Autores: Eng. Fernanda Giannasi (DRTE-SP/MTE)

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Superintendência Estadual de Mato Grosso Serviço de Saúde Ambiental
Advertisements

SAÚDE e AMBIENTE Proposta conjunta estabelecendo diretrizes que conduzam a um gerenciamento seguro dos resíduos, protegendo a saúde e o meio ambiente,
“PERPECTIVAS DE ATUAÇÃO INTERSETORIAL” Setor Saúde de São Paulo
WORKSHOP ESTRATÉGIAS PARA CONTROLE DE ALIMENTOS IRRADIADOS
Saúde e Segurança no Trabalho
Pacto de Indicadores da Atenção Básica
Resíduos Industriais – NR 25
Videoconferência Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador Acidentes com produtos químicos perigosos Planejamento 2013 SES - RN 11/12/2012.
Videoconferência Saúde Ambiental e Saúde do Trabalhador Acidentes com produtos químicos perigosos Planejamento 2013 SES - SC 3/12/2012.
Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos
EXPOSIÇÃO HUMANA À AGROTÓXICOS NA REGIÃO SERRANA DO ESTADO DO
Pacto pela Saúde Consolidação do SUS
Vigilância em Saúde Ambiental Programa VIGISOLO
Regulamentação do repasse de recursos financeiros de VISA
Aula 10 –Avaliação de Impactos Ambientais (AIA)
CARAVANA EM DEFESA DO SUS - EVENTO PARAÍBA PLANO ESTADUAL DE SAÚDE DA PARAÍBA – AVANÇOS, DESAFIOS E PERSPECTIVAS 2009/2010.
Estado da Paraíba Secretaria de Estado da Saúde
A Política de Gestão Estratégica e Participativa no SUS
Autores: Mariana de Oliveira Sanchez – Fisioterapeuta CEREST Bauru
Centro de Vigilância Sanitária
Contexto Acidentes do trabalho em 2004: Diversas formas de vínculo
FÓRUM DE SAÚDE SUPLEMENTAR JUNHO FBH - Federação Brasileira de Hospitais FÓRUM DE SAÚDE SUPLEMENTAR.
Saúde do Trabalhador no SUS
DICAS DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES E DOENÇAS NO TRABALHO “MODELO SESI”
Recife, 31 de julho de Secretaria de Gestão do Trabalho
Política Nacional de Resíduos
Ministério da Previdência Social e o INSS
Secretaria da Saúde SECRETARIA DA SAÚDE DO ESTADO DA BAHIA SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA E PROTEÇÃO DA SAÚDE DIRETORIA DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA E AMBIENTAL.
DESAFIOS PARA APLICAÇÃO DA NR-36 E PAPEL SINDICAL
Os servidores estaduais estão ficando doentes...
Plano de Gerenciamento de Resíduos
RESPONSABILIDADES LEGAIS NA GESTÃO DA SAÚDE E SEGURANÇA DOS TRABALHADORES SEMANA DA SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO 13/11/2008.
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NO SETOR DE PRODUÇÃO E RECICLAGEM DE BATERIAS CHUMBO-ÁCIDO VISANDO A REDUÇÃO DOS RISCOS RELACIONADOS AO CHUMBO.
COMISSÃO INTERSETORIAL DE SAÚDE DO TRABALHADOR CIST - CURITIBA
ENFª DO TRABALHO JAMILIE SENA
Departamento de Segurança e Medicina do Trabalho
PAINEL ASSECOR PPA : ORIENTAÇÕES ESTRATÉGICAS E DESAFIOS METODOLÓGICOS Brasília, 03 de março de 2015.
SISTEMA DE GARANTIA DE DIREITOS – SGD: uma breve revisão
Principais Normas Regulamentadoras
Avaliação na Atenção Básica
Retrospectiva e Avanços em Saúde Auditiva do Trabalhador
Programa de prevenção de riscos ambientais – PPRA
RISCOS DO AMIANTO 1.
Diferenças Entre Embargo e Interdição na Segurança do Trabalho.
PROJETO VISA Projeto de Informação e Comunicação Projeto de Cooperação Técnica “Apoio à Descentralização das Ações e Consolidação do Sistema Estadual de.
Módulo de Saúde Ocupacional – AULA 4 Prof.º Marivaldo Oliveira
FÓRUNS REGIONAIS E NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA.
FÓRUNS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DA GESTÃO DO SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA NO SUS AVANÇOS: Realização de Fóruns.
XXIX Congresso de Secretários Municipais de Saúde do Estado de São Paulo Curso: Vigilância em Saúde nas Redes de Atenção à Saúde José Olimpio Moura de.
II Fórum Regional de Vigilância Sanitária- Região Sudeste Palestrante: Magali Rodrigues de Brito Araújo.
Programas de Segurança e Saúde do Trabalho CAP – X (PAG 428 PLT)
CENTRO DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
GESTÃO SANITÁRIA DO AMBIENTE
O papel da SESA no campo dos agrotóxicos Desafio sobre o destino de embalagens de produtos afins Reunião sobre a Política Estadual a ser adotada para a.
Paulo Sérgio M. Mascarenhas Química
Vigilância Sanitária nos Eventos de Massa:
GERENCIAMENTO DE RISCOS E PERIGOS RELACIONADOS A PRODUTOS, SERVIÇOS E MEIO AMBIENTE NAS AÇÕES DE VISA NO ESTADO DO MARANHÃO ARNALDO MUNIZ GARCIA SUPERINTENDENTE.
Programa Vigilância dos Acidentes de Trabalho Fatais
BIOSSEGURANÇA, CONTROLE DE RESÍDUOS.
FÓRUNS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DA GESTÃO DO SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA NO SUS AVANÇOS: Estabelecimento de repasse.
FÓRUNS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DA GESTÃO DO SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA NO SUS AVANÇOS: Integração entre as Vigilâncias.
FÓRUNS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DA GESTÃO DO SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA NO SUS FINANCIAMENTO: AVANÇOS E DESAFIOS.
SAÚDE DO TRABALHADOR.
Contratação de serviços de saúde nos municípios do Estado do Rio de Janeiro NÚCLEO DE SAÚDE COORDENADORIA DE AUDITORIAS TEMÁTICAS E OPERACIONAIS – CTO/SGE.
FÓRUNS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA ESTRATÉGIA DE FORTALECIMENTO DA GESTÃO DO SISTEMA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA NO SUS AVANÇOS: Planos Municipais já.
SEMINÁRIO DE APOIO A DESCENTRALIZAÇÃO DA GESTÃO DOS PRESTADORES DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE DO SUS VIGILÂNCIA EM SAÚDE.
SEMINÁRIO DE APOIO A DESCENTRALIZAÇÃO DA GESTÃO DOS PRESTADORES DE MÉDIA E ALTA COMPLEXIDADE DO SUS Regulação, Controle, Avaliação Secretaria Estadual.
Defesa agropecuária e integração dos entes da federação Tania Lyra Consultora em Defesa Agropecuária.
Adequação a Legislação – Gerenciamento de Resíduos – Prevenção a Poluição.
Transcrição da apresentação:

AÇÃO INTERINSTITUCIONAL CONTRA O ASBESTO(AMIANTO) NO ESTADO DE SÃO PAULO Autores: Eng. Fernanda Giannasi (DRTE-SP/MTE) Enf. Golda Schwartzman (DVST/CVS/SES-SP) Dr. Jefferson B.P. Freitas (ST/PMSP/SMS-SP) Eng. Rogério A. Christensen (DVST/CVS/SES-SP) Julho/2003

JUSTIFICATIVA Existência de legislação nacional (Lei 9055/95) para utilização do amianto crisotila (branco), já proibido em 36 países e em alguns estados e municípios brasileiros; Lei 10.813/2001 que proibiu o amianto no Estado de São Paulo foi suspensa pelo STF em 8/5/2003(ADIN 2656); Falta de ações integradas entre as diversas instâncias da fiscalização na área de saúde e trabalho e a necessidade de implementação da transversalidade entre as diversas instituições; Amianto ou asbesto – mineral reconhecidamente cancerígeno para os seres humanos e usado em 3.000 produtos industrias no Brasil sem qualquer controle, constituindo-se num dos mais graves problemas de saúde coletiva, também conhecido como “a poeira assassina” ou o “mal industrial do século XX”.

OBJETIVOS IMEDIATOS E MEDIATOS Redução até total eliminação da exposição dos trabalhadores ao amianto no ambiente de trabalho, através de ações integradas de fiscalização federal, estadual e municipal; Desmistificar a tese do “uso controlado ou seguro do amianto”, defendido pelos produtores; Mapear no Estado de São Paulo as possíveis fontes de utilização e contaminação por amianto; Cadastrar trabalhadores e ex-trabalhadores expostos ao amianto junto ao SUS para acompanhamento médico; Definir políticas para disposição final de resíduos contendo amianto, classificado como perigoso (Convenção da Basiléia); Substituir no mais curto espaço de tempo o amianto em todos os seus usos industriais.  

DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO E DA AÇÃO Trabalhadores expostos ao amianto do setor automotivo (segundo maior utilizador) num total de 90 empresas cadastradas junto ao Ministério do Trabalho em São Paulo; Instrumentos legais: Lei 9055/95/Decreto 2350/97, Código Sanitário do Estado de São Paulo (Lei 10.083/98), Anexo 12 da NR-15 da CLT (Convenção 162 da OIT) e leis municipais de proibição.

METODOLOGIA Orientação, treinamento e apoio técnico às DIRs e municípios nas ações de vigilância sanitária / saúde do trabalhador na exposição ao amianto nos ambientes de trabalho (matéria-prima ao destino final dos resíduos); Integração das instituições da área de saúde do trabalhador: CIP-SES/SP, DVST-CVS-SES/SP, CEREST-SES/SP, ST-SMS/PMSP, DRTE/SP, SERT/SP e sindicatos de trabalhadores para definição de estratégia, plano de ação, instrumentos (protocolos) e procedimentos; Avaliação periódica dos resultados de forma participativa e planejamento de futuras ações; Disponibilização das informações à população e às instituições de saúde, trabalho e meio-ambiente.

RESULTADOS Substituição gradativa do amianto no setor frente ao rigor da fiscalização (aproximadamente 70% das empresas já eliminaram o uso do amianto e as restantes mantêm produtos sem e com amianto para o mercado interno e de reposição); Poder das ações conjuntas das instituições se fortalece diante das medidas jurídicas (mandados de segurança, liminares e outros recursos buscados pelas empresas); Cadastramento dos trabalhadores (na ativa e demitidos a partir de 1.991) expostos ao amianto junto ao SUS;  

RESULTADOS Maior uniformidade nas ações sem perda da autonomia de cada instituição e de suas atribuições específicas; Fortalecimento do SUS e quebra das resistências sobre poderes concorrentes e do corporativismo; Qualificação das ações que passam a ter planejamento (começo, meio e fim); Aperfeiçoamento dos instrumentos legais, tais como a proposta de normas para destinação final de resíduos contendo amianto.

CONCLUSÃO As ações desenvolvidas até o momento não eliminam totalmente a exposição ocupacional e ambiental ao amianto por insuficiência de instrumentos legais, permanecendo o risco potencial dos trabalhadores adoecerem por não haver limite seguro de exposição e o longo período de latência das doenças relacionadas; As empresas inspecionadas não cumpriam a legislação relativa ao uso do amianto, inexistindo a adoção voluntária do dito “uso controlado ou seguro”; Somente a proibição do amianto porá fim à exposição ocupacional relativa à produção, permanecendo ainda os trabalhos de manutenção do que já existe e que irá sendo substituído gradativamente, além da exposição ambiental.