Laboratórios de Matemática para o ensino, uma metáfora produtiva

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
A INFORMÁTICA COMO ESTRATÉGIA DIDÁTICA NO ENSINO DE QUÍMICA.
Advertisements

Programa NAP de extensão CREALI – Centro de Recursos para Ensino-aprendizagem de Língua Inglesa I Jornada de Extensão UEL/UENP de novembro de 2010.
PLANO DE AULA As novas Tecnologias da Informação e da
1º encontro de formação – 23/03/2010
MESTRADO PROFISSIONALIZANTE EM ENSINO DE FÍSICA E DE MATEMÁTICA
Desenvolvimento profissional docente: Refletindo sobre as possíveis contribuições de colaboração, metacognição e tecnologia Vânia Maria Santos-Wagner Universidade.
Informática na Educação
Escola Estadual Francisco Ferreira de Freitas
COMPETÊNCIAS E HABILIDADES
A FORMAÇÃO DE PROFISSIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
“Um melhor aprendizado não surge das descobertas de novas maneiras do professor instruir, mas de dar ao aprendiz melhores oportunidades de construir.”
Escola Superior de Educação
A escola é uma escada, cada degrau prepara para o degrau posterior.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL - UEMS
O COMPUTADOR COMO MEIO E COMO FIM
Trabalho realizado por: Célia Mercê, Nelson Mestrinho e Sara Aranha
PROGRAMA DE FORMAÇÃO PROFESSORES COORDENADORES
Acervo TV Escola on-line
Comissão de Reforma Curricular do Curso de Graduação em Ciências Biológicas da UFSC Novembro, 2004 Versão 3.
Tópicos de Educação Matemática A
Explorar e Investigar para Aprender Matemática Através da Modelagem Matemática William Kfouri Professor do Ensino Médio e Superior e aluno do programa.
PLANO DE TRABALHO DOCENTE
Secretaria de Estado da Educação Departamento de Educação Básica
UFRGS Pedro Sica Carneiro Porto Alegre
Sistema Seriado de Avaliação SSA
Portfólio de matemática
Componentes: Jessica Rodrigues Carla Mattos Giovanna Dutra
Projeto: Parâmetros para a Educação Básica do Estado de Pernambuco
Softwares Educativos: possibilidades e limitações
POLÍTICA EDUCACIONAL E FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES
Cabri-Géomètre O que é o Cabri-géomètre?
SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
Num primeiro momento, a intervenção será identificar as relações do professor com o conhecimento matemático ao utilizar a calculadora, para isso é preciso.
PERGUNTA-SE As escolas dão a devida atenção aos CONSELHOS DE CLASSE?
Questões de didática da matemática Paulo Figueiredo Lima (Dmat/UFPE) Presidente da SBEM 1 o. Colóquio em Epistemologia e Pedagogia das Ciências PUC-Rio.
Mayara Reinert Gelamo Orientadora: Tatiana Comiotto Menestrina
Coordenadoria de Tecnologias Educacionais
Santarém Março a Julho de 2007
Plataformas uma ferramenta na educação??? 2006 Centro de Competência CRIE - FCUL.
Ensino e Aprendizagem nos Tempos de hoje
Implementação do Projecto Competências TIC Fevereiro de 2009.
O COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DE JOVENS ESTUDANTES DO
MODELOS DE USOS DE TECNOLOGIA DIGITAL PARA INOVAÇÕES NA EDUCAÇÃO LEC/IP/UFRGS BRUSQUE, agosto 2009 LEA DA CRUZ FAGUNDES “A INCLUSÃO DIGITAL NAS ESCOLAS.
Multimédia semântico e aprendizagem António Maneira (1) & João Correia de Freitas (2) & (1) PROGRAMA DOUTORAL.
UM MODELO DE APRENDIZAGEM COLABORATIVA APOIADA POR COMPUTADOR PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM DA LÍNGUA INGLESA Esrom Adriano Freitas Irala Patrícia Lupion.
Profa. Reane Franco Goulart
Pesquisa Científica Metodologia Científica na Ciência da Computação
O novo programa de Matemática para o ensino básico
Programa de Formação Contínua em Matemática para Professores dos 1
A Matemática na Educação Básica As Ciências (relações) Novas Tecnologias e a Informática Profissionais (Formação) Profissionais (Formação) Ambientes.
UNIR- Universidade Federal de Rondônia
Apresentaçao.
Aula 02 – Mediação Pedagógica e Ferramentas na EaD
Oficina de Ensino-aprendizagem de Gráfica Digital Literatura Revisão de Literatura.
Tecnologias aplicadas ao Ensino I
Carlos Catalão Alves Lisboa | Outubro 2014 Mestrado Comunicação de Ciência Unidade Comunicação de Ciência e Educação Adaptado de.
A Educação Matemática como Campo Profissional e Científico
Docentes y Tecnologías de Información y Comunicación.
IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO
Perguntas de Modelação
2008 TV ESCOLA: DO PLANEJAMENTO À AÇÃO PEDAGOGIA DE PROJETOS
Matemática em Ambiente Computacional
PUC/SP Juliana de Lima Gregorutti São Paulo – 2009
NÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE PARANAVAÍ Plano de Trabalho Docente DISCIPLINA:ARTE TÉCNICA PEDAGÓGICA:APARECIDA DE FÁTIMA DE OLIVEIRA BERGO JULHO/2014.
A IMPORTÂNCIA DAS AULAS EXPERIMENTAIS NO ENSINO DE CIÊNCIAS
16° CIAED - CONGRESSO INTERNACIONAL ABED DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS
Seminário Programa Nacional do Livro Didático – PNLD 2015 Sociologia.
A PESQUISA COMO PRINCÍPIO EDUCATIVO Ana Paula Palheta PRÓ-REITORIA DE PESQUISA, PÓS-GRADUAÇÃO E INOVAÇÃO.
Revisado por Phil Daro, USA Common Core Standards Análise da Base Nacional Comum Curricular de Matemática.
Transcrição da apresentação:

Laboratórios de Matemática para o ensino, uma metáfora produtiva Ontem e hoje, tanto para alunos como para profesores Luc Trouche luc.trouche.inrp.fr HTEM 5 - V Colóquio de História e Tecnologia no Ensino da Matemática Recife, Brasil, de 25 a 30 de julho de 2010

Agradeço ao Franck Bellemain pelo convite e à Ana Paula Jahn pela tradução dos slides! A equipe EducTice no jardim do INRP (Lyon)

Sobre o que vou falar… Laboratórios de Matemática, uma metáfora antiga, frequentemente revisitada Não há laboratórios sem mediações: problemas, objetos, máquinas Não há laboratórios sem reorganização profunda de currículos, o caso da prova prática do « baccalauréat » na França Não há atividade rica de alunos sem atividade rica de professores, o caso do Labomep (Sésamath) na França Choisir u cas avancé, comme un laboratoire du futur…

Uma metáfora antiga… « O ideal do laboratório de Matemática seria, por exemplo, uma oficina de marcenaria e o mestre seria um carpinteiro. Sob a direção do professor de Matemática, aconselhados pelo mestre, os alunos trabalhariam em pequenos grupos na confecção de modelos e aparelhos simples. Se tivéssemos um torno, eles poderiam construir superfícies de revolução com polias e cordas, eles fariam experiências de Mecânica, verificariam de forma concreta o paralelogramo de forças, etc. Teria em um canto uma balança de mercearia, água e alguns recipientes permitiriam que os alunos trabalhassem, com dados concretos, os problemas clássicos de vazão. » (Borel, 1904) Pour apprendre les mathématiques, il faut faire des mathématiques. Cette idée n’est pas neuve, on peut en trouver des traces dès les premiers apprentissages mathématiques. Cette idée resurgit avec force au début du XXème siècle, avec à la fois l’émergence de nouvelles idées pédagogiques (dont témoigne en France le nouveau dictionnaire pédagogique - Buisson 1911), et l’essor des sciences et de leur enseignement (qui concurrence dès lors les humanités). La promotion d’un apprentissage actif des mathématiques est le fait des mathématiciens (Borel 1904) et de la première organisation internationale qui se constitue autour le l’enseignement des mathématiques (CIEM 1908).

… frequentemente revisitada « Muitas escolas dedicaram longas discussões sobre o papel que deve ser atribuído às considerações de ordem prática e experimental: No ensino elementar, pode-se mencionar, por exemplo, as dobraduras de papel, os trabalhos ao ar livre, utilização de instrumentos simples para medir, a geometria da observação, etc. o cálculo prático e aproximado (uso de tabuadas, etc.), a questão geral de gráficos em Álgebra, a utilização mais generalizada de papel quadriculado… - Falou-se nesses últimos anos dos laboratórios de matemática. O que foi feito nesse sentido e quais são os resultados? » (ICMI, 1908) Dans cette perspective, faire des mathématiques, c’est faire « comme des mathématiciens » : manipuler des objets, rechercher des invariants, formuler des hypothèses, discuter dans la communauté, engager des démarches de preuve, bref, expérimenter pour apprendre les mathématiques). La métaphore du laboratoire de mathématiques est donc naturelle pour donner forme à cette volonté de donner une large place à l’activité des élèves. A chaque fois que l’on repense l’enseignement des mathématiques (Kahane 2002, Maschietto et Trouche submitted), cette métaphore apparaît.

… para reformar o ensino « As escolas de Ensino Médio poderiam acomodar laboratórios de ciência matemática ao lado dos laboratórios de ciências físicas. Alunos e professores encontrariam ali documentação, recursos informáticos, software ... que poderiam constituir oficinas. Poderiam ser reservados horários para a formação continuada de professores. Estas propostas parecem ambiciosas e razoáveis. Ambiciosas pois implicam evoluções de todos aqueles que atuam no sistema educativo. Razoáveis porque os professores de Matemática hoje estão abertos à mudança. Existe entre a Matemática e a Informática uma solidariedade fundamental baseada na história (Turing, Von Neumann) e nas práticas atuais… » (Kahane, 2000)

… com definições variadas 1) A room, equipped with some material: computers, books, and all kinds of objects that can be used for mathematical experiments or constructions […]; the first thing to think about, a good set of open activities to propose to the children. The main feature of laboratories is that they should feel free, not under pressure. For the teachers also, math. laboratories are a field of experimentation, out of any curriculum (Barbeau & Taylor, 2006). 2) A math. laboratory is […] a structured set of activities aiming to construct meanings for mathematical objects, […] showing similarities with the concept of Renaissance workshops where apprentices learned by doing and watching what was being done, communicating with one another and with the experts (Anichini et al. 2003) Cooperation, instead of competition (Kahane 2006)

… E hoje? Iniciativas institucionais Iniciativas pessoais apoiadas por instituições Iniciativas de sociedades científicas Cooperation, instead of competition (Kahane 2006) Iniciativas de associações específicas

Não há laboratório sem mediação… Um problema Orquestração Um milieu para a aprendizagem B C Objetos matemáticos Orquestração: configurações didáticas e modos de exploração pensados a priori, geradas na atividade da sala de aula, repensadas a posteriori. (Trouche & Drijvers, no prelo) Cooperation, instead of competition (Kahane 2006) Máquinas 9

Não há laboratório sem mediação… Novos meios para apoiar o trabalho coletivo Calculadoras em rede, permitindo ao professor explorar diferentes configurações: exibir todos os dados experimentais dos alunos em um mesmo sitema de eixos; comparar os gráficos obtidos pelos alunos em uma mesma tela. Cooperation, instead of competition (Kahane 2006) 10

Um exemplo… AB = AC = 10 cm, qual a área do triângulo ABC? Objetivo: o conceito de função (área em função de BC); Manipulação de ferramentas « antigos » (régua, compasso) Envio de dados para a tela; Um objeto se constitui, criação coletiva; Co-elaboração de uma fórmula matemática matemática que modeliza o problema dado; Inúmeros problemas (imprecisão de medidas ou erros de cálculo, curva ou nuvem de pontos...) B (Hoyles et al. 2009) C Cooperation, instead of competition (Kahane 2006) 11

Um exemplo… Escolhas didáticas complexas para o professor: exibir, ou não, os nomes dos alunos autores; informar, ou não, a janela a ser escolhida para o gráfico; como gerenciar a discussão (o debate científico), tirando as significações? Uma análise a posteriori reveladora Uma viabilidade assegurada pelo interesse institucional e o trabalho colaborativo dos professores Cooperation, instead of competition (Kahane 2006) 12

Evoluções institucionais… O Ministério francês experimenta, desde 2007, uma prova prática de Matemática no « baccalauréat » « O objetivo da prova é avaliar as competências dos alunos na utilização de calculadoras e softwares específicos em Matemática. Trata-se de avaliar nos alunos, a capacidade de mobilizar as tecnologias da informação e da comunicação para o ensino (TICE) para resolver um problema matemática Os temas propostos aos candidatos são exercícios de Matemática nos quais a utlização das TICE (calculadoras gráficas programáveis, computadores e softwares específicos, softwares livres de preferência, planilhas, geometria dinâmica, CAS) intervêm de maneira significativa na resolução do problema proposto. » (MEN, 2007) Cooperation, instead of competition (Kahane 2006)

Um exemplo… Seja uma função definida sobre IR por Nota-se C sua curva representativa num sistema ortogonal Seja a um real qualquer, M e N os pontos de C de abcissas respectivas a e – a. Construir a curva com o auxílio de um software de sua escolha, chamar o examinador para verificação. 2) Variar a e formular conjecturas relativas, respectivamente, à reta MN e à intersecção I das tangentes à C em M e N. Chamar o examinador para verificação das conjecturas. 3) Determinar em função de a as coordenadas dos pontos M e N. Justificar as conjecturas enunciadas na questão 2. Cooperation, instead of competition (Kahane 2006) 14

Um exemplo… Cooperation, instead of competition (Kahane 2006) 15

Um exemplo… Cooperation, instead of competition (Kahane 2006) 16

Avaliação institucional… « A prova induz uma relação diferente dos alunos com a Matemática (atividade experimental, várias tentativas possibilitadas pelo uso das TICE, conjecturas necessárias…) Ela induz também processos de ensino diferentes, dando mais importância ao processo de investigação Ela coloca em jogo uma avaliação diferente, considerando a atividade do aluno mais que seu resultado A generalização desse tipo de prova deve fazer evoluir o ensino de Matemática » (Fort, 2007) E ainda assim... Nenhuma generalização prevista antes de 2013! Dificuldade de evoluções que tocam os pontos sensíveis do ensino de Matemática… Cooperation, instead of competition (Kahane 2006) 17

Não há laboratórios para os alunos sem laboratórios para os professores… Sésamath (http://www.sesamath.net/, uma recente associação de professores de Matemática (2001)… … um crescimento muito rápido (100 membros, 5000 professores em grupos de projeto, 100.000 conexões por dia)… … uma filosofia do doar, do dividir e do serviço público

Não há laboratórios para os alunos sem laboratórios para os professores… Mathenpoche: um dos projetos de destaque da associação, centenas de exercícios que podem ser baixados livremente, que podem ser comentados ou enriquecidos…

Não há laboratórios para os alunos sem laboratórios para os professores… LaboMep: uma interface « laboratório » de concepção, experimentação, compartilhamento de recursos, a partir do banco inicial do Mep (Math en poche), uma versão adaptada para trabalhar em rede na sala de aula.

O trabalho do professor Pierre Recursos pessoais = recursos do Sésamath Recursos em pernamente discussão na comunidade Recursos « vivos »

A sala de aula do professor Pierre Uma reorganização do espaço e das relações entre professores, alunos e ferramentas (quadro negro, lousa inteligente, softwares, recursos da Internet…)

Os alunos do professor Pierre Usar o Google para fazer uma multiplicação… Busca-se o resultado de uma multiplicação da mesma forma que se busca o número de habitantes de São Paulo O paradigma da rede substitui o paradigma da flecha

Novas questões… Recursos… (Re-sources en français Re-source en anglais)

A qualidade dos recursos Em uma situação de abundância de recursos, garantir a qualidade através de repertórios garantidos institucionalmente ou repertórios “vivos”, enriquecidos e validados por comunidades de usuários? O exemplo do projeto InterGeo http://i2geo.net (Trgalova et al. 2009) Les questions que cela règle, et les questions que cela ouvre…

A qualidade dos recursos Em uma situação de abundância de recursos, garantir a qualidade através de repertórios garantidos institucionalmente ou repertórios “vivos”, enriquecidos e validados por comunidades de usuários? O exemplo do projeto InterGeo http://i2geo.net (Trgalova et al. 2009) Les questions que cela règle, et les questions que cela ouvre…

Finalmente… As TIC (em particular os recursos on-line), novos meios para os laboratórios de Matemática. Articular antigas e novas tecnologias (Maschietto et Trouche, 2010) Articular novas formas de trabalho dos alunos e novas formas de trabalho do professor. Articular a mudança de cima (currículo, avaliações) e a mudança pelos professores (colaboração entre seus pares). Para a pesquisa, pensar mais nos processos de design de recursos « vivos » (Gueudet et Trouche, 2010) e nos aspectos coletivos do desenvolvimento profissional de professores. Les questions que cela règle, et les questions que cela ouvre…

Colaboração franco-brasileira Projeto CAPES-COFECUB (2009-2011) De l’étude du professeur et de son activité en classe des mathématiques vers la conception de ressources par et pour le professeur http://educmath.inrp.fr/Educmath/recherche/projets/capes-cofecub/ Um primeiro relatório de pesquisa (2010) abre novas questões sobre: as representações sociais de professores de Matemática (Licia Maia), as decisões didáticas de professores (Iranete Lima), os conteúdos dos recursos para ensinar Matemática (Ana Paula Jahn); e a transição entre o Ensino Médio e a Universidade (Tania Campos & Marlena A. Dias). Diferenças entre a França e o Brasil que esclarecem as possíveis mudanças e as condições para estas mudanças. Les questions que cela règle, et les questions que cela ouvre…

Concluindo... « Às 5h30 da manhã, entrávamos no porto de Recife enquanto aglomeravam-se gaivotas e uma frota de vendedores de frutas exóticas…, uma tão pobre lembrança merece que eu pegue a pluma para registrá-la?» Claude Lévi-Strauss, 1955, Tristes tropiques « Mas já sabemos que fração alguma da humanidade não pode ser compreendida, a não ser por referência a todas as outras… » Claude Lévi-Strauss, 2005, réception du prix Catalunya Je hais les voyages et les explorateurs…

Referências Anichini, G., Arzarello, F., Ciarrapico, L., Robutti, O. (2003), Matematica 2001. La matematica per il cittadino. Attività didattiche e prove di verifica per un nuovo curricolo di Matematica. LUCCA: Matteoni Stampatore Barbeau, E., Taylor, P. J. (2008), Challenging mathematics in and beyond the classroom: the 16th ICMI study. New York : Springer Borel, E. (1904), Les exercices pratiques de mathématiques dans l’enseignement secondaire, en ligne http://smf.emath.fr/Publications/Gazette/2002/93/smf_gazette_93_47-64.pdf Fort, M. (2007), Rapport sur l’expérimentation d’une épreuve pratique de mathématiques au bac S, MEN, en ligne http://educmath.inrp.fr/Educmath/en-debat/epreuve-pratique/rapportep Gueudet, G., & Trouche, L. (eds.) (2010). Ressources vives. Le travail documentaire des professeurs en mathématiques. Rennes : PUR et Lyon : INRP http://educmath.inrp.fr/Educmath/recherche/approche_documentaire/Livre Hoyles, C., Kalas, I., Trouche, L., Hivon, L., Noss, R., & Wilensky, U. (2009), Connectivity and Virtual Networks for Learning, in C. Hoyles, & J.-B. Lagrange (eds.), Mathematical Education and Digital Technologies: Rethinking the terrain 439-462, Springer, New York ICMI (1908), Les tendances modernes de l’enseignement des mathématiques, L’enseignement mathématiques, 10, 454-456, http://www.unige.ch/math/EnsMath Kahane, J.-P. (dir.) (2000), Informatique et enseignement des mathématiques, en ligne http://smf.emath.fr/Enseignement/CommissionKahane/RapportInfoMath/RapportInfoMath.pdf Maschietto, M., & Trouche, L. (2010), Mathematics learning and tools from theoretical, historical and practical points of view: the productive notion of mathematics laboratories, ZDM, The International Journal on Mathematics Education, 42(1), 33-47, http://www.springerlink.com/content/48045470220u4073/ . Ministère de l’Education Nationale (MEN) (2007), L’épreuve pratique du baccalauréat de la série scientifique, en ligne http://eduscol.education.fr/D1115/epr_pratique_presentation.htm Trgalova, J., Jahn, A.P, Soury-Lavergne, S. (2009). Quality process for dynamic geometry resources: the Intergeo project, in V. Durand-Guerrier, S. Soury-Lavergne & F. Arzarello, Proceedings of CERME 6, 1161-1170, INRP, http://www.inrp.fr/editions/editions-electroniques/cerme6/working-group-7 Trouche, L., & Drijvers, P. (to appear), Handheld technology for mathematics education: flashback into the future, ZDM, The International Journal on Mathematics Education