SEMINÁRIOS INTERDISCIPLINARES EM INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO TEMA: O CAMPO DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação ,

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SEMINÁRIOS INTERDISCIPLINARES EM INFORMAÇÃO E CONHECIMENTO TEMA: O CAMPO DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação , IBICT-UFF Ciência da Informação: desdobramentos disciplinares, interdisciplinaridade e transdisciplinaridade Lena Vania Ribeiro Pinheiro, IBICT/MCT Rio de janeiro, 18 de abril de 2007

SISTEMA:PRIMEIRA NOÇÃO Um todo organizado que “... produz ou favorece a emergência de um certo número de qualidades novas que não estão presentes nas partes separadas”, capaz de conectar as partes ao todo. Morin, 1997 Este sistema é concebido como um mundo complexo e depende da “reforma do pensamento, aquela que permite integrar os modos de religação ”

ALGUNS CONCEITOS E IDÉIAS Perdas do modo de pensar “... parcelado, compartimentado, monodisciplinar, quantificador...” Contraponto ao conhecimento ou ato de conhecer, que implica em contextualização, numa “... espiral ininterrupta...”, na qual há movimentos de “separar para analisar, e de religar para sintetizar ou tornar complexo”, unificar. Morin,1997.

ALGUNS CONCEITOS E IDÉIAS Circularidade ou espiral (“boucle”) Idéia presente há algum tempo, embora identificada com outras palavras e termos, por diferentes pensadores. Pascal: “ eu considero impossível conhecer o todo se eu não conheço as partes e conhecer as partes se eu não conheço o todo”. Morin,1997.

Fundamentos e conceitos para discussão de interdisciplinaridade A idéia de interdisciplinaridade já se manifestara em Whewell (1840), ao cunhar o termo “consiliente”, assim explicado por Gilda Braga (1999, p.9): “salto conjunto do conhecimento entre e através das disciplinas, por meio da ligação de fatos e de teorias, para criar novas bases explanatórias”. WHEWELL, Wiiliam. The philosophy of inductive sciences. In:WILSON. E. O. Consilience, the unity of knowledge, 1998 “A Ciência da Informação é certamente uma área consiliente”. Braga, 1999,p.9.

DISCIPLINARIDADE A disciplinaridade é o “primeiro princípio” e as especialidades do conhecimento são os “fundamentos nos quais tudo é construído”. CLERK apud KLEIN, 1996 As disciplinas têm enfoques específicos e o real de cada uma é sempre reduzido ao ângulo de visão particular dos seus especialistas. Disciplinaridade: “... Exploração científica especializada de determinado domínio homogêneo de estudo, isto é, o conjunto sistemático e organizado de conhecimentos que apresentam características próprias nos planos de ensino, da formação, dos métodos, e das matérias: esta exploração consiste em fazer surgir novos conhecimentos que se substituem aos antigos” JAPIASSU, 1976

INTERDISCIPLINARIDADE E RELAÇÕES COM TRANSDISCIPLINARIDADE E APLICAÇÃOES “Método de pesquisa e de ensino suscetível de fazer com que duas ou mais disciplinas interajam entre si, esta interação podendo ir da simples comunicação das idéias até a integração mútua dos conceitos, da epistemologia, da terminologia, da metodologia, dos procedimentos, dos dados e da organização da pesquisa” Japiassu e Marcondes, 1991 A transdisciplinaridade seria uma etapa posterior e superior ( Piaget) “...não se contentaria em atingir interações ou reciprocidade entre pesquisas especializadas, mas que situaria essas ligações no interior de um sistema total, sem fronteiras estabelecidas entre as disciplinas” JAPIASSU, 1976.

INTERDISCIPLINARIDADE A interdisciplinaridade “se afirma como reflexão epistemológica sobre a divisão do saber em disciplinas para extrair suas relações de interdependência e conexões recíprocas”. Japiassu, 1976 “... Antes de tudo, como esforço de reconstituição da unidade do objeto que a fragmentação dos métodos indevidamente pulveriza”. Japiassu, 1976 “A pesquisa interdisciplinar se faz das aproximações, das interações e dos métodos comuns às diversas especialidades” JAPIASSU, 1976

APLICAÇÕES NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO Aplicações: orientação a uma aplicação profissional. JAPIASSU,1976. “... As aplicações (contextos, áreas, setores, organismos) , isto é, a informação científica, tecnológica, industrial ou artística, ou a aplicação em campos do conhecimento como na Medicina ( informação em Medicina) se mesclam com a interdisciplinaridade propriamente dita” – são conceitos distintos, embora possam apresentar contribuições interdisciplinares. PINHEIRO, 1999

CAMPO, ÁREA E LINHA “... campo designa o território total cuja investigação o curso pretende operar. Medicina, Filosofia, Comunicação são campos. Área é uma subdivisão do campo, um corte introduzido artificialmente por motivos de estratégia exploratória. 'Teorias da Comunicação e da Cultura e Tecnologias da Imagem são áreas, como Filosofia Brasileira ou Cirurgia. Existirá linha cada vez que, dentro de uma área (que se caracteriza por urna certa informalidade, no sentido da ausência de uma clara forma individualizadora), certos temas aglutinadores dêem forma a cooperação entre pesquisadores. Estes então se reúnem para, trabalhando em conjunto em torno desses temas, aprofundarem a área e desenvolverem o campo”. D’Amaral, 1990

Metáforas, metáforas espaciais Construção de pontes, reestruturação, trabalho de fronteira, conhecimento fronteiriço, fertilização cruzada. Prática interdisciplinar ou trabalho de fronteira ou conhecimento fronteiriço, “O trabalho de fronteira é um conjunto composto por reivindicações, atividades e estruturas institucionais que definem e protegem o exercício do conhecimento”. KLEIN, 1996, p.1. Pluralidade da interdisciplinaridade: “...A idéia de interação entre disciplinas envolve diferentes tarefas em numerosos níveis humanos e categorias” BROIDO, 1979 apud KLEIN, 1996.

QUESTÕES EPISTEMOLÓGICAS : FUNDAMENTOS, CIENTIFICIDADE E INTERDISCIPLINARIDADE Teóricos estrangeiros Farradane, 1980 Brookes,B., 1980-1981 Machlup e Mansfield, 1983 Boyce e Kraft, 1985 Le Coadic, Y., 1987 Brier, 1992 Capurro, 1992 Frohman, 1992 Khavwan, Y., 1992 Menou, M., 1995 Hjorland,B.1998,2002,2003,2004 Bates, M., 1999. Capurro e Hjorland,2003 Mikhailov, 1959,1969 Taylor, 1966 Mikhailov et al,1966, 1969, 1975, 1980 Borko, 1968 Goffman, 1970,1975 Foskett, 1973, Saracevic,1970,1971 1992,1999 Wersig, G., 1975,1992,1993 Belkin e Robertson, 1976 Zunde e Ghel, 1979

Apoio: Israel Science Foundation. Metodologia: crítica Delphi. PESQUISA SOB A COORDENAÇÃO DE CHAIM ZINS, “KNOWLEDGE MAP OF INFORMATION SCIENCE: ISSUES, PRINCIPLES, IMPLICATIONS”, Apoio: Israel Science Foundation. Metodologia: crítica Delphi. Participantes: 58 pesquisadores, especialistas, acadêmicos de diferentes países, inclusive do Brasil. Objetivos principais desse projeto são: “1) clarificar as diferentes concepções de Ciência da Informação 2) desenvolver um mapa do conhecimento amplo, sistemático e cientificamente válido do domínio do conhecimento da Ciência da Informação; e 3) fundamentar este mapa em sólidas bases teóricas”. (http://hw.haifa.ac.il/human/hebrew/ISMapWeb.htm).

Pesquisas empíricas brasileiras sobre a Ciência da Informação: produção científica no exterior A) Pesquisa empírica de Pinheiro (1997,tese), adotando o ARIST como fonte (1966-1995); B) Áreas de pesquisa da ASIS&T / SIG´s: 1996 e 2002 (Pinheiro, 1997 e 2002); C) Pesquisa de Pinheiro ( 2002, complementação), mantendo o ARIST como fonte ( 1996- 2004) ; e D) Núcleo básico (Pinheiro, 2005), formado pela junção dos resultados empíricos de tese de Pinheiro (1997), item A, e das atualizações posteriores, item C. Natureza internacional ou global da área, podendo a evolução em diferentes países ou regiões seguir distintas prioridades, mas “a justificativa básica e conceitos são os mesmos globalmente”. SARACEVIC (1992).

Pesquisas empíricas sobre a Ciência da Informação no Brasil Diagrama de Pinheiro e Loureiro (1995), orientado ao Programa de Pós – Graduação em Ciência da Informação (IBICT-UFRJ); Temática da revista Ciência da Informação (1998-2000), IBICT; e Análise de artigos da revista Ciência da Informação do IBICT ( produção científica em CI, no Brasil). Pesquisa coordenada por Pinheiro (2002-2006), referente a um dos objetivos específicos do projeto, publicada como artigo, juntamente com Marisa Brascher, pesquisadora convidada, e Sonia Burnier, colaboradora do Projeto.

QUADRO 1 – Temas de artigos de revisão do ARIST, 1966-1995, por ordem de freqüência Tema/Assunto Artigos de revisão no absoluto % 1.     Sistemas de informação 43 14 2.     Tecnologia da informação 28 9,12 3.     Disseminação da informação 27 8,79 4.     Políticas de informação 23 7,49 5.     Necessidades e usos de informação 22 7,16 6.     Sistemas de recuperação da informação 20 6,51 7.     Computadores e programas 19 6,18 8.     Representação da informação 16 5,21 9.     Automação de bibliotecas 15 4,88 10.  Redes de informação 14 4,56 11.  Formação e aspectos profissionais 14 4,56 12.  Bases de dados 13 4,23 13.  Organização e processamento da informação 13 4,23 14.  Administração da informação 12 3,90 15.  Teoria da Ciência da informação 11 3,58 16.  Processamento automático de linguagem 9 2,93 17.  Economia da informação 8 2,60 Total 307 99,93 Fonte: Pinheiro, Lena Vania Ribeiro. A Ciência da Informação entre sombra e luz...(1997)

Enfoque tecnológico Freqüência Enfoque social Frequência QUADRO 2 – Categorização dos temas segundo características sociais ou tecnológicas Enfoque tecnológico Freqüência Enfoque social Frequência 1.     Sistemas de informação 43 1.     Disseminação da informação 27 2.     Tecnologias da informação 28 2.     Políticas de informação 23 3.     Sistemas de recuperação 20 3.     Necessidades e usos 22 4.     Computadores e programas 19 4.     Representação 16 5.     Automação de biblioteca 15 5.     Formação profissional 14 6.     Redes de informação 14 6.     Administração da informação 12 7.     Bases de dados 13 7.     Teoria da CI 11 8.     Organização e processamento 13 8.     Economia da informação 8 9.     Processamento automático de linguagem 9  Total 174 (56%) Total 133 (43,32%) Fonte; Pinheiro, Lena Vania Ribeiro. A Ciência da Informação entre sombra e luz...(1997)

Quadro 3: Disciplinas segundo artigos de revisão do ARIST, por ordem de freqüência. 1996-2004 *   N.º % 1. Sistemas de recuperação da informação 15 18,51 2. Representação da informação 9 11,11 3. Tecnologia da informação 8 9,87 4. Sistemas de informação 6 7,40 5. Bibliometria 6 7,40 6. Inteligência competitiva e Gestão do conhecimento 5 6,17 7. Mineração de dados (“data mining”) 5 6,17 8. Política de informação 5 6,17 9. Teoria da Ciência da Informação 5 6,17 10. Comunicação científica eletrônica 3 3,70 11. Necessidades e usos da informação 3 3,70 12. Administração de informação 2 2.50 13. Bibliotecas digitais 2 2,50 14. Economia da informação 2 2.50 15. Formação e aspectos profissionais 2 2.50 16. Processamento automático de linguagem 2 2.50 17 Bases de dados 1 1,23 Total 81 Fonte: Pinheiro, Lena Vania R. Ciência da Informação: questões sobre formação, ensino e pesquisa. DatagramaZero (coluna),2002. * Os dados dos anos de 2003 e 2004 foram extraídos dos “ print preview” do ARIST, disponíveis na Internet

Disciplinas Freqüência 1. Sistemas de informação 49 Quadro 4: Núcleo básico de disciplinas da Ciência da Informação e tendências atuais, por resultado de estudo de freqüência de artigos de revisão do ARIST Disciplinas Freqüência 1. Sistemas de informação 49 2. Tecnologia da informação 36 3. Sistemas de recuperação da informação 35 4. Políticas de informação 28 5. Necessidades e usos de informação 25 6. Representação da informação 25 7. Teoria da Ciência da Informação 16 8. Formação e aspectos profissionais 16 9. Gestão da informação* 14 10. Bases de dados 14 11. Processamento automático da linguagem 11 12. Economia da informação 10 13.Bibliometria 6 14. Inteligência competitiva e Gestão do conhecimento 5 15. Mineração de dados 5 16. Comunicação científica eletrônica 3 17. Bibliotecas digitais/virtuais 2 Fonte: Pinheiro, Lena Vania Ribeiro. Pilares conceituais para mapeamento do território epistemológico da Ciência da Informação: disciplinaridade, interdisciplinaridade, transdisciplinaridade e aplicações. ( no prelo) * Foi alterado de Administração da informação para Gestão da informação, por ser a tradução adotada, no Brasil.  

Figura 1: Núcleo básico de disciplinas, tendências e traços interdisciplinares.

DISCIPLINAS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO CATEGORIZADAS POR SUA NATUREZA DISCIPLINAS ESTRUTURAIS (FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO); DISCIPLINAS INSTRUMENTAIS (ORGANIZAÇÃO E PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO); DISCIPLINAS GERENCIAIS (GESTÃO DA INFORMAÇÃO); DISCIPLINAS TECNOLÓGICAS (TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO); E DISCIPLINAS SÓCIO-CULTURAIS (TRANSFERÊNCIA DA INFORMAÇÃO). PINHEIRO, 1997

1.Fundamentos da Ciência da Informação - Bibliometria / Infometria/ Cientometria / Webmetria - Formação profissional - Epistemologia da Ciência da Informação - Estudos interdisciplinares ( relações epistemológicas com a Ciência da Computação, Comunicação Social, Museologia, Biblioteconomia, Arquivística, Arte etc.) - História da Ciência da Informação - Metodologias da Ciência da Informação - Teoria da Informação 2. Organização e processamento da informação - Arquitetura de informação - Organização do conhecimento / Representação da informação -Catalogação - Classificação - Indexação - Metadados - Tesauros - Vocabulários controlados - Ontologia - Processamento automático de linguagem

3. Gestão da Informação - Disseminação da informação ( produtos e serviços de informação) - Economia da informação - Gestão de qualidade de informação -Gestão do conhecimento - Inteligência competitiva - Marketing de informação   4. Tecnologias da Informação - Automação de bibliotecas - Bases de dados - Bibliotecas virtuais e digitais - Comunicação mediada por computador - Internet/Web - Mineração de dados - Preservação e segurança digital - Redes e sistemas de informação - Sistemas de recuperação da informação

5. Transferência de Informação - Competência informacional (“information literacy”) - Comunicação científica - Divulgação científica - Educação à distância - Estudos de necessidades e usos de informação - Estudos de usuários - Ética na informação - Inclusão digital - Políticas de informação 6. Aplicações de informação - Informação científica - Informação tecnológica - Informação industrial - Informação em Arte - Informação em bibliotecas - Informação em arquivos - Informação em museus

Revista Ciência da Informação e temas de artigos,1998-2000

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO PRODUZIDA NO EXTERIOR E NO BRASIL O resultado generalizável é que há, em relação aos temas consolidados e novas tendências, pequenas diferenças entre a Ciência da Informação produzida no Brasil e no exterior, mais de ênfase, por condições específicas brasileiras , cujo melhor exemplo é a Bibliometria, também denominada Informetria e, mais recentemente, Webmetria. De um modo geral, no exterior predominam as disciplinas de cunho tecnológico ( sistemas de informação, tecnologias de informação e sistemas de recuperação da informação), enquanto em nosso país os temas de índice mais alto não têm esse caráter ( teoria da Ciência da Informação, Bibliometria, representação da informação, política se informação e necessidade e usos de informação).

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE A CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO PRODUZIDA NO EXTERIOR E NO BRASIL Tendências atuais ou disciplinas novas, como Inteligência Competitiva e Gestão do Conhecimento, além de Mineração de Dados, são decorrência da Sociedade da Informação, por sua vez conseqüência da globalização e das tecnologias de informação e comunicação -TICs Convergência de estudos para a Web e emergência das bibliotecas digitais e virtuais, bem como algumas disciplinas ganham relevância, em decorrência da Web, por exemplo, comunicação científica eletrônica, tradicionalmente estudada no Brasil ( PPGCI), muito antes da Internet .

MUTAÇÕES E TRANSFORMAÇÕES INTERDICIPLINARES DA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO Disciplinas emergentes promovem, também, novas relações interdisciplinares, hoje mais com a Administração e a Economia, no caso da Inteligência Competitiva e Gestão do Conhecimento, ou consolidam as já existentes, por exemplo, com a Ciência da Computação, em relação à mineração de dados e bibliotecas digitais e virtuais.

CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO:UM CONCEITO RECENTE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO É A ABORDAGEM CIENTÍFICA E INTERDISCIPLINAR DO FENÔMENO INFORMAÇÃO, NA CONSTRUÇÃO DE CONCEITOS, PRINCÍPIOS, MÉTODOS, TEORIAS, LEIS E SUAS APLICAÇÕES TECNOLÓGICAS, NO PROCESSO DE TRANSFERÊNCIA DE INFORMAÇÃO E DE MENSAGEM ( CONTEÚDO SIGNIFICATIVO), NO CONTEXTO HISTÓRICO , CULTURAL E SOCIAL . PINHEIRO, Lena Vania Ribeiro, 2004

TRANSDISCIPLINARIDADE “A abordagem científica, cultural, espiritual e social dizendo respeito ao que está entre as disciplinas, através das disciplinas e além de toda disciplina” Manifesto, 1994, apud Japiassu, 2006 “Sonho transdisciplinar entendo o lugar geométrico mais ou menos utópico onde deveria manifestar-se o conjunto dessas estratégias, tendo por finalidade a compreensão do mundo presente numa perspectiva utópica de unificação de conhecimentos” Japiassu, 2006