Violência Familiar
A família, em parte, é responsável pelo desenvolvimento da personalidade de seus integrantes. Geralmente seu modo de agir reflete na educação por ela imposta, e isso pode gerar na criança ou uma rejeição ou um caminho a ser seguido.
A família representa o alicerce de toda a estrutura da sociedade, as raízes morais e a segurança das relações humanas. Existe uma parcela muito significativa de pais que estão despreparadas para orientar seus filhos, pois em inúmeras famílias o modelo de educação sempre inclui a violência física.
A violência pode ser definida de maneira geral como: “Ato de violentar, constrangimento físico ou força moral; coação; um ato carregado com intenção de causar dor física ou injúria a outra pessoa."
Violência familiar: "...refere-se àqueles atos de maus tratos, agressão e violência física, sexual ou psicológica que ocorre na unidade familiar por meio de um membro familiar com mais poder e autoridade com o objetivo de ganhar controle sobre um outro membro da família”.
ECA Estatuto da Criança e do Adolescente Em seu artigo 5º garante que nenhuma criança ou adolescente poderá ser objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, sendo punida na forma da lei qualquer ação ou omissão que atente contra seus direitos fundamentais.
A partir de estudos publicados, pode-se dizer que a maioria dos pais agressores possuem história de abuso na infância, gravidez na adolescência, promiscuidade, vinculo afetivo pobre entre pai/mãe/filho, alcoolismo. É estimado pela literatura internacional que mais de 80% dos que cometem abusos, possuem mais de 40 anos, e 70% são homens.
As crianças que sofreram algum tipo de abuso, necessitam de ajuda psicológica para que não venham a agir da mesma forma para com outras pessoas no futuro.
A partir de estudos estatísticos, se observa que uma entre cada quatro meninas e um em cada oito meninos serão abusados sexualmente antes de completar 16 anos de idade. Em mais de 90% dos casos o abusador é masculino e em mais de 80% dos casos o abusador é uma pessoa próxima a criança.
Violência psicológica: TRÊS ASPECTOS: Violência psicológica: “Bullying” é uma palavra inglesa que significa usar o poder ou força para intimidar, excluir, implicar, humilhar, não dar atenção, fazer pouco caso, e perseguir os outros.
Violência sexual: Define-se como estupro o ato de constranger a mulher de qualquer idade ou condição à conjunção carnal, por meio de violência ou grave ameaça.
Violência física: Ato carregado com a intenção de causar dor física, definindo-se como tais atos empurrões, socos, pontapés, beliscões, tapas, queimaduras dentre outros.
Violência sexual É muito maior do que se pode imaginar, o número de crianças e adolescentes que sofrem abuso sexual dentro de suas casas. Pesquisas apontam que em 70% dos casos registrados, o agressor é o pai ou padrasto da vítima.
Os estudos mostram também que a violência sexual ocorre como decorrência de um conjunto de circunstâncias que uma vez configuradas, determinam à situação de abuso.
Reflexos causados nas crianças e adolescentes Doenças sexualmente transmissíveis; Comportamento muito erotizado para a idade cronológica;
Distúrbios afetivos e distúrbios de conduta; Aparência descuidada e suja; Desnutrição; Evasão escolar e dificuldade na aprendizagem;
Os sinais de abuso sexual nas crianças e adolescentes são: Chora facilmente sem nenhum motivo. Mudanças bruscas na conduta escolar. Chegar cedo na escola e sair tarde da mesma. Ficar fora da escola.
Conduta sempre agressiva ou destrutiva. Depressão crônica. Conhecimento sexual e conduta inapropriada para sua idade.
Irritação. Dor ou lesão na zona genital. Medo de contato físico.
O Trabalho de crianças/adolescentes também pode ser visto como um ato de violência?
Certamente que sim, pois agride os menores da mesma forma que a violência física e sexual. Essas crianças são expostas a trabalhos agressivos até mesmo para um adulto. O trabalho infantil não é algo novo, pois remete à época da revolução industrial.
Estatística O Brasil tem atualmente 3,8 milhões de crianças entre cinco e 14 anos trabalhando, sendo que 2,7 milhões estão fora das salas de aula.
Violência Psicológica Ocorre quando a coação é feita através de ameaças, humilhações, privação emocional. O abuso psicológico é a exposição constante da criança/ adolescente às situações de constrangimento, através de agressões verbais, cobranças e punições exageradas.
Violência Psicológica Esse tipo de comportamento conduz a vítima a sentimentos de rejeição e desvalia, bloqueia seus esforços de auto-estima, além de impedi-la de estabelecer uma relação de confiança com outros adultos.
Como perceber que seu filho está sendo vítima de intimidação na escola? Não quer ir para aula; Pede para trocar de classe; Começa a tirar notas baixas;
Apresenta manifestações de baixa auto-estima; “Perde” seus pertences repetidamente; Chega em casa com roupas e livros rasgados; Evita falar sobre o que está acontecendo ou dá desculpas pouco convincentes;
Como os pais podem ajudar seu filho? Insista em conversar com ele sobre o assunto; Procure o professor e o diretor da escola; Não exija aquilo que ele não se sente a vontade de realizar. Por exemplo enfrentar o agressor, pedir ajuda aos colegas;
Não incentive a se vingar fisicamente; Não o culpe pelo que está acontecendo; Elogie sua atitude de relatar o que está acontecendo;
Como tratar um filho que agride os outros? Não ignore a situação, fazendo de conta que está tudo bem; Converse e procure saber porque ele está agindo assim; Não o intime nem o agrida. Mostre que a violência sempre deve ser evitada;
Tente identificar algum problema atual que possa ter desencadeado essa atitude; Dê orientações e limites firmes para ajudá-lo a controlar seu comportamento; Encoraje-o a pedir desculpas ao colega que ele agrediu; Demonstre que apesar de tudo, você o ama;
No Brasil, o Código Penal prevê punição somente para o “castigo imoderado”, e são 500.000 casos por ano de violência doméstica contra crianças ou adolescentes de qualquer ordem dentro de seus próprios lares.
O Código Penal Brasileiro caracteriza como crime de maus-tratos: “expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando dos meios de correção ou disciplina”.
Conclusão Seria interessante que já no ensino fundamental as crianças/adolescentes pudessem ter noções básicas de seus direitos, até como uma alternativa de proteger-se contra abusos e agressões.
É preciso que sejam implantados programas de terapia familiar, especialmente junto as famílias mais carentes, visto que essas não possuem a rede de proteção e apoio dispensados as classes economicamente privilegiadas.
Também em relação aos profissionais da área de saúde, é necessário que se viabilizem cursos/palestras com o objetivo de conscientizá-los sobre sua responsabilidade médica e ética em face de casos notórios de violência doméstica, estimulando as indicações a programas de amparo a família, bem como, em casos específicos, a utilização da denúncia.