Síndrome da Apneia obstrutiva do sono. Tratar a SAOS é custo-efetivo? Gleison Guimarães TE SBPT 2004/TE AMIB 2007 Área de atuação em Medicina do Sono pela.

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Transcrição da apresentação:

Síndrome da Apneia obstrutiva do sono. Tratar a SAOS é custo-efetivo? Gleison Guimarães TE SBPT 2004/TE AMIB 2007 Área de atuação em Medicina do Sono pela SBPT Prof. Pneumologia Faculdade de Medicina UFRJ – Campus Macaé VI Curso Nacional de ventilação Mecânica e III Curso Nacional de Sono 27 a 29 de março de 2014 – São Paulo

A economia estuda como pessoas, empresas, governo e outras organizações da sociedade fazem escolhas e como essas decisões determinam a utilização e a alocação dos recursos entre os membros da sociedade. A economia estuda como pessoas, empresas, governo e outras organizações da sociedade fazem escolhas e como essas decisões determinam a utilização e a alocação dos recursos entre os membros da sociedade. Os economistas que elaboram análises de custo-benefício abordam os projetos com a seguinte questão: “Esta intervenção produzirá uma possível melhoria de Pareto?”. Uma melhoria de Pareto é uma mudança que melhorará pelo menos as condições de uma pessoa e não piorará as condições de outras, no sentido de questionar se é possível que os que ganham compensem os que perdem. A necessidade percebida de estimar em valores monetários as intervenções em saúde surge da busca de melhorias de Pareto – medidas para melhorar o bem-estar coletivo. Os economistas que elaboram análises de custo-benefício abordam os projetos com a seguinte questão: “Esta intervenção produzirá uma possível melhoria de Pareto?”. Uma melhoria de Pareto é uma mudança que melhorará pelo menos as condições de uma pessoa e não piorará as condições de outras, no sentido de questionar se é possível que os que ganham compensem os que perdem. A necessidade percebida de estimar em valores monetários as intervenções em saúde surge da busca de melhorias de Pareto – medidas para melhorar o bem-estar coletivo. Cada indivíduo está, constantemente, fazendo escolhas. Escolhas envolvem trade-offs, isto é, optar por gastar mais em alguma coisa nos deixa com menos para gastar em outra. Os trade-offs são consequência da escassez e limitação dos recursos na sociedade. Cada indivíduo está, constantemente, fazendo escolhas. Escolhas envolvem trade-offs, isto é, optar por gastar mais em alguma coisa nos deixa com menos para gastar em outra. Os trade-offs são consequência da escassez e limitação dos recursos na sociedade. Para fazer as melhores escolhas, precisamos ter acesso e analisar informações. Por fim, essas escolhas determinarão a distribuição de riquezas e renda na sociedade. Para fazer as melhores escolhas, precisamos ter acesso e analisar informações. Por fim, essas escolhas determinarão a distribuição de riquezas e renda na sociedade. Análise de custo-efetividade é uma razão, tal como custo por ano de vida salvo, em que o denominador reflete o ganho em saúde oriundo de uma intervenção específica (exemplos: anos de vida ganhos, número de acidentes cerebrovasculares evitados) e o numerador reflete o custo monetário para se obter o ganho em saúde. Análise de custo-efetividade é uma razão, tal como custo por ano de vida salvo, em que o denominador reflete o ganho em saúde oriundo de uma intervenção específica (exemplos: anos de vida ganhos, número de acidentes cerebrovasculares evitados) e o numerador reflete o custo monetário para se obter o ganho em saúde. 2

Conceito de CUSTO-EFETIVIDADE A análise de custo-efetividade é a melhor opção quando se comparam duas ou mais intervenções para um mesmo desfecho em saúde. A análise de custo-efetividade é a melhor opção quando se comparam duas ou mais intervenções para um mesmo desfecho em saúde. Trata-se da modalidade mais utilizada nas análises econômicas em saúde. Uma intervenção em saúde é dita custo-efetivo se produz um benefício clínico justificável para o seu custo. A contribuição da análise de custo-efetividade é instrumentalizar os médicos e gestores para o processo de tomada de decisão, momento no qual se decide o que, quanto, para quem, a que custo, e qual o benefício da intervenção. Trata-se da modalidade mais utilizada nas análises econômicas em saúde. Uma intervenção em saúde é dita custo-efetivo se produz um benefício clínico justificável para o seu custo. A contribuição da análise de custo-efetividade é instrumentalizar os médicos e gestores para o processo de tomada de decisão, momento no qual se decide o que, quanto, para quem, a que custo, e qual o benefício da intervenção. uso de recursos benefícios de saúde Rev Bras Hipertens vol.17(3): , 20103

O Problema O Problema TônusNeuromuscular Complacência da Via Aérea Obstrução Anatômica Anatômica InstabilidadeCentroRespiratório Multifatorial 4

O verdadeiro problema 5

Atividade Parassimpática ↓FC, DC, P.intra-torác. Atividadesimpática POLISSONOGRAFIA Fragmentação do sono Doenças cardiovasculares Qualidade de vida Sintomas e Produtividade Acidentes de trabalho e trânsito Ronco: problema clínico e social

O tratamento O tratamento7

PAP: Pressão positiva em via aérea Tipos de equipamentos Preferência do paciente Gravidade do Quadro Bilevel CPAP com pressão flutuante CPAP8

PAP PAP: como faz a diferença... 9

Recomendações Kushida et al. Sleep, 2006 CPAP é efetivo na SAOS moderada/grave (padrão); Indicado em pacientes com sonolência diurna excessiva (decorrente de SAOS) independente da gravidade (padrão) CPAP recomendado para SAOS leve, Resistência da via aérea (RERA) e ronco primário (opcional) Pode ser usado para tratar hipertensão arterial e outras comorbidades cardiovasculares causadas ou agravadas pela SAOS (opcional)

- Avaliação da custo-efetividade do CPAP x sem CPAP; - Meta-análise com modelo de 5 anos de Markov; - Média de IAH 37-60/h; - População homogênea; - Não considerado: produtividade no trabalho, redução de injúria ocupacional, redução de anti-hipertensivos, melhora da qualidade de vida do parceiro. Conclusão: quando qualidade de vida, custos da terapia e acidentes automobilísticos são considerados, CPAP nos pacientes com SAOS é excelente uso de recursos de saúde. 11

- Avaliação da custo-efetividade do CPAP x sem CPAP; - Meta-análise com modelo de 5 anos de Markov (que considera vários desfechos); - Idade de 30 – 59 anos; - Pode não ser reproduzido em outros locais (custos médicos, de aparelhos e acidentes); - Não considerado: performance no trabalho, redução de injúria ocupacional, redução de anti-hipertensivos e de doenças cardiovasculares, melhora da qualidade de vida do parceiro. Can Respir J vol 15 n.3 April 2008 Can Respir J vol 15 n.3 April 2008 Conclusão: CPAP é custo-efetiva para utilização de recursos em saúde. É necessário investir em educação de tomadores de decisão sobre a importância de SAOS e os benefícios de seu tratamento. 12

- Revisão sistemática MEDLINE, EMBASE E COCHRANE ( ); citações, 48 estudos relevantes e 29 consideravam SED. -Avaliação da custo-efetividade do CPAP comparado controle (placebo e tratamento conservador); - Benefício significativo CPAP comparado com controle na ESS, sendo mais consistente quanto mais sintomáticos. -Melhora da qualidade de vida foi menos robusta. Conclusão: CPAP foi associado a alto custo e grandes benefícios comparado a conduta conservadora. É alta a probabilidade do CPAP ser mais custo- efetivo do que DIO e manejo usual. 13

CPAP CPAP - adaptação ao CPAP em 68% após 4 anos. - 10,2% desistem. - ↓ reduz 52% risco de acidentes veículos. - ↓ 49% risco de IM em 10 anos. - ↓ 31% risco de AVC Conclusão: torna-se necessário o maior acesso ao tratamento da SAOS para resolver esse grave problema de saúde pública 14

Obrigado !