Alfabetização de Adultos e Conscientização

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Alfabetização de Adultos e Conscientização Prof.: Liliane Barros de Almeida.
Transcrição da apresentação:

Alfabetização de Adultos e Conscientização

Não há educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados INSTRUMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO Nenhuma ação educativa pode prescindir de uma reflexão sobre o homem e de uma análise sobre suas condições culturais. Não há educação fora das sociedades humanas e não há homens isolados

O HOMEM COMO SER DE RELAÇÕES Pluralidade Temporalidade Criticidade Consequencia

O homem cria e recria, formando as épocas históricas O HOMEM E SUA ÉPOCA O homem cria e recria, formando as épocas históricas Necessidade permanente de uma atitude crítica para se integrar às tarefas de sua época A passagem de uma época para outra caracteriza-se por fortes contradições que se aprofundam.

A transição é mais que a mudança: Implica realmente na marcha que faz a sociedade na procura de novas tarefas ou mais precisamente na procura de objetivação; As mudanças se produzem numa mesma unidade de tempo, sem afetá-la profundamente

A passagem de uma sociedade para outra: BRASIL, UMA SOCIEDADE EM TRANSIÇÃO A passagem de uma sociedade para outra: Uma sociedade fechada para uma sociedade aberta (época que se desvanecia e outra que se formava)

Participação do povo em seu processo histórico DEMOCRATIZAÇÃO FUNDAMENTAL Participação do povo em seu processo histórico

A ORGANIZAÇÃO REFLEXIVA DO PENSAMENTO Ajudar o homem a organizar reflexivamente o pensamento é colocar um novo termo entre o compreender e o atuar: o pensar. Fazê-lo sentir que é capaz de superar a via dominante reflexiva (que se apresenta como única). Participação do povo em seu processo histórico.

COMO FAZÊ-LO ? As resposta parecem estar: Num método ativo, diálogico, crítico, e criticista. Na modificação do conteúdo programático da educação; No uso de técnicas, como e de redução e a de codificação; Somente um método ativo, dialogal e participante poderia fazê-lo. E o que é o diálogo? (Uma relação horizontal de A com B).

NOVO CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Mas, quem dialoga, dialoga com alguém sobre alguma coisa. Esta “alguma coisa” deveria ser um novo conteúdo programático. - Destruição da compreensão mágica (alfabetização consciente) – (construção duma compreensão crítica crescente)

Distinção entre natureza e cultura: Natureza: o papel ativo do homem em sua realidade e com sua realidade. Cultura: o acréscimo que o homem faz ao mundo que não criou, a cultura como resultado de seu trabalho, de seu esforço criador e recriador.

ALFABETIZAÇÃO COMO UM ATO CRIADOR

Todo o debate que se coloca é altamente crítico e motivador. O analfabeto apreende criticamente a necessidade de ler e escrever. Prepara-se para ser o agente desta aprendizagem. E consegue fazê-lo na medida em que a alfabetização é mais que o simples domínio mecânico de técnicas para escrever e ler. Ela é o domínio das técnicas em termos conscientes. É entender o que se lê e escrever o que se entende.

Todo o debate que se coloca é altamente crítico e motivador.

A alfabetização é um passo no processo da cidadania, pois abre um horizonte na vida do adulto. Ela não é fim porém início, com o despertar para o desempenho da pessoa como ser social.

LEVANTAMENTO DO UNIVERSO VOCABULAR O MÉTODO LEVANTAMENTO DO UNIVERSO VOCABULAR

Círculos de cultura - Momentos de socialização das palavras “ Paulo Freire convida os analfabetos para sair da apatia e do conformismo de demitidos da vida. Instiga-os a compreenderem que eles também são fazedores de cultura.”

Círculos de cultura - O quê? - Por quê? - Como? - Para quê? - Por quem? - Contra quem? - Contra o quê? - A favor de quem? - A favor de quê?

Círculos de cultura TEXTO: Visita a um assentamento de Reforma Agrária no Chile Livro: PEDAGOGIA DO OPRIMIDO

Círculos de cultura Tomemos a palavra TIJOLO, usada como a primeira palavra em Brasília, nos anos 60, escolhida por ser uma cidade em construção, para facilitar o entendimento do leitor.

Círculos de cultura 1º - Apresenta-se a palavra geradora “tijolo” inserida na representação de uma situação concreta: homens trabalhando numa construção.

2º - Escreve-se simplesmente a palavra “TIJOLO” Círculos de cultura 2º - Escreve-se simplesmente a palavra “TIJOLO”

3º - Escreve-se a mesma palavra com as sílabas separadas Círculos de cultura 3º - Escreve-se a mesma palavra com as sílabas separadas “TI-JO-LO”

4º - Apresenta-se a “família fonêmica” da primeira sílaba Círculos de cultura 4º - Apresenta-se a “família fonêmica” da primeira sílaba “TA-TE-TI-TO-TU”

5º - Apresenta-se a “família fonêmica” da segunda sílaba Círculos de cultura 5º - Apresenta-se a “família fonêmica” da segunda sílaba “JA-JE-JI-JO-JU”

6º - Apresenta-se a “família fonêmica” da terceira sílaba Círculos de cultura 6º - Apresenta-se a “família fonêmica” da terceira sílaba “LA-LE-LI-LO-LU”

JA-JE-JI-JO-JU LA-LE-LI-LO-LU Círculos de cultura 7º - Apresentam-se as “famílias fonêmicas” da palavra que está sendo decodificada TA-TE-TI-TO-TU JA-JE-JI-JO-JU LA-LE-LI-LO-LU

Círculos de cultura Este conjunto das “famílias fonêmicas” da palavra geradora foi denominado de “ficha de descoberta” pois ele propicia ao alfabetizando juntar os “pedaços, isto é fazer dessas sílabas novas combinações fonêmicas que necessariamente devem formar palavras da Língua Portuguesa.

8º - Apresentam-se as vogais Círculos de cultura 8º - Apresentam-se as vogais A-E-I-O-U

Círculos de cultura Em síntese, no momento em que o alfabetizando consegue, articulando as sílabas, formar palavras, ele ou ela, está alfabetizado (a). O processo requer, evidentemente, aprofundamento, ou seja, continuidade.

Círculos de cultura A eficiência e validade do “Métod” consistem em prtir da realidade do alfabetizando, do que ele já conhece, do valor pragmático das coisas e fatos de sua vida cotidina, de suas situações existenciais. Respeitando o senso comum e dele partindo.

“Através da decodificação da palavra, o alfabetizando vai-se descobrindo como homem, sujeito de todo o processo histórico” Paulo Freire

“A alfabetização não pode ser feita de cima para baixo, nem de fora para dentro. Mas sim, de dentro para fora (daquilo que ele conhece – sua realidade)” Paulo Freire