5ª aula : O movimento hip hop nos EUA e no Brasil

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Transcrição da apresentação:

5ª aula : O movimento hip hop nos EUA e no Brasil Texto base: O rap brasileiro e os Racionais De: Arnaldo Contier

Levantes nos subúrbios em Londres e Paris lembram 30 anos atrás nos EUA- berço do movimento hip hop: Ponto crítico da lógica excludente da globalização- 30 anos de concentração crescente de renda

Entre 1918 e 1933 e depois desde 1981 até hoje: maior desaceleração da economia profundas recessões perda do poder aquisitivo da maioria da população. Entre 1947 e 1977: época de ouro-baby boom - diminuição da desigualdade social

Erros do passado e do presente As regras do jogo ficaram nas mãos dos mais ricos:uma decisão política desde os anos 70, o governo americano, em vez de aumentar os impostos para os ricos e reduzir a carga tributária para os mais pobres, desregulamentou e privatizou a economia (Cf. Reich, R.B., A pobre classe média americana, O Estado de São Paulo, A21)

Pontos de contato entre o presente e o passado a falta de emprego e o corte nos investimentos sociais foram no passado para os jovens negros americanos e estão sendo no presente para os jovens dos subúrbios de algumas cidades na Europa a razão dos levantes; as manifestações juvenis de protesto no passado nos EUA e hoje nos subúrbios europeus são acompanhadas de músicas de resistência e de protesto que clamavam e ainda clamam por liberdade e reconhecimento de seus direitos.

O avanço global do hip hop no pico dos governos Reagan e Bush: AfriKa Bambaataa, ativista do hip hop, considerado como afro-futurista, foi responsável pela fundação da Zulu Nation, organismo responsável inicialmente pela promoção da paz no Bronx, entre as gangues e entre elas e a polícia, deslocando esses movimentos de revolta para a produção de cultura, e reunindo em um único movimento, os quatro elementos- DJ, MC, break, grafite e adicionando um quinto- o conhecimento dos fatos da vida do gueto. E depois, pela divulgação dessa cultura por todo o mundo Nino Brown funda a Zulu Nation no Brasil e é reconhecido por Afrika Bambaataa(entrevista com Nino Brown) –carta em 1984 http://editoralivrepopularartesanal.podomatic.com/entry/eg/2010-07-27T07_13_37-07_00 Lema da Zulu Nation - Peace, unity and have fun: Paz, União e Diversão

Os elementos do hip hop: DJ- Disc Jockey-nos anos 70 se tornou o responsável pela edição sonora do rap MC- Mestre de Cerimônias- rapper/improvisador/canto falado Break- B-Boy/B-Girl- dançarino B-black/bad/boogie- influência de James Brown(desde 1967), estourou no Bronx a partir de 1982 Grafite-nos trens de NovaYork, no muro de Berlim e muros da passagem da dr. Arnaldo-Paulista

Estética ancestral, local e global Ancestral- telescopia histórica:O hip hop teria, então, retomado uma prática ancestral das culturas afro, o “ring shout” (que poderíamos traduzir por “clamor ou grito em círculo”), que consiste em um círculo de canto e dança, em que se pratica uma forma estética de “expressão comunitária”, em cuja cerimônia se alternam músicos e expectadores, pondo em prática experiências que todos têm condições de se iniciar, não sendo privilégio de nenhum artista em particular. Local e global- hibridismos ou reinterpretações locais das tendências globais(por ex. nos países caribenhos-salsa e hip hop; no Brasil- capoeira, samba e hip hop) Temas abordados pela 1ª geração do hip hop:fome, miséria,desemprego, favela e periferia

Características do Hip hop Segundo Béthune, “a cultura hip hop não se restringe às obras que ela produz (rap, break-dança, grafite, etc.), as provocações que ela põe em marcha, as atitudes que os seus representantes alardeiam com ostentação, pretende ser antes uma arte de viver”(p. 07). Portanto, uma filosofia de vida: afirmativa e crítico-destrutiva. o hip hop se utilizaria sistematicamente das técnicas eletrônicas de reprodução para a produção de uma arte de novo tipo.

Hibridismo no rap: Scratching – uma decomposição rítmica de algumas métricas por meio da fricção de duas platinas, produzindo um movimento de vai-e-vem em torno de uma parte de um disco de vinil; Mixing – que consiste em misturar informações de diferentes recursos sonoros, seja manualmente, seja por meio de um dispositivo eletrônico, procurando garantir um sentido de continuidade entre eles; Sampling – que, recorrendo ao sampleur (um aparelho ou computador capaz de registrar qualquer som em forma numérica e, depois, por meio de um seqüenciador, recompô-lo), introduz uma seqüência melódica no interior de um trecho musical já gravado, podendo não apenas reuni-los, como modificá-los através da informática;

Cutting, que consiste em fragmentar e desestruturar frases musicais; Looping, que consiste em formar uma espécie de núcleo repetitivo ou aleatório, cujo efeito é obtido retirando um trecho musical de um contexto e inserindo-o noutro; Layering, por meio do qual se produz uma espécie de orquestração da música, obtida por meio da superposição de variados trechos de diferentes peças musicais; Beat Box, uma espécie de caixa de ritmos, que funciona como uma biblioteca de ritmos de síntese que podem ser introduzidos a título de modular a música, dependendo do grau de sofisticação da máquina. Portanto, uma aparelhagem bastante sofisticada, eletrônica, entre outros recursos, que é utilizada como e no lugar dos instrumentos musicais.