MICROBIOLOGIA DO LEITE

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
Profa Leila Larisa Medeiros Marques
Advertisements

Conservação pelo Calor
MICROBIOLOGIA DO LEITE
Cinética Microbiana.
Processamento de frutas e hortaliças pelo calor – pasteurização e esterilização Processamento de Alimentos de Origem Vegetal 2º modulo.
Bioprocessos Aula 2.
ALIMENTOS E NUTRIENTES
Profa. Leila Larisa Medeiros Marques
PNQL (PROGRAMA NACIONAL DE MELHORIA DA QUALIDADE DO LEITE)
HIGIENE E SEGURANÇA DE ALIMENTOS MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO
Reino Monera Prof. M. Sc. Fábio Henrique Oliveira Silva fabio
PRODUÇÃO DE LEITES FERMENTADOS Professora: Drª. Vânia Paschoalin
CONTROLE DO DESENVOLVIMENTO MICROBIANO EM ALIMENTOS
Transformação e utilização de energia pelos seres vivos
Análise de cursos de água doce
Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos
Qualidade Da Água Conclusão Introdução Resultados Metodologia
Microrganismos indicadores
DIETAS PARA CONTROLE DE PESO
FISIOLOGIA HUMANA Eduardo Silva..
Processamento do Leite e Derivados
DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS (DTA)
Introdução a Bioprocessos
As bactérias.
TECNOLOGIA DO LEITE.
Preparo do Inóculo para o Processo Fermentativo Industrial
Marysa Carvalho Franco CURSO DE NUTRIÇÃO
Conservação, melhoramento e produção de novos alimentos
OPERAÇÕES DE SEGURANÇA ALIMENTAR
Formação: Higiene e Segurança Alimentar
Maneio Animal.
Fatores que afeta a termorresistência dos microorganismos
Higienização das mãos de Profissionais de Saúde
Conservação de Alimentos
Guilherme Pitirini Janice Fréo
Ressuscitação Cardiopulmonar no adulto em ambiente hospitalar
Maria Isabel Dantas de Siqueira
Processamento de Leite e Derivados
Prof. Alan Alencar Biotecnologia.
Microrganismos Indicadores Profa. MSc. ALINE MOTA DE BARROS-MARCELLINI
Coordenador Técnico Estadual Programa Queijo Minas Artesanal
GRANDE CAMADA DE GASES QUE ENVOLVE A TERRA
Microbiologia de Alimentos
Introdução à Agroindústria
Lactobacilos.
Filtração Resfriamento Termização Pasteurização Esterilização
Módulo III - Métodos de Preservação da Carne
CONSERVAÇÃO DE ALIMENTOS PELO USO DO CALOR
IDENTIFICAÇÃO BACTERIANA
Conservação de alimentos por fermentação
Controle de Qualidade Microbiológica
Regulamentos Técnicos de Identidade e Qualidade dos Produtos Lácteos.
FUNDAMENTOS DO CONTROLE DO CRESCIMENTO MICROBIANO
ESTERILIZAÇÃO.

Bruna Pacheco Keldmy Obrownick
ESTERILIZAÇÃO Como regra, uma fermentação é conduzida com uma cultura pura de uma linhagem altamente produtora num meio nutriente adequado. Portanto,
ACIDIFICAÇÃO E PERDAS DE NUTRIENTES DO SOLO
INSPEÇÃO HIGIÊNICO-SANITÁRIA E TECNOLÓGICA DO ABATE DE AVES
FISIOLOGIA HUMANA.
CRESCIMENTO MICROBIANO
Pré-tratamentos do leite:
Márcia Regina Garcia.  C. tetani;  C. botuliniun;  C. perfringens;  C. difficile.
Atendimento ao Consumidor e Rotulagem
Principais fatores que contribuem para a ocorrencia de surtos: -Bacillus cereus (tipo emético) – manutença de alimentos prontos.
DEFEITOS TECNOLÓGICOS E INSPEÇÃO DE QUEIJOS
Processamento Tecnológico e
Escherichia coli e Salmonella
Ricardo José Lavitschka
Higiene do Leite.
Transcrição da apresentação:

MICROBIOLOGIA DO LEITE

MICROBIOLOGIA DO LEITE Excelente substrato para mo Alterações físicas, químicas e sensoriais (bom ou ruim????) Mo patogênicos e/ou deteriorantes Assim podemos dividir os microrganismos em: benéficos (fermentativos) patogênicos (causadores de enfermidades) deteriorantes (alteram as características do leite e derivados) saprófitos que estão no leite por acaso e não provocam nenhum tipo de interferência.

MICROBIOLOGIA DO LEITE O leite, mesmo o que procede de animais saudáveis, sempre contém uma serie de mo cuja taxa é variável entre 103-106 UFC/mL Os microrganismos que o leite cru possui ao chegar a uma central decorrem de três fontes principais: interior do úbere o exterior do úbere equipamentos e outros utensílios utilizados na ordenha e transporte do leite.

Legislação Variável De 01/07/05 até 01/07/08 Instrução Normativa, Nº 51 de 18 de setembro de 2002 do MAPA. Tabela 1- Padrões de qualidade do leite cru refrigerado para regiões Sul,Sudeste e Centro-oeste Variável De 01/07/05 até 01/07/08 De 01/07/2008 até 01/07/2011 A partir de 01/07/11 CBT (ufc/mL) Máx. 1,0 x 106 Máx. 7,5 x 105 Máx. 1,0 x 105 (individual) Máx. 3,0 x 105 (leite de conjunto) CCS (cels/mL) Máx. 4,0 x 105

Microbiota do interior do úbere e contaminação externa A carga original é pequena, constituída por micrococos, estreptococos, bactérias Gram positivas esporuladas ou não e Gram negativas No momento que o leite sai do úbero ele fica exposto a contaminações posteriores. As principais fontes de contaminação são: tetas, ar, ordenha manual (ordenhador e ambiente) e água.

Microbiota do interior do úbere e contaminação externa O tipo de microrganismo que provem destas fontes é muito variável: esporos (solo, ar, camas, silo, etc.) coliformes (esterco, água, etc.), micrococos (pêlos, ar), bactérias psicrotróficas (camas, forragens, água), bactérias lácticas (alimentos verdes), patógenos (homem, animal), etc.

Equipamentos de ordenha, coleta e transporte de leite cru. Todos os equipamentos utilizados na ordenha devem ser devidamente higienizados. TºC que o leite sai do úbere?? Criar rapidamente condições que inibam sua proliferação: resfriamento (abaixo de 8 ºC). T ºC altas acima de 10 ºC favorecem quem? T ºC entre 8 e 10 ºC favorecem quem? Coleta a granel mistura de leite (leite de uma propriedade pode alterar a totalidade da carga).

Taxa de cresc. de mo A microbiota inicial (tipo de mo), a taxa, a TºC e o tempo de armazenamento são parâmetros que influenciam na proliferação das bactérias durante o armazenamento em estado cru. Gráfico de influência da temperatura no desenvolvimento bacteriano em leite cru a partir de 300 000 UFC/ml

Figura - Desenvolvimento de bactérias através de diferentes contagem de células iniciais de colônias em duas temperaturas diferentes e a carga final obtida em 24, 48 e 72 horas.

Grupos microbianos mais importantes em leite e derivados Bactérias lácticas Bactérias esporuladas Bactérias psicrotróficas Bactérias de origem fecal Microrganismos patogênicos Células somáticas Miscelânea

Bactérias lácticas A ação dessas bactérias pode ser benéfica ou deteriorante. A ação deteriorante: metabolizam a lactose produzindo ácido lático??? Colaboram com elas outras bactérias que não são lácticas, mas que também metabolizam a lactose como coliformes e enterococos. Os efeitos benéficos: - hidrolise da lactose produzindo ácido láctico; - degradação protéica (processos de maturação) - produzem acetaldeído, entre outros compostos.

Bactérias lácticas Todas as essas bactérias, isoladas originalmente de diversos produtos fabricados de forma artesanal hoje são produzidas em escala industrial e chamadas de cultivos iniciadores ou cultura “start”, cujo destino é adição em leite “cru” ou pasteurizado para elaboração de diversos produtos lácteos.

Bactérias esporuladas No leite pode ser encontradas formas esporuladas principalmente dos gêneros Bacillus e Clostridium, eles são importantes em leites esterilizados e em queijos duros e semiduros. Se a temperatura de esterilização (UHT) não for aplicada adequadamente os esporos podem sobreviver e posteriormente se multiplicar e promover alteração no leite, os esporos mais resistentes à temperatura são o de Bacillus stearothermophilus, Bacillus subtilis e B cereus. Em relação aos queijos, os esporos que adquirem maior importância são os do gênero Clostridium, a pasteurização não destrói as formas esporuladas: ESTUFAMENTO TARDIO.

Bactérias psicrotróficas O leite logo após a ordenha e até chegar ao local de processamento deve ser mantido sob refrigeração. Contudo, a aplicação de frio acarretou a possibilidade das bactérias psicrotróficas de proliferar-se e produzirem por elas mesmas e por suas enzimas extracelulares, efeitos indesejáveis. As cepas descritas pertencem aos dois grandes grupos de bactérias Gram positivas e negativas e foram incluídas em pelo menos 15 gêneros, onde predominam Pseudomonas ssp..

Bactérias psicrotróficas Essas bactérias são fracamente termolábeis As proteases e as lípases extracelulares produzidas por algumas cepas, particularmente pseudomonas, são termorresistentes (mesmo em tratamentos UHT). As proteases originarias dos psicrotróficos apresentam capacidade de coagular a proteína do leite e possuem atividade hidrolítica em varias frações de caseína (Kappa, alfa e beta), mas possuem baixa atividade sobre as proteínas do soro.

Bactérias psicrotróficas A fração das proteínas do soro não sofre degradação pelas enzimas produzidas por essas bactérias. A Kappa-caseína localizada na superfície da micela de caseína é preferencialmente hidrolisada pelas proteinases dos psicrotróficos. A hidrolise da Kappa-caseína causa desestabilização da micela, podendo, assim, levar a coagulação do leite. A degradação da Kappa-caseína também esta associada com a gelatinização de leite longa-vida (UHT) quando submetido a prolongado período de armazenamento.

Bactérias psicrotróficas As lípases produzidas por bactérias psicrotróficas são resistentes à temperatura empregada na pasteurização e no tratamento com temperatura ultra-alta. Portanto, essas enzimas apresentam grande importância na qualidade e na vida de prateleira de produtos lácteos como queijos, leite longa-vida e creme de leite.

Bactérias psicrotróficas Para evitar esses problemas a refrigeração é essencial Porem o resfriamento do leite na propriedade não é a única estratégia. O rápido abaixamento da temperatura do leite após a ordenha é uma das medidas mais eficazes para garantir a boa qualidade microbiológica do produto. Medidas de controle de mastite, adequados procedimentos de higiene durante a ordenha, limpeza e desinfecção adequados dos utensílios e equipamentos de ordenha e boa qualidade da água utilizada na fazenda.

Para evitar a presença de bactérias psicrotróficas no leite cru, em proporções elevadas devem-se tomar as seguintes medidas: a) obtenção do leite de forma higiênica. b) Resfriamento imediato (antes de 2 horas) do leite cru até 4 ºC ou menos. c) Manutenção dessa temperatura até o momento do tratamento térmico nas usinas de beneficiamento. d) Limpeza e esterilização efetivas dos equipamentos utilizados na produção, coleta e transporte do leite

Bactérias de origem fecal A presença de elevadas taxas de bactérias de origem fecal no leite cru é um indicador de ????? Os coliformes metabolizam a lactose, produzindo, entre outras substâncias, ácido láctico e CO2. O ácido láctico produzido junto com o que é produzido pelas bactérias lácticas, promove o aumento da acidez do leite. Temperaturas mais baixas inibem a multiplicação de todas essas bactérias. O CO2 produzido por essas bactérias vai apresentar importância nos queijos.

Bactérias de origem fecal Os coliformes proliferam-se ativamente nos primeiros dias de maturação dos queijos, o CO2 produzido fica retido na massa dos queijos, provocando o aparecimento de pequenos buracos. Se o numero de coliformes for excessivo, o gás pode provocar o inchamento do queijo, é o que se conhece por ESTUFAMENTO PRECOCE. Com o avanço da maturação o pH do queijo diminui o que desfavorece o crescimento dessas bactérias, de tal maneira que, depois de 2 ou 3 meses de maturação, não se detectam mais coliformes ou níveis muito baixos.

Bactérias de origem fecal Algumas cepas são patogênicas, como a Escherichia coli enteropatogênica, porem tratamentos térmicos garantem a eliminação dos patogênicos. Bactérias lácticas de origem fecal, mas não fermentadoras de lactose, como gênero Salmonella, que são patogênicas, são destruídas na pasteurização.

Microrganismos patogênicos Dos microrganismos patogênicos relacionados ao leite a Listeria monocytogenes é a mais importante. Na década de 80 foram identificados graves surtos de listeriose, por consumo de leite ou queijos frescos. Alguns trabalhos científicos recentes informam que a L. monocytogenenes não é destruída pela pasteurização enquanto outros garantem que esse tratamento destrói eficazmente essa bactéria ????????????????? aparentemente em leite pasteurizado mantido sob refrigeração por tempo mais ou menos prolongado, voltam a detectar-se algumas listérias, o pode ser devido a revitalização das bactérias lesadas, não-mortas, ou a uma revitalização e ao crescimento posterior ou simplesmente ao crescimento de um número reduzido de sobreviventes.

Microrganismos patogênicos O FDA dos Estados Unidos assegura que os tratamentos pasteurizadores usados naquele país são suficientes para destruir essa bactéria, já na Espanha, é permitido ultrapassar 72 ºC, com o que a possibilidade de sobrevivência de L. monocytogenes é praticamente nula.

Células somáticas As Células somáticas são quaisquer células do corpo que formem tecidos ou órgãos do corpo, tal como a célula da pele. No mundo todo, as células somáticas se tornaram a principal ferramenta de avaliação da qualidade do leite. Elas adquiriram este papel porque representam um espelho do estado sanitário da glândula mamária.

Células somáticas Além de indicadoras da saúde da glândula mamária, desempenham um importante papel na imunidade contra mastite. O conhecimento do papel das células somáticas na imunidade é tão importante quanto a CCS, pois permite a adoção de estratégias de imunização e seleção genética.

A mastite é um processo inflamatório do úbere, acompanhado da redução de secreção de leite e mudança de permeabilidade da membrana que separa o leite do sangue. Esta doença é normalmente causada pelo desenvolvimento de bactérias no interior da glândula mamária.

Células somáticas X mastite Uma das principais mudanças que a mastite causa no leite é o aumento no número de células somáticas. Estas células são estruturas de defesa do organismo que, devido a presença de patógenos na glândula, migram para o interior desta, a fim de combatê-los. Desse modo, a contagem de células somáticas (CCS) no leite indica o estado sanitário do úbere.

Microrganismo de interesse Brevibacterium linnens: bactéria pigmentada, de cor vermelho-alaranjada, que se instala na superfície de alguns queijos (Limburger, Saint Paulin, etc.) e também participa da degradação protéica durante a maturação. Queijo Limburger

Microrganismo de interesse Penicillium camemberti: mofo de cor esbranquiçada que se desenvolve na superfície do queijo Camembert, Brie e similares, suas enzimas difundem-se no interior da massa, promovendo degradações protéicas e lipídicas. QUEIJO CAMENBERT

Microrganismo de interesse Penicillium roqueforti é o mofo azul responsável pelos processos bioquímicos que ocorrem nos chamado queijos azuis como gorgonzola e roquefort Gorgonzola Roquefort