Resistência Insulínica e Doença Hepática

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Transcrição da apresentação:

Resistência Insulínica e Doença Hepática Roberta Marcondes Machado Nutricionista Especialista em Nutrição nas Doenças Crônicas e Degenerativas pelo HIAE Mestranda do Laboratório de Lípides – Faculdade de Medicina

Dieta Hiperlipídica Sedentarismo Hipertensão OBESIDADE Resistência pró-inflamatório pró-trombótico Resistência Insulínica Dislipidemia O aumento no consumo de dietas hiperlipídicas, associado a um estilo de vida sedentário está relacionado ao aumento da prevalência da obesidade. A obesidade, por sua vez, predispõe ao desenvolvimento de RI, HAS, DLP, estado pró inflamatório e pró-trombótico. Grundy S et al. Circulation. 2005 Alegría Ezquerra E et al. Rev Esp Cardiol. 2008 2

SÍNDROME METABÓLICA DM 2 DCV OBESIDADE pró-inflamatório pró-trombótico Hipertensão Resistência Insulínica Dislipidemia SÍNDROME METABÓLICA A associação de 3 desses fatores é considerada Síndrome metabólica E SÃO FATORES DE RISCO PARA O desenvolvimento de DCV e DM2. DM 2 DCV Grundy S et al. Circulation. 2005 Alegría Ezquerra E et al. Rev Esp Cardiol. 2008 3

Síndrome Metabólica e NAFLD A prevalência da NAFLD cresce paralelamente a Síndrome Metabólica, variando entre 15% a 25% na população, com igual freqüência em ambos os sexos. 90% dos pacientes com NAFLD apresentam um ou mais fatores da SM 30% apresentam todos os fatores Em obesos mórbidos > 90% Cerca de 50% dos pacientes dislipidêmicos apresentam algum grau de esteatose em Ultra-som (>associação com Hipertrigliceridemia) Em crianças: 2,6% população; 22-58% crianças obesas. Indivíduos DM + obesidade mórbida: NAFLD em 100%, NASH em 50%, cirrose 19% dos casos. Atualmente, a NAFLD é apontada como a manifestação hepática da SM Já se sabe da forte associação entre SM e (esteatose hepática não alcoólica) NAFLD. A prevalência da DHGNA cresce paralelamente a SM, variando entre 10% a 24% na população. Diversos estudos têm mostrado a associação entre DHGNA e SM, cerca de 90% dos pacientes com DHGNA apresentam um ou mais fatores da SM e aproximadamente 30% apresentam todos os fatores Por essa razão, atualmente a DHGNA é apontada como a manifestação hep da SM Targher G et al. Diabetologia2007 Rector RS et al. World J Gastroenterol 2008

NAFLD Representa um espectro de doenças hepáticas caracterizadas pelo acúmulo de gordura no fígado, no qual mais de 5% dos hepatócitos apresentam gotículas de lípides. Morfologicamente, pode apresentar esteatose intracitoplasmática macro ou microvesicular. Pode evoluir como: esteatose esteato-hepatite  cirrose  carcinoma hepatocelular Na ausência de: Consumo excessivo de álcool Hepatites virais, doença hepatica auto-imune Drogas A esteatose hepática não alcólica...... Representa um espectro de doenças hepáticas caracterizadas pelo acúmulo de gordura no fígado, no qual mais de 5% dos hepatócitos apresentam gotículas de lípides. Pode evoluir como: esteatoseesteato-hepatite  cirrose  carcinoma hepatocelular Para caracterizar o diagnóstico, é importante lembrar que deve ocorrer Na ausência de: Consumo excessivo de álcool Hepatites virais, doença hepatica auto-imune Drogas na ausência de .. Schindhelm RK et al. Diabetes Metab Res Rev 2006 Targher G et al. Diabetologia 2008 Rector RS et al. World J Gastroenterol 2008

Diagnóstico da NAFLD Na maioria, pacientes são assintomáticos (cansaço, dor abdominal inespecífica). Exame clínico – palpação – hepatomegalia. Enzimas hepáticas elevadas na maioria dos casos, podendo estar normal em pacientes com NASH avançada e cirróticos. Ultra-som e RM- detectam esteatose mas não acusam inflamação / cirrose. Biópsia – “gold-standard” para diagnóstico de NASH. Define grau de esteatose, inflamação e fibrose além de excluir outras possíveis causas de doença hepática.

Esteatose Macrovesicular Progressão da doença..... Esteatose Macrovesicular Inflamação Lobular Fibrose Cirrose NASH

DHGNA – esteatose hepática. Ausência de infiltrados inflamatórios NASH – Esteatose hepática. Presença de infiltrados inflamatórios(linfócitos e leukocitos) NASH – Esteatose hepática. Presença de infiltrados inflamatórios e Fibrose

Resistência Insulínica Patogênese da NAFLD ↑influxo de lípides ↑lipogênese hepática Lesão dos hepatócitos Inflamação Fibrose + β-oxidação secreçaõ de VLDL Estresse oxidativo: Disfunção Mitocondrial Estresse de Retículo Peroxidação lipídica Citocinas e adipocitokinas pró-inflamatórias (TNF-α) A patogênese da DHGNA ainda não está totalmente elucidada, porém sabe-se que o aumento do influxo de lípides, decorrente de uma maior lipólise, predominantemente do TA, ou mesmo o aumento da lipogênese hepática + associado a diminuição da beta-oxidação ou secreção de VLDL predispõe ao acúmulo de lípides no fígado. O acúmulo de lípides no fígado acarreta lesão dos hepatócitos, que pode progredir para inflamação e fibrose. Além disso alguns fatores podem estar associados a progressão da doença, como: estresse oxidativo, iniciado por disfunção mitocondrial ou estresse do retículo endoplasmático, peroxidação lipídica, ou aumento da secreção de citocinas pró-inflamatórias, que juntamente com as adipocitocinas podem agravar ainda mais o quadro da doença Por fim, A RI pode se apresentar tanto como fator desencadeante ou como conseqüência desse processo Resistência Insulínica Duvnjak M et al, 2007.. 9

RI e NAFLD ACÚMULO HEPÁTICO DE LÍPIDES RI ↓ captação de Glic via GLUT4 em músculo e adiposo Insulina deixa de inibir lipólise no adiposo (LHS)  ↑ AGL plasma ↑ influxo hepático de AGL e Glic; Insulina continua a estimular lipogênese (via PPARγ e SREBP)  ↑ síntese hepática de AGs e TG Hiperinsulinemia  mecanismo compensatório  ↑ DNL Quantidade de AGs supera capacidade oxidativa e secreção de VLDL. Lembrar que algumas vias de regulação da insulina não são afetadas na RI, algumas alças de regulação independem de IRS1 e 2 e por isso não são afetadas pela fosforilação em Ser NAFLD sintese hepática de tg aumentada em jejum comparado a indivíduos normais (25% x 5%) entretanto falha em up reg sintese de tg em periodo pos prandial. 2 pools de TG (AG hepático e periférico) AG hepático proveniente da DNL é pouco incorporado as VLDLs ACÚMULO HEPÁTICO DE LÍPIDES Zivkovic et al. Am J Clin Nutr 2007

RI em Músculo e Tecido Adiposo  intracelular de lípides ativa cascata das Ser Kinases Fosforilação do IRS-1 em Ser, impedindo a ativação da cascata de sinalização da insulina Redução da translocação de GLUT 4 (músculo e adiposo)  ↓ captação de GLIC Falha na inibição da lipólise em adiposo (LHS)

Obesidade e NAFLD: estado pró-inflamatório Obesidade acúmulo de tecido adiposo ↑adipocitocinas como TNF-α, e MCP-1 que induzem Quimiotaxia de macrófagos, propagando inflamação  TNF-α IL-6, IL-1β Ativação de serinas Kinases em adipose e fígado  contribuem para progressão da RI, NAFLD e NASH Fígado  produção de fibrinogênio, PCR, ativação e proliferação de células estreladas e de Kupffer  FIBROSE Zivkovic et al. Am J Clin Nutr 2007

NAFLD Disfunção Mitocondrial x Estresse de Retículo

Retículo Endoplasmático Local de síntese, maturação, armazenagem e transporte de proteínas. Onde as proteínas adquirem estruturas secundárias e terciárias Importante local de geração de ROS

Estresse do Retículo Endoplasmático Situação na qual a maquinaria da organela não suporta a demanda protéica - são geradas proteínas aberrantes, mal enoveladas Estresse oxidativo e mediadores inflamatórios podem iniciar e/ou propagar o estresse de Retículo Obesidade, excesso de nutrientes, acúmulo de lípides, hipoglicemia, estresse hiperosmótico, hipóxia, patógenos, alterações na disponibilidade energética celular, infecções virais  Causam estresse do Retículo

Ron D; Walter P. Nature Reviews, 2007 Estresse do retículo endoplasmático Unfolded Protein Response UPR Conjunto de respostas adaptativas integradas que ocorrem na tentativa de restabelecer a homeostasia da síntese protéica no RE Agem como sensores do enovelamento protéico e transmitem esta informação do lúmen do RE para o citosol Ativam três principais respostas adaptivas:  Tradução de novas proteínas - Curto prazo e transitória  Transcrição de proteínas que auxiliam a síntese protéica - Síntese de chaperonas Ativação de caspases -Morte celular programada Ron D; Walter P. Nature Reviews, 2007

Stephen M. Colgan, Damu Tang, Geoff H. Werstuck, Richard C. Austin Endoplasmatic reticulum stress causes activation of sterol regulatory element binding protein-2 Stephen M. Colgan, Damu Tang, Geoff H. Werstuck, Richard C. Austin The Int Jour of Biochem & Cell Biol .39(10):1843-51, May 2007 A ativação do SREBP-2, induzida pelo estresse do RE, ocorre por mecanismos distintos à indução de apoptose, não dependendo da ativação de caspases A ativação do SREBP-2, induzida pelo estresse RE, envolve a via proteolítica das S1P/S2P, promovendo o acúmulo intracelular de lípides Slide cedido por Castilho G. Laboratório de Lípides

SREBP – Sterol Regulatory Element Binding Protein Fator de transcrição sintetizado como precursor inativo, ligado à membrana do RE – Ligado à SCAP, ancorado à Insig Ativado pela depleção de COL intracelular Responsável pela regulação de genes envolvidos no metabolismo de lípides SREBP-1a e SREBP-2 – regulação de genes envolvidos na biossíntese de COL SREBP-1c – preferencialmente responsável pela regulação de genes envolvidos na biossíntese de ácidos graxos Slide cedido por Castilho G. Laboratório de Lípides

Em condições normais... ...em situações de  COL RER Golgi SREBP SREBP SCAP SREBP Insig SREBP S1P S2P Núcleo Biossíntese COL - HMG-CoA Captação de COL - Receptor B/E Biossíntese AG insaturados Biossíntese TG Slide cedido por Castilho G. Laboratório de Lípides

SREBP e Estresse do RE Estresse do RE, induzido pela homocisteína, ativa SREBPs em hepatócitos, células endoteliais e células musculares lisas e é revertido com o tratamento com GRP78/Bip Werstuck GH; Lentz SR; Daval S; Hossain GS; Sood SK; Shi YY; Zhou J; Maeda N; Krisans SK; Malinow MR; Austin RC. J Clin Invest, 2001 A ativação da cascata apoptótica libera caspase-3, que é capaz de liberar o complexo SCAP-SREBP da membrana do RE em uma reação proteolítica independente da concentração de COL Higgins ME; Ioannou, YA. J Lipid Res, 2001 Caspase-3 e -7 clivam SREBP em sua porção N-terminal citoplasmática após estímulo apoptótico. A clivagem ocorre por mecanismo alternativo à via proteolítica S1P/S2P Pai JT; Brown MS; Goldstein JL. PNAS, 1996 Slide cedido por Castilho G. Laboratório de Lípides

Disfunção Mitocondrial, Estresse de Retículo e Resistência Insulínica Ativação de JNK por citocinas, metabólitos lipídicos, ROS (proveniente de disfunção mitocondrial ou estresse de Retículo  “P” em Ser do IRS-1/2  RI Ikk pode ativar JNK, além de degradar IkB, ativando a via do NF-κB, inflamação e RI Obesidade: ↑atividade da JNK em TA, fígado e Hipotálamo Animais JNK-KO- resistentes a RI induzida por obesidade Hotamisligil G. Nature.2006

Hipótese Acúmulo intracelular de ácidos graxos pode induzir Estresse de Retículo ER prolongado pode induzir redução da secreção de VLDL, por induzir degradação de ApoB Ota T et al. JCI;118.2008

↓ da secreção de ApoB Acúmulo intracelular de lípides Ativação de Estresse de Retículo ↓ da secreção de ApoB

Disfunção Mitocondrial Gerar energia na forma de ATP oxidação de NADH/FADH2 gera prótons que são transportados pela cadeia transportadora de elétrons  fosforilação de ADPATP Produção de calor  UCPs  reduz gradiente de prótons gera calor e diminui produção de ROS Centro de grande produção de ROS Disfunção mitocondrial Excesso de nutrientes, hiperglicemia, sobrecarga de AGL Aumenta produção de ROS e reduz biogênese mitocondrial DISFUNÇÃO MITOCONDRIAL ↓ β-oxidação e produção de ATP; ↑ ROS e TNFα Associada ao acúmulo de lípides, resistência insulínica, diabetes e DCV Cadeia respiratoria pode produzir ROS  interrupção do fluxo de elétrons estes são transferidos para oxigenio gerando superoxido, peroxido de hidrogenio. ROS depleta mtDNA diminuindo biogênese, numero de MITO e reduzindo atividade como beta OX  NAFLD. TNF hepático, principal fonte = hepatócitos e ccel Kupffer provoca MITOC damage reduz beta OX. PGC1 controla biogenese e atividade mitocondrial, boa parte das enzimas envolvidas têm sua trancrição regulada pelo PGC1 Kim J et al.;Circ Res.2008; 102: 401-414

Lípides e Disfunção mitocondrial

Tratamento: Dieta e Exercício Ainda não foram estabelecidas recomendações específicas de dieta e exercícios para NAFLD Mudança de estilo de vida: perda de peso e atividade física (déficit calórico – reduzir gordura saturada) Atividade física trás benefícios mesmo sem perda de peso, melhora da sensibilidade a insulina e capacidade oxidativa Perda de peso deve ser gradual (~500g/semana). Emagrecimento acentuado pode acelerar a progressão da doença Recomendação American Heart Association: Reduzir consumo de SAT, TRANS e colesterol Evitar açúcar simples , consumir alimentos de baixo IG Consumir peixe (2x/sem)

NAFLD e Lípides na Dieta Gordura total :<30% VCT SATURADO: alguns estudos correlacionam com desenvolvimento de ER hepático, lesão do hepatócito, RI. Ingestão deve permanecer entre 9-10%. MONOINSATURADO: aumentar consumo de MONO, especialmente em substituição ao SAT na dieta POLINSATURADO: manter proporção 6%:1% de n-6:n-3 w-3  reduz lipogênese via SREPB, ação anti-inflamatória, melhora perfil lipídico  estudos preliminares indicam melhora da esteatose com uso de 1 a 2 g/dia de “fish oil” TRANS – evitar o consumo Aiinda não são guidelines , ,as conclusões retiradas de estudos

Concluindo... NAFLD - doenças hepáticas caracterizadas pelo acúmulo de gordura no fígado. Esteatose inflamação lobular  fibrose cirrose Prevalência aumentada em indivíduos obesos e DM2  70-90%, NASH em 50%, cirrose 19% dos casos. Biópsia – “gold-standard” para diagnóstico de NASH Two-Hit Hypothesis – 1st Hit (acúmulo de Lípides)  2nd Hit (lesão dos hepatócitos – inflamação – fibrose) Disfunção mitocondrial e Estresse de Retículo  podem acarretar acúmulo intracelular de lípides, inflamação e morte celular  ENVOLVIDOS NA PATOGÊNESE DA NAFLD DIETA : hiperlipídica, excesso de nutriente (Cho), desbalanço energético  NAFLD Tratamento – primeira abordagem: mudança de estilo de vida  perda de peso e atividade física

Ácido graxo TRANS diminui tecido adiposo e induz NASH em animais LDLr-KO Machado RM, Stefano JM, Oliveira CPM, Mello, Ferreira F, Nunes VS, Lima VMR, Quintão ECR, Catanozi S, Nakandakare ER, Lottenberg AMP Laboratório de Lípides – LIM 10 Faculdade de Medicina – Universidade de São Paulo Gostaria de agradecer a Comissão Científica do congresso por ter selecionado para ser apresentado como TL este trabalho cujo título é ...... Este estudo foi realizado no Laboratório de lípides da Faculdade de medicina da USP.

Dieta e NAFLD A quantidade e o tipo de ácido graxo da dieta influencia: Lipogênese hepática Sensibilidade à insulina Elevação do risco cardiovascular O consumo elevado de ácidos graxos trans e saturados, relaciona-se com aumento do risco de doença coronariana aterosclerótica Pouco se sabe sobre a influência dos diferentes tipos de gordura na manifestação da NAFLD. Embora já se encontre bem estabelecido na literatura que a quantidade e o tipo quantidade e o tipo de ácido graxo da dieta influencia: Lipogênese hepática Sensibilidade à insulina Elevação do risco cardiovascular E mais especificamente que O consumo elevado de ácidos graxos trans e saturados, relaciona-se com aumento do risco de doença coronariana aterosclerótica Pouco se sabe sobre a influência dos diferentes tipos de gordura na manifestação da NAFLD.

Objetivo Comparar o efeito de dietas hiperlipídicas, enriquecidas com ácidos graxos trans, poliinsaturados ou saturados no desenvolvimento de NAFLD . Por este motivo, o objetivo deste estudo é o de …. Comparar o efeito de dietas hiperlipídicas, enriquecidas com ácidos graxos trans, poliinsaturados ou saturados no desenvolvimento de NAFLD

Protocolo Experimental TRANS n = 13 POLI n= 14 SAT 16 semanas Gordura = 40%VCT LDLr-KO Ao longo do estudo, foi realizado controle do consumo de ração e do ganho de peso Ao final de 16 semanas: Coleta de sangue em jejum: CT, TG, Glicose, Insulina, Perfil de Lipoproteínas Extração de fígado e tecido adiposo peri-epididimal e subcutâneo Para isso, Camundosgos machos, Knock out para o receptor de LDL, foram submetidos a dieta hiperlipídica enriquecida com um dos três ácidos graxos por 16 semanas. Foi realizado controle do consumo de ração…… até o final do slide LEMBRAR: esse modelo animal foi escolhido pelo fato de apresentarem perfil lipídico similar ao de humanos.

Composição percentual de ácidos graxos das gorduras utilizadas nas dietas SAT POLI TRANS Total SAT 41,9 8,08 27,1 Total Mono 44,4 40,5 36,1 Total POLI 11,9 50,8 0,3 Total TRANS 1,5 0,4 36,3 Nesta tabela é apresentada a composição percentual d……. Notar que as 3 gorduras são similares quanto a qtde de AG MONO e enriquecidas com o AG de interesse. *gorduras cedidas por Unilever, Valinhos, SP, Brazil. **dietas preparadas por Nutriexperimental, Campinas, SP, Brazil.

RESULTADOS Com relação aos resultados:

Ganho de peso, peso do fígado, do tecido adiposo epididimal (EpFat) e subcutâneo (ScFat) dos animais LDLr-KO Ao longo do estudo, o consumo de dieta não diferiu entre os grupos, entretanto, os animais no grupo TRANS ganharam menos peso comparado a POLI e SAT. Além disso a dieta TRANS induziu aumento do peso do fígado e reduziu o conteúdo de tecido adiposo epididimal, que corresponde ao TA visceral humano, bem como o conteúdo de tecido adiposo SC comparado a POLI e SAT, respectivamente. a,b,c: Valores em uma mesma coluna com letras diferentes são significativamente diferentes (p<0·05). One-way ANOVA ; Newman-Keuls post test.

Colesterol e triglicérides Com relação aos lípides plasmáticos, o consumo de dieta TRANS promoveu hipercolesterolemia severa e elevou substancialmente as concentrações de TG no plasma.

Perfil lipídico das lipoproteínas TC _____ TG - - - - - com relação ao perfil lipídico, Podemos observar que o consumo de dieta TRANS aumentou a quantidade de colesterol em VLDL e reduziu em HDL, comparado a POLI e SAT TRANS, n=9; POLI, n=8; SAT, n=8

TRANS induz hepatomegalia e NASH 5,93 ±0,68b 3,56±0,31a 3,68 ±0,40a g/100g peso: Com relação ao impacto das gorduras no fígado dos animais: o consumo de dieta rica em TRANS induziu hepatomegalia. A análise histológica mostrou que as 3 dietas induziram esteatose, o que era de se esperar devido a sobrecarga de gordura na dieta, entretanto apenas o consumo de dieta TRANS induziu macroesteatose , balonização hepatocelular e infiltrado inflamatório e NASH, caracterizado por macroesteatose, balonização e infiltrado inflamatório. POLI e SAT desenvolveram apenas microesteatose, como era de se esperar em função da sobrecarga de gordura, porém sem a presença de balonização e infiltrado inflamatório.

Expressão de genes envolvidos no metabolismo hepático de lípides LIPOGÊNESE ApoB100 mRNA PPAR γ e SREBP-1c VLDL MTP VLDL VLDL OXIDAÇÃO LIPÍDICA Para investigar os mecanismos envolvidos no desenvolvimento de NASH induzido pela gordura TRANS, avaliamos os efeitos dos diferentes AGs na expressão de genes envolvidos no metabolismo hepático de lípides Com relação a lipogênese, medimos a expressão de PPAR gama E SREBP, fatores de transcrição envolvidos na síntese hepática de lípides, e avaliamos também expressão de MTP (PROTEÍNA TRANSFERIDORA DE TG MICROSSOMAL) que promove a incorporação de TG nas partículas de APO B e sua secreção sob a forma de VLDL Com relação a oxidação lipídica avaliamos expressão de PPAR alfa e CPT PPAR alfa altamente expresso em cel com alta atividade oxidativa, estimula enzimas relacionadas a oxidação peroxissomal (encurtamento da cadeia) SREBP-1c: FAS, SCD-1PPAR α: acyl-CoA oxidase PPAR gama principalmente em cel tec adiposoe sistema imune Já tem estudos recentes demonstrando que o acúmulo de lípides intracelular , embora em um primeiro momento aumente a secreção de apo B , mais tardiamente leva a menor secreção dessas partículas, proteínas fundamentais na secreção da VLDL. Estes estudos demonstraram ainda, que a diminuição da secreção de apoB foi concomitante a maior expressão de marcadores de stress de retículo. mRNA PPAR α e CPT-1

Expressão de genes envolvidos no metabolismo hepático de lípides Podemos observar que: Houve um aumento na expressão de SREBP-1c e PPAR- no grupo TRANS comparado a POLI e SAT aumentando a capacidade lipogênica. Entretanto, houve uma diminuição na expressão do gene da MTP no grupo TRANS e no SAT comparado a POLY, sugerindo uma menor capacidade de exportar TG sob a forma de VLDL. Não houve alteração entre os grupos na expressão de CPT-1 e PPAR- sugerindo que não houve aumento da capacidade oxidativa. Resultados sugerem uma situação propícia ao acúmulo de lípides.

Insulina e Glicose ao final do estudo, insulina e glicemia foram dosadas em jejum. O que se observou foi que apesar dos três grupos apresentarem as mesmas concentrações de insulina, os animais do grupo TRANS apresentaram aumento significativo da glicemia, sugerindo uma maior resistência da ação da insulina nestes animais

CONCLUSÃO Com relação aos resultados:

CONSUMO DE DIETA TRANS INDUZIU: CONDIÇÃO NORMAL AGL ApoB100 LPL TG MTP VLDL VLDL Lípides da dieta ou Lipogênese hepática VLDL CONSUMO DE DIETA TRANS INDUZIU: ? ApoB100 Hepatomegalia + NASH Sabe-se que Em uma situação normal, os lípides provenientes da dieta ou da lipogênese hepática, são metabolizados pelo fígado, incorporados a partículas de ApoB, pela ação da MTP, e secretados no Plasma sob a forma de VLDL. No plasma sofrem ação da LPL que hidrolisa TG que serão captados e estocados pelo tecido adiposo O consumo de dieta TRANS induziu: Hepatomegalia e NASH – possivelmente em função do aumento da expressão de SREBP e PPAR gama, favorecendo a lipogênese, além disso a diminuição da MTP pode ter contribuído para uma menor incorporação de TG em partículas de APO B, acarretando menor secreção de VLDL. Trans induziu perfil lipídico pró-aterogênico, aumentando COL em VLDL e reduzindo em HDL. Além disso o consumo de dieta trans induziu hiperglicemia hiperglicemia , na ausência de hiperinsulinemia. Induziu HIPERCOL severa e aumentou a trigliceridemia. CURIOSAMENTE, TRANS reduziu i TA epididimal e SC dos animais, diminuiu também o ganho de peso, independentemente do consumo. Já tem estudos recentes demonstrando que o acúmulo de lípides intracelular , embora em um primeiro momento aumente a secreção de apo B , mais tardiamente leva a menor secreção dessas partículas, proteínas fundamentais na secreção da VLDL. Estes estudos demonstraram ainda, que a diminuição da secreção de apoB foi concomitante a maior expressão de marcadores de stress de retículo. LPL VLDL Plasma: Hiperglicemia / ausência de Hiperinsulinemia Hipercolesterolemia severa Hipertrigligeridemia ↓ mRNA MTP x POLI Perfil Lipídico: ↑ COL em VLDL e ↓ em HDL ↑mRNA PPAR γ e ↑SREBP-1c

AGRADECIMENTOS Dra. Ana Maria P. Lottenberg Dra. Edna Regina Nakandakare Prof.Dr. Eder Quintão Dra Ana , orientadora desse trabalho Dra ERN chefe do Lab LIP da FM USP Prof EQ_ prof emérito da FMUSP – ambos pela grande contribuição científica na realização desse estudo Laboratório de Lípides – LIM10 – FMUSP Laboratório de Gastroenterologia Clínica – LIM 07 - FMUSP

Conclusão Consumo de gordura TRANS: Reduziu - ganho de peso, EP-fat, SC-fat. Aumentou peso do fígado Induziu desenvolvimento de NASH Aumentou expressão de fatores de trancrição de enzimas lipogênicas (SREBP-1c, PPARγ) sem aumento concomitante da capacidade oxidativa Induziu hiperlipidemia severa e perfil lipídico pró-aterogênico Induziu severa hiperglicemia

Resistência insulínica x VLDL RI  associada ao aumento de VLDL e TGs Aumento do aporte de AGL para o fígado proveniente do aumento de lipólise do tecido adiposo Aumento da lipogênese hepática Aumento de MTP (expressão/atividade) Aumento da secreção de VLDL-tg RI perda da capacidade da insulina em diminuir secreção de ApoB ER stress  RI  NAFLD

Ainda assim há o desenvolvimento de NAFLD Porque o fígado não mantém homeostase lipídica? IR x Hiperinsulinemia  algumas vias de sinalização estão resistentes enquanto outras mais ativadas