Métodos de diagnóstico rápido FAMED – UFU Maio/2010

Coloração pela técnica de Fontana-Tribondeaux OBSERVAÇÃO DE ESPIROQUETAS As espiroquetas são bactérias espiraladas, delgadas e flexíveis. Amplamente distribuídas na natureza, muitas são encontradas na cavidade oral humana e algumas podem causar doenças como a sífilis, a leptospirose e a doença de Lyme. Esses microrganismos podem ser observados ao microscópio em preparações a fresco ou pela técnica de Fontana-Tribondeaux, em que sais de prata impregnam a superfície da bactéria tornando-a mais espessa. Espirilos e espiroquetas tem pouca afinidade pelos corantes comumente empregados e coram-se fracamente. Quando tratados com sais de prata, as espiroquetas podem ser visualizadas em marrom-escuro ou negro contra um fundo castanho-amarelado.

Coloração pela técnica de Fontana-Tribondeaux Material clínico: lesões genitais e extragenitais. Coleta: Limpar a lesão com o auxílio de uma gaze estéril. Escarificar a lesão com uma alça bacteriológica estéril. Adicionar uma gota de solução fisiológica estéril sobre a área escarificada. Aguardar aproximadamente 1 minuto. Com o auxílio de uma alça bacteriológica estéril, retirar o líquido seroso e depositar em dois ou três pontos no centro de uma lâmina limpa. Deixar secar e enviar ao laboratório.

Coloração pela técnica de Fontana-Tribondeaux Cobrir o esfregaço com sulução de Ruge. Deixar 1 minuto. Desprezar a solução e lavar com água corrente. Cobrir a lâmina com Fontana I e aquecer por 1 minuto até a formação de vapores. Lavar bem com água corrente. Cobrir com Fontana II (solução de nitrato de prata) e aquecer com a chama do bico de Bunsen por cerca de 4 minutos. Secar ao ar. Limpar o reverso da lâmina. Observar em microscópio com objetiva de imersão.

Coloração pela técnica de Fontana-Tribondeaux Como reportar o resultado: A presença de bactérias espiraladas, com 6 a 12 espiras, é sugestiva de treponema. Resultado positivo – presença de espiroquetas sugestivas de treponemas. Resultado negativo – não foram observadas espiroquetas na amostra analisada.

Coloração pela técnica de Fontana-Tribondeaux Observações: Resultados falso-negativo pode ser obtido se houver coleta inadequada do exsudato seroso ou se o paciente estiver fazendo uso de antimicrobianos. A presença do agente na lesão inicial perdura poucos dias.

Microscopia de Campo Escuro Indicação: empregado para observar a motilidade de bactérias dificilmente observadas em microscopia direta com salina, como é o caso do Treponema pallidum e da Leptospira sp., podendo ser usada também para observar a motilidade do Campylobacter sp. e outras bactérias. Material: microscópio com condensador de campo escuro e, quando possível, objetiva de 100X com íris, lâmina, lamínula, salina e óleo de imersão.

Microscopia de Campo Escuro Técnicas: Para a pesquisa do Treponema pallidum devem-se atritar as bordas da lesão suspeita com um swab ou alça bacteriológica. Colher o exsudato com a própria alça ou fazer um imprint com a lâmina e cobrir com a lamínula (utilizar uma gota de salina). Realizar a pesquisa rapidamente. Para a pesquisa de Leptospira um dos materiais mais utilizados é a urina recém-emitida, centrifugada e examinado o sedimento. A microscopia em campo escuro é realizada colocando-se óleo de imersão entre o condensador e a parte inferior da lâmina (deve-se encostar o condensador na lâmina). Inicialmente, observa-se com objetiva de 40X para obter o foco e avaliar as condições do material, fazendo-se, a seguir, a bacterioscopia por imersão, com objetiva de 100X. Verificar a presença de estruturas espiraladas, apresentando morfologia e motilidade características de treponema.

Microscopia de Campo Escuro Como reportar o resultado: A presença de bactérias espiraladas com 6 a 12 espiras é sugestiva de treponema. Resultado positivo – presença de espiroquetas sugestivas de treponema. Resultado negativo – não foram observadas espiroquetas na amostra analisada. Limitações semelhantes às da coloração de Fontana-Tribondeau.