A NECESSIDADE DA ANÁLISE DE INDICADORES E ÍNDICES PARA AVALIAÇÃO DE CONSÓRCIOS PÚBLICOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS Alessandro Silva Borges (MAASA/UFBA)

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A NECESSIDADE DA ANÁLISE DE INDICADORES E ÍNDICES PARA AVALIAÇÃO DE CONSÓRCIOS PÚBLICOS DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS Alessandro Silva Borges (MAASA/UFBA) Luiz Roberto Santos Moraes (MAASA/UFBA) Fortaleza, 29/05/2018

INTRODUÇÃO Incentivo do Governo Federal para a formação de Consórcios Públicos Intermunicipais: Financiamento dos estudos para a regionalização da Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Urbanos. Priorização de recursos públicos federais para os municípios consorciados, organizados conforme a Lei de Consórcios Públicos (Lei nº 11.107/2005). 96,7% dos municípios brasileiros declararam participar de algum Consórcio Público Intermunicipal (IBGE, 2015). 35,2% dos municípios informaram que fazem parte de consórcios públicos voltados para o Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos (IBGE, 2015).

INTRODUÇÃO Carência de instrumentos, no âmbito federal, para a avaliação dos resultados da gestão realizada pelos consórcios públicos, especialmente os consórcios públicos intermunicipais voltados para a gestão de resíduos sólidos urbanos. Enquanto ações de Políticas Públicas, faz-se necessário a avaliação dessas em suas diversas etapas: formulação, implementação e pós-implementação. Inferir se estas estão atingindo sua principal finalidade, que é atender à coletividade em seus direitos, garantidos em constituições e demais acordos sociais.

INTRODUÇÃO Para a realização das avaliações, podem ser utilizadas metodologias qualitativas ou quantitativas. Ao utilizar ferramentas quantitativas, recorre-se geralmente ao uso de indicadores e índices. Diferença entre índices e indicadores. Borja (2011) ressalta a importância de situar o alcance e os objetivos dos indicadores, lembrando que estes integram o campo das avaliações quantitativas, sendo insuficiente para captar determinados aspectos da realidade, os quais só podem ser apreendidos com a utilização de avaliações qualitativas.

OBJETIVO Realizar a análise de alguns indicadores e índices utilizados para a avaliação dos Consórcios Públicos Intermunicipais voltados para a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, visando também a proposição de outros.

MATERIAIS E MÉTODOS Baseou-se na busca e análise crítica do conhecimento disponível na bibliografia sobre o tema. Análise dos relatórios de atividades dos consórcios públicos com atuação na área de resíduos sólidos urbanos. Análise documental das instituições públicas responsáveis pelo financiamento, fomento à formação e acompanhamento dos Consórcios Públicos de Resíduos Sólidos Urbanos.

RESULTADO/DISCUSSÃO Como proposta de avaliação da gestão realizada pelos consórcios públicos, encontrou-se um diagnóstico realizado em 2014 pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM) denominado “Diagnóstico de Consórcios Intermunicipais para a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos em Minas Gerais”. Objetivo do Diagnóstico “avaliar os consórcios públicos para o gerenciamento de resíduos sólidos urbanos constituídos no Estado de Minas Gerais utilizando indicadores”.

Indicadores propostos pela FEAM RESULTADO/DISCUSSÃO Indicadores propostos pela FEAM Tabela 1: Indicadores propostos no Diagnóstico da FEAM ITEM DIMENSÃO INDICADOR PERGUNTA 1 Ambiental Coleta Seletiva Quais municípios do consórcio fazem coleta seletiva? O consórcio implantou coleta seletiva? 2 Social Controle Social Existe o Conselho Consultivo? 3 Político/ Institucional Caracterização e Estrutura dos Consórcios Data de início do consórcio? Possui Estatuto? Possui Contrato de Rateio? Possui Contrato de Programa? Área de atuação do consórcio? Empreendimentos integrantes do consórcio? Consórcio obteve recursos financeiros estaduais ou federais? Possui equipe gestora?

Indicadores propostos pela FEAM RESULTADO/DISCUSSÃO Indicadores propostos pela FEAM Continuação da Tabela 1: Indicadores propostos no Diagnóstico da FEAM ITEM DIMENSÃO INDICADOR PERGUNTA 4 Político/ Institucional Plano de Gestão Integrada’ de Resíduos Sólidos (PGIRS) O consórcio elaborou Plano Intermunicipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS)? 5 Arranjos Territoriais Ótimos (ATOs) Os consórcios implantados seguiram os ATOs e/ou Agrupamentos?

RESULTADO/DISCUSSÃO Os indicadores utilizados para a avaliação dos consórcios públicos intermunicipais voltados para a gestão de RSU foram elencados pela FEAM/MG tendo por base os instrumentos da PNRS, o levantamento de artigos e trabalhos acadêmicos, assim como legislações pertinentes aos consórcios públicos. Avaliação dos seguintes parâmetros: Coleta Seletiva. Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos. Controle Social. Utilização dos Arranjos Territoriais Ótimos (ATOs).

RESULTADO/DISCUSSÃO Outra proposta que visa avaliar a sustentabilidade ambiental e econômica de um sistema municipal de gestão integrada de resíduos sólidos: Autor: MatER Research Center / Department of Civil and Environmental Engineering – Environmental Section. (Itália) Título: Integrated municipal waste management systems: An indicator to assess their environmental and economic sustainability (Sistemas de gestão de resíduos urbanos integrados: um índice para avaliar a sustentabilidade ambiental e econômica).

RESULTADO/DISCUSSÃO Proposta: Definir um índice para avaliar a sustentabilidade ambiental e econômica de um sistema de gestão integrada de resíduos sólidos. Premissa: desempenho ambiental depende dos níveis de recuperação de materiais e de energia.

Proposta de Rigamonti, Sterpi e Grosso RESULTADO/DISCUSSÃO Proposta de Rigamonti, Sterpi e Grosso Tabela 2: Indicadores propostos por Rigamonti, Sterpi e Grosso (2016) Item Dimensão Indicador 1 Ambiental Indicador de Recuperação de Material Indicador de Recuperação de Energia 2 Econômico Indicador de Custos

RESULTADO/DISCUSSÃO Rigamonti, Sterpi e Grosso (2016) apresentam o Indicador de Recuperação de Material definindo-o como a razão entre a quantidade de materiais realmente reciclados e a quantidade coletada de resíduos sólidos urbanos. O Indicador de Recuperação de Energia inclui duas diferentes contribuições: A primeira é a recuperação direta de energia (eletricidade e calor) e a segunda refere-se à recuperação em processos secundários (co-combustíveis). Utiliza-se a abordagem da exergia, definida como a quantidade máxima de trabalho que pode ser obtido a partir do processo dado, ou a partir de um sistema de processos reversíveis.

RESULTADO/DISCUSSÃO Os dois indicadores têm como resultado entre 0 e 1, sendo que 0 indica quando não há recuperação de energia e 1 indica 100% de eficiência na recuperação de energia (teoria). O terceiro indicador refere-se ao Indicador de custos, o qual avalia a sustentabilidade econômica de um sistema. Como resultado, apresenta o custo da gestão de uma tonelada de RSU. O índice proposto pode ser usado para avaliar um sistema de gestão integrada de resíduos sólidos urbanos, ou seja, mostra similaridade com os consórcios públicos intermunicipais em relação aos ganhos de escala a partir da prestação de serviços de forma regionalizada.

RESULTADO/DISCUSSÃO Os indicadores voltados para a avaliação de consórcios públicos de gestão de resíduos sólidos urbanos são escassos. Necessidade de intensificar as pesquisas com esse foco, buscando, por exemplo, identificar mais indicadores utilizados no cenário internacional. Encontra-se em andamento uma pesquisa a nível de mestrado (MAASA/UFBA) que tem por objetivo avaliar a gestão de resíduos sólidos urbanos, realizada por consórcio público intermunicipal, em que um de seus objetivos específicos é identificar, analisar e propor um conjunto de indicadores para a avaliação da gestão dos resíduos sólidos urbanos, realizada por consórcio público intermunicipal.

CONCLUSÃO O Governo Federal buscou por diversas maneiras incentivar os municípios a adotarem a gestão associada, por meio da formação de consórcios públicos intermunicipais. Torna-se necessário a proposição/estruturação de um sistema de avaliação dos consórcios públicos intermunicipais voltados para a gestão dos RSU, que permita acompanhar a evolução dos mesmos.

Muito obrigado! alessandrosborges@yahoo.com.br moraes@ufba.br