EDUCAÇÃO CONTINUADA X EDUCAÇÃO PERMANENTE

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
S N F Estratégias da Política Nacional de Formação
Advertisements

A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE
Universidade Federal de Pelotas
Ações Estratégicas na Atenção Básica
DIRETRIZES OPERACIONAIS PARA EDUCAÇÃO BÁSICA NAS ESCOLAS DO CAMPO
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
PROGRAMA de Educação pelo Trabalho para a Saúde – PET/SAÚDE/UFPE
PROJETO: PARCERIA FEDERASUL E PUCRS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL - UEMS
EDUCAÇÃO PERMANENTE UMA POSSIBILIDADE DE MUDANÇA
Seminário Internacional da Educação Profissional em Saúde: avaliação do PROFAE e perspectiva 24 e 25 de julho de 2006.
Prof. Dra. Laura Feuerwerker
1-Como organizar-se/montar-se uma Clinica
Desmistificando o ensino de odontologia na sua relação com o SUS
POLÍTICA ESTADUAL DE GESTÃO DO TRABALHO E DA EDUCAÇÃO NA SAÚDE - PGETS
ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE DA FAMÍLIA
Ana Cristina Ghisleni
Educação Permanente em Saúde :
AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS INTELIGÊNCIA COLETIVA, DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL, TECNOLOGIAS E ACESSO À INFORMAÇÃO CONCLUSÃO Desde o surgimento das organizações,
SÉCULO XX.
Desenvolvimento Docente Profa. Clezilte Brasileiro
Formação por competências
Seminário Regional de Psicologia e Políticas Públicas: Perspectivas de Diálogo com o Estado O fazer da Psicologia e as Políticas Públicas SETAS.
GESTÃO PARTICIPATIVA Nova tendência mundial de gestão empresarial embasada na valorização do conhecimento, circulação de informação e participação coletiva.
Apresentação dos Conteúdos Programáticos
Educação Permanente Profa. Aline Alves de Andrade.
A GESTÃO E SUAS MULTIPLICIDADES
OFICINA DE GESTÃO DO TRABALHO EM SAÚDE
Organização, Planejamento e Gestão De Projetos Educacionais
Recordando... Desde que foi criado, o SUS já provocou profundas mudanças nas práticas de saúde do país. Para que novas mudanças ocorram é preciso haver.
PERGUNTA-SE As escolas dão a devida atenção aos CONSELHOS DE CLASSE?
Superintendência de Recursos Humanos da Saúde
A Importância da Educação Continuada
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO
LICENCIATURA EM LETRAS-PORTUGUÊS UAB – UNB
TECNOLOGIAS DE GESTÃO DO CUIDADO EM SAÚDE
O PLANEJAMENTO ESCOLAR
CURSO DE MEDICINA UFRR-IESC-2007
EDUCAÇÃO EM SAÚDE Profª. Mayara Thomaz.
DISCIPLINA: INICIAÇÃO EM FISIOTERAPIA PROFª RITA DE CÁSSIA PAULA SOUZA
ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NO CRAS/SUAS
Maria Elenice Vicentini Enfermeira de Saúde Pública
UNIVERSIDAD PINAR DEL RIO Hermanos Saiz Montes de Oca Modelo curricular para a educação de ensino médio nas escolas rurais no estado de Mato Grosso Brasil.
São Paulo – Abril de 2008 Integração ensino-serviço nas redes municipais de saúde como princípio de gestão Título Laura Camargo Macruz Feuerwerker.
PLANO DE DESENVOLVIMENTO DOS INTEGRANTES DA CARREIRA
Gestão por Competências
Perfil e Deveres do Biomédico(a):
A FORMAÇÃO DO ENFERMEIRO: CURRÍCULO DE ENFERMAGEM
INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA
PLANEJAMENTO ESCOLAR Importância e significado do planejamento escolar
CONFERÊNCIA NACIONAL DE EDUCAÇÃO BÁSICA “Democratização da Gestão e Qualidade Social da Educação” Dr. Luiz F. Dourado -UFG Brasília,
Universidade Federal de Uberlândia
Programa de Formação de Facilitadores de Educação Permanente em Saúde Rio de Janeiro 30 de julho de 2007.
Antônio Ivo de Carvalho
LIDERANÇA E GESTÃO DE PESSOAS
CURSOS TECNOLÓGICOS Prof.ª Dr.ª Terezinha Bazé de Lima Pró-reitora de Ensino e Extensão Site:
ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA Educação a Distância Fundação Oswaldo Cruz Lucia Dupret Coordenação Geral Programa de Educação a Distância Escola Nacional.
Política de Formaçã0-Seduc Sala de Educador
1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Medicina Programa de Pós Graduação em Ciências Cardiológicas Linha de pesquisa Educação e Saúde.
PENSANDO O LIVRO DIDÁTICO E SUAS IMPLICAÇÕES NO ENSINO DE HISTÓRIA
REESTRUTURAÇÃO CURRICULAR DOS CURSOS TÉCNICOS
Planejamento: plano de ensino, aprendizagem e projeto educativo
A formação e o mercado de trabalho dos técnicos em saúde:
Kátia Souto Consultora Técnica do PNCH/SVS/MS Curitiba/ 2009
Prof.ª Dr.ª Deuzimar Costa Serra CESCD-UEMA
MARÍLIA – 06/10/2010. AVALIAÇÃO NA MACRO REGIÃO CENTRO OESTE PAULISTA A PARTIR DE QUESTÕES FOCADAS PELO MS.
Objetivo: + Contribuir para que o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento humano seja assegurado a todos os estudantes brasileiros e estrangeiros residentes.
Instituição Proponente: Universidade Vila Velha (UVV) Instituições Parceiras: Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (SESA) Secretaria Municipal.
Revisita ao PPP.
Currículo, PNE e Base Nacional Comum Atividade complementar 01 Apresentação 01.
Transcrição da apresentação:

EDUCAÇÃO CONTINUADA X EDUCAÇÃO PERMANENTE INICIAÇÃO EM FISIOTERAPIA

EDUCAÇÃO CONTINUADA OU EDUCAÇÃO PERMANENTE? Apesar de ambas conferirem uma dimensão temporal de continuidade ao processo de educação, correspondente às necessidades das pessoas durante toda a vida, assentam-se em princípios metodológicos diversos.

1) EDUCAÇÃO CONTINUADA “Englobaria as atividades de ensino após o curso de graduação com finalidades + restritas de atualização, aquisição de novas informações e/ou atividades de duração definida e através de metodologias tradicionais” (Ricas, 1994)

1) EDUCAÇÃO CONTINUADA “Conjunto de experiências que se seguem à formação inicial e que permitem ao indivíduo manter, aumentar ou melhorar sua competência para que ela seja compatível com o desenvolvimento de suas responsabilidades profissionais”. (Davini, 1994)

1) EDUCAÇÃO CONTINUADA Sob esta ótica, caracteriza-se a competência como atributo individual vinculado ao domínio de conhecimentos, habilidades e atitudes para a qual, sem dúvida, as ações de educação continuada podem contribuir e de forma valorosa.

1) EDUCAÇÃO CONTINUADA É um processo de qualificação profissional que pode ser planejado a médio e longo prazo, atendendo as demandas do mercado e as necessidades que o profissional sente na medida em que vão acontecendo mudanças nos processos de trabalho.

1) EDUCAÇÃO CONTINUADA Iniciativas Pessoais de Educação Continuada: Cursos (Aperfeiçoamento, Aprimoramento, Pós-graduação...); Congressos e Eventos por interesses pessoais e profissionais.

1) EDUCAÇÃO CONTINUADA Educação Continuada Institucional: A instituição promove e organiza eventos de treinamento para diferentes categorias profissionais dos serviços, Autoriza e apóia os funcionários para que realizem cursos fora da sede do município, do estado ou do país.

Educação Continuada Institucional Corporativa: Ocorre de várias formas e a todos os instantes: Reuniões; Instruções e Treinamentos; Trocas de experiências... Mas muitas vezes, não seguem 1 planejamento com objetivo específico.

1) EDUCAÇÃO CONTINUADA Educação Continuada Institucional Corporativa: Entretanto, a competência corporativa só é efetivamente desenvolvida através de uma estratégia eficaz de aprimoramento constante de seus colaboradores.

1) EDUCAÇÃO CONTINUADA Educação Continuada Institucional Corporativa: Empresas que investem em Educação Continuada  sua produtividade e qualidade, motivando seus colaboradores. A motivação acelera o desenvolvimento de novos produtos e serviços e gera conhecimento resultando em maiores ganhos.

1) EDUCAÇÃO CONTINUADA Desvantagem: Ao privilegiar a direcionalidade técnica do trabalho nos processos educativos, a EDUCAÇÃO CONTINUADA, enquanto estratégia reforça a fragmentação das equipes e do processo de trabalho, na medida em que se centra no desempenho de cada categoria profissional em suas funções determinadas social e tecnicamente pela divisão do trabalho e que se formalizam na descrição dos postos de trabalho.

2) EDUCAÇÃO PERMANENTE A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE (EPS) tem como objeto de transformação o processo de trabalho, orientado para a melhoria da qualidade dos serviços e para a eqüidade no cuidado e no acesso aos serviços de saúde. Parte, portanto, da reflexão sobre o que está acontecendo no serviço e sobre o que precisa ser transformado.

2) EDUCAÇÃO PERMANENTE “A educação no trabalho, pelo trabalho e para o trabalho nos diferentes serviços cuja finalidade é melhorar a saúde da população”. (Rovere, 1994).

2) EDUCAÇÃO PERMANENTE Ao pensar os processos educativos ligados à reflexão sobre as questões do trabalho, a Educação Permanente circunscreve um espaço próprio que a diferencia de outras intervenções educativas, salientando como concepções distintas do trabalho em saúde se correlacionam com a forma com que se concebe a educação para este trabalho.

2) EDUCAÇÃO PERMANENTE Acompanha, assim, o processo de deslocamento progressivo do exercício liberal autônomo, individual e independente para formas de organização do trabalho assalariado em equipe, organizações e redes, formas essas que não podem deixar de trazer repercussões sobre as maneiras como as pessoas se preparam para o trabalho.

2) EDUCAÇÃO PERMANENTE A contraposição aos modelos centrados na fragmentação e divisão do trabalho e na normatização das tarefas para novas modalidades de trabalho cooperativo que conformam unidades de atenção + horizontalizadas...

2) EDUCAÇÃO PERMANENTE ... O deslocamento dos interesses pessoais (demandas de atualização para a competência individual) para os da instituição e equipe (demandas do processo de trabalho) na organização das práticas educativas.

(A) EDUCAÇÃO CONTINUADA X (B) EDUCAÇÃO PERMANENTE (A) “Alternativas educacionais + centradas no desenvolvimento de grupos profissionais, seja através de cursos de caráter seriado, seja através de publicações específicas de um determinado campo”. (NUNES) (B) “Processos de aprendizagem no trabalho, a partir da reflexão sobre o processo de trabalho, enunciando problemas e necessidades de natureza pedagógica”. (MOTTA)

DISTINÇÕES CONCEITUAIS: EDUCAÇÃO CONTINUADA Uniprofissional; Prática autônoma; Temas de especialidade; Atualização técnica; Forma Esporádica; Centrada na transmissão de conhecimentos...

DISTINÇÕES CONCEITUAIS: EDUCAÇÃO PERMANENTE Multiprofissional; Prática institucionalizada; Temas: Problemas de saúde; Transformação das práticas; Forma Contínua. Centrada na resolução de problemas...

EDUCAÇÃO PERMANENTE: NOVAS EXIGÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL ... Inadequação dos modelos clássicos de gestão para responder às novas exigências do trabalho em saúde e às novas exigências de formação profissional... Organização vertical; Divisão rígida entre funções técnicas e administrativas; Estrutura hierárquica; Processos burocráticos / lentos de tomada de decisão...

EDUCAÇÃO PERMANENTE: NOVAS EXIGÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL ... Necessidade de re-desenho institucional de modo a dotar  as organizações de saúde de capacidade de manejar os problemas de saúde-doença com eficiência e efetividade... Mobilizar saberes interdisciplinares e recursos intersetoriais; Operar com agilidade e flexibilidade; Lidar com relações intersubjetivas e com juízos morais...

EDUCAÇÃO PERMANENTE: NOVAS EXIGÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Impõe-se um novo modelo que: Propicie o trabalho cooperativo, a interação entre as experiências individuais e coletivas, a mobilização dos distintos saberes envolvidos no objeto saúde.

EDUCAÇÃO PERMANENTE: NOVAS EXIGÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL Fomente a autonomia e a responsabilização dos profissionais, e amplie seu compromisso com a missão institucional e com os resultados em saúde. Flexibilize seu planejamento de modo a se beneficiar da aprendizagem institucional que se dá no transcurso das ações; O plano deve dar lugar ao processo.

EDUCAÇÃO PERMANENTE: NOVAS EXIGÊNCIAS DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL “O ser humano é a um só tempo físico, biológico, psíquico, cultural, social, histórico. Esta unidade complexa da natureza humana é totalmente desintegrada na educação por meio das disciplinas, tendo-se tornado impossível aprender o que significa ser humano. É preciso restaurá-la, de modo que cada um, onde quer que se encontre, tome conhecimento e consciência, ao mesmo tempo, de sua identidade complexa e de sua identidade comum a todos os outros humanos”. Edgar Morin

SUS E A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE A Educação Permanente em Saúde apresenta-se como 1 proposta de ação estratégica capaz de contribuir para a transformação dos processos formativos, das práticas pedagógicas e de saúde e para a organização dos serviços, empreendendo 1 trabalho articulado entre o sistema de saúde, em suas várias esferas de gestão, e as instituições formadoras.

SUS E A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE Ao se colocar em evidência a formação e o desenvolvimento para o SUS, por meio da construção da Educação Permanente, propõe-se a agregação entre: Desenvolvimento individual e institucional; Serviços e gestão setorial; Atenção e controle social... Visando à implementação dos princípios e das diretrizes constitucionais do SUS.

SUS E A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE A lógica de onde se parte para propor a Educação Permanente, é o de aceitar que formação e o desenvolvimento devem ser feitos de modo descentralizado, ascendente e transdisciplinar, para que propiciem: A democratização institucional; O desenvolvimento da capacidade de aprendizagem; O desenvolvimento de capacidades docentes e de enfrentamento criativo das situações de saúde;

SUS E A POLÍTICA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE O trabalho em equipes matriciais; A melhoria permanente da qualidade do cuidado à saúde; A constituição de práticas tecnológicas, éticas e humanísticas. Desse modo, transformar a formação e a gestão do trabalho em saúde não podem ser consideradas questões simplesmente técnicas, já que envolvem mudanças nas relações, nos processos, nos atos de saúde e, principalmente, nas pessoas.

PÓLOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE A gestão da Educação Permanente em Saúde será feita por meio de Pólos de Educação Permanente em Saúde: Os Pólos deverão funcionar como dispositivos do SÚS para promover mudanças, tanto nas práticas de saúde quanto nas práticas de educação na saúde, funcionando como rodas de debate e de construção coletiva - RODAS PARA A EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE.

PÓLOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE Dentre outros, são autores e atores fundamentais dessas instâncias de articulação da Educação Permanente em Saúde: Gestores estaduais e municipais; Universidades e instituições de ensino com cursos na área da saúde, incluindo as áreas clínicas e da saúde coletiva; Escolas de Saúde Pública (ESP); Centros Formadores (Cefor);

PÓLOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE Núcleos de Saúde Coletiva (Nesc); Escolas Técnicas de Saúde do SUS (ETS-SUS); Hospitais de ensino; Estudantes da área de saúde; Trabalhadores de saúde; Conselhos Municipais e Estaduais de Saúde; Movimentos ligados à gestão social das políticas públicas de saúde.

PÓLOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE Devem trabalhar com os elementos que conferem à INTEGRALIDADE DA ATENÇÃO À SAÚDE, forte capacidade de impacto sobre a saúde da população e que são essenciais para a superação dos limites da formação e das práticas tradicionais de saúde, quais sejam: Acolhimento, Vínculo entre usuários e equipes, Responsabilização, Desenvolvimento da autonomia dos usuários e, Resolutividade da atenção à saúde.

PÓLOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE A integralidade da atenção à saúde envolve: O conceito ampliado de saúde; A compreensão da dimensão cuidadora no trabalho dos profissionais; O conhecimento sobre a realidade; O trabalho em equipe multiprofissional e transdisciplinar;

PÓLOS DE EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE A ação intersetorial; O conhecimento e o trabalho com os perfis epidemiológicos, demográficos, econômicos, sociais e culturais da população de cada local e com os problemas, regionais, estaduais e nacionais.