CORIOAMNIONITE MANUSEIO DA GESTANTE E DA PUÉRPERA 22º Congresso Brasileiro de Perinatologia – Novembro 2014 Dra. Lucila Nagata www.paulomargotto.com.br Brasília, 22 de novembro de 2014
CORIOAMNIONITE Ainda é um dos principais problemas da obstetrícia moderna Contribui para o aumento de prematuros e ainda aumenta a morbimortalidade perinatal Implica em complicações específicas no neonato e que ele pode carregar por toda a vida (Seminars in Fetal and Neonatal Medicine, vol 17, February 2012. Raymond W.)
CORIOAMNIONITE Febre materna Associado a um ou mais critérios diagnósticos incluindo: - taquicardia materna/fetal - leucocitose materna - útero “sensível”(hipertonia ou sensibilidade uterina aumentada) - liquido amniótico ou secreção vaginal com odor (Seminars in Fetal and Neonatal Medicine, February 2012. Shira G Fisherman; Shari E Gelber)
CAUSAS DE CORIAMNIONITE
MANEJO CLÍNICO Em geral o manejo clínico é baseado em estudos observacionais ou estudos de cohort. Trials controlados randomizados são pequenos na literatura Uso de antibióticos e programação do parto é o que diminui a morbidade materna e perinatal (Minerva Pediatr,2010. Jun Choriamnionitis in the delivery room – Zanella P, et al)
CONDUTA NA GESTANTE Aconselhamento sobre a morbidade e mortalidade materna e fetal A conduta varia com a idade gestacional Explicar sobre a eficácia do tratamento
EXAMES LABORATORIAIS HEMOGRAMA COMPLETO EAS CULTURA DE URINA CULTURA DE SECREÇÃO VAGINAL PCR VHS
ESQUEMAS ANTIBIÓTICOS Ampicilina 2 g EV 6/6 h, 48 h e depois 5 dias de Amoxicilina 500 mg 8/8 h + 1 g de Azitromicina (Roprema) Ampicilina 2 g 6/6 h + Gentamicina 60 a 80 mg 3x/dia (corioamnionite) Ceftriaxona 1g 1x/dia + Metronidazol 500 mg 3x/dia Clindamicina 600 mg EV 6/6 ou 8/8 h
ACOMPANHAMENTO DA GESTANTE COM CORIOAMNIONITE Antibiótico Cardiotocografia no trabalho de parto é aconselhado Monitorização materna Estabilização materna Via de parto: vaginal Cesárea só por indicação obstétrica ou por sofrimento fetal (Minerva pediatr 2010, Jun Chorioamnionitis in the delivery room – Zanella P et al)
ACOMPANHAMENTO DA GESTANTE COM CORIOAMNIONITE ATIVIDADE BIOFISICA FETAL COMBINADA EM RELAÇÃO À INFECÇÕES AMINÓTICAS E NEONATAIS GRUPO AMNIONITE CLÍNICA INFECÇÃO NEONATAL INFECÇÃO TOTAL CTG OK E/OU MF + 4,9% 3,7% 7,4% CTG CAT III MR – TONUS E MF + 23% 69,2% CTG CAT III MR - MF - 52,9% 88,2% 94,1% Adaptada de Vintzileos e Knuppel
COMPLICAÇÕES DA CORIAMNIONITE MATERNAS NEONATAL Bacteremia e choque séptico Parto cesárea Atonia uterina Hemorragia Abcesso pélvico Coagulopatia materna Tromboembolismo Sepse neonatal Baixo peso Apgar baixo no quinto minuto Óbito (Minerva pediatr 2010, Jun -Choriamnionitis in the delivery room; Zanella P et al)
INFECÇÃO PUERPERAL Coriamnionite (roprema, toques, trabalho de parto prolongado, fatores de risco) Geralmente no 3º ao 5º dia pós-parto, com sintomas de : - febre - mal estar geral - dor em região abdominal - loquios fétidos
TRATAMENTO DA INFECÇÃO PUERPERAL Internação Uso de antibióticos: Penicilina G Cristalina 2 a 4 milhões EV de 4/4 h + Gentamicina 80 mg EV de 8/8 h ou Amicacina Cloranfenicol 1 g EV 8/8 h ou Metronidazol 500 mg 8/8 h ou Clindamicina 600 mg 6/6 ou 6/6h
OBSERVAÇÕES Existem evidências recentes que apoiam o uso de Gentamicina 3x/dia tem maior eficácia que o uso em dose única Não há evidência de que o uso de corticoide para amadurecer o pulmão fetal piore ou provoque a coriamnionite Cesárea só se extremamente necessário (Seminars in Fetal and neonatal Medicine, February 2012)
CONCLUINDO FEITO O DIAGNÓSTICO DE INFECÇÃO INTRA AMNIÓTICA, A INDICAÇÃO DA INTERRUPÇÃO DA GESTAÇÃO É INDISCUTÍVEL O TEMPO DECORRIDO DO DIAGNÓSTICO E A INTERRUPÇÃO DEPENDE, POIS HÁ EVIDÊNCIAS QUE O TRATAMENTO COM ANTIBIÓTICO MATERNO BENEFICIA O FETO ANTES DO NASCIMENTO A CESAREANA SÓ DEVE SER CONSIDERADA NOS CASOS DE INDICAÇÃO OBSTÉTRICA, POIS NÃO MELHORA OS INDICES DE COMPROMETIMENTO DO RN E ACARRETA MAIOR RISCO MATERNO
CUIDAR DA MÃE PARA O BEM DO FETO OBRIGADA !