POLÍTICAS DE INCLUSÃO NO BRASIL

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
ATRIBUIÇÕES E PRÁTICAS DOS SERVIÇOS DE APOIO PEDAGÓGICO ESPECIALIZADO
Advertisements

MICRO POLÍTICAS E CONFLITOS NA SALA DE AULA
Res.SE 68/2008 Fixa normas para educação de alunos com n.e.e. na rede
UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA CAMPUS XI – SERRINHA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - DEDC INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA NAS SÉRIES INICIAIS.
ADEQUAÇÃO CURRICULAR.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL - UEMS
PELA ALFABETIZAÇÃO NA IDADE CERTA Ciclo de Alfabetização
DIA MUNICIPAL EM DEFESA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR.
08/08/2007 Ana Silvia Rosana Ferraz
RELATO DE EXPERIÊNCIA A Escola Municipal Amaro Coelho atende alunos na faixa etária de 0 a 15 anos, administrando o Ensino fundamental de 1ª a 4ª série,
Programa aluno pesquisador
BOLSA ALFABETIZAÇÃO 2º semestre / 2008.
um desafio contemporâneo
EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
POLÍTICAS E AÇÕES DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
O psicólogo na Educação/Escolar UM BREVE HISTÓRICO
FORMAÇÃO EM AÇÃO 2012 – I SEMESTRE
Prof. Orlando Miranda Júnior
Educação inclusiva: uma questão de direitos humanos
Pedagogo "Individuo que se ocupa dos métodos de educação e ensino" Fonte: Dicionário Michaelis.
EDUCAÇÃO ESPECIAL A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis de ensino: Educação Infantil, Básica e Superior Educação.
2º ORIENTAÇÃO TÉCNICA SAPEs PCNP DE EDUCAÇÃO ESPECIAL
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão Diretoria de Políticas de Educação Especial.
  Rejane Araruna Mestranda em Educação - UFC
A PERGUNTA INICIAL: Estamos promovendo a Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva?
Política Nacional de Educação Especial na
SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
PERGUNTA-SE As escolas dão a devida atenção aos CONSELHOS DE CLASSE?
Planejamento PNAIC 2014.
ESCOLA MUNICIPAL PEQUENO POLEGAR
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO
Escola Municipal Professoras:
Medidas educativas para alunos com NEE
INCLUSÃO DO ALUNO SURDO NA CLASSE REGULAR
ATRIBUIÇÕES PROFISSIONAIS
Conafor: perspectivas para o papel do Comfor na implementação e consolidação da Política Nacional de Formação Inicial e Continuada de Profissionais.
Profª Drª Sonia Maria Rodrigues
BOM DIA.
Necessidades Especiais, Docência e Tecnologias
Atendimento Educacional Especializado - AEE
TEXTO DE REFERÊNCIA COMO TRABALHAR…
Conferência Municipal de Educação
Sala de Recursos Multifuncionais
POR QUE INCLUSÃO? Maristella Abdala.
EDUCAÇÃO ESPECIAL um novo lugar na educação brasileira
Educação Inclusão A concepção da inclusão educacional expressa o conceito de sociedade inclusiva, aquela que não elege, classifica ou segrega indivíduos,
Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa
EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ENTRE O IDEAL E A REALIDADE
AEE, PPP e acessibilidade na escola
Educação Especial: Surdez
SITUAÇÕES.
A ESCOLA NA PERSPECTIVA DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA: A CONSTRUÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO E ACESSIBILIDADE Uberlândia - agosto de 2010.
EDUCAÇÃO DAS PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS NA ESCOLA REGULAR
Construindo a cultura educacional inclusiva
Adaptação Curricular Deficiência Intelectual
EDUCAÇÃO INFANTIL EXEMPLOS DE SITUAÇÕES Setembro-2011
Campina Grande Outubro 2015
A EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA E A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR - INSERÇÕES PROPOSTAS.
NUMA PERSPECTIVA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA
São profissionais que atuam em instituições escolares e educativas, bem como dedicam-se ao ensino e a pesquisa na interface Psicologia e Educação. As.
São aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão Diretoria de Políticas de Educação Especial.
Existência de matrículas duplicadas; Alunos com matrícula nas escolas especiais e nas escolas comuns; Mesmo aluno com várias deficiências; Nº elevado.
Prática na Sala de Recursos Multifuncionais.
Inclusão O que é Inclusão? É somente colocar uma criança com deficiência na escola?
ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO AEE Jucimara Liesenberg 1.
Termo de Terminalidade
Educação Inclusiva: Avanço ou Retrocesso?. Rede Municipal de Ensino Unidades Educacionais (Com exceção dos CEI Indiretos) Educadores SME.
Transcrição da apresentação:

POLÍTICAS DE INCLUSÃO NO BRASIL DEBATES NA ATUALIDADE

CONCEITO DE DEFICIÊNCIA Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas - Convenção sobre o direito das Pessoas com Deficiência (ONU, 2006)

ANOS 90 – Políticas públicas de inclusão: utopia ou realidade? ATUALIDADE - como implementar um processo educacional que considere a diversidade do alunado?

EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL Início em 1854 (escola para cegos) 1857 (escola para surdos) A partir de 1920 – criação de várias escolas especiais Década de 70 – criação de escolas especiais Década de 80 – processo de integração

PROCESSO DE INTEGRAÇÃO Inserção dos alunos com deficiência na escola regular Inserção condicional Modelo médico da deficiência Normalização

PROCESSO DE INCLUSÃO A política de Educação Inclusiva defende que todas as crianças devem estar no ensino comum desde o início de sua vida escolar e serem atendidas em suas especificidades. Inserção incondicional dos alunos com deficiência na escola regular Respeito e valorização das diferenças

CONDIÇÕES PARA A ESCOLA INCLUSIVA É preciso garantir: A presença A participação A aquisição de conhecimentos

CONDIÇÕES PARA A ESCOLA INCLUSIVA Mudanças necessárias: Elaboração do PPP Implantação dos ciclos de formação Mudanças na avaliação Parceria com a família Aprendizagem como centro Trabalho coletivo em sala Gestão democrática

CONDIÇÕES PARA A ESCOLA INCLUSIVA Adaptações curriculares Formação docente Prática pedagógica inclusiva: Aquela em que o professor ou professora considera a diversidade de seus alunos e tenta atender suas necessidades educacionais flexibilizando as ações voltadas para o acesso à participação social e ao conhecimento.

EDUCAÇÃO ESPECIAL É uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os serviços e recursos próprios desse atendimento e orienta os alunos e seus professores quanto a sua utilização nas turmas comuns do ensino regular (Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva)

Atendimento Educacional Especializado - O atendimento educacional especializado identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando as suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.

Em todas as etapas e modalidades da educação básica, o atendimento educacional especializado é organizado para apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta obrigatória dos sistemas de ensino e deve ser realizado no turno inverso ao da classe comum, na própria escola ou centro especializado que realize esse serviço educacional.

A interface da educação especial na educação indígena, do campo e quilombola deve assegurar que os recursos, serviços e atendimento educacional especializado estejam presentes nos projetos pedagógicos construídos com base nas diferenças socioculturais desses grupos.

Cabe aos sistemas de ensino, ao organizar a educação especial na perspectiva da educação inclusiva, disponibilizar as funções de instrutor, tradutor/intérprete de Libras e guia intérprete, bem como de monitor ou cuidador aos alunos com necessidade de apoio nas atividades de higiene, alimentação, locomoção, entre outras que exijam auxílio constante no cotidiano escolar.

O atendimento educacional especializado é realizado mediante a atuação de profissionais com conhecimentos específicos no ensino da Língua Brasileira de Sinais, da Língua Portuguesa na modalidade escrita como segunda língua, do sistema Braille, do soroban, da orientação e mobilidade, das atividades de vida autônoma, da comunicação alternativa, do desenvolvimento dos processos mentais superiores, dos programas de enriquecimento curricular, da adequação e produção de materiais didáticos e pedagógicos, da utilização de recursos ópticos e não ópticos, da tecnologia assistiva e outros.

PESQUISA A CONSTRUÇÃO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS INCLUSIVAS EM UMA ESCOLA PÚBLICA DE BELO HORIZONTE

AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: O FAZER DOCENTE As adaptações curriculares Práticas pedagógicas diferentes: duas professoras conseguiam fazer adaptações nas atividades em sala e nas avaliações e duas apresentavam dificuldades em realizar essas adaptações Práticas com poucas adaptações: atividades descontextualizadas e de conteúdo diferente da disciplina trabalhada com o restante da turma

AS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS: O FAZER DOCENTE Práticas de qualidade com os(as) alunos(as) sem deficiência e impotência pedagógica com os(as) alunos(as) com deficiência Receio de não atender bem os(as) alunos(as) com deficiência “...às vezes, o professor não trabalha com inclusão por medo. Medo de errar, medo de receber críticas. Mas, não foi falado... Ninguém lhe orientou...”(Entrevista com uma professora) Professoras incomodadas, mas não acomodadas

Desejo das professoras e das auxiliares de apoio à inclusão de atender as necessidades dos(as) alunos(as) Eu acho que deveria ter mais pesquisa, mais experiências socializadas. Você saber algo e tentar passar e eu vou ver se dá certo... Para ver se a gente pode conseguir... Para a melhoria daquele aluno na escola (Entrevista com uma auxiliar de apoio à inclusão) Lacunas nos saberes docentes para efetivar as adaptações necessárias ao acesso ao conhecimento

Enfrentamento do não saber: tentativas de ensaio e erro A gente passou por um momento aqui na escola que era assim: o aluno saía da sala para fazer atividade com a estagiária, até que a gente começou a ver que não pode ser assim. Ele tem de estar na sala (Entrevista com uma professora) Adaptações nas avaliações: Com apoio o(a) aluno(a) com deficiência consegue participar das avaliações

A PRÁTICA DA PROFESSORA ELISA 31 anos de trabalho na rede municipal, 10 anos na escola investigada Turma de 3º ano do 1º Ciclo com 27 alunos(as), 3 com NEE (def. intelectual, autismo e def. física) Auxiliar de apoio à inclusão Boa relação com os(as) alunos(as) e auxiliar de apoio à inclusão Prática dialogada, espaço e tempo organizados Alfabetização de uma aluna com deficiência intelectual

A CONSTRUÇÃO DE UMA PRÁTICA INCLUSIVA Início: caixa com letras móveis Escrita com as letras móveis: próprio nome, nome da professora do ano anterior, nome dos colegas Paixão pela leitura e escrita: uso do quadro e caderno Fala nas rodas de conversa: mediação da professora para organização do pensamento Evolução da escrita: de palavras para frases com introdução de verbos

A CONSTRUÇÃO DE UMA PRÁTICA INCLUSIVA “Olha, se a gente não colocar essa palavra não vai dar para entender o que você quer dizer”. Aí, ditava a frase para a Letícia. Então ela conseguia formar frases. Textos também, a gente começou dessa forma. Ela falava e a gente reorganizava o texto dela e ela depois escrevia. Textos muito pequenos (Entrevista com a professora) Hoje, a Letícia escreve carta, escreve bilhete. Ela não consegue ainda escrever um texto, criar um texto, uma história. A questão da criatividade, da sequência, ela não tem ainda. Ela conhecendo para quem vai escrever, vai escrever para a Débora. Para quê? Para desejar um Feliz Natal. Tem de ser direcionado (Entrevista com a professora)

Aspectos relevantes: Trabalho com a aluna no Atendimento Educacional Especializado (AEE) e no Projeto de Intervenção Pedagógica (PIP) Apoio da família Desejo da aluna de aprender: “paixão” pela leitura e escrita Prática pedagógica inclusiva: consideração das diferenças e flexibilização das ações pedagógicas para o atendimento das necessidades da aluna

Prática pedagógica inclusiva Olhar atento da professora para as necessidades da aluna e suas possibilidades de aprendizagem Prática dialogada com respeito e aceitação Adaptações: no espaço, na temporalidade, nos procedimentos didáticos, nas atividades em sala e nas avaliações

Aceitar e respeitar a diferença é uma dessas virtudes sem o que a escuta não se pode dar. Se discrimino o menino ou a menina pobre, a menina ou o menino negro, o menino índio, a menina rica; se discrimino a mulher, a camponesa, a operária, não posso evidentemente escutá-las e se não as escuto, não posso falar com eles, mas a eles, de baixo para cima. Sobretudo, me proíbo entendê-los. Se me sinto superior ao diferente, não importa quem seja, recuso-me escutá-lo ou escutá-la. O diferente não é o outro a merecer respeito, é um isto ou aquilo, destratável ou desprezível (Paulo Freire).