Temas d’Os Maias Fotograma do filme Os Maias, realizado por João Botelho, em 2014, com produção da Ar de Filmes.

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Transcrição da apresentação:

Temas d’Os Maias Fotograma do filme Os Maias, realizado por João Botelho, em 2014, com produção da Ar de Filmes.

Principais temas d’Os Maias Amor Adultério Educação Decadência Família Literatura

Indissociável do tema do incesto. I. Amor O amor é a força motriz que faz avançar a intriga principal. É também a causa da tragédia que se abate sobre os protagonistas. Indissociável do tema do incesto. Fotograma do filme Os Maias, realizado por João Botelho, em 2014, com produção da Ar de Filmes. «Só ali, no Ramalhete, ele [Carlos] vivera realmente daquilo que dá sabor e relevo à vida — a paixão.» (Capítulo xviii)

II. Adultério O adultério é um tema profundamente realista, evidenciando a decadência moral — futilidade e ausência de valores — das classes burguesa e aristocrática (condessa Gouvarinho, Raquel Cohen, …). É também um tema importante no desenvolvimento da ação: causa do afastamento de Maria Eduarda e do suicídio de Pedro. «É uma fatalidade, parto para sempre com Tancredo, esquece-me, que não sou digna de ti, e levo a Maria, que me não posso separar dela.» (Maria Monforte — Capítulo ii)

III. Educação A educação condiciona o trajeto das personagens: Pedro da Maria, Carlos, Eusebiozinho, … O romance é percorrido pela questão: Qual é a melhor educação? (A Geração de 70 vê na educação uma solução possível para a reforma social e cultural do País.) Dois modelos de educação que se confrontam n’Os Maias: o modelo tradicional português vs. o modelo britânico.

Modelo tradicional português III. Educação Modelo tradicional português Preponderância da religião (modelo orientado pelos valores da fé católica). Valorização do estudo teórico e livresco, desfasado do contacto com a Natureza. Aprendizagem do latim.  Pedro da Maia e Eusebiozinho Modelo britânico  Apologia do exercício físico, supondo a necessidade do contacto com a Natureza.  Formação humanista. Aprendizagem de línguas vivas. Carlos da Maia «A alma do seu Pedrinho não abandonaria ela [Maria Eduarda Runa] à heresia; — e para o educar mandou vir de Lisboa o padre Vasques […].» (Capítulo i) «Mas não, parece que era sistema inglês! Deixava-o correr, cair, trepar às árvores […].» (Capítulo iii)

Modelo tradicional português III. Educação Modelo tradicional português Preponderância da religião (modelo orientado pelos valores da fé católica). Valorização do estudo teórico e livresco, desfasado do contacto com a Natureza. Aprendizagem do latim.  Pedro da Maia e Eusebiozinho Modelo britânico  Apologia do exercício físico, supondo a necessidade do contacto com a Natureza.  Formação humanista. Aprendizagem de línguas vivas. Carlos da Maia «A alma do seu Pedrinho não abandonaria ela [Maria Eduarda Runa] à heresia; — e para o educar mandou vir de Lisboa o padre Vasques […].» (Capítulo i) «Mas não, parece que era sistema inglês! Deixava-o correr, cair, trepar às árvores […].» (Capítulo iii)

Pierre-Auguste Renoir, A tarde das crianças em Wargemont (1884).

III. Educação Como explicar o falhanço de Carlos? «Falhámos a vida, menino…» (Ega, Capítulo xviii) Condicionalismos da sua existência Condicionalismos de Portugal Põem em causa o postulado realista da verosimilhança «Não era possível. Tais coisas pertencem só aos livros […].» (Capítulo xvi)

IV. Decadência O romance analisa os aspetos e as causas da decadência nacional, construindo um diagnóstico do estado do País: Degradação dos costumes e da moral; Incompetência e indiferença da classe política; Falta de civismo da sociedade burguesa; Provincianismo, futilidade e falta de cultura.

Os Maias representam, por metonímia, Portugal V. Família Os acontecimentos da intriga principal estão centrados nos infortúnios dos Maias, família oriunda do norte do País. A vida de quatro gerações da família é percorrida nos dois capítulos iniciais. Decadência familiar Decadência nacional Os Maias representam, por metonímia, Portugal

Defesa da cientificidade VI. Literatura Tema fundamental n’Os Maias — obra realista, que interroga o próprio Realismo e os limites de uma estética realista/naturalista. Episódio do jantar no Hotel Central: Confronto entre As ideias naturalistas/realistas (Ega) O ultrarromantismo (Alencar) Defesa da cientificidade na literatura Defesa da moral

«O naturalismo, com as suas aluviões de obscenidade, ameaçava corromper o poder social? Pois bem. Ele, Alencar, seria o paladino da Moral, o gendarme dos bons costumes.» (Capítulo vi) Honoré Daumier, Uma discussão literária na segunda galeria (1864).