Caso Clínico:Intoxicações por agentes químicos

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Transcrição da apresentação:

Caso Clínico:Intoxicações por agentes químicos Eula Leisle Braz Lima e Priscilla Sampaio Coordenação: Elisa de Carvalho Escola Superior de Ciências da Saúde/ESCS/SES/DF www.paulomargotto.com.br

Caso Clínico Identificação : Queixa principal: V.G.S. , 1 ano e 10 meses, sexo masculino, natural de Brasília - DF, procedente de Taguatinga – DF. Queixa principal: “Tomou detergente há 1 hora.”

Caso Clínico HAD: Mãe relata que há aproximadamente 1 hora a criança ingeriu mistura de detergente, soda caústica e água que estava num copo do Mc Donalds. Refere que foi somente um gole. Evoluiu com 3 episódios de vômitos com rajas de sangue e queimadura química em orofaringe. Mãe tentou oferecer leite mas o paciente não aceitou.

Caso Clínico Antecedentes: Nascido de parto normal a termo. Mãe não realizou pré-natal. Peso:4 Kg E: 51 cm Chorou ao nascer Recebeu alta em 24h sem intercorrências. Uso de leite de vaca desde o nascimento.

Caso Clínico Antecedentes: Nega internações e cirurgias. Nega alergia alimentar e medicamentosa. Cartão de vacinação completo. Dieta atual : 6 refeições, pobre em fibras, rica em carboidratos.

Caso Clínico Antecedentes: Mãe: 38 anos, ex- tabagista, do lar, saudável Pai: 33 anos, saudável Irmãos: 3 ( 4, 12 e 17 anos saudáveis)

Caso Clínico Condições sócio - economicas : Reside em casa de alvenaria, 4 cômodos, uso de fossa asséptica. Possui 01 cachorro e 01 pássaro.

Caso Clínico Exame Físico: FC: 120 bpm FR: 32 ipm REG, hipoativo, normocorado, hidratado, afebril, eupnéico, anictérico, acianótico. Oroscopia: mucosa com hiperemia, leve edema labial, abundante sialorréia, língua edemaciada com pontos esbranquiçados discretos.

Caso Clínico Exame Físico: AR: MVF com alguns roncos ACV , abdome e extremidades: sem alterações

Caso Clínico Evolução: Apresentou 01 vômito com rajas de sangue logo após a internação. O médico assistente foi orientado pelo Centro de intoxicações do DF a ofertar água ou leite em pequenas quantidades, contudo o médico da endoscopia do HDB não recomendou tal conduta orientando a manter o paciente em dieta zero, sendo seguida esta conduta.

Caso Clínico Evolução: Segundo DIH : realizada EDA e introduzido antibioticoterapia : Ampi + Sulbactam , indicados pela DIP. Manteve boa evolução e recebeu alta com manutenção da sonda nasogástrica e Omeprazol até que completasse 30 dias do incidente.

Caso Clínico Exames: 16/03: HC + Bioquímica: Leu:28.100 (S:80%, Bt: 6%, L: 10%, E: 0) HM:4.75 HG:11.4 Ht: 35.1 Plaq: 318 Ca:9.7 Na:138 K:3.5 Cl: 107 Mg: 1.6

Caso Clínico Exames: 17/03: EDA Esôfago: liso, calibre e distensibilidade preservadas; em toda extensão apresenta ulcerações extensas com fibrina espessa, ocupando toda circuferência do orgão. Estômago: sem alterações Duodeno: não visualizado HD: Esofagite Caústica- Zargar 2B

Caso Clínico Exames: 17/03: EDA Conduta: Sonda por +- 4 semanas. Hidratação+ sintomáticos + omeprazol IV ATB empírica: Ceftriaxone + Clinda Monitorização rigorosa dos sinais vitais (perfuração-taquipnéia e leucocitose) 4 sem: realizar esofagograma p/ avaliar estenose

Intoxicações por agentes químicos No ano 2004, foram registrados 81.828 casos de intoxicação humana no país.

Intoxicações Causas(desde 1985): acidente _55,5% tentativa de suicídio _20,7% ocupacional 7,4%

Intoxicações Faixas etárias mais acometidas: < de 5 anos _ 23,8% 20 a 29 anos _ 18,2%.

Intoxicações Acidentes: animais peçonhentos _ 35,7% medicamentos _ 17,9% domissanitários _ 11,6%

Intoxicações Circunstância ocupacional: 35,2% animais peçonhentos 28,9% agrotóxicos 15,2% produtos químicos industriais.

Intoxicações A Região Sudeste registrou 44,7% dos casos de intoxicação humana. Principais agentes tóxicos que causaram intoxicações(desde 1996): medicamentos _29,0% animais peçonhentos _24,8% domissanitários _7,8%

Intoxicações Principais agentes tóxicos que causam intoxicações em menores de 5 anos: medicamentos _38,6% domissanitários _18,0% produtos industriais _8,3%

Intoxicações No ano 2004, foram registrados 404 óbitos Suicídio _ 58,4% (medicamentos,agrotóxicos, raticidas e drogas de abuso) Acidentes _ 13,6%. Idade mais afetada: 20 aos 59 anos (66.8%) Causas principais: agrotóxicos _ 38,4% medicamentos _18,3%

Intoxicações Região Sudeste _ maior número de óbitos Região Centro-Oeste _ maior letalidade Regiões Sudeste e Sul _ menor letalidade

Ingestão de agentes químicos Fatores de risco!!! Embalagens Preço Falta de informação Áreas rurais

Ingestão de agentes químicos Álcalis: NaOH e KOH Ácidos: Clorídrico, Sulfúrico, Nítrico, Fosfórico e Acético Outras: Permanganato de K, amônia e iodo.

Ingestão de agentes químicos Patogenia: Álcalis: necrose por liquefação 3 fases: Aguda(7 a 10 dias), Cura aparente( 3 a 8 sems) e Crônica (variável) Ácidos: necrose por coagulação das proteínas formando camada protetora

Ingestão de agentes químicos Patogenia: Gravidade, localização, extensão e as complicações dependem destes fatores: tipo, pH, quantidade, concentração, tempo de exposição, estado físico.

Ingestão de agentes químicos Quadro Clínico: Assintomáticos até casos graves com infecção, choque e alterações respiratórias e hemodinâmicas. Odinofagia, disfagia, sialorréia, dor retroesternal, disfagia, edema de mucosas, recusa alimentar.Chiados, tosse, rouquidão. Transmural: febre, taquicardia e choque

* HG,Eletrólitos, Gasometria, Radiografia de tórax e Abdome

Ingestão de agentes químicos Conduta: EDA (12 a 48 h), Classificação Zargar: 0:normal 1:edema ou hiperemia 2a:mucosa friável, ulceração superficial 2b:ulcerações + profundas ou circunferencial 3a:Múltiplas ulcerações 3b:Necrose extensa

Ingestão de agentes químicos Esofagite: locais preferenciais

Ingestão de agentes químicos Tratamento: Analgesia, diluição? Suporte nutricional enteral Antiácidos e bloqueadores da bomba de prótons – 6 a 8 sems Internação : Hidratação venosa, atb, SNG com auxílio endoscópico Corticóide: acometimento respiratório

Ingestão de agentes químicos Complicações: Hemorragia digestiva, Pneumonia Perfuração de órgãos(mediastinite e peritonite) Estenoses: 10 a 20%(Iniciar dilatação e esofagograma a partir da terceira ou quarta semana) Neoplasia, gastrite, úlcera

Ingestão de agentes químicos Prognóstico: Distúrbios de dismotilidade Maior risco para carcinoma, ulceração e metaplasia. Acompanhamento periódico principalmente após 20 anos do acidente

Ingestão de agentes químicos Prevenção: Educação e aprovação de leis. Soluções mais diluídas Tampas de difícil abertura. “MELHOR OPÇÃO TERAPÊUTICA!” Centro de Toxicologia: 0800-7226001

Bibliografia KASPER,D.L; Et AL., Harrison: Medicina Interna. Carvalho E.; Et Al., Gastroenterologia pediátrica Matuguma,S.E;Et AL., Atualização Terapêutica 2005 www.fiocruz.com.br Papel da Vigilância Sanitária na prevenção de intoxicações na infância_ FIOCRUZ

OBRIGADA!! OBRIGADA!