Introdução “As queimaduras se constituem nos eventos mais devastadores

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Transcrição da apresentação:

Introdução “As queimaduras se constituem nos eventos mais devastadores que o nosso organismo é capaz de suportar.” “O intenso sofrimento físico, psíquico e social, associado a uma grande necessidade de recursos médico-hospitalares, com repercussões de toda Ordem, exige, para o seu tratamento, uma equipe em que a multidisciplinaridade do atendimento seja um dos paradigmas a ser alcançado.” Fonte: FERREIRA, Pediatria: diagnóstico e tratamento.

Epidemiologia Terceira maior causa de morte acidental entre as crianças (EUA); Dos 1,2 milhão de pessoas nos EUA necessitam de tratamento para queimaduras Anualmente; destes, 30-40% são menores de 15 anos; - Taxa média de mortalidade por queimaduras em crianças nos EUA: 3%; Nos serviços de emergência, as queimaduras são causadoras de aproximadamente 3% dos atendimentos em menores de 18 anos (Brasil); Os incêndios continuam a ser a principal causa de morte de crianças nos EUA, correspondendo a até 34% dos traumatismos fatais em menores de 16 anos; - As queimaduras por escaldadura representam 85% do total de lesões; - Aproximadamente 18% das queimaduras resultam de maus tratos infantis. Fonte: Up to Date. Fonte: FERREIRA, Pediatria: diagnóstico e tratamento. Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Epidemiologia Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. v.19 n.1 São Paulo abr. 2009

Epidemiologia Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. v.19 n.1 São Paulo abr. 2009

Epidemiologia Rev. bras. crescimento desenvolv. hum. v.19 n.1 São Paulo abr. 2009

Epidemiologia Paes CEN, Gaspar VLV. As injúrias não intencionais no ambiente domiciliar: a casa segura. J Pediatria, 2005; 81(Supl 5): 146-54. Martins CBG, Andrade SM. Queimaduras em crianças e adolescentes: análise da morbidade hospitalar e mortalidade. Acta Paul Enferm 2007; 20(4): 464-9.

Epidemiologia Paes CEN, Gaspar VLV. As injúrias não intencionais no ambiente domiciliar: a casa segura. J Pediatria, 2005; 81(Supl 5): 146-54. Martins CBG, Andrade SM. Queimaduras em crianças e adolescentes: análise da morbidade hospitalar e mortalidade. Acta Paul Enferm 2007; 20(4): 464-9.

Epidemiologia Paes CEN, Gaspar VLV. As injúrias não intencionais no ambiente domiciliar: a casa segura. J Pediatria, 2005; 81(Supl 5): 146-54. Martins CBG, Andrade SM. Queimaduras em crianças e adolescentes: análise da morbidade hospitalar e mortalidade. Acta Paul Enferm 2007; 20(4): 464-9.

Epidemiologia Paes CEN, Gaspar VLV. As injúrias não intencionais no ambiente domiciliar: a casa segura. J Pediatria, 2005; 81(Supl 5): 146-54. Martins CBG, Andrade SM. Queimaduras em crianças e adolescentes: análise da morbidade hospitalar e mortalidade. Acta Paul Enferm 2007; 20(4): 464-9.

Epidemiologia

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Classificação “O balanço entre a quantidade de pele e demais tecidos destruídos e a capacidade de regeneração do indivíduo determinará a sua maior ou menor chance de sobrevivência.” Fonte: FERREIRA, Pediatria: diagnóstico e tratamento.

Classificação * Primeiro Grau Envolve apenas a epiderme; Características: edema, eritema e dor; Lesão tecidual mínima; Não há formação de bolhas; Resolução da dor em 48-72 horas; Sem cicatrizes residuais; Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Queimadura de 1º Grau Fonte: Up to Date.

Classificação * Segundo Grau - Superficial Epiderme + parte variável da derme; Formação de vesículas e bolhas; Extremamente dolorosa (terminação nervosas); Cicatrização: 7-14 dias (sem infecção). Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Queimadura de 2º Grau Superficial Fonte: Up to Date.

Classificação * Segundo Grau - Intermediária/Profunda Epiderme + parte variável da derme; Formação de vesículas e bolhas; Dor de menor intensidade; Cicatrizam espontaneamente (sem infecção); Perdas hídricas e efeitos metabólicos semelhantes às queimaduras de 3º grau. Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Queimadura de 2º Grau Profunda Fonte: Up to Date.

Classificação * Terceiro Grau Destruição total (epiderme + derme); Não há células epidérmicas residuais; Cicatrização por contração ou enxerto; Exposição/lesão de tecido adiposo e ossos; Pode causar a morte. Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Queimadura de 3º Grau Fonte: Up to Date.

Adapted from Mertens, DM, Jenkins, ME, Warden, GD, Med Clin North Am 1997; 32:343; and Peate, WF, Am Fam Physician 1992; 45:1321; and Clayton, MC, Solem, LD, Postgrad Med 1995; 97:151.

Área * Área de Superfície Corporal Queimada (ASC/SCQ) Devem-se usar gráficos de queimadura (Lund e Browder); O volume de líquido necessário no ressuscitamento é calculado a partir da estimativa da extensão e profundidade da superfície queimada; A mortalidade e a morbidade dependem da área e profundidade acometida; Em queimaduras pequenas abaixo de 10% da ASC, pode-se usar a “regra da palma” (área da prega do pulso até a prega dos dedos é igual a 1% da sua ASC). Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Área * Área de Superfície Corporal Queimada (ASC/SCQ) 1% ASC Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Área Fonte: Up to Date.

Área Fonte: Up to Date.

Área Fonte: Up to Date.

Fonte: Up to Date.

Tratamento * Medidas de Primeiros Socorros Extinguir as chamas rolando a criança no solo ou abafando com um cobertor; Providenciar o suporte básico de vida (BLS); Remover roupas ardentes ou saturadas com líquido quente; Remover ou cortar jóias, particularmente anéis e pulseiras para evitar constrição; Em casos de lesão química, remover a substância química remanescente; Cobrir a área queimada com tecido limpo e aplicar compressas úmidas frias (não geladas) às pequenos lesões. Em grandes áreas (> 15-20% ASC), a leão diminui o controle da temperatura e contra-indica o uso de curativos frios; Acesso venoso (fluidoterapia e analgesia). Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Tratamento * O que NÃO fazer... Passar creme dental, pomadas, ovo, manteiga, óleo de cozinha, borra de café,...; Furar as bolhas; Aplicar gelo; Arrancar a roupa grudada na área queimada; Apertar o ferimento; Dentre outros. Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Tratamento * Tratamento de Emergência (ABCD) Rever rapidamente o estado cardiovascular e pulmonar; Garantir e manter uma via aérea adequada e fornecer oxigênio (intubação); Em queimaduras acima de 15% da ASC, hidratação intravenosa (perfusão); Avaliar lesões associadas (inalatória, queimadura elétrica, quedas); Crianças com queimaduras maiores de 15% da ASC, alimentação parenteral; Deve-se inserir um cateter de Foley (monitorização de débito urinário); Envolver as feridas em toalhas estéreis até que seja tomada uma decisão de tratar em nível ambulatorial ou hospitalar (unidade de queimados). Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Tratamento * Critérios de Hospitalização Queimaduras maiores que 15% da área de superfície corporal; Queimaduras elétricas por fios de alta tensão; Lesão por inalação, seja qual for o tamanho da ASC; Situação domiciliar inadequada; Suspeita de maus tratos ou negligência infantil; Queimaduras em mãos, pés e genitália (risco de deformidades). Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Total Burn Care, Philadelphia, WB Saunders, 1996. Tratamento Adapted from American Burn Association, J Burn Care Rehabil 1990; 11:98 and Hartford, CE, Total Burn Care, Philadelphia, WB Saunders, 1996.

Tratamento * Anamnese/Exame físico Inalação de fumaça (monóxido de carbono)? Explosão (lesões associadas)? Choque elétrico (arritmias, fraturas, síndromes compartimentais)? Queimaduras químicas (irrigação copiosa)? Comprometimento ocular (lesão de córnea)? Lesões circunferenciais (monitorização)? Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Tratamento * Exames complementares Hemograma; Eletrólitos; Função renal (creatinina e uréia); Níveis de monóxido de carbono (em caso de inalação); Radiografia (lesões, traumas, sintomas respiratórios); Dentre outros. Fonte: Up to Date.

Tratamento * Tratamento ambulatorial de pequenas queimaduras - Primeiro e segundo graus inferiores a 10% da ASC: Contra-indicação: suporte familiar inadequado ou suspeita de negligência; Não há necessidade de reforço da vacina anti-tetânica ou ATB profilático; As bolhas não devem ser rompidas (Sulfadiazina de prata); Curativos devem ser trocados 2x/dia; Indica-se desbridamento da pele desvitalizada quando as bolhas se rompem; A grande maioria dessas queimaduras superficiais cicatriza em 10-20 dias; Analgesia com paracetamol ou codeína 1 hora antes da troca do curativo; Sem indicação de enxerto. Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Tratamento * Ressuscitamento Hídrico Fórmula de Parkland: 4ml de Ringer com lactato/Kg de peso corporal/% ASC); Metade do volume calculado é administrada nas primeiras 8h; A metade remanescente é administrada a uma taxa uniforme nas 16h subsequentes; Indicadores de resposta: pulso, pressão arterial e débito urinário; Indicadores de adequação: sinais vitais, equilíbrio ácido-básico e estado mental; Devido ao edema intersticial, os pacientes podem ganhar até 20% sobre o peso; Queimaduras acima de 60% da ASC: cateter venoso central; Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Tratamento * Ressuscitamento Hídrico Durante as primeiras 24h, os pacientes começam a reabsorver líquido de edema; Metade da necessidade hídrica do primeiro dia é infundida como RL em glicose 5%; Em queimaduras maiores que 85% da ASC, utilizar solução colóide concomitante; A suplementação oral já pode começar 48h após a queimadura; A medida que líquidos orais são tolerados (leite), os líquidos EV são diminuídos; Pode-se suplementar albumina, sódio e potássio; Indica-se infusão de CHAD se o hematócrito cair abaixo de 24% (Hb<8d/dl); Recomenda-se plasma fresco se houver deficiência de coagulação (TP>1,5x). Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Tratamento * Prevenção de Infecções Existe controvérsia acerca do uso profilático de penicilina e substituição de cateteres; A mortalidade relaciona às queimaduras está associada à consequencias metabólicas e bacterianas de uma grande ferida aberta, redução da resistência e desnutrição; O tratamento tópico tem por objetivo prevenir infecção: - Sulfadiazina de Prata 1%; - Acetato de Mafenida; - Povidona-iodo. É essencial que todo o tecido da queimadura de terceiro grau seja excisado antes que ocorra colonização bacteriana e a área seja enxertada o mais breve possível para evi- tar sépsis de feridas profundas; Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Tratamento * Suporte Nutricional Uma queimadura provoca aumento das necessidade energéticas; Resposta hipermetabólica (catabolismo de proteínas e lipídeos); A dor, a ansiedade e imobilização aumentam as demandas fisiológicas; A excisão e o enxerto precoces podem diminuir a necessidade de energia; As demandas calóricas podem ser diminuídas proporcionando-se redução da temperatura ambiente (28-33º), cobertura durante o transporte e analgesia; As calorias devem ser fornecidas em quantidade igual a 1,5x a taxa basal; 3-4g/Kg de peso corporal de proteína dia; Suplementação (vit. A, vit. B, vit. C e zinco); A alimentação deve ser iniciada tão logo possível. Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Tratamento * Alívio da dor As crianças mostram flutuações frequentes e amplas na intensidade da dor; A avaliação da dor depende da profundidade da queimadura, estágio de cicatrização, idade do paciente, cognição, limiar de dor e outros fatores; O controle da dor durante a troca de curativos é fundamental; Recomenda-se o uso de analgésicos opiáceos e ansiolíticos: - Sulfato de morfina (oral: 0,3-0,6mg/Kg a cada 4-6h ou 1/2h antes proced.); - Lorazepam (oral: 0,05-0,1mg/Kg de peso a cada 8h). Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Tratamento * Profilaxia do Tétano Se o paciente tiver menores de três doses ou esquema vacinal duvidoso, vacinar (preferencialmente com imunização antidiftérica) e utilizar imunoglobulina; Se tiver mais de três doses, vacinar apenas se transcorreu mais de 5 anos; Pacientes HIV positivos, independente do estado vacinal, devem receber reforço; Em queimaduras acima de 10% SCA, deve-se administrar 0,5ml de toxóide. Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Tratamento * Abordagem complementar Adaptação psicológica; Reconstrução estética; Reabilitação; Reingresso escolar; Dentre outros. Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Algoritmo Fonte: Practice Guidelines for burn care. J Burn Care Rehabil 2001.

Prevenção * Orientações Nunca segure uma bebida quente e uma criança ao mesmo tempo; Assegure-se de que o leite e a água para o banho está na temperatura certa; Enquanto cozinha, tenha especial atenção ao fogo e aos utensílios; Proteger todas as tomadas; Manter fósforos, isqueiros e fontes de fogo longe das crianças; Proteja lareiras e churrasqueiras; Explique à criança que não pode mexer em objetos quentes; Manter detergentes e produtos químicos armazenados em locais fechados; Alerte as crianças para não brincar com fogo. Fonte: NELSON, Tratado de Pediatria.

Prevenção Rev. Latino-Am. Enfermagem vol.17 no.3 Ribeirão Preto May/June 2009