PRODUÇÃO E RECEPÇÃO DO TEXTO EM HIPERMÍDIA

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Transcrição da apresentação:

PRODUÇÃO E RECEPÇÃO DO TEXTO EM HIPERMÍDIA PALAVRA E IMAGEM: PRODUÇÃO E RECEPÇÃO DO TEXTO EM HIPERMÍDIA Dra. Débora Cristina Santos e Silva

GÊNEROS TEXTUAIS Olá, pessoal, nesta oficina, vamos explorar os diferentes gêneros textuais que circulam nos mais diversos meios de comunicação de massa ou mesmo nos veículos mais personalizados, como um e-mail, um diário, uma agenda ou a lista de compras de supermercado. Vocês ficarão surpresos com a gama de textos que vão encontrar e com os múltiplos fatores que envolvem a produção deles no contexto social. Agora, vamos conhecer mais de perto os gêneros textuais e descobrir as possibilidades de trabalho educativo que eles nos oferecem!

LEITURA Ler o mundo sempre precede ler a palavra, e ler a palavra implica continuamente ler o mundo... Neste caminho, entretanto, nós podemos ir mais longe e dizer que ler a palavra não precede meramente o ato de ler o mundo, mas de uma certa forma de inscrevê-lo ou reescrevê-lo, que é de transformá-lo por significados de consciência, trabalho prático. Para mim, esse movimento é central para o processo de Letramento. (FREIRE; MACEDO, 1987, p. 35)

TEXTO “Texto”, palavrinha curiosa, que sugere “teia, tear, tecer, ...”, todos os termos ligados à construção elaborada de uma rede, na qual cada fio tem sua função e o arranjo dos elementos do conjunto conspiram para um produto final predeterminado! Não é sem razão que o sistema www (world wide web) fundamenta-se nessa noção tão complexa e intrincada de “rede”. E agora que você faz parte dessa grande teia, vamos discutir juntos algumas noções de textualidade.

Das representações abaixo, qual delas você identificaria como texto? Saudade não pedra de sempre ela João

Que aspectos você considerou para reconhecer um texto ? O que é necessário minimamente para se considerar uma representação verbal ou visual como texto? Pelo que você pode perceber nesse pequeno exercício, não é suficiente apenas um conjunto de palavras ou imagens para que haja um texto. É necessário primeiro que este “faça sentido”, ou mesmo, “sentidos”. A capa de um livro ou uma tela abstrata de Mondrian obedecem a certa ordem, a um arranjo que confere um significado a essa representação. As palavras escritas na folha de papel, embora signifiquem algo em nossa língua, não fazem qualquer sentido juntas. Desta forma, não constroem um texto, pois não há conexões possíveis de alcançar um significado.

Um texto não é simplesmente uma seqüência de frases isoladas, mas uma unidade lingüística com propriedades estruturais específicas. (KOCH, 1989. p. 11) O texto é um evento comunicativo em que convergem as ações lingüísticas, cognitivas e sociais, e não apenas a seqüência de palavras que são faladas ou escritas. ( BEAUGRANDE, 1997).

GÊNEROS TEXTUAIS Agora, vamos pensar um pouco nos gêneros textuais Vamos analisar alguns pontos dessa questão? Todas as manifestações verbais por meio da língua se dão como textos e não como elementos lingüísticos isolados. Tais manifestações se dão socialmente como gêneros textuais. (MARCUSCHI, 2006) Não podemos encarar os gêneros enquanto modelos estanques ou estruturas rígidas, mas como formas culturais e cognitivas de ação social, sendo, portanto, entidades dinâmicas, tal como a própria língua. Quando ensinamos a operar com um gênero, ensinamos um modo de atuação sócio-discursiva numa cultura e não um simples modo de produção textual.

GÊNEROS COTIDIANOS JORNALÍSTICOS ESCOLARES E CIENTÍFICOS BUROCRÁTICOS Chat Fórum Blog Notícia Reportagem Artigo de opinião Verbete Relatório Resumo Resenha Artigo Científico Formulário Perfil Cadastro ARTÍSTICOS LITERÁRIOS Poema Letra de canção Paródia Conto Romance OUTRAS LINGUAGENS Música Pop Pintura Escultura Artes digitais

Entre textos, gêneros textuais e mídias... Diante de todos os aspectos vistos até aqui, como o professor poderia trabalhar com textos em sala de aula? Como você já deve ter percebido, a leitura e a compreensão de um texto verbal ou escrito envolve muito mais que a simples capacidade de reconhecer o código lingüístico, mas a habilidade de perceber as várias conexões do contexto sócio-cultural gerativo daquele texto em dado momento, ou seja, interpretar as condições de produção de um texto. Ontem, o texto era escolar, hoje ele é a própria sociedade. Ele tem forma urbanística, industrial, comercial, televisiva ou hipertextual. (PARENTE, 1999)

A sala de aula torna-se um contexto no qual estudantes analisam sua realidade para o propósito de participar em suas transformações. Ela endereça problemas por compartilhar e comparar experiências, analisar causas, origens e explorar estratégias para mudanças. O conhecimento, ao invés de ser transmitido de professor para aluno, é colaborativamente construído, envolvendo a transformação dos papéis tradicionais professor-estudante. (AWERBACH, 1995, p. 12). O professor precisa criar estratégias interessantes que envolvam as diversas modalidades de gêneros textuais e dialoguem com outras formas de expressão da linguagem humana, a exemplo da pintura, do desenho, do vídeo, do cinema, da televisão e do hipertexto.

ATIVIDADES PROPOSTAS Elaboração de listas de gêneros textuais (familiares, midiáticos, acadêmicos, etc) a partir das vivências sociais dos estudantes; Levantamento dos gêneros presentes nos veículos de comunicação de massa e outras fontes (jornais, revistas,TV, páginas da internet, rótulos); Análise: condições de produção e recepção dos gêneros textuais; Produção de gêneros funcionais: perfis para orkuts, blogs, chats e fóruns/ e-mails, formulários para cadastros, declaração, certidão, atestado, etc. Produção de gêneros escolares e acadêmicos: resumo esquemático (fórum), resumo acadêmico, resenha, pôster, artigo científico, relatório da pesquisa-campo, trabalho acadêmico, monografia, etc

REFERÊNCIAS ARANTES, Marilza Borges. Gêneros discursivos – prática pedagógica para conscientização do contexto sócio-cultural do educando. Uberlândia, UFU, 2006. (CD-R/ SILEL 2004) AUERBACH, Elsa. The politics of the ESL classroom: Issues of the power in the pedagogical choices. In J. Tollefson (Ed.), Power and indequality in language education. New York: Cambridge University Press. 1995. BEAUGRANDE, Robert de. New foundations for a science of text and discourse: cognition, communication and freedom of access to knowledge and society. Norwood, New Jersey: Ablex Publishing Corporation, 1997. KOCH, Ingedore G. Villaça. A Coesão Textual. São Paulo: Contexto, 1989. LÉVY, P. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993. MARCUSCHI, Luiz Antônio. Gêneros textuais: configuração, dinamicidade e circulação. In: KARWOSKI, Acir Mário et al. Gêneros textuais: reflexões e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2006. PARENTE, André. O virtual e o hipertextual. Rio de Janeiro: Núcleo de Tecnologia da Imagem/ECO-UFRJ, 1999.