outros centros urbanos que evoluíram de portos fluviais como União da Vitória, Porto Amazonas e São Mateus do Sul. O Ciclo da Erva-mate

Os transportes ganharam impulso. A navegação fluvial nos rios Iguaçu e Paraná, a construção da ligação entre o planalto e o litoral com a Estrada da Graciosa (1871) e a Ferrovia Paranaguá/Curitiba (1885). O porto de Paranaguá ganhou novo impulso com a exportação da erva-mate. A erva-mate foi esteio da economia paranaense até o início da II Guerra Mundial. A erva mate manteve sua importância até a segunda guerra mundial quando começou a sofrer concorrência de outras culturas como o café e posteriormente o milho e a soja. O Ciclo da Erva-mate

Estrada de ferro Curitiba - Paranaguá

Ciclo da Mmadeira Esse ciclo aconteceu ao mesmo tempo que o da erva-mate. Teve inicio no litoral, com a exploração do cedro, da peroba e da canela-preta. Com a construção da estrada da Graciosa e a estrada de ferro Curitiba – Paranaguá, o pinho do Paraná passou a ser exportado para todo o Brasil e até para o exterior. A madeira como atividade econômica ultrapassou a própria erva-mate em arrecadação (principalmente durante a II Guerra Mundial), influenciando a história, cultura, literatura, artes, hábitos e gastronomia paranaenses, bem como nomeou a própria capital: Curitiba, que em tupi significa "muito pinhão" além de constar do nome de vários municípios: Araucária, Pinhão, Pinhais, Pinhalão, São José dos Pinhais e localidades: Pinhalzinho, Pinheiral, Três Pinheiros, etc. Surgiram ainda novas cidades como Palmas e Campo Mourão.

Ciclo da Mmadeira Foi este ciclo que atraiu os ingleses e povoou o vazio das florestas derrubadas. No século XIX, o Paraná recebeu milhares de agricultores originários da Suíça, Itália, Alemanha, Polônia, Ucrânia e Rússia, entre outros. Por outro lado a extração da madeira de forma desordenada também provocou um grande desmatamento, que modificou a paisagem e alterou o equilíbrio ecológico da região.

O Ciclo do Café Durante muito tempo, o café foi a atividade econômica mais importante não só para o Paraná como também para o Brasil. A plantação do café no Paraná teve início em 1920, mas só em 1960 é que o Estado liderou a produção de café no país. Com a descoberta da Terra-Roxa, no norte do Paraná, é que a lavoura cafeeira ganhou um grande impulso, dando início a um dos maiores movimentos de migração interna com a vida paulistas, mineiros, catarinenses, nordestinos, paranaenses de outras regiões e estrangeiros. Essa ocupação ocorreu em três fases. A primeira delas durou de 1860 a 1920, foi ocupado o chamado "norte pioneiro" compreendendo a divisa do nordeste com o Estado de São Paulo indo até a cidade de Cornélio Procópio. Cidades como Jacarézinho, Tomazina, Santo Antônio da Platina foram fundados nesta época.

O Ciclo do Café A Segunda fase, conhecida como "norte novo" (1920 – 1950) fez a ocupação de Cornélio Procópio até o rio Ivaí. Nesse período foram fundado as cidades de londrina, Cambé, Rolândia, Maringá, Apucarana. Na última fase, denominada "norte novíssimo" (1950 – 1960) foi povoada a região entre os rios Piquerí e Ivaí, com fundação de cidades como Umuarama, Xambre, Rondon e Cruzeiro do Oeste. Com o café surgiram novas indústrias, houve um aumento da imigração, com estrangeiros de várias nacionalidades vindo trabalhar na lavoura além de terem surgido novas estradas, para auxiliar, a transporte da produção. Na década de 60 a lavoura cafeeira, foi a principal fonte de divisas do Paraná, chegando a representar 60% do valor total da produção agrícola do Estado.

Soja, Trigo e a Agroindústria Essa novas culturas repetiram no oeste e sudoeste paranaense o fenômeno de ocupação territorial e econômica ocorrido no norte do PR. Migrantes vindos principalmente do Rio Grande do Sul introduziram a cultura de soja no Estado. Esse produto, juntamente com o trigo, tornou-se um dos esteios da agricultura estadual, alargando as fronteiras agrícolas. A partir de meados de 1970, o Paraná começou a industrializar-se, embora a matéria-prima seja ainda de origem agrícola. Implantaram-se empresas de grande porte, com tecnologia moderna, como a de material elétrico, de comunicações, automobilística, refino de petróleo, além da agroindústria.

Setur. Secretaria do Turismo. Disponível em: o=87. o=87 História do Paraná. Disponível em: