Deficiência visual e Artes Fabiana Fator Gouvêa Bonilha Doutora e mestre Instituto de Artes Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) 2011
A arte é um canal que nos permite simbolizar pensamentos e sentimentos inexprimíveis por meio de palavras.
Nossa educação formal privilegia o intelecto em detrimento da sensibilidade. O conhecimento artístico integra as faculdades intelectivas e sensíveis.
A arte transfigura o olhar de quem não vê.
O contato com a música amplia nossa capacidade auditiva O contato com a música amplia nossa capacidade auditiva. Passamos a ouvir de modo mais sensível e significativo tudo o que está à nossa volta.
O músico cego está habituado a se deparar simultaneamente com dois mitos paradoxais: “Apesar da deficiência visual, ele toca muito bem.” “Por causa da deificiência visual, ele toca muito bem.”
A capacidade artística e a deficiência visual coexistem em um ser humano que pode lidar criativamente com ambas as dimensões.
A arte é um campo privilegiado para que se conviva com as diferenças.
Segregar as pessoas, buscando criar grupos artísticos compostos por membros com mesmas características significa deixar de aprender com a diversidade.
As pessoas com deficiência visual são livres para escolherem a manifestação artística por meio da qual desejam se expressar. O respeito a esta escolha individual permite a construção de novos modelos dentro do fazer artístico.
No tocante ao ensino das artes, capacitar educadores e instituições significa romper barreiras tecnológicas e atitudinais.
O artista precisa ser considerado em sua individualidade.
Cada um se reinventa em sua própria arte.