A classe-que-vive-do-trabalho (Ricardo Antunes)

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Transcrição da apresentação:

A classe-que-vive-do-trabalho (Ricardo Antunes) A forma de ser da classe trabalhadora hoje

Em meio a tantas formulações sobre a noção de classe, qual o sentido atual da classe trabalhadora e sua forma de ser?

Classe-que-vive-do-trabalho Expressão que pretende dar contemporaneidade e amplitude ao ser social que trabalha; Procura apreender sua efetividade, processualidade e concretude; Refuta as teses do fim da centralidade do trabalho nas relações sociais e do fim das classes sociais.

A classe trabalhadora hoje A classe trabalhadora hoje inclui a totalidade daqueles que vendem sua força de trabalho, tendo como núcleo central os trabalhadores produtivos; Incorpora a totalidade do trabalho coletivo assalariado; O proletariado industrial é o seu núcleo principal, porque produz diretamente mais-valia; Engloba também os trabalhadores improdutivos cujas formas de trabalho são utilizadas como serviços, trabalho consumido como valor de uso e não como trabalho que cria valor de troca (assalariados do setor de serviços, bancos, comércio, turismo, serviços públicos etc.); Essa noção ampliada de classe Incorpora a totalidade dos trabalhadores assalariados (imbricação entre trabalho produtivo e improdutivo no capitalismo contemporâneo).

Noção ampliada de classe trabalhadora Inclui todos aqueles e aquelas que vendem sua força de trabalho em troca de salário (proletariado industrial, assalariados do setor de serviços proletariado rural; Essa noção incorpora: o proletariado precarizado, os trabalhadores part time, o novo proletariado dos Mc Donalds, os trabalhadores terceirizados, os trabalhadores assalariados da chamada “economia informal” e os trabalhadores desempregados expulsos do processo produtivo; Exclui: os gestores do capital, seus altos funcionários que recebem rendimentos elevados; os pequenos empresários, a pequena burguesia urbana e rural proprietária (ainda que possam se constituir importantes aliados da classe trabalhadora).

Diversidade, heterogeneidade e complexidade da classe trabalhadora Tem sido uma tendência a redução do proletariado industrial, estável e especializado, que se desenvolveu na vigência do taylorismo/fordismo; Essa diminuição se deve a reestruturação produtiva do capital, a expansão das formas de horizontalização da produção, a flexibilização e desconcentração do espaço físico produtivo e ao uso intenso de novas tecnologias.

Por outro lado, vem ocorrendo um enorme incremento do novo proletariado fabril e de serviços com o crescimento do trabalho precarizado (o novo subproletariado). São os terceirizados, subcontratados, part-time, entre outros). Expansão do trabalho precarizado, parcial, temporário, terceirizado, informalizado, novas formas de trabalho doméstico, etc.

A divisão sexual do trabalho O aumento do trabalho feminino O aumento do trabalho feminino atinge mais de 40% da força de trabalho em diversos países; Esse aumento tem se dado preferencialmente no universo do trabalho part time, precarizado e desregulamentado; Quanto ao salário, seu percentual de remuneração é bem menor do que aquele auferido pelo trabalho masculino. O mesmo ocorre para os direitos e condições de trabalho.

As mulheres no mundo do trabalho No espaço fabril (fábricas) ocupa atividades de menor qualificação, mais elementares, rotinizadas e muitas vezes fundadas em trabalho intensivo; Trabalho manual e repetitivo é atribuído às mulheres e o trabalho que requer conhecimentos técnicos é atribuído aos homens; Ocorre, ainda, discriminação quanto a política de gestão da força de trabalho, ou seja, uma para homens e outra para mulheres (ex.; contratação de mulheres casadas; remuneração, entre outras). Tem dupla jornada de trabalho, dentro e fora de casa, duplamente explorada pelo capital (na produção e na reprodução da força de trabalho de seus maridos, filhos/as e de si própria). O capital incorpora (se apropria) do trabalho feminino de modo desigual e diferenciado. Como exemplo, o capital tem se aproveitado da polivalência e multiatividade do trabalho feminino exercido no espaço doméstico.

A classe trabalhadora no setor de serviços, no terceiro setor e no trabalho em domicílio Tem ocorrido uma significativa expansão dos assalariados médios e de serviços; Esse setor também vem sendo afetado pelas mutações organizacionais e tecnológicas (ex: privatizações, bancários, etc.); Expansão do trabalho no “terceiro setor”, formas de trabalho voluntário, sobretudo assistenciais, sem fins lucrativos (ONGs, associações, etc.). Não é uma alternativa efetiva e duradoura, mas cumpre um papel de funcionalidade ao incorporar trabalhadores desempregados; Expansão do trabalho em domicílio em razão da desconcentração do processo produtivo;