A ética utilitarista de Stuart Mill

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Prof. Denis Coitinho Silveira (URI/CEBRAP)
Advertisements

A FELICIDADE HUMANA ARISTÓTELES
Ética e religião.
ÉTICA, MORAL E ENGENHARIA
AS BASES CONCEITUAIS DA BIOÉTICA
UTILITARISMO.
NÃO CONSEQÜENCIALISMO
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
FUNDAMENTO DA MORALIDADE, 1
O cristão não só crê, senão que vive.
A Lei de Say Aula 07a de HPE Luiz E. S. de Souza.
O RITO DA PRIMAVERA VISÕES DA NATUREZA NA ARTE MODERNISTA.
Filosofia Platônica Prof. Fábio Mesquita.
A Necessidade de Fundamentação da Moral
Sumário: A educação antes da sociologia: pensar a educação antes de Durkheim. Estado-nação e sistema nacional de ensino. A educação como bem semi-público.
A ética Kantiana.
CIDADANIA.
Vários paradigmas éticos
ÉTICA E MORAL.
John Stuart Mill ( ) Tentativa de integrar a teoria do valor-trabalho ao utilitarismo Discípulo de Bentham e Ricardo Defensor de reformas liberais.
ESTÉTICA Arte e realidade
ÉTICA PROFISSIONAL E CIDADANIA
Para Refletir... “Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar.
Amor e Sexualidade.
ÉTICA, MORAL E ENGENHARIA
Filosofia, retórica e democracia
UTILITARISMO – cap 20. pag 254. “FAZ AQUILO QUE BENEFICIA, FUNDAMENTALMENTE, OS OUTROS, OU O MAIOR NÚMERO DE HOMENS”. JEREMY BENTHAM.
Ética deontológica de Kant
A Ética, suas divisões, Kant e Mill
Notas de aula sobre Utilitarismo
Capítulo 17 , UNIDADE 4 Entre o bem e o mal Páginas 212 – 216 ;
Ética e Responsabilidade Social
Filosofia Ética Utilitarismo.
E RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL
Professor Romildo Tavares
Emfocohistoria.blogspot.com.  Escolha entre possíveis modos de agir Escolha individualbem comum (desejos) Regras e leis.
Immanuel Kant: O Esclarecimento e a Razão Prática
Sócrates, Platão e aristóteles
Liberdade Trabalho orientado pelo professor: José António
Qual é a Moral da Ética? Ética e Moral.
ÉTICA.
John Stuart Mill e os “Princípios de Economia Política”
Prof. Douglas Fernando Blanco
Filosofia Ética Utilitarismo.
O belo e a questão do gosto Arte e Técnica A função social da arte
A ética Kantiana.
UMA ÉTICA DEONTOLÓGICA
Immanuel Kant Critica da razão pura (teoria do conhecimento) e
A TEORIA ÉTICA UTILITARISTA DE MILL
Douglas Fernando Blanco
Conceito Deriva do grego ethos: caráter, modo de ser de uma pessoa;
Capítulo 17 Entre o bem e o mal.
OS IDEAIS ÉTICOS ATRAVÉS DOS TEMPOS
ÉTICA Origem: do grego ethos
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Doutrinas Éticas Conceito de Doutrina: Conjunto de princípios que servem de base a um sistema político, religioso, econômico, filosófico, científico, entre.
Ética Aplicada: Introdução
“PROJETO DE VIDA” – UNIDADE LETIVA 4 - 9º ANO “VOCAÇÃO ACERTADA FELICIDADE ALCANÇADA”
Professor: Suderlan Tozo Binda
O utilitarismo.
A Crítica Do Juízo A posição da terceira Crítica em relação às duas anteriores.
A TEORIA ÉTICA DE KANT UMA ÉTICA DEONTOLÓGICA
Argumentos morais Ações.. Argumentos sobre ações: forma básica. P1- A ação A tem características B. P2-É moralmente bom/ruim fazer ações com características.
A FUNDAMENTAÇÃO METAFÍSICA DOS COSTUMES. O Homem deve também acreditar no Homem Boa ideia…! Assim já posso ir de férias.
TEORIA DO DIREITO.
AS DROGAS A BUSCA POR PRAZER NAS DROGAS E ARGUMENTOS FILOSÓFICOS.
O belo e a questão do gosto Arte e Técnica A função social da arte
ÉTICA, MORAL E DEONTOLOGIA
Immanuel Kant Köenigsberg (Alemanha). ( ).
Transcrição da apresentação:

A ética utilitarista de Stuart Mill

O Utilitarismo O utilitarismo moderno, associado aos ideais liberais e democráticos, foi fundado por Jeremy Bentham (1748-1832) e Stuart Mill (1806-1873) e tornou-se uma das teorias morais e políticas mais importantes do século XIX

PROBLEMA O que é que torna as acções boas ou más? Qual o critério para as avaliar?

PROBLEMA “O credo que aceita a Utilidade ou o Princípio da Maior Felicidade como fundamento da moral sustenta que: As acções são justas na proporção em que tendem a promover a felicidade e injustas enquanto tendem a produzir o contrário da felicidade. Entende-se por felicidade o prazer e a ausência de dor; por infelicidade a dor e a ausência do prazer. O prazer e a ausência de dor são as únicas coisas desejáveis como fins; e todas as coisas desejáveis são-no pelo prazer inerente a elas mesmas, ou como meios para a promoção do prazer e a prevenção da dor.” Stuart Mill, O Utilitarismo

Princípio da Utilidade ou da Maior Felicidade O princípio moral em que se baseia o utilitarismo é o princípio da Utilidade ou da Maior Felicidade. Uma acção é boa quando promove a felicidade A felicidade é “única coisa desejável como fim” e, por isso, boa em si mesma A felicidade é um estado de bem-estar, de prazer e ausência de dor ou sofrimento hedonismo (do grego hédonê, prazer)

Distinção qualitativa dos prazeres Hierarquia dos prazeres Mas o que é que causa maior felicidade ou prazer? Stuart Mill distingue: Prazeres físicos (prazeres inferiores): Os prazeres sensoriais ligados às necessidades somáticas, como beber, comer, sexo Prazeres espirituais (prazeres superiores): Ligados a necessidades intelectuais, sociais, morais estéticas (ex.: apreciar um pôr-do-sol, uma obra de arte, descobrir e criar, partilhar afectos ou conhecimentos, ajudar os outros)

Argumentos dos críticos à ética utilitarista: a teoria utilitarista defende o egoísmo ético, pois só procura a felicidade própria; é uma teoria demasiado permissiva, pois considera permissíveis actos imorais, desde que maximizem o bem; é uma teoria demasiado exigente, dado que nos exige um altruísmo extremo e impõe enormes sacrifícios à nossa integridade pessoal; põe em causa a nossa liberdade moral, já que todos os actos que maximizam o bem são obrigatórios e não opcionais.

Refutação das críticas: o Utilitarismo Propõe um ideal moral: a felicidade de todos os Homens, e não apenas a própria. Identifica o imperativo moral utilitarista com o mandamento cristão não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti e ama o teu próximo como a ti mesmo. Só são permissíveis os actos que mais contribuem para a felicidade geral. O Utilitarismo é essencialmente um critério para distinguirmos os actos que são permissíveis daqueles que são errados. Contudo, isso não implica estar sempre motivado para maximizar a felicidade geral. Existem outras motivações úteis, como por exemplo, não realizar os actos que nos parecem errados. Indica um ideal jurídico-político: o bem comum ou a felicidade global. Sugere um ideal pedagógico: a formação de indivíduos solidários, empenhados em promover o bem comum e a felicidade de todos.

Organograma conceptual Uma teoria consequencialista A ética utilitarista de Stuart Mill Princípio da Utilidade ou Princípio da Maior Felicidade É boa a acção que trouxer maior felicidade para o maior número A felicidade é o prazer e a ausência de dor, os únicos fins desejáveis Concepção qualitativa do prazer Princípio da imparcialidade prazeres espirituais ligados à inteligência e ao conhecimento prazeres sensoriais ligados ao corpo ter em conta a felicidade própria e a de todos os outros Imperativo moral age sempre de modo a produzir a maior felicidade para o maior número de pessoas Critério de moralidade as consequências previsíveis da acção Acção moral ou boa é a acção que traz mais felicidade ao maior número de pessoas

O utilitarismo e as democracias liberais “O utilitarismo foi a tentativa mais coerente de traduzir racionalmente o mandamento ama o próximo como a ti mesmo, a tentativa mais forte de dar uma definição racional de altruísmo e continua a ser um dos modelos fundamentais na construção do moderno estado do bem-estar.” F. Alberoni, O altruísmo e a moral

Conclusão do utilitarismo de Stuart Mill A finalidade da moralidade é a felicidade O critério de moralidade das acções (o que torna uma acção boa) é a sua utilidade, o seu contributo para criar a maior felicidade Fazer uma opção moral exige inventariação e avaliação das consequências possíveis para se poder escolher a que previsivelmente produzirá mais felicidade ou bem-estar