Diagnóstico do Problema de Aprendizagem

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Transcrição da apresentação:

Diagnóstico do Problema de Aprendizagem Prof. Aleksandro B. Figueiredo

Antes da entrevista, é importante considerar: 1 – Motivo da Consulta Antes da entrevista, é importante considerar: Se o “paciente” chegou até nós por indicação (professor, médico, psicólogo, etc., ou por vontade própria (família). Qual o objetivo da demanda, consulta ou tratamento. Obs.: O ideal é que ambos os pais participem da primeira consulta.

Dados a serem extraídos da entrevista: Significado do sintoma na família – articulação funcional do problema de aprendizagem. Significado do sintoma para a família – as reações comportamentais de seus membros ao assumir a presença do problema. Fantasias de enfermidade e cura e expectativas acerca de sua intervenção no processo diagnóstico e de tratamento. Modalidades de comunicação do casal e função do terceiro (psicopedagogo).

2 – História Vital Segunda entrevista, com a mãe, dedicada à reconstrução da história da criança. É conveniente realizá-la depois de conhecer um pouco o paciente, através da hora do jogo e algumas provas psicométricas.

Áreas de indagação predominantes: Disponibilidade corporal (antecedentes natais e mórbidos, disposição atual, psicossomática). Ritmo e autonomia de desenvolvimento (motor, linguagem, hábitos). Aprendizagem: esquemas assimilativo-acomodativos; exercícios lúdico e imitativo, história escolar e informação. Aprendizagem e escola na ideologia do grupo de pertencimento.

3 – Hora do Jogo Sessão com o paciente (até 9 anos de idade), utilizando material não figurativo (cartões, fita adesiva, clips, tesouras, cordões, cartolina, papéis coloridos, tintas, esponjas, massinhas, blocos de construção, etc.) Antes de começar, a criança deve estar ciente de que ela tem um problema (não aprender) e que o psicopedagogo vai tentar saber por que isso lhe ocorre e vai tentar ajudá-la.

Os dados mais importantes a serem extraídos dessa sessão respondem a quatro aspectos fundamentais da aprendizagem: Distância do objeto, capacidade de inventário. Função simbólica, adequação significante-significado. Organização, construção da sequência. Integração, esquema de assimilação.

4 – Provas Psicométricas 5 – Provas Cognitivas 6 – Provas Psicomotoras 7 – Provas Específicas (linguagem, matemática, etc.)

8 – Análise do Ambiente É importante conhecer as condições ambientais nas quais se desenvolve a vida do paciente, buscando extrair os seguintes dados: Condições sócio-econômicas. Aproveitamento de recursos. Ideologia. Além disso, é conveniente conhecer o tipo de escola e determinar até que ponto ela continuam a modalidade do lar e compartilham de sua ideologia e em que aspectos não coincide com eles e significam um corte ou uma contradição.

Diagnóstico e Orientação Terapêutica

1 – Hipótese Diagnóstica Após recolhida toda a informação é necessário avaliar o peso de cada fator na ocorrência do transtorno de aprendizagem. A falta de aprendizagem revelará seu significado se prestarmos atenção à maneira como o sujeito é para o outro, a partir de sua maneira particular de ser como organismo e como história.

Para compreender o sintoma (não aprender), deve-se buscar: Para quê – a carência de aprendizagem cumpre uma função reguladora em certos tipos de interrelações. Por quê – aspectos que incidem na criação das condições do não-aprender (constituição orgânica / história pessoal). Como – a modalidade peculiar através da qual o pensamento inibe sua função.

2 – Devolução Diagnóstica A entrevista se realiza primeiramente com o sujeito e depois com os pais. Marca o início da tarefa psicopedagógica, na medida em que se trata de ensinar o diagnóstico, no sentido de tomar consciência da situação e providenciar sua transformação. O que mais ajuda como material na devolução é aquilo que foi expresso no motivo da consulta (o que disseram, como disseram e o que não disseram).

3 – Tratamento e Contrato Após concluído o diagnóstico e levando-se em conta a capacidade de mobilização do paciente e da família, deve-se determinar o tratamento mais conveniente. Não é aconselhável iniciar simultaneamente o tratamento psicopedagógico e a psicoterapia (quando necessária), pois pode provocar confusão na criança. (Um exige desempenho e a outra regressão.)

Na maior parte dos casos é mais indicado o tratamento psicopedagógico, pois para a criança a superação do sintoma tem um caráter de urgência (a parada no desenvolvimento produz deteriorações muitas vezes irrecuperáveis). Quando não é possível avançar (fobias estruturadas, autismos, estados confusionais), impõe-se uma psicoterapia profunda e intensiva como primeira medida. Deve-se levar em consideração a viabilidade do tratamento em relação aos determinantes econômicos e sócio-culturais que afetam o sujeito.

Apresentação baseada no livro: PAIN, Sara. Diagnóstico e tratamento dos problemas de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992.