CORIOAMNIONITE MANUSEIO DA GESTANTE E DA PUÉRPERA

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
RN DE ALTO RISCO É aquele RN que independente da idade gestacional ou peso ao nascer tem maior chance de adoecer ou morrer devido a condições ou circunstâncias.
Advertisements

Placenta Prévia PLACENTA PRÉVIA P P Prof. Elias Darzé.
Hemorragia da 1ª metade da gestação
Hipercalemia não oligúrica nos neonatos: um estudo caso controle Non-oliguric Hypercalemia in neonates: A case controlled study Yaseen H United Arab Emirates.
Fatores de risco para anemia neonatal em placenta prévia
ABORTAMENTO Profa Sheyla Fernandes –
REANIMAÇÃO AVANÇADA NEONATAL
REANIMAÇÃO AVANÇADA NEONATAL
Sepse e neutropenia nos recém-nascidos de muito baixo peso de mães com pré-eclâmpsia Sepsis and Neutropenia in Very Low Birth Weight Infants Delivered.
Infecção Materna e Risco de Paralisia Cerebral em Recém-Nascidos a Termo e Pré-termos (Maternal Infection and Risk of Cerebral Palsy in Term and Preterm.
Hospital Regional da Asa Sul/SES/DF
A CESÁREA NOS DIAS ATUAIS
DEPARTAMENTO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DISCIPLINA DE OBSTETRÍCIA
DEPARTAMENTO DE GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA DISCIPLINA DE OBSTETRÍCIA
AMNIORREXE PREMATURA RUPREMA
Gestação Múltipla: Como Conduzir?
INFLUENZA H1N1 E GESTAÇÃO
Óbitos Infantis e Fetais
HU-UFMA ABORTAMENTO Prof. Dr. Tarcísio Coelho.
Rev Bras Ginecol Obstet 2012; 34(5):235-42
Febre sem sinais localizatórios
Transição demográfica Morbimortalidade neonatal
ABDOME AGUDO GINECOLÓGICO
Amniorrexe Prematura Prof. Rafael Celestino.
Classificação do Recém- Nascido
INDICADORES DE SAÚDE.
Brasília, 18 de Setembro de 2014 –
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
ABORTAMENTO Perda espontânea ou induzida dos produtos da concepção antes que o feto seja viável (20 a 24 semanas de gestação ou atingir o peso fetal de.
Seminário BH pelo Parto Normal
Universidade Presbiteriana Mackenzie Desenvolvimento Humano Evolução de 58 fetos com meningomielocele e o potencial de reparo intra-uterino Turma:
Interrupção prematura da gestação
INFECÇÃO PUERPERAL Dr Cezar Angelo Alfredo Filho
Sepse Neonatal Precoce
Infecção neonatal e neurodesenvolvimento em recém-nascidos muito pré-termo aos 5 anos de idade Neonatal Infection and 5-year Neurodevelopmental Outcome.
Assistência ao Recém–Nascido
Antenatal Corticosteroids Promote Survival of Extremely Preterm Infants Born at 22 to 23 Weeks of Gestation Rintaro Mori, MD, PhD, Satoshi Kusuda, MD,
MANEJO DA CRIANÇA CUJA MÃE RECEBEU PROFILAXIA ESTREPTOCÓCICA
(quando usar?Quando suspender? Riscos!)
INFECÇÃO PERINATAL PELO ESTREPTOCOCO DO GRUPO B
Rotura Prematura de Membranas
XV Jornada Científica dos Médicos Residentes do HRAS/HMIB
Hyperglycemia and morbidity and mortality in extremely low birth weight infants Journal of Perinatology 2006;26: Kao LS et al Apresentação: Renata.
Qual é a melhor via de parto para o feto prematuro?
Apresentação:Rodolfo Squiabel Iamaguti, Túlio Bosi, Rafael Alvarez
AMNIORREXE PREMATURA INTERNATO HUGG – OBSTETRÍCIA INTERNOS:
Amniorrexe Prematura - Corioamnionite -
Pré - Natal Como iniciar ( BHCG e TIG );
TRABALHO DE PARTO PREMATURO
Quando a conduta é expectante nos casos de RPMO?
Rotura Prematura de Membranas Ovulares (RPMO)
Sepse precoce por EGB CDC 2010.
Acadêmico 5º ano: Renato Saliba Donatelli Faculdade de Medicina da Universidade de Santo Amaro Disciplina de Ginecologia e Obstetrícia 2010.
_______ _____ PLACENTA PRÉVIA P P Prof. Elias Darzé.
Eclâmpsia Tarcisio Mota Coelho.
FISIOLOGIA E PATOLOGIA DO LÍQUIDO AMNIÓTICO
Prof. Dr. Tarcisio Coelho
Gestação na Paciente com Hemoglobinopatias
Enterocolite Necrosante
Doença da Membrana Hialina
Assistência ao Pré-natal
Obstetrics and Gynecology2008 (september);112(3):516-23
RECÉM-NASCIDO DE ALTO RISCO Profª. Maria Joselita
Docente: Thaís D. A. Conde 2007/02
Sequela da infecção adquirida pós-natal pelo citomegalovírus nos recém-nascidos de muito baixo peso Sequelae Following Postnatally Acquired Cytomegalovirus.
Transcrição da apresentação:

CORIOAMNIONITE MANUSEIO DA GESTANTE E DA PUÉRPERA 22º Congresso Brasileiro de Perinatologia – Novembro 2014 Dra. Lucila Nagata www.paulomargotto.com.br Brasília, 22 de novembro de 2014

CORIOAMNIONITE Ainda é um dos principais problemas da obstetrícia moderna Contribui para o aumento de prematuros e ainda aumenta a morbimortalidade perinatal Implica em complicações específicas no neonato e que ele pode carregar por toda a vida (Seminars in Fetal and Neonatal Medicine, vol 17, February 2012. Raymond W.)

CORIOAMNIONITE Febre materna Associado a um ou mais critérios diagnósticos incluindo: - taquicardia materna/fetal - leucocitose materna - útero “sensível”(hipertonia ou sensibilidade uterina aumentada) - liquido amniótico ou secreção vaginal com odor (Seminars in Fetal and Neonatal Medicine, February 2012. Shira G Fisherman; Shari E Gelber)

CAUSAS DE CORIAMNIONITE

MANEJO CLÍNICO Em geral o manejo clínico é baseado em estudos observacionais ou estudos de cohort. Trials controlados randomizados são pequenos na literatura Uso de antibióticos e programação do parto é o que diminui a morbidade materna e perinatal (Minerva Pediatr,2010. Jun Choriamnionitis in the delivery room – Zanella P, et al)

CONDUTA NA GESTANTE Aconselhamento sobre a morbidade e mortalidade materna e fetal A conduta varia com a idade gestacional Explicar sobre a eficácia do tratamento

EXAMES LABORATORIAIS HEMOGRAMA COMPLETO EAS CULTURA DE URINA CULTURA DE SECREÇÃO VAGINAL PCR VHS

ESQUEMAS ANTIBIÓTICOS Ampicilina 2 g EV 6/6 h, 48 h e depois 5 dias de Amoxicilina 500 mg 8/8 h + 1 g de Azitromicina (Roprema) Ampicilina 2 g 6/6 h + Gentamicina 60 a 80 mg 3x/dia (corioamnionite) Ceftriaxona 1g 1x/dia + Metronidazol 500 mg 3x/dia Clindamicina 600 mg EV 6/6 ou 8/8 h

ACOMPANHAMENTO DA GESTANTE COM CORIOAMNIONITE Antibiótico Cardiotocografia no trabalho de parto é aconselhado Monitorização materna Estabilização materna Via de parto: vaginal Cesárea só por indicação obstétrica ou por sofrimento fetal (Minerva pediatr 2010, Jun Chorioamnionitis in the delivery room – Zanella P et al)

ACOMPANHAMENTO DA GESTANTE COM CORIOAMNIONITE ATIVIDADE BIOFISICA FETAL COMBINADA EM RELAÇÃO À INFECÇÕES AMINÓTICAS E NEONATAIS GRUPO AMNIONITE CLÍNICA INFECÇÃO NEONATAL INFECÇÃO TOTAL CTG OK E/OU MF + 4,9% 3,7% 7,4% CTG CAT III MR – TONUS E MF + 23% 69,2% CTG CAT III MR - MF - 52,9% 88,2% 94,1% Adaptada de Vintzileos e Knuppel

COMPLICAÇÕES DA CORIAMNIONITE MATERNAS NEONATAL Bacteremia e choque séptico Parto cesárea Atonia uterina Hemorragia Abcesso pélvico Coagulopatia materna Tromboembolismo Sepse neonatal Baixo peso Apgar baixo no quinto minuto Óbito (Minerva pediatr 2010, Jun -Choriamnionitis in the delivery room; Zanella P et al)

INFECÇÃO PUERPERAL Coriamnionite (roprema, toques, trabalho de parto prolongado, fatores de risco) Geralmente no 3º ao 5º dia pós-parto, com sintomas de : - febre - mal estar geral - dor em região abdominal - loquios fétidos

TRATAMENTO DA INFECÇÃO PUERPERAL Internação Uso de antibióticos: Penicilina G Cristalina 2 a 4 milhões EV de 4/4 h + Gentamicina 80 mg EV de 8/8 h ou Amicacina Cloranfenicol 1 g EV 8/8 h ou Metronidazol 500 mg 8/8 h ou Clindamicina 600 mg 6/6 ou 6/6h

OBSERVAÇÕES Existem evidências recentes que apoiam o uso de Gentamicina 3x/dia tem maior eficácia que o uso em dose única Não há evidência de que o uso de corticoide para amadurecer o pulmão fetal piore ou provoque a coriamnionite Cesárea só se extremamente necessário (Seminars in Fetal and neonatal Medicine, February 2012)

CONCLUINDO FEITO O DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO INTRA AMNIÓTICA, A INDICAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA GESTAÇÃO É INDISCUTÍVEL O TEMPO DECORRIDO DO DIAGNÓSTICO E A INTERRUPÇÃO DEPENDE, POIS HÁ EVIDÊNCIAS QUE O TRATAMENTO COM ANTIBIÓTICO MATERNO BENEFICIA O FETO ANTES DO NASCIMENTO A CESAREANA SÓ DEVE SER CONSIDERADA NOS CASOS DE INDICAÇÃO OBSTÉTRICA, POIS NÃO MELHORA OS INDICES DE COMPROMETIMENTO DO RN E ACARRETA MAIOR RISCO MATERNO

CUIDAR DA MÃE PARA O BEM DO FETO OBRIGADA !