PERTURBAÇÕES DO SONO PERCEBER O PROBLEMA “Nunca dorme?”

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Apresentação: Tânia Baptista Grupo de Estudos do Trauma
Advertisements

Effectiviness of lifestyle changes on impired plasma glucose and lipids Impacto das mudanças do estilo de vida em pessoas com elevados níveis plasmáticos.
O Envelhecimento do SNC
Depressão Daiane e Thaíse.
Higiene e problemas sociais
Aptidão Física.
O que é que acontece a quem tem diabetes?
CUIDADO DE ENFERMAGEM COM ELETROCONVULSOTERAPIA
Tópicos Especiais em Farmácia
Um subgrupo da depressão
CEFALÉIA NA INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA Rosângela Carrusca Alvim
Ambulatório de Cefaléia – FAMEMA Mateus Matos Mantovani 2010
ANSIEDADE.
IV Encontro Nacional de Prevenção da Doença Renal Crônica
ESCOLAS LIVRES DE TABACO
ESQUIZOFRENIA.
O que é a doença renal crónica?
Unidade de Neuropsicologia Clínica
Importância da Prevenção de Dependência de Álcool e Outras Drogas
Por: Esaú Alencar Tavares Graduando em Ciência da Computação (UFPB)
Álcool e Tabaco e Outras Drogas de Abuso
DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
EEG, Sono e Sonhos.
ESTRESSE É a reação do corpo diante da sensação de ameaça ou euforia, desencadeando uma descarga muito alta de adrenalina.
A interferência do sono nas nossas vidas
Escola Básica 2º e 3º ciclos Manuel de Figueiredo
Cefaleia Crônica Diária – Avaliação e Terapêutica
PREVENÇÃO AO USO INDEVIDO DE DROGAS
Transtorno ou doença mental
ESTRESSE Conjunto de reações do organismo às
Curso “Doenças Crônicas nas Redes de Atenção à Saúde”
APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO (AOS) QUESTIONÁRIO DE BERLIM
10 de Outubro. Dia Mundial da Saúde Mental
Reciclagem Ciclo 9.
Elaboração do luto na velhice
Atividade Física x Stresse : o matador silencioso
Escola Secundária Ferreira Dias Agualva
Quais são as funções do rim?
Assistência Integral à Saúde da Mulher
DOENÇA INFLAMATÓRIA DO INTESTINO O QUE SABEM OS DOENTES?
Motivações relacionadas com a dependência
Doentes em contexto médico Mafalda Duarte Psicóloga
Transtornos de Adaptação
Distúrbios Respiratórios do
INSÔNIA PARA O PNEUMOLOGISTA CARLOS A A VIEGAS C N D R S SBPT/ 2012.
HÁBITOS DE VIDA SAUDÁVEIS
Concurso SES-DF: Psicólogo
Cansado de estar Cansado Perda de tempo? -20% 1,5 hora a menos.
Transtorno Bipolar Daniela Baiôa 11ºB nº6
O SONO NORMAL Regina Maria França Fernandes
Fisioterapia Preventiva para o Idoso
Doenças crônico-degenerativas
Uma Droga Legal Que Prejudica.
Cansado de estar Cansado. Perda de tempo? -20% 1,5 hora a menos.
Utilizar substitutos de nicotina para tratar os doentes hospitalizados
Alzheimer Tipo mais comum de demência.
Cansado de Estar Cansado. Perda de tempo? -20% 1,5 horas a menos 1,5 horas a menos.
Além da hipersonia diurna e distúrbios de sono noturno, os pacientes com AOS apresentam HAS, arritmia cardíaca durante o sono. Complicações sistêmicas.
Hipnograma.
SEGUNDO SUAS PRÓPRIAS QUEIXAS
ATIVIDADE FÍSICA COMO PROMOÇÃO DA SAÚDE
Depressão.
Comorbidades Psiquiátricas na Dependência Química
PROJETO SONHO MEU SAÚDE
 A obesidade é um problema de saúde, é uma doença crónica, que tem de ser tratada como tal.
Elaborado por: Edna Almeida. O que é o débito do sono??? É a privação voluntária ou involuntária do sono.
Prevenção e Manejo das Complicações Agudas
Alzheimer Tarsila Cunha.
Ana Santa-Clara – Psiquiatra – Casa de Saúde da Idanha, CENC, APPDA I. Prevalência da Insónia II. Alterações do Sono normais no Idoso III. Insónia – sindrome.
Transcrição da apresentação:

PERTURBAÇÕES DO SONO PERCEBER O PROBLEMA “Nunca dorme?” CONHECER ALGUMA HISTÓRIA História que remete para os deuses gregos: Hipnos gémeo de Tanatos (simbologia da mesma face que era associada à ideia de que dormir era desligar da vida) Nos anos 30 do século XX iniciaram-se estudos de EEG sendo que só nos anos cinquenta se dá a consolidação da investigação. Atente-se à temporalidade com a psicanálise, com o estudo da patologia psiquiátrica – psicoses – e com alterações do sono. ACTUALIZAR CONHECIMENTOS Estudos recentes revelam que as alterações do sono estão positivamente associados a défices cognitivos e de sonolência diurna.

PORQUE DORMIR? OUTRA DEFINIÇÃO. PERTURBAÇÕES DO SONO UMA DEFINIÇÃO Sono saudável – necessário para funcionar, variável entre e intra indivíduos. PORQUE DORMIR? OUTRA DEFINIÇÃO. Experiências animais associam a morte e a falta de resistência às infecções à privação do sono. Durante o sono dá-se a depuração de metabolitos com eliminação dos não utilizados. O repouso está associado à segregação da hormona do crescimento. A privação de sono, numa fase inicial, dá activação com diminuição da concentração.

SONOS E SONO CARACTERÍSTICAS O estímulo da medula que imobiliza muscularmente, para que não se ajam os estímulos que vivem nos sonhos (diazepam). REM é indispensável para a memória. 90% das pessoas necessitam 6 a 9 horas de sono, mas cerca de metade não as dorme o que acarreta, por exemplo, aumento do nº de acidentes, erros médicos... Até aos anos 50 pensava-se que “nos desligávamos” quando dormíamos. Nesses anos 50 são os electro-oculogramas que identificaram os movimentos oculares durante o sono.

Identificação das características dos diferentes estados SONOS E SONO Identificação das características dos diferentes estados Ta, .. ondas delta características das fases 3 e 4 NREM cerca de 75% do total Avaliação dos parâmetros de EEG, TA e frequência cardíaca correspondem aos valores de acordado sendo o tónus muscular o do dormir Há alterações dos ciclos ao longo da noite: no 1º ciclo o REM é mais curto indo crescendo com a noite

SONOS E SONO Alteram-se ao longo da vida, estando associado às necessidades de aprendizagem, altura em que se verificam maiores períodos de REM (padrão de enurese associado à primeira fase). Os idosos têm menos REM e um adiantamento de fase, com diminuição das necessidades cognitivas. Pode considerar-se que existe um marcador do sono: as ondas delta diminuem ao longo da noite sendo os mais longos ao fim da noite.

Associadas ao sexo. Na mulher: PERTURBAÇÕES DO SONO CARACTERÍSTICAS Associadas ao sexo. Na mulher: Alterações do sono na mulher durante a gravidez é controverso, porém verifica-se que as alterações associam-se positivamente no 3º trimestre. O REM diminui no 3º trimestre. Síndrome das pernas inquietas está associado a deficit de ácido fólico. Ressonar por aumento de pressão abdominal, estando associado a hipertensão na fase final da gravidez Regularizam-se ao longo do 1º ano após o parto e podem nunca voltar ao nível inicial. Atenção à maior probabilidade de patologia psiquiátrica: blues, depressão, outros Partos nocturnos também são factor de risco para esta patologia

PERTURBAÇÕES DO SONO Na menopausa Associadas ao aparecimento da sintomatologia e aumentando de intensidade e frequência da peri para a pos-menopausa. Relacionam-se positivamente com perturbações do humor e da tensão arterial. A terapêutica hormonal de substituição aumenta as fase REM no 1º terço da noite: identificado por estudos comparativos entre quem faz e não faz THS. Insónia é o sintoma mais referido. A regulação social do sono pelo trabalho, está associada a perturbações do sono, ao contrário do que se verifica nos trabalhadores rurais.

PERTURBAÇOES SECUNDÁRIAS DO SONO INTRODUÇÃO Este tema foi abordado no nosso grupo É uma patologia frequente na prática clínica. É importante o diagnóstico diferencial com perturbações primárias do sono, o que é relevante pelo facto da abordagem terapêutica poder ser diferente. Estas patologias podem ter um grande impacto na qualidade de vida do doente, agravar a patologia primária, sendo um verdadeiro problema de saúde.

PERTURBAÇÕES SECUNDÁRIAS DO SONO DEFINIÇÃO de problema de saúde É uma perturbação do sono, suficientemente grave, justificando uma atenção clínica independente da patologia primária: - Doença médica - Doença neurológica - Doença psiquiátrica Para abordar o tema utilizámos a Classificação Internacional das Perturbações do sono (ICSD)

PERTURBAÇÕES SECÁRIAS DO SONO ASSOCIADAS A DOENÇAS MÉDICAS Privilegiámos as patologias secundárias às doenças médicas mais frequentes nos Cuidados Primários de Saúde Primários 1 – DIABETES A gravidade da diabetes está associada positivamente à gravidade das perturbações do sono. Os diabéticos têm nove vezes mais risco de sofrer de apneia do sono, pelo que esta patologia deverá ser excluída nestes doentes. O tratamento da apneia, baixa significativamente os níveis de glicemia. A privação parcial do sono aumenta a resistência à insulina.

PERTURBAÇÕES SEC. DO SONO ASSOCIADAS A DOENÇAS MÉDICAS 2 – DPOC As alterações da ventilação pulmonar, características desta patologia, agravam-se com a progressiva perda de tonus muscular que se verifica ao longo das fases do sono, atingindo valores máximos na fase REM. A hipoxia e a hipertonia são mais frequentes na fase REM. A terapêutica da doença pulmonar base (oxigenoterapia) associa-se a uma melhoria do sono.

PERTURBAÇÕES SECUDÁRIAS DO SONO ASSSOCIADAS A DOENÇAS MÉDICAS 3 – ASMA Clinicamente a maioria dos doentes tem crises nocturnas que condicionam despertares precoces, insónia intermédia e fadiga diurna. Alguma medicação para a asma pode agravar a insónia.

PERTURBAÇÕES SECUNDÁRIAS DO SONO ASSOCIADAS A DOENÇAS MÉDICAS 4 – DRGE É uma patologia frequente. Em decúbito é mais frequente durante o sono, devido à diminuição dos movimentos de deglutição pelo que surgem os sintomas que levam a fragmentação do sono e insónia.

PERTURBAÇÕES SECUNDÁRIAS DO SONO ASSOCIADAS A DOENÇAS MÉDICAS 5 – CANCRO 45% destes doentes apresentam perturbações do sono devido à doença, à dor, às hospitalizações frequentes e aos tratamentos muito agressivos, assim como às repercussões psicológicas da doença. As perturbações do sono interferem de modo negativo no humor, na qualidade de vida e na própria evolução da doença (por atingir o sistema imunitário). Um sono adequado pode aumentar a tolerância à dor e vice versa.

PERTURBAÇÕES SECUNDÁRIAS DO SONO ASSOCIADAS A DOENÇAS MÉDICAS 6 – FIBROMIALGIA As perturbações do sono são um sintoma da doença. Nestes doentes o sono é superficial e pouco reparador. O polissonograma revela actividade alfa, próprio da vigília, durante as fases mais profundas do sono NREM.

PERTURBAÇÕES SEC. DO SONO ASSOCIADAS A DOENÇAS MENTAIS As doenças psiquiátricas são a causa mais comum da insónia secundaria (50%), nomeadamente perturbações do humor e ansiedade. A insónia primária é factor de risco para o aparecimento de doenças psiquiátricas. As perturbações do sono associam-se a piores evoluções no tratamento.

PERTURBAÇÕES SEC. DO SONO ASSOCIADAS A DOENÇAS MENTAIS DEPRESSÃO A insónia é um bom predictor do risco de depressão. 80% dos deprimidos queixam-se de alterações do sono. A insónia característica da depressão á a insónia tardia.

PERTURBAÇÕES SEC. DO SONO ASSOCIADAS A DOENÇAS MENTAIS ANSIEDADE Os despertares nocturnos são frequentes e o sono não é reparador. Verifica-se um aumento das fases mais superficiais do sono. A insónia é inicial, havendo dificuldade em conciliar o sono.

PERTURBAÇÕES SECUNDÁRIAS DO SONO ASSOCIADAS A DOENÇAS MENTAIS PERTURBAÇÃO DE PÂNICO As perturbações do sono são semelhantes às da ansiedade em geral . Podem ocorrer ataques de pânico nocturnos. Nestes casos os níveis de ansiedade e a duração dos episódios perece ser maior, associado a mais sintomas somáticos e maior comorbilidade psiquiátrica.

PERTURBAÇÕES SEC. DO SONO ASSOCIADAS A DOENÇAS MENTAIS INSONIA E DROGAS Entre as drogas com interferência no sono salientamos o álcool pela sua prevalência. É provavelmente a substância indutora do sono mais usada pela população, em geral.. O alcoólico crónico tem uma diminuição do tempo total de sono e da sua eficiência. Apresenta redução do sono REM de uma forma dose dependente. Abordamos também outras drogas como cafeína, nicotina e drogas ilícitas. Neste capitulo devemos considerar também os efeitos secundários de alguns fármacos no sono.

PERTURBAÇÕES SEC. DO SONO ASSOCIADAS A DOENÇAS NEUROLOGICAS As alterações do sono associam-se com frequência a : D. Parkinson Alzheimer e outras demências AVC Alguns dos tratamentos destas patologias, provocam em si mesmas alterações de sono. Estas alterações, diminuem a qualidade de vida dos doentes e dos cuidadores exigindo uma intervenção terapêutica eficaz. II EPILEPSIA 25% das crises ocorrem durante o sono, sendo a privação de sono um factor de risco para crises. O tratamento de algumas perturbações pode contribuir para o controlo das crises.

TRATAMENTO CRITÉRIOS 1 – Tratamento e ou controlo da doença primária. 2 - Tratamento sintomático da perturbação de sono: Não farmacológico Higiene do sono Farmacológico 3 – identificação dos limites da intervenção nos CSP e critérios de referenciação: - critérios de referenciação das patologias primárias - dificuldade no controlo da perturbação do sono

CLÍNICA - problema de saúde Mais acidentes nos trabalhadores por turnos Atenção a medicina de trabalho para criar condições de trabalho que assemelha as condições de luminosidade do dia, evoluindo a investigação par acondiços de trabalhomais fisiologicas e saudáveis

INSONIA PERTURBAÇOES MEDICAS DOR e o factor mais frequentemente associado porque a dor desperta Sonolência diurna a hipertensão e enfarte A privação do sono leva ao aumento da resistência a insulina semelhando a diabetes Excluir a apneia do sono no diabético para tratamento Grupo de diabéticos com cerac de 9 vezes mais risco de desencadear apneia do sono Sindroma das pernas inquietas muito frequentes nos hemodializados sendo importante pensar a terapêutica considerando que a véspera da hemodiálise cria ansiedade melhor identificado na vespera da hemodiálise Dpoc – mais frequentes no sono REM tem níveis mais baixos de oxigenação sendo a ventilo terapia e oxigeno terapia importante nestes casos

ASMA As crises noturnas(60), despertares precoces,e acordares frequentes sendo o mesmo mecanis=musculatura mais inactiva e segunda fase(antiestaminicos) Refluxo – musculatura em repouso com agravamento das queixas Neoplasias – 45% com sintomas por diferentes meios e com perturbações da imunidade que agrava o quadro, sendo a dor um componente importante. O mais importante e tirar a dor com todas as etapas dos analgésicos.

HIV são frequentes FIBROMIALGIA, Sono superficial sendo menos eficiente com actividade de vigília , sendo as alterações do sono as mais especificas. DOENÇAS PSIQUIATRICAS Provocadas por perturbações do humor e ansiedade Insónia primaria e factor de risco para perturbação mental FUNDAMENTAL diferenciar pela historia do sono ao longo da vida Depressão endógena a insónia e terminal(diminuiçao do sono REM)ao contrario da ansiedade e inicial Insónia e maior risco de depressão e complica o quadro Na depressão leve pode haver hipertonia

depressão Na depressão há alteração da estrutura do sono Privação do sono melhora o quadro na mesma linha de ficarmos mais acordados quando não domirmos Ansiedade Ataques de pânico nocturnos sendo de atender o diagnostico diferencial por exemplo com refluxo Quando o sono fica mais fundo e quando surge a crise de ansiedade

ALCOOL Álcool – ocultado induz o sono mas o acordar precoce e característico dos crónicos Alteração por acção de relaxamento muscular induzido por esta substancia induz apneia do sono CAFEINA Substituir o café por descafeinado na fim do dia Cortar café aos que apresentam perturbações do sono

Despertar durante a noite pode acordar por privação NICOTINA Despertar durante a noite pode acordar por privação DOENÇAS NEUROLOGICAS Fonte de estudo para conhecer a fisiologia do sono Exemplos: Parkinson Alzheimer (drogas anticolinergicas mais eficazes, trazodone para alem do risperdal) Mirtazapina pode ser uma opção

TRATAMENTO Tratar a patologia geral HIGIENE DO SONO - Tirar TV do quarto e relógios com hora visível Suspender drogas estimulantes Evitar as sextas durante o dia Praticar actividade física com intervalo de duas horas entre a actividade e a hora de adormecer Possibilidade de o banho quente antes – preparação para o sono Comer a horas regulares Bebidas mornas ao deitar

PERTURBAÇÕES SECUNDARIAS DEFINIÇÃO