MARKERTS FOR INNOVATION Afonso Sebastião Ricardo Costa Lisboa, Junho de 2006
1. INTRODUÇÃO aumento da competitividade entre empresas necessidade de inovar Reduzir custos marginais Lugar privilegiado no mercado Apostar em Investigação & Desenvolvimento – I & D Com o: Envolve elevados investimentos e riscos associados COOPERAÇÃO a) Modelos teóricos b) Investigação empírica LINHAS DE ORIENTAÇÃODIVIDIDA CONSOANTE… O tipo de parceiro associado COMPETIDOR, FORNECEDOR, CLIENTE,UNIVERSIDADES, ETC.
2. COOPERAÇÃO EM I&D a) MODELOS TEÓRICOS Porquê e que tipos de empresas procuram introduzir estratégias de cooperação LITERATURA DA INDUSTRIAL ORGANIZATION (IO) - Centra-se essencialmente na cooperação horizontal (entre competidores) - Relação entre incoming e outcoming spillovers (e na possibilidade de free-riding) Necessidade de investir no aumento da própria capacidade de absortividade
2. COOPERAÇÃO EM I&D b) PESQUISA EMPÍRICA Enorme dificuldade em estimar empiricamente os benefícios associados ao estabelecimento de estratégias de cooperação em I&D a maior parte dos estudos foca indirectamente em: Explicar a frequência – Características que o potenciam – TYLER e STEENSMA (2005) A habilidade das empresas em dividir custos e riscos associados ao processo de inovação Outros autores Impacte positivo da dimensão de uma empresa e da intensidade em I&D
2. COOPERAÇÃO EM I&D MODELO EMPÍRICO E RESULTADOS BELDERBOS et al (2004) Contribuiu para o desenvolvimento de literatura empírica tendo em conta a possibilidade das empresas em aderirem a diferentes parcerias de cooperação Estudo construído a partir de 2 inquéritos CIS consecutivos (1996 e 1998) pela Statistics Netherlands Objectivo: Explicar relações de cooperação em I&D existentes (1997 e 1998) Permite correlações sistemáticas entre decisões por diferentes tipos de cooperações
2. COOPERAÇÃO EM I&D MODELO EMPÍRICO E RESULTADOS BELDERBOS et al (2004)
2. COOPERAÇÃO EM I&D MODELO EMPÍRICO E RESULTADOS Variáveis existentes e resultados: Significativos coeficientes de correlação de erro que apontam para a ideia de interdependência entre diferentes decisões de cooperação INCOMING SPILLOVERS – COMPETIDORES, CLIENTES E FORNECEDORES Importância como fonte de conhecimento para o processo de inovação de uma empresa INCOMING SPILLOVERS – INSTITUCIONAL Importância de universidades, centros de inovação e instituições de pesquisa como fonte de conhecimento para o processo de inovação de uma empresa. Impacte positivo
2. COOPERAÇÃO EM I&D MODELO EMPÍRICO E RESULTADOS - INTENSIDADE EM I&D Número de funcionários do sector de I&D sobre o número de funcionários total O aumento da intensidade em I&D é correlacionado com a capacidade de absorção (conhecimento) de uma empresa. No entanto, o efeito marginal da intensidade em I&D acabará por diminuir - Um impacte robusto na cooperação com fornecedores, clientes e instituições - Um impacte positivo, embora mais fraco na cooperação com competidores: Empresas intensivas em I&D apresentam também maiores riscos associados a fugas de conhecimento
2. COOPERAÇÃO EM I&D MODELO EMPÍRICO E RESULTADOS - DIMENSÃO DA EMPRESA Tem um impacte positivo e significativo, com um maior coeficiente para cooperações institucionais Firmas maiores tendem a: Ter dimensão crítica Capacidade para absorver conhecimento Para estabelecer situações de cooperação em I&D Especialmente cooperação com universidades São ainda capazes de se associar a projectos de múltiplas tecnologias recorrendo a vários parceiros de I&D
2. COOPERAÇÃO EM I&D MODELO EMPÍRICO E RESULTADOS - CONSTRANGIMENTOS DE CAPACIDADE ORGANIZACIONAL A existência de bottlenecks como: - Poucos funcionários em I&D - Conhecimento insuficiente - Rigidez organizacional Incentivam empresas a cooperar de modo a reduzir custos, riscos e/ou constrangimentos Variável: - Constrangimento de risco - Constrangimento de custo Significativa e positiva para cooperações com competidores e fornecedores Impacte positivo na cooperação institucional e negativo na cooperação com fornecedores
2. COOPERAÇÃO EM I&D MODELO EMPÍRICO E RESULTADOS - FLUXO INTERNO DE CONHECIMENTO Firmas que pertençam a grupos de grande dimensão tendem a estabelecer relações de cooperação apenas com fornecedores e clientes (e não com competidores e instituições de pesquisa) - SUBSÍDIOS PARA I&D Esta variável tem um efeito positivo e significativo em cooperação vertical (clientes e fornecedores) e instituições, o que pode sugerir que os subsídios promovem parcerias de I&D pró-competitivas.
O óptimo para a Sociedade Cooperação na I&D e na Produção (Monopólio) Cooperação em I&D e não cooperação na Produção Não cooperação em I&D e Não cooperação na Produção Quantidade produzida (Q)Custo exercido em I&D (x) Tabela – Modelo de AJ - Comparação de cenários, Custo exercido em I&D e Quantidade produzida Resultados qualitativos: O CASO DOS DUÓPOLIOS – MODELO DE AJ 3. I&D COOPERATIVO E NÃO COOPERATIVO
A Cooperação em I&D aumenta os gastos em I&D ao contrário do que seria esperado. Num cenário de não cooperação na produção, a cooperação em I&D também conduz ao seu aumento. Apesar desta cooperação parecer que à primeira vista prejudica as empresas tanto nas despesas em I&D assim como na produção, devido a incentivos privados e subsídios recebidos, torna-se viável e compensadora a cooperação face ao desenvolvimento, ao investimento, e produção independente de cada empresa. Investimento em I&D e produção conjunta (tipo Monopólio) Neste caso o investimento em I&D continua a ser maior do que as restantes soluções para este campo A produção global vai diminuir, o produtor consegue captar muito do excedente do consumidor, podendo produzir menos com o mesmo lucro O CASO DOS DUÓPOLIOS – MODELO DE AJ 3. I&D COOPERATIVO E NÃO COOPERATIVO
O Óptimo Social Não é claro que a cooperação seja melhor do ponto de vista social. Por um lado possibilita um maior lucro para as empresas, no entanto é associado a um menor excedente para os consumidores. Com a cooperação, a quantidade de produto disponível também irá diminuir, no entanto este efeito poderá ser socialmente compensado pelo maior nível de I&D atingido. A cooperação no I&D num contexto global, também pode evitar a provável duplicação e o consequente desperdício de capital envolvido neste processo quando em comparação com um cenário de não cooperação em I&D. O CASO DOS DUÓPOLIOS – MODELO DE AJ 3. I&D COOPERATIVO E NÃO COOPERATIVO
MODELO DE KMZ CenárioPrimeira fase (I&D)Segunda Fase (Produção) Competição I&D (Caso N) As empresas competem; cada uma decide o nível de I&D a impor com base no I&D das outras empresas. As empresas competem; O CM de produção da empresa diminui devido aos efeitos do I&D. Criam-se efeitos de spillover para outras empresas. Cartel I&D (Caso C) As empresas coordenam o esforço de I&D para maximizar o lucro global. As empresas competem; O CM de produção da empresa diminui devido aos efeitos do I&D. Os efeitos de spillover não aumentam devido à Cartelização. Competição RJV (Caso NJ) As empresas competem; cada uma decide o nível de I&D a impor com base no I&D das outras empresas. As empresas partilham o esforço em I&D e evitam a duplicação de I&D. As empresas competem; O CM de produção da empresa diminui devido à soma dos efeitos do I&D. Os efeitos de spillover aumentam ao seu máximo nível. Cartel RJV (Caso CJ) As empresas coordenam o esforço de I&D para maximizar o lucro global. As empresas partilham o esforço em I&D e evitam a duplicação de I&D. As empresas competem; O CM de produção da empresa diminui devido à soma dos efeitos do I&D. Os efeitos de spillover aumentam ao seu máximo nível. Tabela – Modelo de KMZ - Comparação dos cenários Fase de I&D e de Produção 4. INVESTIGAÇÃO CONJUNTA E CARTÉIS I&D
Tabela – Resumo dos procedimentos a efectuar nos modelos de KMZ Análogo ao Caso C no entanto com β=1 e também X i =X CJ. Cartel RJV (Caso CJ) Análogo ao Caso N no entanto com β=1 e também X i =X NJ. Competição RJV (Caso NJ) Maximizar T em que πi é dado por (5), onde Q i é dado por (6) e X i é dado por (2) Maximizar a soma dos lucros das empresas combinadas Cartel I&D (Caso C) Maximizar (5) em ordem a x i, onde Q i é dado por (6) e X i é dado por (2). Maximizar o lucro da sua própria produção Competição I&D (Caso N) Formalismo matemáticoObjectivoCenário (1) (5) (6) (2) (3) 4. INVESTIGAÇÃO CONJUNTA E CARTÉIS I&D MODELO DE KMZ
= Investimento efectivo em I&D (concorrencia em quantidades no mercado do produto) epara RESULTADOS DO MODELO = Inovação tecnológica e para = Preço de equilíbrio por unidade produzida e para = Investimento efectivo em equilíbrio em I&D (concorrencia em preços no mercado do produto) e sse para todo o sse 4. INVESTIGAÇÃO CONJUNTA E CARTÉIS I&D MODELO DE KMZ
Para altas taxas de spillovers a redução de custos por unidade produzida é maior num cenário em que as empresas se organizam em cartéis para desenvolver o I&D do que num caso de competição. As causas desta diferença residem na criação de externalidades geradas pela actividade de I&D e no seu impacte na presença de spillovers. O cenário de competição RJV (NJ) é o que contribui menos para que se verifique uma menor diminuição dos preços por unidade produzida (mais caro), em oposição ao Cartel RJV (CJ). A presença do RJV cria um efeito de benefício social maior devido à eliminação da duplicação de I&D uma vez que todo o seu investimento é coordenado e partilhado. Num cenário de competição RJV (NJ) domina o problema dos free-riders uma vez que todo o conhecimento é partilhado e muitas empresas aproveitam o conhecimento disponível sem efectuarem investimentos nesse sentido. CONCLUSÕES Benefício Social O investimento coordenado em I&D produz um maior benefício social do que o investimento competitivo em I&D. Isto porque socialmente se considera que: a soma dos lucros das empresas envolvidas, a inovação tecnológica e os baixos preços conseguidos por unidade produzida, verificados no Investimento coordenado em I&D têm um peso maior do que o grande lucro obtido pelas empresas no caso do investimento competitivo em I&D. 4. INVESTIGAÇÃO CONJUNTA E CARTÉIS I&D MODELO DE KMZ
No que respeita à aplicação dos modelos de dAspermont e Jacquemin e de KMZ apresentados anteriormente, Rabah Amir efectua uma análise crítica de modo a avaliar as diferenças entre estes e também questionar a sua validade. MODELO DE AJ Para uma redução de custos x i a empresa i terá que desenvolver um investimento em I&D de. A redução de efectiva de custos de uma empresa 1 é dada por. Na presença de duas empresas, e para uma função de lucro, o payoff da empresa 1 é dado por: 5. COMPARAÇÃO DE MODELOS MODELO DE AJ vs MODELO KMZ
MODELO DE KMZ Relativamente ao modelo de KMZ, uma empresa i que efectue um investimento em I&D de trará uma redução de custos de A redução de efectiva de custos de uma empresa 1 é dada por. Na presença de duas empresas, e para uma função de lucro, (a mesma do que em AJ) o payoff da empresa 1 é dado por: 5. COMPARAÇÃO DE MODELOS MODELO DE AJ vs MODELO KMZ
CONCLUSÕES De acordo com os critérios postulados concluiu-se que o modelo AJ deveria ser de validade questionada nomeadamente no que respeita à aplicabilidade nos casos em que o parâmetro de spillover seja grande, ou seja, para o caso em que Acima destra fronteira o investimento em I&D ganha receitas cada vez maiores à escala, ao contrário do concluído por AJ que apresentava lucros menores para empresas que cooperavam e efectuavam maiores investimentos em I&D. Abaixo desta fronteira também se verifica um conflito de resultados entre os 2 modelos. À priori, o modelo KMZ apresenta-se como mais apropriado para o uso universal dado que consegue retornar resultados relativamente fiáveis para todas as gamas de e para todos os cenários apresentados. No entanto estes modelos não deverão ser encarados como alternativos, mas sim aplicados em diferentes situações/industrias. 5. COMPARAÇÃO DE MODELOS MODELO DE AJ vs MODELO KMZ
BIBLIOGRAFIA KAMIEN, M.; MULLER, E.; ZANG, I. (1992) – Research Joint Ventures and R&D Cartels, The American Economic Review DASPERMONT, C.; JACQUEMIN, A. (1999) – Cooperative and Noncooperative R&D in Duopoly with spillovers, The American Economic Review RABAH, A. (2000) – Modeling imperfectly appropriable R&D via spillovers, International Journal of industrial Organization BELDERBOS, R; CARREE, M.; DIEDREN, B.; LOKSHIN, B.; VEUGLERS, R. (2004) – Heterogeneity in R&D cooperation strategies, International Journal of Industrial Organization