A actividade moral é algo muito complexo.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
FILOSOFIA E ÉTICA Prof. Rafael Lima.
Advertisements

Psicologia Aplicada e Ética Profissional
TEORIA GERAL DO CONHECIMENTO Investigação fenomenológica preliminar
MORAL E ÉTICA MORAL: mos-mores
Ética - Visão Histórica
ESTOICISMO.
Adaptador por Professor Marcelo Rocha Contin
NÃO CONSEQÜENCIALISMO
ÉTICA DEONTOLÓGICA ÉTICA DO DEVER
TM175 Tópicos Especiais em Engenharia Mecânica IV: Ética
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL
Deus criou o homem para a felicidade,
FUNDAMENTO DA MORALIDADE, 1
Definição clássica: “Lei é a ordenação da razão ao bem comum,
O cristão não só crê, senão que vive.
O que é 5(S)? ? 5(S) É a prática de hábitos que permitem mudanças nas relações... É a base de qualquer programa de qualidade. 1.
A ÉTICA MODERNA.
A história da humanidade é a do amor de Deus ao homem. Criado
CCE 1796: “A consciência moral é um juízo da razão pelo
Veritatis splendor 33: “Paralelamente à exaltação da liberdade,
A ética Kantiana.
Filosofia Professor Breno Cunha
DEUS ESTÁ PRESENTE Senhor, tu me sondas e me conheces.
Actos livres A actividade moral é algo muito complexo.
A EXISTÊNCIA ÉTICA.
= A Revelação sobrenatural
Fim último Deus criou o homem para a felicidade,
Lei moral Definição clássica: “Lei é a ordenação da razão ao bem comum, promulgada por quem tem o cuidado da comunidade”. Desta definição derivam as qualidades.
Liberdade humana Veritatis splendor 33: “Paralelamente à exaltação da liberdade, e paradoxal- mente em contraste com ela, a cultura moderna põe radicalmente.
Consciência moral CCE 1796: “A consciência moral é um juízo da razão pelo qual a pessoa humana reconhece a qualidade moral de um acto concreto que pensa.
O poder da escolha é uma capacidade dada por Deus.
Escola Secundária de Palmela 2011/2012 Trabalho realizado por: Daniel Ferreira Mihaela Culeac.
Responsabilidadeecológica
No aspecto semântico, é a ciência dos valores. No aspecto etimológico, deriva do grego axiólogos, que significa digno de ser dito. É o ramo do conhecimento.
Para Refletir... “Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e voltar.
O QUE É ÉTICA? Ética vem do grego ethiké, e que abarca dois ramos de definição. Filosoficamente quer dizer costume (um bom costume). O verbete ethíké.
C) O que é Ética A palavra Ética é originada do grego ethos, (modo de ser, caráter) através do latim mos (ou no plural mores) (costumes, de onde se derivou.
OBJETO DA ÉTICA Nas relações cotidianas dos indivíduos entre si surgem continuamente problemas. Ex: Devo ou não devo falar a verdade! Desta forma faz se.
Amor e Sexualidade.
Qual é o princípio supremo da moralidade?
Ética deontológica de Kant
CRÍTERIO ÉTICO E POSTURAS MORAIS
Immanuel Kant
COMO SER “PROATIVO” Antonio Lemos.
Pecado A história da humanidade é a história do amor de Deus ao homem. Criado à imagem e semelhança de Deus, o homem rebelou-se contra Ele. Mas “tanto.
A cultura adquire formas diversas através do tempo e do espaço
Immanuel Kant: O Esclarecimento e a Razão Prática
ROTEIRO ESCOLHA DAS PROVAS MISSÃO E OCUPAÇÃO DOS ESPÍRITOS
A ética Kantiana.
UMA ÉTICA DEONTOLÓGICA
Noção O cristão não crê apenas, mas também vive. Teologia Dogmática
A TEORIA ÉTICA UTILITARISTA DE MILL
AS BÊNÇÃOS DE DEUS !.
Kant O que posso saber? (teoria do conhecimento)
Doutrinas Éticas Conceito de Doutrina: Conjunto de princípios que servem de base a um sistema político, religioso, econômico, filosófico, científico, entre.
Ética Kantiana.
Kant nasceu em Konigsberg, no ano de 1724 e morreu em 1804 sem nunca ter saído da sua cidade natal. Foi um dos últimos europeus a dominar toda a ciência.
Ética.
LUDWIG FEUERBACH Deus é a essência do homem projetada em um imaginário ser transcendente. Também os predicados de Deus (sabedoria, potência,
A TEORIA ÉTICA DE KANT UMA ÉTICA DEONTOLÓGICA
A FUNDAMENTAÇÃO METAFÍSICA DOS COSTUMES. O Homem deve também acreditar no Homem Boa ideia…! Assim já posso ir de férias.
E A “TIPICIDADE DO JUÍZO”
ACTIVIDADE ECONÓMICA, 1 Economia vem do grego oikono- mía que significa “direcção ou admi- nistração de uma casa”. Significa- do vulgar = boa distribuição.
Vida virtuosa. “Nosso caráter é o resultado da nossa conduta.”
UMA ÉTICA DEONTOLÓGICA
01.Moral 01 – Introdução (8 slides) 10. Moral 10 – Conversão (8 slides) 02.Moral 02 – Fundamento da Moralidade (8 slides) 03. Moral 03 – Fim último (9.
01.Moral 01 – Introdução (8 slides) 10. Moral 10 – Conversão (8 slides) 02.Moral 02 – Fundamento da Moralidade (8 slides) 03. Moral 03 – Fim último (9.
O pecado, ofensa a Deus. Compêndio do Catecismo O que é o pecado? É «uma palavra, um acto ou um desejo contrários à Lei eterna» (S.
Os constituintes do campo ético
Moral Fundamental 05 – Moral – Actos humanos.
Transcrição da apresentação:

A actividade moral é algo muito complexo. ACTOS LIVRES, 1 MF 36 de 97 A actividade moral é algo muito complexo. Concorrem muitos factores, por exemplo: os dados genéticos que por herança aparecem; a psicologia; a sensibilidade e as paixões; os hábitos que, a modo de segunda natureza, jogam um papel importante na determinação da vontade; as circunstâncias concretas da actuação; as ideias da época; a educação recebida; a formação religiosa; a lucidez do conhecimento das acções realizadas; a capacidade de decisão.

Só Deus pode emitir um juízo veraz sobre a conduta de alguém. MF 37 de 97 ACTOS LIVRES, 2 A vida moral há-de partir de quatro notas que definem o ser humano: A unidade essencial da pessoa: não há pecados do corpo e pecados do espírito, é o indivíduo concreto o que peca ou faz o bem. 1 A condição histórica que é própria à pessoa: idade, condição o indivíduo, formação recebida, biografia, valorações éticas da época. 2 A sociabilidade: influxo do ambiente cultural, acção negativa das “estruturas de pecado”, etc. 3 A pessoa está radicalmente aberta à transcendência: além disso, elevação sobrenatural do cristão pela graça. 4 Só Deus pode emitir um juízo veraz sobre a conduta de alguém.

Actos humanos e actos do homem MF 38 de 97 ACTOS LIVRES, 3 Actos humanos e actos do homem Os actos humanos, próprios do homem, levam-se a cabo com conhecimento e liberdade. Veritatis splendor 71: “Os actos humanos são actos morais, porque expressam e decidem a bondade ou malícia do mesmo homem que realiza esses actos”. Quando estes actos são bons, tornam a pessoa boa; quando são maus, fazem-na má. “Actos do homem” são aqueles que se realizam sem que medeie nem a advertência do entendimento nem a decisão da vontade.

Mesmo contando com bastantes limitações, o indivíduo pode MF 39 de 97 ACTOS LIVRES, 4 Mesmo contando com bastantes limitações, o indivíduo pode actuar como pessoa consciente e responsável => Veritatis splendor 32-34. O homem tem capacidade de possuir a verdade, e conhece a existência de verdades universais, pelo que a inteligência pode discernir o que é bom e o que é mau => crise actual sobre a verdade. Não existe moral sem liberdade => alguns “chegaram a pôr em dúvida ou inclusivé a negar a própria realidade da liberdade humana” => crise actual sobre a liberdade.

Defeitos de conhecimento, 1 MF 40 de 97 ACTOS LIVRES, 5 Um acto deixa de ser humano quando cessa de ser consciente e voluntário Defeitos de conhecimento, 1 A. Ignorância: pode ser de facto, de direito, vencível, invencí- vel, crassa ou supina, afectada. - a vencível pode diminuir a voluntariedade de um acto, mas há obrigação de pôr os meios para sair dela. - a invencível tira toda a culpabilidade. - as crassa e afectada não tiram culpabilidade: a quem actua com esse tipo de ignorância imputam-se como pecado as acções más em si mesmas.

Defeitos de conhecimento, 2 ACTOS LIVRES, 6 MF 41 de 97 Defeitos de conhecimento, 2 B. Dúvida: pode ser positiva, negativa, de direito, de facto. - Não é lícito actuar com consciência duvidosa positiva acerca da licitude de uma lei, sem antes pôr os meios razoáveis para sair da dúvida. - A dúvida negativa não deve ter-se em conta no momento de actuar. - Na dúvida positiva e quando não é possível sair dela, é lícito actuar quando se chega a um certo convencimento de rectidão, deduzido de princípios ou razões extrínsecas.

Deficiências na liberdade, 1 ACTOS LIVRES, 7 MF 42 de 97 Deficiências na liberdade, 1 Concupiscência no sentido de paixão: é a inclinação das paixões que buscam satisfazer o bem sensível. O seu papel na valoração moral depende do consentimento da vontade (sentir não é consentir). Pode ser antecedente, concomitante, seguinte. - A concupiscência antecedente e a concomitante podem dimi- nuir a liberdade de um acto determinado. - A seguinte não diminui a voluntariedade, mas fomentada pode aumentar a voluntariedade.

Deficiências na liberdade, 2 MF 43 de 97 ACTOS LIVRES, 8 Deficiências na liberdade, 2 B. Violência: é a coacção que uma força exterior pode exercer sobre a vontade. Pode ser absoluta (tira a liber- dade ainda que a ela se resista) ou relativa. - A absoluta tira a liberdade: então os actos não são imputáveis ao sujeito. - A relativa só diminui a liberdade. - Em caso de violência absoluta ou relativa tem de evitar-se o consentimento interno. C. Medo: pode ser externo ou interno. Os dois tipos, na medida em que tirem a liberdade, diminuem culpabilidade à acção. - Os actos motivados pelo medo, se não tiram a liberdade, são imputáveis ao sujeito que os executa.

Acção de duplo efeito: caso em que de uma só acção ACTOS LIVRES, 9 MF 44 de 97 Acção de duplo efeito: caso em que de uma só acção seguem dois efeitos, um bom e outro mau. Para a executar é preciso que se dêem, ao mesmo tempo, estas quatro condições: 1. que a acção seja boa ou pelo menos indiferente; 2. que o fim que se persegue seja alcançar o efeito bom; 3. que o efeito primeiro e imediato que se segue seja o bem e não o mal; 4. que exista causa proporcionalmente grave para actuar.

O juízo moral das acções humanas deve-se emitir a partir MF 45 de 97 ACTOS LIVRES, 10 O juízo moral das acções humanas deve-se emitir a partir de três critérios que se hão-de pesar conjuntamente: 1. O objecto eleito: “é um bem para o qual tende delibera- damente a vontade. É a matéria de um acto humano. (...) Especifica moralmente o acto do querer, segundo a razão o reconheça e o julgue conforme ou não com o bem verdadeiro” (CCE 1751). 2. O fim que se busca (intenção): tendo em conta o fim, uma acção em si boa pode converter-se em má quando o sujeito se pro- põe um fim mau (ex.: uma gratificação pode dar-se como esmola ou com a finalidade de receber elogios ou para receber benefícios). Além disso hão-de ter-se em conta os meios que se usam para obter o fim desejado: o fim não justifica os meios.

O juízo moral das acções humanas deve-se emitir a partir ACTOS LIVRES, 11 MF 46 de 97 O juízo moral das acções humanas deve-se emitir a partir de três critérios que hão-de pesar-se conjuntamente: 3. As circunstâncias: “incluindo as consequências, são os elementos secundários de um acto moral. Contribuem para agravar ou diminuir a bondade ou a malícia moral dos actos humanos (por exemplo, a quantidade de dinheiro roubado). Podem também atenuar ou aumentar a responsabilidade do que age (como actuar por medo à morte). As circunstâncias não podem, por si mesmas, modificar a qualidade moral dos actos; não podem fazer boa nem justa uma acção que por si mesma é má” (CCE 1754).

Objectivismo ético: faz depender só do objecto a mo- MF 47 de 97 ACTOS LIVRES, 12 a Objectivismo ético: faz depender só do objecto a mo- ralidade da acção => “A moralidade do acto humano depende sobretudo e fundamentalmente do objecto eleito racionalmente pela vontade deliberada”. Mas “para apreender o objecto que especifica moralmente um dado acto, há que vê-lo na perspectiva da pessoa que actua” (Veritatis splendor 78). b “A razão pela qual não basta a boa intenção, mas é também necessária a recta eleição das obras, reside no facto de que o acto humano depende do seu objecto, ou seja se este é ou não ordenável a Deus, àquele que ‘só é bom’, e assim realiza a bondade da pessoa” (Idem).

Para as correntes éticas denominadas “teleológicas” (telos = fin), ACTOS LIVRES, 13 MF 48 de 97 Para as correntes éticas denominadas “teleológicas” (telos = fin), a moralidade deriva do “fim” pelo qual se rege. Exemplos: o con- sequencialismo, que obtém o juízo moral das consequências que se seguem de um determinado acto; el proporcionalismo que julga se uma acção é boa ou má segundo a proporção de bens ou males que se conseguem. Para o “circunstanscialismo ético” ou “moral de situação”, o bem e o mal morais dependem só das circunstâncias que concorrem no acto. Nega “que possam existir actos intrinsecamente ilícitos, independentemente das circunstâncias em que são realizados pelo sujeito” (Reconciliatio et paenitentia 18).