Trabalho em equipe na Atenção Hospitalar Gilberto Luiz Scarazatti Maio de 2007
Especificidade do trabalho das organizações de saúde O trabalho é variável e complexo, especializado e com interdependência de saberes ,de difícil coordenação Os resultados a serem alcançados são de difícil definição e mensuração. Existe maior identidade dos profissionais com a profissão do que com a organização Pouco controle efetivo da organização sobre os médicos, devido ao grau de autonomia profissional
Características atuais da organização do processo de trabalho em saúde Centrado em procedimentos que utilizam tecnologias duras Dividido por profissões, com pouca conexão entre as propostas terapêuticas Entre os médicos, a divisão de dá por especialidades e procedimentos Entre enfermeiros pelo nível de formação e por tarefas/procedimentos O usuário é sempre objeto, decorrente da formação profissional e do padrão da clínica hegemônico
O padrão atual da Clínica “A necessidade de ações decisivas de cura para prevenir a morte justifica a submissão do doente. Tanto para os doentes, como para o pessoal hospitalar o modelo clássico assistencial integra a obediência indiscutível à autoridade médica.
O padrão atual da Clínica Espera-se que o doente seja o recipiente passivo dos cuidados médicos, objeto de procedimentos legitimados em virtude dos critérios universais da ciência médica. Ao nível da manutenção de uma continuidade desejável das relações terapêuticas entre o doente e o pessoal hospitalar, as interações são frequentemente episódicas e desenvolvem-se no contexto dos procedimentos necessários.” Graça Carapinheiro
Características da gestão Existe mais de um comando dentro da mesma unidade de produção, baseado em profissões Na prática, há hierarquia entre as profissões O trabalho tem certo grau de alienação, uma vez que os profissionais só significam seu objeto estrito de trabalho Não existem projetos institucionais para as unidades do hospital. Os projetos tendem a pertencer aos chefes de serviços
Características da gestão Alto grau de autonomia do hospital para definir seu perfil assistencial O processo de contratualização do MS tem forçado a uma visão mais integral da atenção hospitalar, porém o como fazer ainda está apoiado na maneira tradicional de fazer a gestão O controle social é incipiente
Propostas Integrar todos os profissionais em equipes , configurando as unidades de produção, com comando único Instituir a gestão colegiada Elaborar projeto com objetivos, metas e sistema de monitoramento e avaliação/ contratos Considerar a inserção do hospital na rede de saúde
Propostas Definir com clareza a missão de cada unidade de produção, seus usuários e clientes internos e externos Pactuar um elenco de tarefas gerenciais para todas as unidades de produção Sistema de gestão de pessoal com remuneração variável por equipe, baseada no desempenho
Tarefas gerenciais mínimas Monitoramento da permanência e da ocupação Monitoramento do cuidado – gestão da clínica Gestão de pessoal e Sistema de educação continuada e avaliação Gestão de suprimentos Gestão de custos Acompanhamento de indicadores
Reorganização da clínica Estruturar equipes de referência com adscrição e seguimento horizontal Ampliar jornadas de trabalho horizontal Enfermagem atuar no cuidado integral Instituir visitas conjuntas e projetos terapêuticos que não finalizam na internação Trabalhar com critérios de risco na organização da clínica