Carnes e peixes – aula 2 Rigor-mortis: alterações bioquímicas no músculo pós-morte e qualidade da carne para consumo humano Três estágios principais: 1-

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA -UESB
Advertisements

CARNES Definição Qualidade da carne
Carboidrato Paula Maki Otani R2 Orientadora: Ana Paula.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA CÉLULA
PROTEÍNAS CONTRÁTEIS.
ORIGEM EMBRIONÁRIA: MESODERMA
Alimentação Saudável.
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS SERES VIVOS.
Parte 2 pág: 28 O estudo da célula.
Carboidratos UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA ENGENHARIA DE ALIMENTOS
A obtenção de energia pela célula
Introdução ao metabolismo
A influência da mídia na alimentação
CREATINA Paula Maki Otani R1.
QUÍMICA PARA POETAS Química e Esporte Junho 2007
Métodos gerais de análise
AULA 9 Sobre “Bioenergética”, enfocar: Conceito; Importância do ATP;
Desnaturação 4ª Parte.
PROTEÍNAS UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA ENGENHARIA DE ALIMENTOS
As enzimas são consideradas pequenas proteínas complexas, mas que apresentam longas cadeias de aminoácidos unidos por ligações peptídicas. Essas pequenas proteínas são.
Fundamentos Químicos da Vida
FATORES QUE AFETAM O DESEMPENHO
Estrutura e metabolismo
Salsichas de baixa gordura enriquecidas com w3 e algas comestíveis: Efeitos do óleo de oliva e do armazenamento sob refrigeração nas características físico-químicas,
Músculos Características do Tecido Muscular:
Processos de formação do solo
Professor: José Tiago Pereira Barbosa
Profa Dra Flávia Thomaz Verechia Pereira
Matéria Orgânica dos Solos
FATORES QUE AFENTAM O DESEMPENHO
C. Jo, S.K. Jin, D.U. Ahn. 1) Introdução:  Produtos cárneos têm como importante atributo de qualidade a coloração da carne.  Concentração de pigmentos,
FISIOLOGIA DO EXERCÍCIO
Estados Especiais do Metabolismo
Metabolismo Nutricional
Nutrientes de plantas e conceitos básicos sobre fertilidade do solo
METABOLISMO DE CARBOIDRATOS
Fisiologia do Sistema Neuromuscular -Contração do músculo esquelético-
Estrutura e Função Muscular
Módulo III - Métodos de Preservação da Carne
Conservação de alimentos por fermentação
BIOENERGÉTICA ENERGIA dos NUTRIENTES  Músculo ENERGIA QUÍMICA
Carnes e Peixes Carnes são os músculos de animais usados na alimentação humana. A ingestão de carnes nos países em desenvolvimento é baixa. A prevalência.
Bioenergética.
Bioenergética e Metabolismo – Parte 2
Química Ambiental Água Professor: Francisco Frederico P. Arantes.
Fernando Dini Andreote
Termogênese e Tireóide
Propriedades funcionais das proteínas e fontes protéicas
Resistência Aeróbia e Anaeróbia
Miologia.
PROPRIEDADES QUÍMICAS DAS ANTOCIANINAS E DOS TANINOS
Bioenergética e Metabolismo – Parte 2
Biofísica Contração Muscular Profa. Meire Freitas.
Processos catabólicos dos alimentos
Intemperismo, Movimentos de massa, formação dos solos
Prof. Luciene Rabelo Bioquímica e Metabolismo dos Carboidratos.
CRESCIMENTO MICROBIANO
Daliana Alice Oliveira Hans Braunnier de Aguiar Silva
Composição Química da Célula.  Componente mais abundante nos organismos;  Incolor, inodora e insípida  Propriedades QUÍMICAS da água:  Polaridade.
Márcia Regina Garcia.  C. tetani;  C. botuliniun;  C. perfringens;  C. difficile.
Aulas Multimídias – Santa Cecília Prof. Ana Gardênia.
Introdução à química de alimentos
BIOQUÍMICA DA CARNE III
PROPRIEDADES ORGANOLÉPTICAS TEXTURA É a sensação sentida na boca quando se mastiga um alimento sólido. As proteínas desempenham um papel importante na.
OXIDAÇÃO ENZIMÁTICA CATALIZADA PELA LIPOXIGENASE
Transformação do músculo em carne
Degradação do glicogênio (glicogenólise)
PROCESSAMENTO E BIOQUÍMICA DO PESCADO
Transformação do músculo em carne.
Aspectos químicos, fisiológicos e bioquímicos da carne Inspeção e Tecnologia de Produtos de Origem Animal Amanda Teixeira Sampaio Lopes.
Transcrição da apresentação:

Carnes e peixes – aula 2 Rigor-mortis: alterações bioquímicas no músculo pós-morte e qualidade da carne para consumo humano Três estágios principais: 1- Pré-rigor: músculo macio, altamente hidratado. Caracterizado por queda do ATP e CP e ativação da via glicolítica, produção de ác. Latico e queda no pH. Intensidade de queda no pH depende de reservas de glicogênio (nível de exaustão do animal). 2- Rigor-mortis: Enrijecimento do músculo. Queda no pH coincide com formação de actomiosina e contração do músculo. O início do rigor se dá entre 1 e 12 h pós-morte e pode durar 15 a 20 h. O rigor de peixes é mais curto (1-7 h). 3- Pós-rigor: amaciamento das carnes, tornando-se sensorialmente aceitável. Carnes de mamíferos atingem aceitabilidade ótima entre 2 e 3 semanas armazenadas a 2 °C.

Bioquímica do rigor-mortis: metabolismo pós-morte e textura da carne Mudanças no metabolismo e na textura durante a pós-morte variam de acordo com a espécie e condições de armazenamento.

(cont.) Posteriormente...

Em estágios avançados: Carne armazenada em temperaturas elevadas (> 5-10 °C) proteólise se intensifica muito Redução na capacidade de retenção de água das carnes e aumento da degradabilidade da carne por microorganismos Exsudação de água (perda da qualidade da carne)

Uso de amaciadores da carne: especialmente proteases vegetais (papaína) e CaCl2. Proteases vegetais exógenas hidrolisam proteínas miofibrilares, tais como tropomiosina e outras Papaína: extraída do mamão; hidrolisa principalmente tropomiosina. Desvantagem principal: promove hidrólise muito extensa que altera negativamente propriedades sensoriais da superfície da carne. Actinidina: extraída do Kiwi; hidrolisa principalmente miosina. Atividade proteásica branda (baixa); não promove amaciamento indesejavelmente elevado.

Han et al. (2009) Influência da injeção de extrato de Kiwi sobre a variação na força de cisalhamento em função do tempo pós-morte. Eletroforese em gel de poliacrilamida (SDS-PAGE) de extrato de proteínas de carne de vaca infundidas com Kiwi (Ac) e controles (W, C), em função do tempo pós-morte.

O uso de Ca++ como ativador de calpainas (proteases endógenas), no amaciamento de carnes: As calpaínas estão presentes em duas isoformas na carne bovina: - -Calpaína que necessita de 50–70 M de Ca2+ para ativação - m-Calpaína que necessita 1–5 mM Ca2+ para ativação No período pós-morte, atingem-se concentrações suficientes de Ca para ativar a -calpain, mas não para a m-calpain. Aplicação de CaCl2 para promover amaciamento, em ambos os períodos de pré-rigor e pós-rigor. Pode afetar flavor das carnes.

As carnes sofrem despigmentação espontânea Especialmente carnes pigmentadas. Superfície da carne, contato direto com oxigênio atmosférico. Oxidação da oxi-mioglobina a meta-mioglobina

Produtos da peroxidação lipídica, como o 4-hidroxinonenal, podem promover oxidação da oximioglobina e formação da metamioglobina

Oxidação de componentes de carnes Carnes são ricas em lipídios poli-insaturados, especialmente lipídios de membranas celulares. Carnes são ricas em ferro, especialmente carnes vermelhas, pelo teor elevado de ferro-proteínas. Proteólise libera Fe das ferro-proteínas  Ferro age como catalizador da oxidação dos lipídios poli-insaturados. Produtos da oxidação lipídica (radicais livres) promovem oxidação de proteínas e produtos estáveis voláteis alteram flavor Campo et al. (2006)

Temperos vegetais ricos em compostos fenólicos Importância de antioxidantes de temperos naturais na inibição da oxidação de carnes Carne de frango moída Temperos vegetais ricos em compostos fenólicos El-Alim et al. (1999)