ESTRUTURALISMO De um modo geral, o estruturalismo procura explorar as inter-relações (as "estruturas") através das quais o significado é produzido dentro.

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Transcrição da apresentação:

ESTRUTURALISMO De um modo geral, o estruturalismo procura explorar as inter-relações (as "estruturas") através das quais o significado é produzido dentro de uma cultura.

Ao avaliar as estruturas profundas, subjacentes, que se ocultam por detrás dos fenômenos, escapando do primeiro olhar humano, o estruturalismo aproxima-se das visões de Marx (a infra-estrutura econômica)e Freud (o poder do inconsciente).

Ao contrário da ciência de inclinação liberal, o indivíduo pouco contava. O indivíduo estaria preso a situações comportamentais como obrigatoriamente condicionados por forças ou vinculadas aos macro-sistemas.

Estruturalismo e Lévi-Strauss O estruturalismo virou "moda" intelectual nos anos 60 e 70. Os livros dele ("O Pensamento Selvagem", Tristes Trópicos, Antropologia estrutural, As estruturas elementares do parentesco), tiveram um alcance que transcendeu em muito aos interesses dos especialistas ou curiosos da antropologia Desde aquela época o estruturalismo de Lévi-Strauss tornou-se referência obrigatória na filosofia, na psicologia e na sociologia.

Elementos essenciais Primeiro, a análise estrutural examina as infra-estruturas inconscientes dos fenômenos culturais; - em segundo, considera os elementos da infra-estrutura como "relacionados," não como entidades independentes;

- em terceiro lugar, procura entender a coerência do sistema; - e quarta, propõe a contabilidade geral das leis para os testes padrões subjacentes no sentido da organização dos fenômenos.

Crítica Hoje o estruturalismo tem sido substituído por abordagens como o pós-estruturalismo e desconstrutivismo. Há muitas razões para isso. O estruturalismo tem sido frequentemente criticado por ser não histórico e por favorecer forças estruturais determinísticas em detrimento à habilidade de pessoas individuais de atuar

Em conseqüência desse descaso do estruturalismo pela importância da pessoa, ou do assunto, por ter feito o homem desaparecer na complexa teia da organização social em que nasce e a que pertence, foi considerado pelos seus críticos como um "anti-humanismo."

Foucault e o estruturalismo Seu horizonte teórico é fortemente marcado pelo estruturalismo, pela psicanálise e pelo marxismo, destacando-se Lévi-Strauss, Lacan, Althusser, Barthes.

Paradoxo Por outro lado, o pensamento e a militância política franceses têm em Sartre seu mais importante paradigma.

Década de 1960 … protestos A proximidade dele com o marxismo determina as categorias – dialética, dominação, repressão, ideologia – com as quais, naquele momento, se constrói a teoria e se fundamenta a prática política. É em face deste quadro teórico e no contexto do engajamento político que Foucault se situará e se afastará.

Pensamento maior crítica à filosofia do sujeito, filosofia na qual o homem aparece como sede da verdade.

Micro-física do poder O intelectual que atua no domínio do “universal” e do “exemplar” é substituído pela figura do intelectual que necessariamente ocupa uma posição específica. Sua atuação é local e regional.

Seu engajamento, como qualquer engajamento político, apenas terá significado se não comportar uma pretensão totalizadora e puder atuar localmente no regime de “verdade/poder” em que estiver inserido.

Sobre a obra ‘Vigiar e Punir’ Estudando o biopoder, Foucault direciona sua abordagem para os dispositivos de normalização considerados enquanto “mecanismos de regulação” da vida.

Nos procedimentos da biopolítica, não se trata apenas de distribuir, vigiar e adestrar os indivíduos dentro de espaços determinados, mas de dar conta dos fenômenos amplos da vida biológica.

Trata-se de atuar sobre os fenômenos naturais que se manifestam numa determinada população. Este é o domínio constituído pelo que Foucault chamará de “arte de governar”, entendida como a racionalidade política que determina a forma de gestão das condutas dos indivíduos de uma dada sociedade.

Arqueologia do saber: questionamentos Por trás da história desordenada dos governos, das guerras e da fome, desenham-se histórias, quase imóveis ao olhar – histórias com suave declive ... P. 03. As velhas questões da análise tradicional são substituídas, de agora em diante , por interrogações de outro tipo. Que critérios de periodização adotar para cada uma delas ? Que sistema de relações ? P. 04

O grande problema que se vai colocar a tais análises históricas não é mais saber por que caminhos as continuidades se puderam estabelecer ... O problema não é mais a tradição e o rastro, mas o recorte e o limite; não é mais o fundamento que se perpetua, e sim as transformações que valem como fundação e renovação dos fundamentos. P. 06.

Como apareceu um determinado enunciado, e não outro em seu lugar ? p. 31. Ver a intenção do sujeito falante, sua atividade consciente, o que ele quis dizer, ou ainda o jogo inconsciente que emergiu involuntariamente do que disse ou da quase imperceptível fratura de suas palavras manifestas; de qualquer forma, trata-se de reconstituir um outro discurso, de descobrir a palavra muda, ... p. 31.