Políticas Educacionais e a Prática Docente no Ensino Superior

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Transcrição da apresentação:

Universidade Federal de Mato Grosso Pró-Reitoria de Ensino de Graduação

Políticas Educacionais e a Prática Docente no Ensino Superior XXIII Encontro de Pró-Reitores de Graduação das Regiões Norte e Centro-Oeste Bonito, MS Políticas Educacionais e a Prática Docente no Ensino Superior

Quem forma o professor para a docência no ensino superior?

Prática docente no ensino superior No Brasil a formação de professores universitários passou por vários estágios, mas somente na década de 60 foram dados os passos para o preparo específico do professor do ensino superior. Até essa época, a maioria dos professores possuía apenas graduação “Nas Universidades Federais, o professor auxiliar (cargo inicial) era escolhido pelo professor catedrático, tendo como referencial seu interesse, aproveitamento nas aulas, nível de confiança” (LAMPERT, 1999, p. 99)

Para ascender na carreira era necessário diploma de Formação e Aperfeiçoamento de Professor do Ensino Superior “um professor universitário necessita, mais que todos, ter uma ideia clara do vasto panorama cultural e humano em que se move […] Conhecimentos seguros, profundos e atualizados da matéria que leciona e do lugar que ocupa no complexo das ciências […]. Conhecimentos pedagógicos que lhe permitam comunicar sua ciência com proveito para o aluno e para si mesmo. […] Uma posição filosófica definida, consciente, capaz de se expressar, defender e influenciar, aberta ao outro para dar e receber.” (Paiva, 1967, apud Lampert, 1999, p. 100).

Prática docente no ensino superior A partir da década de 1970, são indroduzidos nos PPG disciplinas de cunho pedagógico. A formação para o Magistério Superior, oriunda de todas as áreas profissionais, por sua, estava sendo preparada mediante a disciplina “Metodologia do Ensino”, com um carga horária de 60 horas e conteúdos de cunho didático-pedagógico. Segundo Cunha (2001) o modelo do ensino superior no Brasil preocupa-se à época mais com a formação profissional do que com a geração de novos conhecimentos. (historicamente, o critério para assumir o cargo de professor na universidade caracteriza-se por exigir uma formação profissional de alto nível de qualificação e estudos, reservando à preparação para a docência um papel secundário.

Prática docente no ensino superior Na organização do ensino superior brasileiro, a formação dos profissionais estava centrada no entendimento de um processo de ensino que os conhecimentos e experiências profissionais são transmitidas de um professor para o aluno. Até a década de 1970 exigia-se do candidato a professor o bacharelado e o exercício competente de sua profissão. As instituições preenchiam seus quadros docentes baseados no CONVITE A PROFISSIONAIS RESPEITADOS NA ÁREA. (quem sabe muito, automaticamente sabe ensinar)

As bases da docência estão no alicerce do paradigma da Ciência Moderna, em que a neutralidade e a quantificação tomam dimensoes preponderantes (professor se torna um conhecedor especializado) A afirmativa “ensinar se aprende ensinando” reflete essa visão não profissional da docência (Zabalza, 2004). Ainda segundo Zabalza a preparação para a docência universitária sempre esteve… “orientada para o domínio científico e ou para o exercício de atividades profissionais vinculados a ele […] é difícil, a princípio, construir uma identidade profissional vinculada à docência” (2004, p.107)

docência no ensino superior A questão principal é que a carreira de docente universitário precisa acumular capital cultural e científico, o que faz que os níveis na carreira sejam trilhados mediante as atividades de pós-graduação, e em que o ensino e a extensão têm um valor menos significativo.

Os imperativos sociais hoje exigem outras implicações quanto a preparação docente, porque esta é uma TAREFA COMPLEXA e muito exigente do ponto de vista intelectual. O alto nível na pesquisa NÃO garante uma prática docente de qualidade. Há no discurso atual que o ritmo de trabalho dos docentes na universidade atualmente leva a que se tenha pouco tempo para pensar sobre os processos que estão sendo realizados na graduação (presencial/EaD)

Quem são os docentes do ensino superior de hoje?

Perfil docente no ensino superior

Perfil docente no ensino superior

Perfil docente no ensino superior

Perfil docente no ensino superior

Perfil docente no ensino superior

Perfil docente no ensino superior

Perfil docente no ensino superior

Perfil docente no ensino superior

Perfil docente no ensino superior

Atividades na área técnica Perfil docente no ensino superior

Perfil docente no ensino superior

Como os docentes percebem, desenvolvem e constroem a docência no âmbito da instituição de ensino superior?

Perfil docente no ensino superior

Perfil docente no ensino superior

Perfil docente no ensino superior

Perfil docente no ensino superior

Perfil docente no ensino superior

Avaliação do Curso Política institucional Mais gostaram… Menos gostaram… Política institucional Estrutura e funcionamento da instituição Integração das áreas Envolvimento com os gestores Relatos de experiências Videoconferência Carga Horária Palestras com pedagogos Obrigatoriedade

Sugestões dos docentes Curso concentrado (espaço-tempo) Grupos de trabalhos menores/oficinas Aplicações práticas Não querem pedagogos como palestrantes Envolver coordenadores de curso e demais gestores nas atividades Organização de material escrito Apresentar as carências, problemas e metas da instituição e sugerir que os professores proponham soluções. Troca de experiências sobre a docência com outras instituições

A voz do docente… O que menos gostou… “palestras com o intuito de nos ensinar a como exercer a docência. Se passamos por um concurso em que a didática foi avaliada, isso pressupõe que sabemos como ministrar aulas” (Professor de Biologia , 37 anos, o que motivou a escolha da docência universitária foi a possibilidade de Pesquisa. É credenciado em Programa de Pós-graduação)

(Professora do curso de Psicologia) A voz do docente… O que menos gostei… “os professores já foram aprovados por uma banca de doutores competente, portanto, já sabem ser professores, não é isso que temos que aprender” (Professora do curso de Psicologia)

“Palestras de pedagogos: infelizmente, considerei inintelegíveis” A voz dos docentes… O que menos gostou… “Palestras de pedagogos: infelizmente, considerei inintelegíveis” (Professor do Curso de nutrição, a escolha da docência universitária foi pela sobrevivência)

A voz dos docentes… “Acredito que a maioria é professor por intuição, erramos sem saber. O objetivo do curso é nos mostrar o caminho e falar um pouco da experiência dos professores e sobre os grandes pensadores da educação. Eu sou médica, preciso aprender a ser professora (a melhor que puder)” (Professora do curso de Medicina, 31 anos e a escolha da docência universitária “é o sonho da minha vida. Dando aula me sinto feliz”)

Problemas identificados Conflito jovens docentes x docentes veteranos; Vaidade docente (alto grau de exigência nos concursos, alta produção científica); Coordenadores/chefes reclamam das aulas dos doutores inciantes na carreira; Obrigatoriedade como complicador no oferecimento de cursos de formaçao pedagógica.

Os docentes do ensino superior, nas avaliações institucionais, revelam a necessidade de uma formação pedagógica. Contudo, quando a instituição lhes oferece essa formação eles não querem participar ou não tem tempo. O que se observa na universidade é uma indeferença frente ao que é produzido sobre o ensino, muitas vezes, hostil a pedagogia, valorizando apenas a dimensão científica do docente.

Como as instituições de ensino superior do Centro-Oeste tem se organizado e enfretado essa questão da profissionalização docente? Quais os encaminhamentos que podemos propor para não engessar o processo educativo mediado pelas funções do ensino, da pesquisa e da extensão?

Bibliografia ANASTASIOU, L. das Graças Camargo. Profissionalizaçao continuada do docente da educaçao superior: desafios e possibilidades. Olhar de Professor, Ponta G:rossa, 8(1): 09/22, 2005. BALDI, E. M. B. A prática e o desenvolvimento da docência universitária na universidade Federal do Rio Grande do Norte: perspectivas e dilemas. Natal, RN: EDUFRN, 2008. CASTANHO, S. CASTANHO, Maria Eugenia. (orgs.) Temas e Textos em Metodologia do Ensino Superior. 3 ed. Campinas, São Paulo: Papirus, 2004. CASSIANI, S. , CARVALHO, D. C. de, SOUZA, M., COSTA, A. da. Lugares, sujeitos e conhecimentos. A prática docente universitária. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2008. 185 p.

Bibliografia CUNHA, Maria Isabel da. Ensino como mediaçao da formaçao da formaçao do professor universitário. In: MOROSINI, M. C. (org.). Professor do ensino superior: identifidade, docência e formaçao. Brasília: Plano, 2001. LAMPERT, Ernani. Universidade, docência e globalizaçao. Porto Alegre: Saulina, 1999. MARCELO GARCÍA, C. Formaçao de professores: para uma mudança educativa. Portugal: Porto editora, 1999. MARCELO GARCÍA, C. A formação de professores : novas perspectivas baseadas na investigação sobre o pensamento do professor. IN: NOVOA, A. (org.) Os professores e a sua formação. Lisboa, Portugal: Dom Quixote, 1997. PAREDES, E. C., TRINDADE , D. da Silva, LIMA, R. R., VICENTE, S. Ser Professsor. Coleçao Educaçao e Psicologia 5. Cuiabá, MT: EDUFMT, 2007

MUITO OBRIGADA!!!!!