Por que o computador na Educação?

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Transcrição da apresentação:

Por que o computador na Educação? Autor: José Armando Valente O computador pode provocar uma mudança do paradigma pedagógico: do para Paradigma instrucionista Paradigma construcionista dá ênfase no ensino (instrução) dá ênfase na aprendizagem (construção) O computador é usado para informatizar os métodos tradicionais de instrução. O computador é usado para o aluno construir o seu próprio conhecimento. A questão é: O computador pode provocar a mudança do paradigma pedagógico? Como? Por quê?

Informática em Educação sob a visão cética 1º - pobreza do nosso sistema educacional 2º - formação de indivíduos desumanos e robóticos 3º - dificuldade de adaptação da administração escolar, dos professores e dos pais à introdução do computador necessidade: melhoria do aspecto físico da escola e salário do professor, acompanhada de mudança pedagógica possibilidade: substituição do professor pelo computador implicações: mudança de postura no sistema educacional e na formação dos administradores e professores

Informática em Educação sob a visão otimista 1º - Modismo: adoção do computador porque outras escolas o adotaram. 5º - O computador para desenvolver o raciocínio ou possibilitar situações de resolução de problemas. 2º - A escola deve preparar para lidar com a tecnologia da computação 3º - O computador é um meio didático utilizado para demonstrar um fenômeno ou conceito para o aluno. 4º - Computador para motivar e despertar a curiosidade do aluno. É assustador pensar que a escola precise de computador para se tornar mais motivadora e interessante. Até hoje a escola contribui muito pouco para promover o desenvolvimento do poder de pensamento do aluno. Medida superficial: experiências exigem senso crítico, e não, apenas cópias. Não é para aprender sobre computadores, e sim, através de computadores. Erro: a sub-utilização do computador: ele tem “n” recursos como ferramenta da aprendizagem. O computador não é incorporado à prática pedagógica; ele é mais um meio didático sem interferir na aprendizagem propriamente dita. Não é o ensino da Matemática na escola que tem como finalidade o desenvolvimento do pensamento do aluno?

O porquê do ensino de Matemática na Escola Para transmitir fatos matemáticos, acumulados desde o ano 3000 a.C. Para o sucesso na vida profissional: as profissões de maior destaque requerem o conhecimento matemático. Para conhecer a beleza intrínseca da estrutura matemática: satisfação em raciocinar e organizar o pensamento (estrutura lógica). Para o homem entender e dominar o mundo físico e também o mundo econômico e social (valores práticos). Para propiciar o desenvolvimento disciplinado do raciocínio lógico-dedutivo (treino da mente). A palavra matemática significa: técnica (“tica”) de compreender (“matema”).

O Ensino de Matemática e a Introdução do Computador Analisando a Matemática Analisando o Computador O argumento nobre, que é o desenvolvimento do raciocínio lógico-dedutivo, não é muito encontrado na escola atual. Não vai acontecer com o computador o que acontece hoje com a Matemática na escola? Hoje, aprender matemática é sinônimo de fobia, de aversão à escola, e em grande parte, responsável pela repulsa ao aprender. O computador vai propiciar o desenvolvimento do raciocínio como a Matemática o faria? A introdução de Matemática no currículo para propiciar o contato com a lógica, com o processo de raciocínio e com o desenvolvimento do pensamento, acabou sendo a causa de muitos problemas relacionados com o aprender. A introdução da tecnologia do computador não é mais uma desculpa, sem sabermos os resultados que teremos?

Falando-se em Matemática, é bom saber que... O processo de fazer matemática, ou seja, pensar, raciocinar, é fruto da imaginação, intuição, “chutes” sensatos, tentativa e erro, uso de analogias, enganos e incertezas. A organização da confusão significa que o matemático desenvolveu uma seqüência lógica, possível de ser comunicada ou colocada no papel. O aluno não faz essa organização: o fato matemático é passado a ele como algo consumado, pronto. O aluno só deve memorizar e ser capaz de aplicar em outras situações. Nem sempre acontece essa aplicação em outras situações; daí, o aluno fracassa e é responsável, sozinho, pelo fracasso da Matemática. Ao professor compete passar o conceito matemático, adotando a melhor didática possível, numa aula magnífica, com tudo perfeito.

Falando-se em Matemática, podemos concluir que... 1º - O fato de o aluno não ter construído o conceito, mas esse ter-lhe sido passado. O que aconteceu foi a simples memorização do conceito. O aluno fracassa porque... 2º - A aplicação de um conceito em outro contexto deve ser vista como uma outra questão. A transferência do conhecimento não ocorre automaticamente. 3º - O fato de o aluno não ter chance de adquirir o conceito matemático está relacionado com a própria matemática: os conceitos matemáticos são complicados e, assim, a notação matemática torna-se complexa, dificultando o pensamento matemático e o exercício do raciocínio. A complexidade da notação matemática tem feito com que o ensino da matemática seja reduzido ao domínio da própria notação. A notação se tornou objeto de estudo. Assim, o aluno adquire técnicas de como resolver uma equação de 1º ou do 2º Graus e nunca o processo de “fazer matemática” : pensar sobre o problema. Para se evitar o ensino das técnicas matemáticas, tem-se usado o material pedagógico: o aluno manuseia esse material para desenvolver conceitos matemáticos. Esse tipo de ensino também é incompleto: ele desenvolve o raciocínio mas não o expressa, através de uma notação precisa.

O Paradigma Construcionista Duas idéias que diferenciam o Construcionismo de Papert do Construtivismo de Piaget 1ª- O aprendiz constrói alguma coisa: é o aprendizado através do fazer. 2ª- O aprendiz constrói algo de seu interesse e para o qual está bastante motivado. Quando o aprendiz está interagindo com o computador, ele está manipulando conceitos e isso contribui para o seu desenvolvimento mental (aprendizado piagetiano) Ao observar a figura construída na tela, o aluno faz uma reflexão sobre as informações: ou modifica o seu procedimento ou o “depura” quando o resultado é diferente de sua intenção inicial. Através da linguagem Logo, programa-se o computador para produzir um gráfico na tela = descrição da solução do problema. O computador realiza a execução dos procedimentos. Os processos de descrição, reflexão e depuração não acontecem simplesmente colocando-se o aluno em frente ao computador. A interação aluno-computador deve ser mediada por um profissional que conhece o Logo, sob três pontos de vista: o computacional, o pedagógico e o psicológico. O aluno é um ser social, inserido em um ambiente social: colegas, pais, amigos e a comunidade, que usa todos esses elementos sociais como fonte de idéias, de conhecimento ou de problemas a serem resolvidos.

Construcionismo x Construtivismo Tipo de aprendizagem que acontece... Com o Construcionismo (Logo Gráfico) Com o Construtivismo (Piaget) A interação aluno-computador é mediada por um profissional que conhece Logo: o mediador, que age dentro da Zona Proximal de Desenvolvimento, sendo uma ação pedagógica. Com Piaget, a criança interage com um objeto e é observada por um experimentador, que não é professor e não tem o objetivo de facilitar a aprendizagem; sua ação é psicológica: investiga a estrutura mental do aluno. O aluno está inserido em um contexto social, que é fonte de suporte intelectual e afetivo, ou mesmo de problemas contextuais para serem resolvidos. O aluno é observado isolado de sua comunidade. A interação aluno-objeto é mediada por uma linguagem de programação: o aluno descreve suas idéias, o computador executa essa descrição e o aluno depura a sua idéia original, em termos de conceitos e estratégias. Na interação com objetos que Piaget observou e descreveu como fonte do processo do conhecimento não tinha as características de descrição, execução e depuração da idéia original. Conclusão: No ambiente Logo é mostrado que os diferentes níveis de interação e as respectivas contribuições para o desenvolvimento intelectual do aluno vão além do construtivismo de Piaget.

O Construcionismo de Papert transcende o Logo Gráfico A Linguagem Pascal apresenta as mesmas características do processamento de listas do Logo e, portanto, torna difícil a aprendizagem construcionista. Em outros domínios do Logo, como no processamento de listas: a descrição dos processos recursivos não é tão simples, a sua execução é opaca e torna difícil o seu acompanhamento; a reflexão não é auxiliada pelas ações do computador. No Logo Gráfico: a descrição do problema não é complicada; o resultado da execução do computador é uma figura, o que facilita a interpretação, a reflexão e a depuração. Foram desenvolvidos recursos computacionais para facilitarem a aprendizagem construcionista: sistema que mostra as ações à medida em que os comandos e procedimentos são executados como as alterações dos valores das variáveis, ... Com os processadores de texto as dificuldades são de outra natureza: são bastante simples de serem utilizados e a descrição de idéias através dele é uma atividade relativamente fácil; entretanto, o resultado na tela é a formatação do texto. Não existe a interpretação do texto, dificultando a verificação das idéias. A depuração das idéias e do texto são realizadas quando temos as informações do leitor.

O Construcionismo de Papert transcende o Logo Gráfico Conclusão Para acontecer a aprendizagem através do computador, segundo a abordagem construcionista, é necessário que o “software” tenha certas características que facilitem as atividades de descrição, reflexão e depuração. Visão “hard” Visão “soft” Atualmente, existem ferramentas, como Paintbrush, que tornam a atividade de resolver um problema através do computador mais parecida com uma atividade de escultura: a solução do problema emerge à medida que está sendo resolvido. A programação não precisa ser vista como a explicação de uma idéia em termos de uma seqüência de comandos de uma linguagem de computador.

Conclusões Finais O computador pode ser utilizado como um catalisador de uma mudança do paradigma educacional, promovendo a aprendizagem ao invés do ensino: o controle do processo de aprendizagem está nas mãos do aprendiz; o professor passa a entender que a educação não é somente a transferência de conhecimento, mas um processo de construção do conhecimento pelo aluno. É uma nova abordagem educacional: muda-se o paradigma pedagógico do instrucionismo para o construcionismo. Há resistência a essa mudança: o paradigma instrucinista teima em continuar por razões de ordem histórica (há anos o ensino é assim) ou pela falta de entendimento do que significa aprender ou, ainda, pela falta de experiência referente ao paradigma construcionista. Da análise dos resultados do paradigma construcionista temos: o êxodo do aluno da escola ou produção de um aluno obsoleto; os que abandonam a escola acabam na fileira dos fracassados, dos que não conseguem aprender; os obsoletos não conseguem acompanhar o desenvolvimento atual da sociedade e não estã preparados para trabalhar num novo sistema de bens e serviços. A procura por cursos sobre criatividade ou sobre o desenvolvimento da capacidade de pensar pelos profissionais, exemplificam a falta de preparo para atuar na sociedade ou nos sistemas modernos de produção. Entretanto, o desenvolvimento dessas habilidades é um processo longo que deve ser iniciado desde os primeiros dias de vida.

DOWNLOAD DO RESUMO(INSPIRATION) A mudança de paradigma educacional deve ser acompanhada pela inclusão de ferramentas que permitam a implementação do paradigma construcionista, ferramenta esta facilitadora para a expressão do raciocínio e a reflexão e a depuração do mesmo. O computador pode ser essa ferramenta. O computador não pode ser considerado como máquina de ensinar; ele deve ser usado como uma ferramenta, conseguindo-se isso quando for usado na atividade de programação e, quando a linguagem de programação apresentar as características do Logo Gráfico. Felizmente, no Brasil, adota-se a Linguagem Logo e procura-se, com isso, criar condições para uma mudança de paradigma educacional. Ainda, o esforço de centros de pesquisas e dos centros formadores de professores caminha na direção de promover a utilização do computador segundo o paradigma construcionista. DOWNLOAD DO RESUMO(INSPIRATION)