Quem são nossos alunos? Centro Universitário Salesiano de São Paulo NAP 2007.

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Transcrição da apresentação:

Quem são nossos alunos? Centro Universitário Salesiano de São Paulo NAP 2007

Ensino Superior: (In)Sucesso Acadêmico, de Isabel Alarcão, 2000 O aluno do Ensino Superior sofre: - em termos psicossociais: desenraizamento familiar e social, sentimentos de emancipação e libertação, conflitualidade de valores entre os vários registros de vida.

em termos metodológicos: absentismos às aulas, aceitação da reprovação como normal, dispersão por demasiadas actividades, desajuste nos métodos de estudo. - em termos de condições familiares, profissionais e socioeconômicas: problemas pessoais, dificuldades económicas, condição de trabalhador-estudante, conflito de valores.

Pesquisa de Bacharelado, Ariane Junqueira de Castro, UNISAL, 2006 o novo contingente estudantil que chega à universidade já não apresenta a homogeneidade de antigamente. um forte crescimento vem se verificando nos cursos noturnos, indicando que uma população trabalhadora, mais velha e com perfil diferente do aluno tradicional de graduação está ingressando no ensino superior.

Docência no Ensino Superior, Selma Garrido Pimenta e Léa das Graças Camargo Anastasiou, 2002 Muitas vezes as características reais dos alunos do Ensino Superior não são objeto de preocupação do professor que, ao entrar na sala de aula, já os identifica como futuros profissionais da área, tendo uma expectativa muito elevada em relação ao desempenho deles.

Em pesquisa(UNERJ) feita com 140 professores que trabalham em uma instituição de Ensino Superior com 6 cursos, predominantemente noturnos, a descrição dos problemas percebidos pelos docentes, em relação dos alunos, enfatizou: - falta de interesse, de motivação ou de comprometimento com a própria aprendizagem.

- passividade, individualismo. Interesse na nota e em passar de ano e/ou obter diploma; - falta de disciplina, hábitos de estudo insuficientes;

Nesta pesquisa também foram relatados fatores referentes à escolaridade anterior: - nível de conhecimento ou pré-requisitos insuficientes para acompanhar a graduação; - dificuldade na interpretação, redação e leitura; - dificuldade de raciocínio, falta de criticidade.

- alta heterogeneidade em cada classe e diversidade de maturidade geral. - falta de tempo para estudar, com pouco contato extraclasse; - aluno trabalhador.

Machado (1995), em pesquisa sobre os alunos do Ensino Superior, destaca: - jovens com idade inferior a 25 anos, solteiros, -30% deles dormem menos de 6 horas diárias e 63% entre 6 e 8 horas; - 61% declaram que se alimentam mal; - 34% relatam que o tempo para repouso é insuficiente.

Castanho (1989) demonstra que, ao contrário do que se pensa, não há defasagem excessiva entre a faixa etária dos alunos do diurno e do noturno. - Em sua maioria, tais alunos cursaram escola pública noturna no Ensino Médio, tem pouca história de reprovação e nutrem a expectativa de que o diploma lhes trará mais habilitações.

Furlani (1988), em estudos sobre o aluno superior noturno, estabelece a diferença entre trabalhador-estudante, que depende unicamente de sua renda salarial e estudante-trabalhador, que conta com a ajuda da família.

Também, segundo Pimenta (2002), há uma parcela dos alunos que chegam ao Ensino Superior e que vem de um sistema de ensino que centralizou os esforços de seus últimos três anos escolares na direção do vestibular. A memorização foi a tônica dominante, com uso de recursos, os mais variados, para conseguir sucesso na memorização do material pretendido.

Assim, há o reforço de um comportamento baseado na lógica da exclusão, em pouca criticidade, voltado para os produtos (vestibular, provões, Enade, Exame Profissionais) e não para a aprendizagem. Enfatizam-se ações e atividades pouco participativas e grande volume de informações em que a figura do bom professor se identifica com a de um showman ou showwoman, excelente na capacidade de exposição do conteúdo.

Concluindo, sugerimos uma reflexão: - É preciso considerar que as posturas dos alunos, vistas por nós, estão inseridas num contexto social, cuja lógica dominante – que muitas vezes é adotada pelas próprias instituições e as estrutura – é a de considerar o aluno como cliente, que ali está pagando por um produto, sendo a função do professor tornar este produto atraente, numa situação em que o importante é o certificado e não, necessariamente, a qualidade das aprendizagens.

Responsabilizar-se pela aprendizagem aponta para a necessidade de transformar essa lógica do lucro na da educação. Isto supõe: - Discussão de valores com o alunado; - Estabelecimento de um contrato de trabalho formativo, com responsabilidade claramente assumidas pelo alunos, professores e a instituição.

Diante do exposto e discutido, perguntamos: 1. Em meu curso, que práticas docentes podem ser desenvolvidas para um enfrentamento consciente do perfil de nosso aluno, tendo em vista a consolidação do Projeto Pedagógico Institucional (Identidade Salesiana)?

2. Em meu curso, que práticas de gestão (coordenação do curso) podem ser desenvolvidas para um enfrentamento consciente do perfil de nosso aluno, tendo em vista a consolidação do Projeto Pedagógico Institucional (Identidade Salesiana)?

3. Em nosso curso, que práticas Institucionais podem ser desenvolvidas para um enfrentamento consciente do perfil de nosso aluno, tendo em vista a consolidação do Projeto Pedagógico Institucional (Identidade Salesiana)?

Referências Bibliográficas PIMENTA, Selma G. e ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos. Docência no Ensino Superior. Vol 1, São Paulo: Cortez, TAVARES, José e SANTIAGO, Rui A. (org) Ensino Superior (IN)Sucesso Académico. Porto: Porto, 2000.