Recentes estudos sobre as escolas e o ensino In Good, T. e Weinstein, R. (1999, 3ª edição): As organizações escolares em análise, coordenação de antónio Nóvoa. Lisboa: Dom Quixote e IIE.
Os investigadores começaram a analisar de modo mais abrangente os efeitos provocados pela escola, incluindo nos seus estudos as experiências dos indivíduos no contexto escolar.
A investigação sobre o ensino tem beneficiado de estudos qualitativos sobre escolas-modelo servindo populações diversificadas.
Goodlad (1984) O estudo incide sobre 38 escolas do ensino básico e secundário, servindo populações diversificadas em várias comunidades; Apesar das diferenças entre as escolas, constata que alguns aspectos do ensino não diferiam muito de contexto para contexto.
Os professores raramente prescindem das aulas expositivas, dos manuais escolares e dos exercícios escritos; Na maior parte das escolas, os prémios atribuídos aos alunos dizem respeito a desempenhos individuais; Afirma que a organização do ensino em disciplinas e a sua divisão em tempos lectivos encoraja uma visão segmentária (e não integrada) do saber.
Goodlad defende a importância de desenvolver as competências dos professores individualmente, de providenciar uma orientação pedagógica e de fomentar as expectativas positivas por parte da escola. Salienta a necessidade de alterar as formas de ensino (o ensino centrado no professor e a quase ausência de trabalho de grupo).
A sua preocupação reside na reorganização das escolas de grandes dimensões em unidades mais pequenas que possam dar respostas mais adequadas às necessidades de desenvolvimento dos alunos dos vários escalões etários.
Para ele, as escolas devem: Apresentar um nível mais elevado de saber académico Prestar mais atenção aos problemas e necessidades pessoais dos alunos.
Sizer (1984) Examina os professores, os alunos e os currículos em mais de 100 escolas; Defende que estes 3 factores devem ser encarados conjuntamente.
Salienta as semelhanças existentes entre as várias escolas; Argumenta que a estrutura de base (níveis, horários, calendários) é altamente uniforme, quer se trate de escolas urbanas, rurais ou suburbanas.
Considera que um dos problemas de base das escolas secundárias é a mediocridade, na medida em que os alunos não são encorajados a pensar por si próprios.
Colocam-se 5 imperativos para uma melhoria nas escolas: Dar oportunidade aos professores e aos alunos para trabalharem e aprenderem segundo modos próprios; Insistir no facto de que os alunos devem demonstrar que dominam os conteúdos e os métodos de trabalho; Fazer uso de incentivos adequados em relação aos alunos e aos professores; Dirigir o trabalho desenvolvido na escola para o uso efectivo das capacidades intelectuais dos alunos; Manter a estrutura das escolas simples e flexível.
Novas definições de ensino: Os mais recentes estudos e relatórios relativos ao ensino consideram que: Tanto os professores como as escolas são determinantes para o sucesso escolar dos alunos (avaliado segundo metas convencionais); Nota-se uma insistência cada vez maior na ideia de que as escolas podem e devem fazer mais.
Novas perspectivas para a investigação sobre a eficácia escolar: A investigação deve alargar o seu campo de observação, de modo a incluir resultados de aprendizagem dos alunos que não tenham apenas a ver com o seu desempenho em testes estandartizados; Deve preocupar-se em saber para quem (e para quantos) é que as escolas são eficazes; Os estudos devem abordar a variedade e a coordenação das práticas no seio das escolas, identificando o modo como os processos nas salas de aula e nas escolas se combinam para criar um clima efectivo de aprendizagem.