09. Objeções pós-estruturalistas e construtivistas (de Man, Derrida, Rorty) [Juliana P. Perez] Searle X Derrida.

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Os ideais éticos.
Advertisements

O CONHECIMENTO SOBRE A LINGUAGEM Eduardo Guimarães Eni P. Orlandi
AVALIAÇÃO: a prova em questão
Dois modos de ler a Bíblia.
Seminário de Metodologia PPGD - UFBA
A INTERAÇÃO SIMBÓLICA George Mead.
PROJETO DE PESQUISA  dois componentes 1. O QUE SE QUER SABER
Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul
DIALÉTICA DO CONCRETO POR: KAREL KOSIK. A Dialética A dialética trata da coisa em si, do concreto. Mas a coisa em si não se manifesta imediatamente aos.
Análise Automática do Discurso
ANÁLISE DE DISCURSO ENI P. ORLANDI
A Linguagem da Pintura.
SOCIALISMO UTÓPICO SOCIALISMO CIENTÍFICO
Multicultural, MULTICULTURALISMO E O DEBATE SOBRE IDENTIDADE
PROGRAMA DE FORMAÇÃO PROFESSORES COORDENADORES
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO I Paulo Neto
Filosofia da Analítica da Linguagem Os limites da linguagem são os limites do meu mundo. Wittgenstein.
Interpretação “Não há sentido sem interpretação. Ela é sempre passível de equívoco. Os sentidos não se fecham, não são evidentes, embora pareçam ser.
TEORIA E INTERPRETAÇÃO O QUE É UMA TEORIA?. José DAssunção Barros (2009) A teoria remete a uma maneira de ver o mundo ou de compreender o campo de fenômenos.
LINGUAGEM Filosofia.
Atos de fala.
Searle, John. Consciência e Linguagem. S. Paulo: Martins Fontes 2010
AVALIAÇÃO DISCENTE: a prova em questão
Linguística, Semântica e Terminologia
COMUNICAÇÃO.
que se fundamenta numa concepção de aprendizagem
Intencionalidade discursiva
Henry Mintzberg Andrea Rivieri dos Santos
Educação.
Teoria da Informação Profa. Lillian Alvares
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
Conhecimento.
Leitura e interpretação de texto
Ideologia um conceito complexo
Aquisição da Linguagem Oral
Acto de transmitir e receber mensagens pela utilização de sinais ou de símbolos Homem = ser social Língua oral e escrita = instrumento fundamental da comunicação.
Profª. Taís Linassi Ruwer
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PROFESSORA: LILIAN MICHELLE
Linguagem “A linguagem está em todo o lado, como o ar que respiramos, ao serviço de um milhão de objectivos humanos” (Miller, 1981)
Sociologia: uma ciência da sociedade Parte.01
Cap. 3 A dimensão discursiva da linguagem
PROFESSORA ANGELICA ROCHA DE FREITAS
RACIONALIDADE E COMUNICAÇÃO Parte II – pg. 16 a 30.
Comunicação.
CONSCIÊNCIA E CONSCIÊNCIA DE SI
INTENCIONALIDADE.
Teoria Estruturalista Flávio Oliveira
- O Processo de Comunicação -Funções da linguagem
Natureza, objetivos e funções da Ciência.
Comunicação.
Linguagem e Psicanálise
Capítulo 7 Moreira, D. O método fenomenológico na pesquisa. SP: Ed
Mediação Semiótica em Vygotsky
Conscientização -- antonio frutuoso -- Casa da Juventude do Paraná.
Professora: Janine Fernandes
Processos de produção textual Profª Margarete Apª Nath Braga.
RAÍZES A RELAÇÃO ESCOLA-SOCIEDADE
Capítulo 3 Para uma crítica da Teoria do Significado
Ludwig Wittgenstein ( )
Filosofia da Linguagem. Vamos refletir... O O que é linguagem? O Língua X Linguagem. O Apresentam o mesmo significado? O Diferente? O Complementar? O.
Estruturas epistêmicas e práticas discursivas
História da Filosofia Contemporânea - II "Aula introdutória" Observações: Sentido e Significado Princípio de verificação Princípio de uso.
Hartmann III Possível, necessário, contingente. Hartmann começa examinando os vários significados de: –Contingente –Necessário –Possível.
Ontologia do Tractatus. O mundo se divide em: Fatos Aquilo que acontece (prop.1.1) Fatos atômicos Proposição 2 Combinação de objetos simples Compostos.
Actos de fala Acção comunicativa Interação estratégica.
PSICOLOGIA SOCIAL CRÍTICA
MAURICE MERLEAU-PONTY ( ):
1 Entre e a utopia e o cotidiano: uma análise de estratégias viáveis nos delineamentos culturais. Carrara, K. (2008). Entre e a utopia e o cotidiano: uma.
ALFABETIZAÇÃO.
BC0101 AULA 9 CIÊNCIA E OBJETIVIDADE. A validade da Ciência depende da forma como se responde a questão que investiga a possibilidade do conhecimento.
Transcrição da apresentação:

09. Objeções pós-estruturalistas e construtivistas (de Man, Derrida, Rorty) [Juliana P. Perez] Searle X Derrida

Dois passos para trás... Wittgenstein (1889-1951): Crítica à concepção da linguagem como “denominação” de objetos e, portanto, crítica às teorias da “representação” (nesse sentido) Ênfase nos “jogos linguísticos”, constatação dos diferentes usos da linguagem Significado das palavras: dado pelo seu uso

Um passo adiante... Austin (1911-1960) Observação da linguagem comum como ponto de partida da filosofia Linguagem comum como instrumento de análise e comparação para o filósofo enunciados indicativos (assertivos): um dos tipos de enunciados performativos

Uma breve parada “Estrutura” : conjunto de leis de definem e instituem um âmbito de objetos ou de entes, estabelecendo relações entre eles e especificando seus comportamentos ou suas maneiras típicas de se desenvolverem. (Reale/Antiseri, p. 82) Estruturalismo nas Ciências Humanas (p. ex. Jakobson, Saussure, Levi-Strauss, Althusser, Lacan): contra existencialismo, subjetivismo idealista, humanismo personalista = homem sobre-determinado por estruturas não controláveis por ele.

Onde estamos Pós-estruturalismo: não oposição ao estruturalismo, mas um desenvolvimento do estruturalismo (corrente da filosofia continental), em concorrência com a tradição da filosofia analítica anglófona (Wittgenstein, Russell, Carnap, Austin, Searle, Putnam) Foucault, Derrida, Deleuze, Barthes, Kristeva, entre outros  Linguagem não “espelha” realidade, mas a constitui

Searle X Derrida (I) Searle: compreender um ato de fala significa compreender a intenção do emissor Derrida: sujeito ou intencionalidade não estão presentes no enunciado

Searle X Derrida (II) Base da argumentação de Searle: Derrida errou, interpretação equívoca de Austin; Derrida cita pseudo-exemplos para sustentar sua teoria

Searle X Derrida (III) Escrita, permanência, iterabilidade em Derrida: autor, do receptor, do contexto de produção estão ausentes do enunciado, portanto, comunicação (se é que existe!) é extremamente passível de falhas não é comunicação de uma consciência ou presença

Os problemas Derrida Searle Iterabilidade/ reiterabilidade (recorrência ou repetibilidade de elementos linguísticos) Caracteriza linguagem força de ruptura com intenção de comunicação do ato de fala “original” Ameaça comunicação necessidade intrínseca à linguagem, caracteriza todos os sistemas de representação por questão de economia; Vantagem da comunicação Ausência produtor/receptor/ contexto Característica necessária da escritura Característica possível da escritura, mas não necessária intencionalidade Não pode ser determinada em sua origem a partir do enunciado Possui o mesmo papel na linguagem oral ou escrita Contexto do enunciado conceito absoluto, complexo e nao determinável de forma definitiva Responsável pelo sucesso ou não da comunicação

Searle X Derrida (IV) Acusação de leitura errada de Austin Ficção como “parasitária” aos atos de fala -> para S. não julgamento de valor, mas caráter secundário, derivativo, dependente da ficção com relação à linguagem comum Austin teria excluído o “parasitismo”, portanto, a iterabilidade, portanto a própria possibilidade dos enunciados/atos de fala performativos.

Conclusão de Searle Iterabilidade não anula intencionalidade, não está em conflito com a intencionalidade de atos de fala, mas é uma característica necessária para as diferentes formas assumidas pela intencionalidade (p. 208)