ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA DOENÇA VASCULAR ENCEFÁLICA NO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO (HNSC) Mariana Cardoso de Lima (1), Amanda Conciani Corso (1),

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ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA DOENÇA VASCULAR ENCEFÁLICA NO HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO (HNSC) Mariana Cardoso de Lima (1), Amanda Conciani Corso (1), Tatiana Pizzolotto Bruch (2), Lidiane Lemos (2), Marcos de Souza Medeiros (2), Enrico Ghizoni (3), Rinaldo Claudino (4) Introdução Acidente Vascular Encefálico (AVE) corresponde a qualquer evento clínico agudo relacionado a comprometimento da circulação cerebral. Em mais de 80% dos casos ele é do tipo isquêmico. Apesar de uma tendência de redução lenta e constante das taxas anuais de mortalidade por doenças cerebrovasculares (DCV), a mortalidade no Brasil, quando comparado a outros países, ainda é alta. Além de alta mortalidade a DCV, tem alta morbidade e gera um alto custo sócio-econômico. Vários fatores de risco já foram elucidados para a DCV. Foi constatado que a administração intravenosa do rt-PA nas primeiras três horas após o inicio dos sintomas, com o propósito de dissolver um trombo causador de obstrução, é a primeira oportunidade para intervenção e modificação direta dos danos cerebrais em pacientes elegíveis. Alguns estudos estão avaliando a possibilidade da extensão da janela terapêutica para 6 horas. Objetivos Objetivo geral: analisar os pacientes internados com AVE no HNSC. Objetivos específicos: mensurar o tempo decorrido entre o início dos sintomas e a chegada ao hospital; verificar as características demográficas e os fatores de risco da população; analisar o desfecho destes pacientes; e verificar a possibilidade de uma futura implementação com tratamento trombolítico no hospital. Metodologia Estudo observacional com período de acompanhamento igual ao tempo de internação hospitalar. Avaliou-se 115 pacientes do HNSC com quadro de AVE agudo, no período de março de 2007 a março de Diariamente os pacientes que internavam no HNSC com o diagnóstico de AVE eram visitados e avaliados. Foram incluídos todos os que preenchessem os critérios de inclusão e aceitassem participar do estudo. Aplicou- se um questionário contendo questões fechadas sobre diversos fatores de risco, sendo aplicado o National Institutes of Health Stroke Scale (NIHSS). Na alta hospitalar era revisado o prontuário e aplicado o Índice de Independência de Barthel (IIB). As informações foram armazenadas em um banco de dados utilizando o programa SPSS® 12.0, o qual também foi utilizado para a obtenção das freqüências de interesse. Para as variáveis qualitativas foi utilizado o teste de qui-quadrado e para as quantitativas ANOVA. O valor considerado de significância estatística foi P<0,05 e o intervalo de confiança de 95%. Resultados Na América Latina, ocorrem grandes diferenças geográficas, étnicas, culturais e socioeconômicas, que influenciam o acesso à assistência médica. Apesar de a distribuição ser aproximadamente igual entre os gêneros, a maioria pertence ao gênero feminino (51,3%). A idade média foi de 67 anos. Os caucasianos constituíram 72,2% da população estudada e não se observou diferença no prognóstico entre esses e os não caucasianos. Graf. 1– Prevalência dos fatores de risco para AVE na população estudada. Com relação ao tipo de AVE, o tipo isquêmico perfez 82,6%.O predomínio desse sobre o hemorrágico também é relatado pelos demais estudos do gênero. Os pacientes que não eram provenientes do município de Tubarão totalizaram 55.7%. Tal fato pode ter influenciado no tempo entre o início dos sintomas até a chegada ao hospital, sendo a mediana desse intervalo 4,8 horas, independentemente do local de origem. Apesar do tempo ainda estar elevado para a terapia trombolítica endovenosa, ainda é menor que em locais onde há protocolos de tratamento com o rt-PA. Graf. 2 – Tempo entre início dos sintomas e chegada ao hospital, em horas. Dados válidos para um total de 86 pacientes. Os pacientes apresentaram uma mediana do NIHSS de 6, sendo menor do que os encontrados na literatura e dentro da faixa de inclusão para trombólise. Tab. 1 – Pontuação do NIHSS na entrada ao HNSC, válido para 91 pacientes. O AVE é uma das maiores causas de seqüelas permanentes que geram incapacidade funcional. Quase metade dos pacientes avaliados foram considerados independentes. A mortalidade foi menor do que as encontradas em outros estudos, 19,1%. Conclusões Os fatores de risco para AVE já são bem conhecidos pelo meio médico, mas pouco difundidos pela população. Além disso, eles não estão sendo combatidos de forma adequada, permitindo que a ocorrência de AVE seja elevada. O tempo de chegada dos pacientes (relativamente pequeno), a pontuação do NIHSS (baixa), são características que tornam a implementação de terapia trombolítica possível no HNSC. Bibliografia Cramer SC. The EXCITE Trial: A Major Step Forward for Restorative Therapies in Stroke. Stroke 2007; 38: Leigh R, Zaidat OO, Suri MF et al. Predictors of hyperacute clinical worsening in ischemic stroke pacients receiving thrombolytic therapy. Stroke. 2004;35: Martins SCOM, Brondani R, Friedrich M, et al. Quatro anos de experiência no tratamento trombolítico do AVC isquêmico na cidade de Porto Alegre. Revista Neurociências 2006;14(1):31-36 Pires LS, Gagliard RG, Gorzoni ML. Estudo das freqüências dos principais fatores de risco para acidente vascular cerebral isquêmico em idosos. Arq. Neuro-psiquiatria 2004;62(3b): Qureshi AI, Kirmani JF, Sayed MA, et al. Time to hospital arrival, use of thrombolytics, and in-hospital outcomes in hospital outcomes in ischemic stroke. Neurology 2005; 64: Rodrigues JE, Sá MS, Alouche SR. Perfil dos pacientes acometidos por AVE tratados na clínica escola de fisioterapia da UMESP. Revista Neurociências 2004;12(3): Saposnik G. Del Brutto OH for the Iberoamerican Society of Cerebrovascular Diseases. Stroke in South America: A systematic review of incidence, prevalence, and stroke subtypes. Stroke 2003;34: Stansbury JP, Jia H, Williams LS, Vogel WB, Duncan PW. Ethinic disparities in stroke epidemiology, acute care, and postacute outcomes. Stroke 2005; 36:374. Apoio Financeiro: Unisul (1) Acadêmicas de Medicina da UNISUL (Universidade do Sul de Santa Catarina – Tubarão – SC), participantes do Programa PUIC; (2) Acadêmicos de Medicina da UNISUL (Universidade do Sul de Santa Catarina – Tubarão – SC), colaboradores e co-autores; (3) Neurocirurgião do Hospital Nossa Senhora da Conceição (HNSC). Professor da disciplina de neurocirurgia do internato médico – UNISUL, orientador responsável pela pesquisa no Programa PUIC; (4) Neurologista do Hospital Governador Celso Ramos/Secretaria de Saúde de Santa Catarina - Florianópolis –SC, co-orientador. Pontuação do NIHSSFrequência (%) < 445,1% 5 a 2135,2% > 2219,8%