Gestão e diretrizes para conservação do patrimônio arquitetônico

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Transcrição da apresentação:

Gestão e diretrizes para conservação do patrimônio arquitetônico Dr. Claudio Silveira Amaral Professor Doutor, UNESP-FAAC, Brasil. cs.amaral@faac.unesp.br   Pamela Messias Mestranda, UNESP-FAAC, Brasil. pamela.arquitetura@hotmail.com Dionísio Vitorino Barbosa Junior Mestrando, UNESP-PPGARQ, Brasil. diobarbosaarquiteto@gmail.com Apoio:

INTRODUÇÃO Fazenda Santa Rosa, Candiba, Bahia As ações do homem, do tempo e os desastres naturais levam ao abandono à degradação e à morte prematura dos edifícios. A análise as teorias de John Ruskin permite um panorama geral sobre as principais questões sobre o tema. A conservação do patrimônio arquitetônico preserva a memória coletiva, a identidade e a história de um lugar. “a glória do edifício está na sua idade” (Ruskin, 2008) Fonte: Caetité Notícias: http://opopularonline.com.br/?lk=4&noticia=CASAR%C3O+DA+FAZENDA+SANTA+ROSA&id=1415 acesso em 27/10/2016

OBJETIVO Propor políticas públicas para a conservação do patrimônio arquitetônico na gestão pública brasileira Casarão no centro de São Luiz, MA Fonte: O Estado, 26/01/2017

Fonte: Arquivo pessoal METODOLOGIA 1ª definição do valor do patrimônio arquitetônico; 2ª as teorias de conservação de Ruskin e a leitura e interpretação de seus sucessores; 3ª principais correntes de pensamento no Brasil e no mundo; 4ª propor políticas públicas para a conservação do patrimônio arquitetônico na gestão pública brasileira. Vista da Cidade de Ouro Preto Fonte: Arquivo pessoal Pamela Messias, 2016.

Fonte: Arquivo pessoal RESULTADOS Residência - Ouro Preto A palavra Patrimônio está historicamente relacionada á noção de sagrado, de herança, definidor de sua identidade ; Constituição de 1988: “Compete aos Municípios promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observar a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual” (ARANTES, 1996, p. 11); Carta de Atenas, 1931: salvaguarda é definida por uma série de fatores que envolvem cada caso especificamente; Carta de Veneza, 1964: traz a valorização dos monumentos, através do respeito à vizinhança dos monumentos antigos; A noção de Patrimônio se constitui em uma rede simbólica do próprio homem, relacionado ao conhecimento acumulado e à memória; Fonte: Arquivo pessoal Pamela Messias, 2016.

RESULTADOS J. Ruskin, Estudo: São Marcos. Para Viollet-le-Duc “Restaurar um edifício é restitui-lo a um estado completo que pode nunca ter existido num monumento”; A abordagem francesa é impensável para Ruskin, restauração é o oposto da conservação; Boito recolhe o melhor de cada uma, e é levado a formular um conjunto de diretrizes para a conservação e restauração dos monumentos históricos, incorporadas à lei italiana de 1909 (CHOAY, 2006). Fonte: Amaral, 2008.

Rua Senhor dos Passos, 110/112 - Corredor Cultural - Rio de Janeiro/RJ RESULTADOS A Conservação é definida como a manutenção permanente pela Carta de Veneza (1964). Também implica em seu uso permanente e útil a sociedade, mantendo assim seu uso social; Não admite alterações de volumes e cores, deslocamentos ou ausência de elementos; Declaração de Amsterdã (1975): a Conservação do patrimônio arquitetônico deve ser um objeto maior de planejamento de áreas urbanas e físico-territorial e não apenas um aspecto marginal do processo de preservação; a conservação das construções contribui com a economia de recursos e diminui o desperdício, que podem receber novos usos compatíveis ao edifício e á vida contemporânea (o que recebe o termo de hibridação) e seu uso contribui com a redução de invasões; reduz também a depredação, o desgaste e ruina. Rua Senhor dos Passos, 110/112 - Corredor Cultural - Rio de Janeiro/RJ Fonte: AMARAL, 2005.

Rua Uruguaiana, 35 – Corredor Cultural – Rio de Janeiro/RJ RESULTADOS Rua Uruguaiana, 35 – Corredor Cultural – Rio de Janeiro/RJ A memória deve considerada na arquitetura, pois ao se tornarem memoriais ou monumentos que os edifícios civis e domésticos atingem sua magnificência, isso porque os seus ornamentos são inspirados por um significado histórico ou ideológico (Ruskin,2008, p.55); A arquitetura deve ser feita histórica e ser preservada como tal (RUSKIN, 2008, p.55); Qualquer característica de linha, sombra ou expressão pode ter relação com o pitoresco, pois podem ter a sua “Sublimidade”; Na arquitetura o pitoresco é procurado na ruina, consistindo na deterioração, é a sublimidade das fendas, fraturas, manchas ou vegetação, particularidades de cor e forma, confere a descaracterização da própria arquitetura torna-se assim pitoresco evidenciando a característica mais importante da Arquitetura: sua Idade. Fonte: AMARAL, 2005.

Fonte: Arquivo pessoal CONCLUSÃO Vista da Cidade de Ouro Preto arquitetura é um legado histórico, e não temos o direito ou permissão para mudar ou transformar esse legado; Dar importância das residências, elas devem ser duráveis e perfeitas; A conservação é crucial para que não se precise restaurar; Não deve se alterar os materiais e os espaços, tentar mostrar essas características como se fossem novas é uma grave forma de depreciação do patrimônio. As impressões do tempo no patrimônio é o que importa, é nela que a história é contada, foi vivida e ao menos pode ser “vista”; A conservação implica na manutenção da memória coletiva e deve ser parte integrante da sociedade contemporânea; Fonte: Arquivo pessoal Pamela Messias, 2016.

Fonte: Arquivo pessoal CONCLUSÃO Rua Direita, Ouro Preto, MG Na esfera federal, é possível a criação de linhas de créditos (financiamentos) para intervenções de conservação; Na esfera municipal a isenção de IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) e emolumentos a seus proprietários. Fonte: Arquivo pessoal Pamela Messias, 2016.

OBRAS CITADAS AMARAL, C. S. A lógica espacial de John Ruskin. Oculum Ensaios, 7, 2008. AMARAL, C. S. John Ruskin e o ensino do desenho no Brasil. São Paulo: Unesp, 2011. AMARAL, C. S. O desenho das energias, John Ruskin e as Pedras de Veneza. Arquitextos, São Paulo,ano 14, n. 163.03, Vitruvius, dez., 2013.. ARANTES, A. A. Cultura e cidadania. Revista do patrimônio, Rio de Janeiro: IPHAN, n. 24, 1996. CHOAY, F. A alegoria do patrimônio. São Paulo: Estação Liberdade: Unesp, 2006. FONSECA, A. R. Definindo o valor histórico: uma reflexão sobre patrimônio. Horizonte Científico, Uberlândia, MG, v. 2, 2008. ICOMOS. Recomendações para a analise, conservação e restauro esttrutura do patrimônio arquitetônico. Paris: [s.n.], 2001. IPHAN, I. D. P. H. A. N. Cartas Patrimoniais. Brasília: IPHAN, v. (Caderno de documentos nº3), 1995. KERN, D. Paisagem moderna: Baudelaire, Ruskin e as grandes exposições de 1851 e 1855. Anais do 18º Encontro Nacional da ANPAP, Salvador, BA: EDUFBA, 2009. LIRA, J. T. C. D. Ruskin e o trabalho da arquitetura. Risco - revista de pesquisa em arquitetura e urbanismo, São Paulo, 4, 2006. 77-86. OLIVEIRA, R. P. D. D. O pensamento de John Ruskin. Resenhas Online, São Paulo, 07.074, Vitruvius, fev. 2008. Disponivel em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/07.074/3087>. Acesso em: 7 Maio 2015. RUSKIN, J. A Lâmpada da Memória. Cotia-SP: Ateliê Editorial, 2008. SANTOS, C. D. R. Novas fronteiras e novos pactos para o Patrimônio Cultural. Guia cultural do estado de São Paulo, São Paulo: Fundação Seade e Secretaria da Cultura, p. 43-48, 2001. TOLEDO, B. L. Preservação de bens culturais. Revista da Biblioteca Mário de Andrade, São Paulo, v. 52, p. 81-85, 1994.