Fundamentos do Psicodiagnóstico

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Fundamentos do Psicodiagnóstico
Transcrição da apresentação:

Fundamentos do Psicodiagnóstico Aula 01

VISÃO HISTÓRICA DO PROCESSO (Ocampo, 2003) Função exclusiva do psicólogo modelo médico: distância do paciente; falta de identidade do psicólogo; mais importante - aplicar testes; mandar relato a outro profissional; modelo da Psicanálise: marco de referência, influência no estudo da personalidade (relação); supervalorização da entrevista e desvalorização dos testes. diagnóstico de tipo compreensivo: encontrar sentido - relevante e significativo; entrar em contato (Trinca, 1984) diagnóstico interventivo: Consultas terapêuticas; Impossibilidade de separação: fases de avaliação e intervenção (Ancona-Lopes, 1984)

HISTÓRIA As sementes da avaliação psicológica, que hoje constitui uma das funções do psicólogo, foram lançadas numa fase que abrangeu o fim do século XIX (testólogo) e o inicio do XX, época que marcou a inauguração do uso de testes psicológicos.

PAIS DO PSICODIAGNÓSTICO HISTÓRIA 1896 - Lighter Witner: o psicodiagnóstico derivou da Psicologia Clínica influenciada pela tradição acadêmica (necessidade de estudos) e médica (identidade profissional, necessidade de algo concreto); Final do século XIX: Galton: Ele foi o primeiro a aplicar métodos estatísticos para o estudo das diferenças e herança humanas de inteligência, e introduziu a utilização de questionários e pesquisas para coletar dados sobre as comunidades humanas. O objetivo de Galton (primo de Charles Darwin) era incentivar o nascimento de indivíduos mais notáveis ou mais aptos na sociedade e desencorajar o nascimento dos inaptos. Propôs o desenvolvimentos de testes de inteligência para selecionar homens e mulheres brilhantes, destinados à reprodução seletiva. Cattell: as primeiras provas - testes mentais (relacionado a estimulo fisiológico e correlato psicológico) Binet: utilização de exames psicológicos (medidas intelectuais) Em 1905, por solicitação do governo francês, Alfred Binet publica uma escala métrica de inteligência . Esta escala tinha por meta medir o desenvolvimento da inteligência das crianças de acordo com a idade (idade mental). Este trabalho foi o ponto de partida para muitos outros testes, em particular os de QI. PAIS DO PSICODIAGNÓSTICO

HISTÓRIA INFLUÊNCIAS: Escalas de Binet (contribuição da psicometria): psicometrista: utiliza testes para obtenção de dados cujo produto final é, muitas vezes, uma série de traços ou descrições de capacidades não relacionadas com o contexto global da pessoa e à problemas singulares que a pessoa possa estar enfrentando; psicólogo clínico: utiliza testes e outras estratégias de testagem para avaliar um sujeito de forma sistemática, cientifica, orientada para a resolução de problemas.

HISTÓRIA INFLUÊNCIAS: Biológicas: tentativas de buscar as causas da doença mental no organismo (SNC) Orgânica X Funcional: Classificação das doenças mentais (Kraepelin) Transtorno mental orgânico (busca primeira) Psicose Neurose Transtorno de Personalidade Estados reativos/transitórios Teorias Psicológicas - Freud e Jung: diferença entre neurose e psicose e valorização da dinâmica do paciente

HISTÓRIA 1921 – Rorschach: Teste projetivo passou a ser utilizado como um passo essencial do processo diagnóstico Auge década de 40 e 50: Os dados gerados pelo método eram comparados com os princípios básicos da psicanálise; O fato dos testes até então valorizados já não pareciam úteis na avaliação de problemas da vida (neurose, psicose, etc.); Valorização da comunidade psiquiátrica ao entendimento dinâmico do paciente.

HISTÓRIA Declínio: aumento da pesquisa com instrumentos alternativos (inventários) problemas metodológicos pela influência teórica da teoria psicanalítica (interpretação intuitiva) e dificuldade no desenvolvimento de escores.

Atualmente Ênfase no uso de instrumentos mais objetivos (escores definidos) Entrevista diagnóstica mais estruturada (menos associação livre) Necessidade de manter um embasamento científico para responder aos progressos de outros ramos da ciência (Psiquiatria, Biologia)

Avaliação psicológica ALGUMAS DEFINIÇÕES Exame psicológico: é comumente associado a procedimentos de avaliação psicológica utilizados para fins de seleção de profissionais de empresas, concursos públicos e obtenção de carteira de motorista (psicotécnico) Avaliação psicológica se refere ao modo de conhecer fenômenos e processos psicológicos por meio de procedimentos de diagnóstico e prognóstico e, ao mesmo tempo, aos procedimentos de exame propriamente ditos para criar as condições de aferição ou dimensionamento dos fenômenos e processos psicológicos conhecidos.  Medir apresenta-se como um correlato de identificação e caracterização de um fenômeno psicológico

ALGUMAS DEFINIÇÕES Psicodiagnóstico: um termo intimamente associado ao trabalho de avaliação psicológica realizado em situações de atendimento clínico. Na maioria dos casos, como uma atividade com inicio e fim previstos a curto e médio prazo, que tem por finalidade realizar diagnóstico e encaminhamento específicos para processos terapêuticos. Ou seja, é uma avaliação psicológica feita com propósitos clínicos e, portanto, não abrange todos os modelos de avaliação psicológica de diferenças individuais (Cunha, 2000)

DEFINIÇÃO “Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos, em nível individual ou não, seja para atender problemas à luz de pressupostos teóricos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados, na base dos quais são propostas soluções, se for o caso” (Cunha, 2000).

DEFINIÇÃO Científico: parte de um levantamento prévio de hipóteses que serão confirmadas ou não através de passos predeterminados e com objetivos precisos; Limitado no tempo: baseado em um contrato de trabalho entre paciente ou responsável e o psicólogo em que é estabelecido o plano de avaliação;

O Psicodiagnóstico não é baseado apenas na aplicação de testes e sim na interpretação cuidadosa dos resultados somada a análise da situação pregressa do sujeito e o contexto atual em que ele vive

É preciso organizar conhecimentos a respeito da vida biológica (maturação, desenvolvimento), intrapsíquica (estrutura e dinâmica da personalidade) e social (relação psicólogo/cliente; papéis familiares, amigos) Conhecimentos teóricos necessários: teorias de personalidade, psicopatologia, técnicas de avaliação

PLANO DE AVALIAÇÃO Estabelecido com base nas perguntas ou hipóteses iniciais em que se define: Quais os instrumentos necessários, como e quando utilizá-los para obtenção de: Dados que devem ser: Inter-relacionados com as informações da história clinica, pessoal ou com outras para selecionar e integrar estas informações baseadas nas hipóteses e objetivos do psicodiagnóstico que permitem: Comunicar os resultados a quem de direito oferecendo subsídios para: Decisões e encaminhamentos

OBJETIVOS O processo do psicodiagnóstico pode ter um ou vários objetivos, dependendo dos motivos alegados ou reais que norteiam o elenco de hipóteses inicialmente formuladas, e delimitam o escopo da avaliação

Referências Cunha, J. A. (2000). Fundamentos do psicodiagnóstico. In: Psicodiagnóstico V. Porto Alegre: Artes Médicas, 5 ed. OCAMPO, M. L. S. (Org.) (2003). O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. São Paulo: Martins Fontes, 10 ed.