Sociologia e/do trabalho: questões gerais

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Sociologia e/do trabalho: questões gerais 1º ano EBEP/SESI-Jundiaí Sociologia

O sentido ontológico do trabalho? É possível formular uma única definição para o trabalho humano? Se sim, o que o distinguiria das atividades de outras espécies? A considerarmos as principais definições de trabalho apresentadas no campo das humanidades, encontraremos os seguintes princípios: “trabalho é um dispêndio de energia aplicada à transformação da natureza para a satisfação de necessidades humanas, sendo que tanto a percepção de necessidades, quanto a transformação da natureza seriam construções sociais”; Além disso, essa definição pressuporia outra constatação: quando um indivíduo transforma a natureza, é a sociedade em que vive que o orienta quanto ao ritmo e intensidade dessa atividade. Os resultados do trabalho atenderiam antes a propósitos sociais (e.g., a seleção de animais adequados ao consumo, a definição de como abatê-los, a escolha de matéria-prima a partir dos modos de habitação de uma determinada sociedade etc); Essa característica explicaria a relatividade do trabalho.

Trabalho, sociedade, história O trabalho também está submetido a uma processualidade histórica. Tal dimensão pode ser exemplificada na separação entre trabalho intelectual e manual: de acordo com certas hipóteses em sociologia, a “complexificação” das sociedades, o surgimento da propriedade privada e o alargamento da desigualdade social são variáveis que poderiam explicar a desintegração entre trabalho intelectual e manual (percebida na divisão social do trabalho); A relação entre trabalho e educação também pode demonstrar as várias transformações pelas quais o trabalho passou na história. Em certos casos, os trabalhadores manuais foram excluídos da educação formal – especialmente nas sociedades escravistas e feudais. Em outros, a educação formal recebida pelos trabalhadores manuais cumpria necessidades impostas pelo padrão tecnológico e de gestão da produção daquelas sociedades – escola de ofícios (emergência do capitalismo), escola técnica (capitalismo monopolista), centros de formação tecnológica (capitalismo pós-fordista).

“trabalho” em sociedades não-ocidentais De modo geral, não há separação entre o trabalho e as outras dimensões da vida social nessas sociedades. As atividades cumprem funções rituais, associadas aos mitos, festividades, relações de parentesco, relações com o meio ambiente, dentre outros aspectos da vida cultural. Não é empiricamente apropriado caracterizar essas sociedades como sociedades de subsistência e de técnica primitiva. A simplicidade tecnológica é aparente, já que, diferente dos modernos (em que o trabalho se define pela geração de excedentes), essas sociedades conseguem satisfazer todas as suas necessidades sem depender de um tempo de produção tão grande. Além disso, as atividades dos indivíduos nessas sociedades são percebidas menos como de transformação e mais como de co-habitação; Tratam-se de sociedades em que o sentido de unidade no trabalho é marcante, tanto com relação aos indivíduos da tribo, quanto com relação aos seres da natureza.