PSICOLOGIA E SAÚDE PUBLICA

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Transcrição da apresentação:

PSICOLOGIA E SAÚDE PUBLICA MODELO DE INTERVENÇÃO PSICOLÓGICA EM SAÚDE PÚBLICA: suas etapas.

Modelo Com o modelo foi possível estabelecer certa ordem a uma realidade complexa e multifacetada. O modelo vem sob um olhar pós moderno, sendo fruto de múltiplas interações, ângulos em que a diferença e a diversidade entre outros foram aspectos que se somaram como elementos construtores, na procura de uma campo de sentido em comum em todos os envolvidos na relação psicoterapeutica.

Modelo O modelo de intervenção, que se refere ao conjunto de etapas e seus aspectos diferenciais, se torna instrumento guia para a leitura da realidade. Existem 4 etapas, que comportam analises de processos diferentes, que ao mesmo tempo foram concomitantes e se afetaram mutuamente.

ETAPA 1 Construindo as Alianças Terapêuticas: A Busca de um Campo de Sentido em Comum As autoras assim consideram a busca de alianças como sendo a base para uma construção conjunta da intervenção psicológica, sendo isso necessário para criação de um espaço propício ao diálogo e reflexão. Havendo o espaço para as interações torna-se possível, num movimento colaborativo, a reconstrução conjunta de “histórias humanas”, possibilitando novos olhares e novas significações, sendo isso a âncora da mudança.

ETAPA 2 Da Construção do Objetivo do Trabalho no Processo de Intervenção Nessa etapa mostra-se importante a definição do problema a ser trabalhado, para que assim possam também ser definidos os objetivos a serem alcançados, sempre numa dinâmica participativa.

ETAPA 3 Da Construção e Desconstrução da História-Problema: da Análise das Consultas. Esta etapa traz a reflexão dos riscos do processo, por exemplo o risco de ser absorvido, seja pela história da pessoa que causa a perda do foco, pelos personagens envolvidos e acabar fazendo alianças que sustentam o problema, ou mesmo pelo ambiente institucional pelas dificuldades q este impõe.

ETAPA 4. Reflexões e Sugestões em Torno da Construção do Processo de Intervenção Vemos agora uma proposta de reflexão dos “Aspectos Relacionados ao Processo”, onde as autoras trazem a sugestão de alguns desses elementos, como a flexibilidade que se configura pela abertura na visão estrita dos fundamentos teóricos para dar voz ao contexto e realidade do paciente, isso tornará necessária muitas vezes a adequação até mesmo dos elementos técnicos usados.

Grupos de Promoção à Saúde (GPS). Esses Grupos são concebidos como instrumentos a serviço da autonomia e do desenvolvimento contínuo do nível de saúde e condições de vida.

O QUE É O GPS O GPS é uma intervenção coletiva e interdisciplinar de saúde, constituída por um processo grupal dos seus participantes até o limite ético de eliminação das diferenças desnecessárias e evitáveis entre grupos humanos. Caracteriza-se como um conjunto de pessoas ligadas por constantes de tempo, espaço e limites de funcionamento, que interagem cooperativamente a fim de realizar a tarefa da promoção da saúde.

Grupos de Promoção à Saúde (GPS). As GPS, atua-se na perspectiva da saúde não como uma resposta reativa à fatalidade da doença, mas como uma meta a ser concretizada pela saúde pública e demais atores sociais, por meio de instrumentos metodológicos de intervenção na realidade. Estes enfatizam recursos sociais e pessoais para: erradicação e/ou minimização das doenças e perdas das capacidades funcionais dos indivíduos e preservação e/ou desenvolvimento da autonomia.

A construção do saber em saúde, nos GPS, ocorre nas seguintes condições: Participação cooperativa dos membros: conjunto de palavras, gestos e posturas corporais constituídas no espaço de ações de aceitação do outro como legítimo e; Desenvolvimento da autonomia: processo em que os sujeitos ou grupos humanos ampliam suas capacidades de fazer escolhas de forma livre e esclarecida dos seus próprios desígnios, com a condição de não causar dano ou malefício a outrem ou à sociedade.

Grupos de Promoção à Saúde (GPS). Dessa forma, as relações sociais nos GPS são tomadas pelo diálogo e respeito às diferenças, aos quais são integrados variados conhecimentos, destacando-se o estudo das atitudes. Os GPS permitem aos homens e mulheres, por meio do resgate da solidariedade, o processo de superação física e psicológica de um nível individual para o grupal, e deste para um outro mais amplo, o social.

Grupos de Promoção à Saúde (GPS). O SETTING GRUPAL NOS GPS setting grupal é conceituado como conjunto de procedimentos que organizam, normatizam e possibilitam o processo grupal. A sua definição depende: dos objetivos pelos quais o grupo é organizado, público-alvo, local, recursos materiais, referenciais teóricos utilizados pelo coordenador, bem como o estilo deste e outros fatores.

Grupos de Promoção à Saúde (GPS). As definições destes settings grupais nos GPS deverão: ser delimitadas pelas equipes que coordenam os grupos e demais membros. Estas definições devem contemplar: a) as peculiaridades dos contextos socioeconômicos; b) as mobilizações emocionais emergidas nos processos grupais e; c) os conhecimentos científicos e saberes disponíveis nas comunidades em que se inserem.

Grupos de Promoção à Saúde (GPS). Toda vez que exista a entrada de um novo membro no grupo é necessário que as condições sejam re-atualizadas para todos do grupo; Condições: a promoção da saúde por meio da cooperação grupal; o compromisso com a autenticidade; o sigilo dos conteúdos manifestos no grupo; o respeito às datas e horários previstos; a escuta – ativa das demandas grupais

Um pouco mais sobre o sigilo O sigilo refere-se a irrefutável possibilidade ética de resguardo aos conteúdos e quaisquer manifestações provenientes da dinâmica grupal. Logo, poderão participar do ambiente em que o GPS se processa somente aqueles que partilham desta combinação. A regra de respeito ao sigilo viabiliza a condição da espontaneidade.

GPS E GRUPOS DIRECIONADOS À PREVENÇÃO, CONTROLE E TRATAMENTO DAS DOENÇAS As ações de prevenção estão fundamentadas na divulgação de informações científicas generalistas, fracamente articuladas aos contextos socioeconômicos em que se inserem, assim como aos seus significados simbólicos. Tais conhecimentos são seguidos de recomendações de mudanças de hábitos e oferecidos como antídotos às vulnerabilidades apresentadas.

GPS E GRUPOS DIRECIONADOS À PREVENÇÃO, CONTROLE E TRATAMENTO DAS DOENÇAS Portanto, os objetivos de combate de doenças e controle dos agravos nos GPS são ampliados para todos e especialmente, daqueles em situações de exclusão social. Essa estratégia pressupõe a possibilidade de reformulação da assistência tecnocrática, medicalizadora e curativa da doença. Neste ponto, destaca-se o conceito de “Promoção à Saúde”, assumido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) desde de 1986, como um processo de capacitação da comunidade para melhorar suas condições de vida e saúde.

GPS E GRUPOS DIRECIONADOS À PREVENÇÃO, CONTROLE E TRATAMENTO DAS DOENÇAS Portanto, as ações de promoção são resultantes de um complexo processo que envolve o fortalecimento das capacidades individuais e coletivas atuando sobre múltiplas dimensões: por um lado, intervenções de âmbito global do Estado e, por outro, a singularidade e autonomia dos sujeitos.

Grupos de prevenção, controle dos agravos e tratamento Diferenças categóricas entre Grupos de Promoção à Saúde (GPS) e grupos de prevenção, controle dos agravos e tratamento CATEGORIAS GPS Grupos de prevenção, controle dos agravos e tratamento Conceito de Saúde Positivo e multidimensional Ausência de doença Modelo de intervenção Participativo e cooperativo Biomédico População-alvo Toda a população e, estrategicamente àqueles em situação de exclusão social e sem autonomia População de risco Compreensão do corpo Considera a complexidade do conjunto de relações que constituem os Significados Estratificada por especialidades a partir de conceitos objetivos

Grupos de prevenção, controle dos agravos e tratamento Diferenças categóricas entre Grupos de Promoção à Saúde (GPS) e grupos de prevenção, controle dos agravos e tratamento CATEGORIAS GPS Grupos de prevenção, controle dos agravos e tratamento Função do coordenador Escutar ativamente as demandas grupais, facilitar o desenvolvimento de atitudes capazes de interferir na autonomia e comportamento direcionados à transformação continua do nível de saúde e condições de vida. Expor conhecimentos preventistas e, responsabilizar indivíduos pelas doenças e possíveis agravos advindos de suas praticas. Função do setting grupal Adequado aos objetivos da promoção Frequentemente desconsiderados Mobilizações emocionais (ME) Trabalhadas e re-significadas por meio de relações sociais cooperativas. Frequentemente pouco valorizada em função da premissa do controle da subjetividade

Grupos de Promoção à Saúde (GPS). Para além das formas convencionais do modelo biomédico, a metodologia dos GPS corresponde às perspectivas de fortalecimento do controle dos sujeitos sobre o ambiente social e ecológico em que se constituem. Podem ainda, favorecer a progressão dos níveis de saúde até o limite “utópico” proposto por Lefévre, de eliminação das diferenças desnecessárias e evitáveis entre grupos humanos.