A compreensão na leitura

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
REFLEXÃO Conceber a avaliação como um projeto de futuro. Garantir a todas as crianças e jovens uma aprendizagem para toda a vida. Para tanto, é preciso.
Advertisements

Federação Portuguesa de Atletismo
Algoritmos e conceitos: O que fazer com a divisão?
O discurso na sala de aula de Matemática
O TEXTO ARGUMENTATIVO E TEXTO EXPOSITIVO
Dois modos de ler a Bíblia.
Letramento: um tema em três gêneros
OS CONHECIMENTOS PRÉVIOS PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO DE DISCIPLINA
4.º CONGRESSO EDUCAÇÃO HOJE – 1.º CICLO Ensinar a ler/ Formar leitores
Abordagem Exploratória e Investigativa - IBSME
Tecnologias da Informação e Comunicação
Matemática para todos Educação Básica
PROBLEMAS E DICAS PARA A CONSTRUÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO
Núcleo de Assessoria Pedagógica Unisal – Lorena 2006
A escola é uma escada, cada degrau prepara para o degrau posterior.
Competência Leitora As práticas de leituras escolares são cruciais para o desenvolvimento da competência leitora dos alunos.
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil
A maioria dos fenômenos psicológicos – como o pensamento, a motivação, as emoções, a aprendizagem, a memória, o conhecimento, o raciocínio, a percepção,
Sugestões para tirar Apontamentos nas Aulas
Sequência Didáctica.
- PROGRAMA DE PORTUGUÊS -
PNLD – Programa Nacional do Livro Didático
Feedback Realimentação ou retroalimentação
A COMPREENSÃO EM LEITURA
Ajude – me!!.
MetodologiaTrabalhoeProjecto Projecto é um plano com um conjunto descritivo de acções, instrumentos e componentes necessários à concretização de um produto.
Reunião de Pais e Professoras E. M. ERWIN PRADE 2008
AVALIAÇÃO DISCENTE: a prova em questão
SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Transferência de aprendizagem
O Aluno a Distância e suas Necessidades
AULA 6 Como Estudar.
A Modelagem Matemática como Ambiente Educacional
Os projetos de trabalho: uma forma de organizar os conhecimentos escolares Bases técnicas que fundamentam a organização curricular a partir de projetos.
O PLANEJAMENTO ESCOLAR
Projecto financiado com o apoio da Comissão Europeia no âmbito do programa “Lifelong Learning Programme – Comenius ( )” Ler, uma procura activa.
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
A compreensão em leitura
Orientação Técnico-Pedagógica
Profa. Reane Franco Goulart
David Ausubel ( ) Ausubel era médico psiquiatra da Universidade de Columbia, Nova York; Dedicou sua carreira à psicologia educacional.
PRÓ-REITORIA ADJUNTA DE ENSINO A DISTÂNCIA – PROEAD
A Metacognição no Currículo do Estado de São Paulo
TEXTO DE REFERÊNCIA COMO TRABALHAR…
Curso de Capacitação em Tecnologias de Educação a Distância
ESTÁGIO SUPERVISIONADO II HABILIDADES TÉCNICAS DE ENSINO
Marta Maria Salmazo Eliza Redondo Ferreira
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
ATSI 2007 Sobre Alinhamento os exemplos que seguem são tirados ”tal qual” dos resumos da aula teórica entregues pelos alunos...
Situação de Aprendizagem
SEQUÊNCIA DIDÁTICA: o que é e como se faz
Etapas de uma sequência didática
SOFTWARES EDUCACIONAIS – CÓD PROF. MSC. RONNISON REGES VIDAL.
Apontamentos sugestões e orientações práticas. Apontamentos nas Aulas Esta tarefa irá permitir-te estar mais atento e mais concentrado na aula. O registo.
LEITURA EM CONTEXTO ESCOLAR
Trabalho realizado por:
Por que o jornal na escola?
PRÁTICA DE LEITURA PRÁTICA DE PRODUÇÃO DE TEXTOS
Grupo: Miriã Suellén Poliana Cristina Rebeka Viviane Cristina
Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Educação Curso de Pedagogia Seminário de Prática Educativa 2015 TITULO do Trabalho Autores/as: (componentes.
LETRAMENTO CRÍTICO VISUAL: EXPLORANDO A LÍNGUA EM MUITAS FORMAS
Virtual Classroom Tour AnteriorSeguinteHomeSaída Conteúdos Formas de trabalho Formas de trabalho Papéis na sala de aula Papéis na sala de aula Dicas e.
Crítica à concepção de currículo cristalizado
PARA UMA ESCOLA SOCIOCOGNITIVA Mª Fátima Pires – DESTREZAS DE PENSAMENTO.
Didáctica da Matemática 1º Ciclo – PONTE e SERRAZINA Prof. Dr. Manoel Oriosvaldo de Moura.
Alfabetização e /ou letramento?. O que é letramento? Magda Soares explica que: “é em meados dos anos de 1980 que se dá, simultaneamente, a invenção do.
As linguagens da Internet: O Hipertexto. Reflexão Clicar nos links facilitou ou complicou sua caminhada para compreender o que é um hipertexto? Você se.
Aprendizagem da matemática
Revisado por Phil Daro, USA Common Core Standards Análise da Base Nacional Comum Curricular de Matemática.
Transcrição da apresentação:

A compreensão na leitura De Boeck, 1996 e 2008. Por Jocelyne GIASSON Cap. 2 : Um modelo de ensino de compreensão na leitura O ensino explícito.

Evolução do ensino da Compreensão O que é uma estratégia de ensino da compreensão em aula? Fazer ou dizer qualquer coisa para ajudar os alunos a compreender ou a encontrar o significado de elementos maiores do que a simples palavra (expressões, frases, parágrafos, textos) Constatação (após sondagem): menos de 1% do tempo da aula de leitura é consagrado às estratégias de ensino. O tempo é consagrado, sobretudo, a dar directrizes e a avaliar os alunos através de questões sobre o texto. Crença no facto de que apenas o exercício trará êxito em leitura! Sequência habitual: Fazer referência – dar os exercícios – verificar as respostas ≠ ensinar! / ≠ aprender

Evolução do ensino da Compreensão Actualmente : Consciência da necessidade de ir mais longe do que apenas colocar questões ou mandar repetir tarefas de leitura aos alunos. Necessidade: - De inserir uma função explicativa: dizer aos alunos por que razão uma resposta não é adequada e mostrar como é que uma dada estratégia pode melhorar as suas respostas. - De transformar o aluno num sujeito activo (aluno ≠ recipiente vazio a encher aluno = aprendiz que procura sentido naquilo que faz). Professor = modelo e guia para a criança Desenvolvimento de aptidões na criança, possível através das suas interacções com aqueles que possuem essas mesmas aptidões (neste caso, o professor).

O ensino explícito na leitura Chamado também de «Ensino Directo» O ensino explícito na leitura Características: Valorização do papel do professor: necessidade de planificar, embora não de maneira rígida (ele deve ser capaz de reconhecer quando é preciso dar um exemplo adicional, uma metáfora, um diagrama, discutir algo não-previsto inicialmente…); 2. Colocação sistemática do aluno numa situação de leitura global e com significado: não dividir o trabalho ou a capacidade a adquirir em sub-capacidades e oferecer todo o apoio possível; Por isso: - levar o aluno a efectuar a tarefa como um todo, desde o início; - diminuir este apoio, à medida que o progresso do aluno se for verificando. 3. Atribuição de uma grande importância ao desenvolvimento da autonomia do aluno (desenvolvimento de capacidades e, sobretudo, de estratégias passíveis de serem utlizadas de forma flexível).

O ensino explícito na leitura Alvo As estratégias de compreensão (como por exemplo: descobrir o sentido das palavras com a ajuda do contexto, isolar as ideias importantes de um texto, construir a imagem mental de uma personagem ou de um acontecimento...). Etapas: 1. Definir a estratégia e encontrar a sua utilidade: - definir uma estratégia com linguagem apropriada aos alunos; - dar-lhe um nome (para facilitar a sua memorização); - explicar como é que a estratégia lhes será util, na compreensão do texto; - valorizar a estratégia (incute confiança no leitor, pois aumenta a sensação de controle sobre a tarefa a executar). (Ex: título adequado para um parágrafo / encontrar informação relevante num texto!)

O ensino explícito na leitura 2. Tornar o processo transparente. Os processos cognitivos não são directamente observáveis; eles devem, por isso, ser ilustrados ou explicitados por um leitor formado. 3. Interagir com os alunos e orientá-los no domínio da estratégia. Mostrar pistas, discutir a estratégia com os alunos, facultar comentários construtivos, etc. Exequível em grupo, sub-grupos ou individualmente. O trabalho em grupo ou sub-grupo é muito interessante, pois permite comparações entre as várias formas de utilizar a estratégia. 4. Facilitar a autonomia na utilização da estratégia. Conversar regularmente com os alunos e vigiar eventuais usos ineficazes de cada estratégia. 5. Assegurar-se quanto à aplicação da estratégia. Incitar à aplicação das estratégias em outros instrumentos, embora com atenção quanto ao modo e ao momento mais adequados!

O ensino explícito na leitura Tipos de conhecimento (outro modo de sintetizar as etapas) O ensino explícito pode ser associado a conhecimentos declarativos, processuais e pragmáticos : Responder às questões : O quê? Porquê? Como? Quando? - O quê? (definição, descrição ou exemplo da estratégia); - Porquê? (dizer por que é que a estratégia é importante); -Como? (o professor esclarece verbalmente a forma como ele procede para a utilizar, interage com os alunos e leva-os a um domínio crescente da estratégia, consolida as aprendizagens e facilita a autonomia dos alunos no seu uso de uma dada estratégia); - Quando? (o professor explica em que condições a estratégia deve ou não ser utilizada e como será avaliada a sua eficácia).

O ensino explícito na leitura Definições possíveis a partir deste momento: Aptidão = Saber COMO Estratégia = Saber O QUÊ PORQUÊ COMO QUANDO

E se estiverem em falta, adicione-os (p.32) O ensino explícito na leitura Especificamente para o professor que quer levar o ensino explícito em linha de conta: verificar se as aulas contêm em si elementos fundamentais, ou seja... o « quê » ? o « porquê » ? o « como » ? o « quando » ? E se estiverem em falta, adicione-os (p.32) Em resumo, a fórmula « o quê-porquê-como-quando » fornece um enquadramento simples, mas bem alicerçado teoricamente para preparar ou completar uma aula de leitura.  (J. Giasson, p.33)

O ensino explícito na leitura 3 etapas com vista à autonomia do leitor Responsabilidade do aluno Responsabilidade do professor Responsabilidade partilhada Facilitar uma utilização autónoma Tornar o processo transparente Guiar os alunos «Constatou-se, de forma repetida, que passar pelas três etapas permitia ao aluno dominar mais facilmente as estratégias» (J.Giasson, p. 33)

O ensino explícito na leitura É de assinalar que dois tipos de ensino utilizam somente o lado direito do gráfico (orientando, assim, directamente, os alunos para o uso autónomo da estratégia, sem passar pelas outras etapas): 1. O ensino realizado com livro de exercícios : pede-se ao aluno que utilize uma capacidade – Se fracassar, é-lhe fornecido um exercício adicional. 2. O ensino assente em « aprender a ler, lendo» : basta colocar o aluno em situação real e funcional de leitura para que a aprendizagem se concretize. Situação extrema! «Acreditar que o leitor se tornará pura e simplesmente autónomo, ao repetir uma e outra vez a tarefa de leitura.» (Pág.34)

O ensino explícito na leitura …Não é o único modelo válido. Nem é, sequer, o mais adequado em certos casos (como, por exemplo, quando se trata de utilizar estratégias mais complexas, que impliquem nomeadamente, uma componente estética). Pode, contudo, co-habitar com outros modelos. Além disso, o seu único propósito é o ensino de estratégias específicas. Se o objectivo do professor for o de levar o aluno a utilizar de forma integrada o conjunto das estratégias previamente ensinadas, ele irá recorrer a um ensino do tipo «intervenção antes-durante-após a tarefa de leitura». Pág.35

O ensino explícito na leitura Em resumo : O ensino explícito «caracteriza-se por uma preocupação em tornar transparentes os processos cognitivos integrados na tarefa de leitura e pela tónica colocada no desenvolvimento da autonomia do leitor.» Imagens : ‘clipart’ disponível em http://office.microsoft.com