Lívia Coelho Pós-graduação em geriatria e gerontologia pela UnATI/UERJ

Slides:



Advertisements
Apresentações semelhantes
REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE
Advertisements

Desafios Atuais decorrência do Envelhecimento Populacional
PLANO DIRETOR DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
A Enfermagem na Organização do SUS
NOB SUS 01/96 Inovações: Implantação de valor per capita para financiamento das ações de atenção básica (PAB): reversão da lógica de alocação de recursos,
A complexidade do Sistema de Saúde em Campinas levou à distritalização, que é o processo progressivo de descentralização do planejamento e gestão da Saúde.
REDE DE ATENÇÃO A SAÚDE DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO ESTADO DO TOCANTINS
PROPRIEDADES Incorpora os algoritmos decisórios que constam nos instrumentos de normalização, além de lembretes e alertas, para os profissionais de saúde.
CONCEITO “É o repositório das diversas interações do paciente com o sistema de saúde, que gera informações codificadas e estruturadas, viabiliza sistemas.
FÓRUM MACRORREGIONAL DE ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
SITUAÇÃO ATUAL DO SUS ÁREAS DE SATISFAÇÃO DA POPULAÇÃO:
FUNÇÕES DENTRO DA EQUIPE DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Política Nacional de Humanização
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE DO PARANÁ
Política Nacional de Saúde do Idoso
INCAPACIDADE COMUNICATIVA
REDE DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ESTADO DO PARANÁ
Como funcionam as unidades de saúde da familia
TECNOLOGIAS DE GESTÃO DO CUIDADO EM SAÚDE
Alguns conceitos sobre o Projeto Terapêutico Singular
PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
SECRETARIA DE SAÚDE DE FORTALEZA OFICINA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO SÍNTESE DO SEMINÁRIO DE DR EUGÊNIO VILAÇA E DEFINIÇÃO DE PRIORIDADES SISTEMATIZADO-
REGULAÇÃO EM SAÚDE SUPLEMENTAR E OS MODELOS DE ATENÇÃO À SAÚDE
Aspectos estratégicos na modelagem tecnoassistencial em saúde Aluísio Gomes da Silva Júnior.
Modelo biologista e tecnicista hegemônico
ÁREA TÉCNICA SAÚDE DO IDOSO
O Programa de Reestruturação dos Hospitais de Ensino Junho 2008 Ministério do Planejamento Secretaria de Atenção à Saúde Departamento de Atenção Especializada.
Antonio Garcia Reis Junior
09/20/09 Subsídios para uma nova política de drogas : consumo de crack e saúde pública.
A Política Nacional de Urgência e Emergência
Clínica Ampliada e Arranjos Organizacionais
INSTITUTO FORMAÇÃO – Cursos Técnicos e Profissionalizantes
SEMINÁRIO: REDES INTEGRADAS DE ATENÇÃO À SAÚDE
Secretaria de Estado da Saúde do Paraná
Secretaria de Estado da Saúde do Paraná
PGC - Programa de Gerenciamento de Casos Unimed Petrópolis
Estratégia de Saúde da Família
UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO
NÚCLEO DE APOIO DA SAÚDE DA FAMILIA PORTARIA /01/208
Sistema de atenção suplementar no brasil
GRUPO SÃO FRANCISCO. GRUPO SÃO FRANCISCO Grupo São Francisco: Sede Administrativa São Francisco Saúde, Fundação Waldemar Barnsley Pessoa, Hospital.
NAS – NÚCLEO DE ATENÇÃO À SAÚDE SOU – SAÚDE OCUPACIONAL UNIMED
5º CONGRESSO ESTADUAL DOS SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE SAÚDE DA BAHIA Ministério da Saúde - MS Secretaria de Atenção à Saúde - SAS Departamento de Regulação,
Secretaria de Estado da Saúde do Paraná
Um Novo Olhar Saúde de Adolescentes em medidas socioeducativas de internação e internação provisória Fevereiro/2012.
ATENÇÃO À SAÚDE DO IDOSO Prof. EDGAR NUNES DE MORAES
Juliane Berenguer de Souza Peixoto
O modelo de Cuidado Integrado na Saúde Suplementar Uma experiência no Rio de Janeiro Anelise Fonseca Médica, Doutora em Epidemiologia ENSP/Fiocruz Coord.
POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO
CUIDADO DOMICILIAR: O PAPEL DO ENFERMEIRO
Uma Abordagem Interdisciplinar no Tratamento à Dependência Química:
ÁREA TÉCNICA SAÚDE DO IDOSO
PROJETO TERRITÓRIOS. PROJETO PARCERIAS G H M DAE/CAMC DAB DARA GESTORES ESF NASF USUÁRIOS HOSPITAIS DE EXCELÊNCIA.
Alba Regina Silva Medeiros¹ Lidianni Cruz Souza² Universidade Federal de Mato Grosso Instituto de Saúde Coletiva Núcleo de Desenvolvimento em Saúde ¹ Enfermeira.
PSF como Porta de Entrada do SUS
REUNIÃO CÂMARA TÉCNICA DA ATENÇÃO BÁSICA, CONASS E CONASEMS – 12 DE AGO DE Grupo 2 – APS COMO ORDENADORA DA REDE DE ATENÇÃO EM SAÚDE (SISTEMAS DE.
Concernente à área da saúde, as principais referências legais e de políticas públicas para o atendimento de mulheres em situação de violência, nas suas.
Alguns Conceitos sobre o Projeto Terapêutico Singular
Programando o Atendimento das Pessoas com Diabetes Mellitus
Hiperdia Tarsila Cunha.
“Estratégia para o apoio a implementação de Redes Integradas de Atenção a Saúde” 17 de Novembro de 2009 DARA/SAS/MS.
Apoio matricial em Saúde Mental
CONSOLIDADO DO TRABALHO DE DISPERSÃO DA OFICINA 1: FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NOS MUNICÍPIOS MACRORREGIÕES NORDESTE E PLANALTO NORTE.
A ASSISTENCIA FARMACÊUTICA NO MODELO DE ATENÇÃO DO SUS CARMEN LAVRAS Abril 2015 I Congresso Regional Sul/Sudeste/Centro Oeste XXXI Congresso Paranaense.
Modelo de cuidado baseado
Centro Universitário São Camilo CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GERONTOLOGIA TURMA 2 A
REABILITAÇÃO Processo de desenvolvimento e/ou recuperacão de capacidades, habilidades, recursos pessoais e comunitários que contribuem com a independência.
Baixo investimento em estratégias de promoção da qualidade de vida e saúde. Modelo assistencial ainda fortemente centrado na oferta de serviços e não.
Olga Matoso Consultora Técnica – PNH/DAPES/SAS/MS.
Política Estadual para Redução da Mortalidade por IAM Outubro/2015 Superintendência de Atenção Integral à Saúde Diretoria de Atenção Especializada.
Transcrição da apresentação:

Conceitos essenciais para a implementação de uma Rede de Atenção ao Idoso Lívia Coelho Pós-graduação em geriatria e gerontologia pela UnATI/UERJ Mestre em Ciências Médicas – PGCM/UERJ

Rede de Atenção à Saúde Conceito de RAS Conjunto de serviços Vinculados entre si Missão única Atenção integral População determinada Coordenada pela Atenção Primária à Saúde (APS) APS FONTE: Mendes, 2010; Kuschnir & Chorny , 2010.

Realidade da Saúde Suplementar APS Sistemas fragmentados de saúde FONTE: Mendes, 2010; Moraes, 2012.

Componentes da Rede de Atenção ao Idoso (RAI) População idosa definida Modelo de atenção ao idoso Estrutura operacional (serviços e sistemas de integração) FONTE: Mendes, 2010; Moraes, 2012.

Conceito 1 Conheça a população idosa que será acompanhada. Quem são? Idade? Onde moram? Contatos? Banco de dados estruturado e atualizado. Estratifique a população acima de 60 anos* de acordo com o risco. *dependendo do protocolo escolhido, a população deve ter mais de 65 anos. FONTE: Moraes, 2012; Veras, 2014; ANS, 2011.

Estratificação de risco da população idosa Heterogeneidade da população idosa Idoso Robusto Risco iminente de perda funcional Idoso Frágil idade > 80 anos mais de 5 comorbidades polifarmácia subnutrição internações recentes insuficiência familiar Autônomo e independente Declínio funcional estabelecido 70 anos FONTE: Moraes, 2012; Veras, 2014.

Principais resultados Conceito 2 O modelo de atenção ao idoso deve reger a dinâmica da sua rede. Tabela 1. Principais resultados dos modelos de redes assistenciais integradas e coordenadas para idosos. Modelo Principais resultados Sipa Menor tempo de internação e liberação de leitos hospitalares Prisma Menor uso hospitalar, satisfação de usuários e cuidadores, menor perda funcional Guided Care Menor uso de serviços domiciliares, hospitalares e cuidados de enfermagem, menor perda funcional Grace Menor utilização de emergências Fonte: Veras et. al, 2014. Hébert et al., 2008.

Modelos de atenção ao idoso Estratificação de risco da população; Avaliação multidimensional => demandas Gerenciamento dos caso s de risco (case management) APS – porta de entrada (médico generalista) Coordenadora do cuidado Equipe multiprofissional Voltado para a população Atenção Primária fortalecida Prontuário eletrônico único meta terapêutica compartilhada entre os serviços Cuidado transicional Metas compartilhadas com participante e família (autocuidado apoiado) Uso de protocolos clínicos validados Foco na integração Autocuidado e protocolos clínicos FONTE: Moraes, 2012; Veras, 2014; Kuschnir & Chorny , 2010.

Modelos de atenção à saúde do idoso Usuário > 60 anos Estratificação de risco (critérios de inclusão) Avaliação multidimensional FONTE: Moraes, 2012 Coordenação do cuidado Definição da linha de cuidado Idoso robusto Risco iminente de perda funcional Idoso frágil Definição dos recursos necessários para a implementação das metas terapêuticas de acordo com a linha de cuidado (Re) Avaliação dos resultados

Conceito 3 A estrutura operacional da sua rede deve ser coerente com o modelo de atenção e com a sua população Legenda Amb. Clínica médica H H Amb. Geriatria Pronto atendimento H Hospital Amb. especialidades Baixo risco Médio risco Alto risco

Conceito 3 A estrutura operacional da sua rede deve ser coerente com o modelo de atenção e com a sua população Legenda Amb. Clínica médica Centro dia Amb. Geriatria Pronto atendimento H H H Hospital H Hospice Amb. especialidades FONTE: Moraes, 2012; Veras, 2014; ANS, 2011.

Discussão de caso Projeto ISUS (UERJ) Diagnóstico da assistência do idoso. Município com 3.700 idosos acompanhados pela APS. Legenda Unidades de atenção primária Centro de Especialidades Centro de Atenção Psico Social H Hospital com Emergência Pronto Atendimento Fisioterapia Centro de Referência de Assistência Social

Discussão de caso Análise dos processos da assistência ao idoso na APS “idoso não é simplesmente um adulto de cabelos brancos...”. Análise dos processos da assistência ao idoso na APS Pontos positivos: APS difundida no município. Atenção primária era a porta de entrada. 100% da população idosa era acompanhada pelo serviço de saúde.

Discussão de caso “idoso não é simplesmente um adulto de cabelos brancos...”. Pontos negativos: Não havia um modelo de atenção ao idoso. Fragmentação dos serviços de saúde => dificuldade de acesso aos serviços especializados. Consequências: Atenção primária tentava absorver todo o cuidado do idoso frágil => sobrecarga da APS e insatisfação dos profissionais de saúde. Apesar disso, os profissionais e os gestores não identificaram a necessidade de implementação de um modelo de atenção ao idoso.

Moral da história Necessidade de capacitação de profissionais e sensibilização de gestores quanto aos benefícios de implementação de um modelo de atenção ao idoso. O cuidado ao idoso possui especificidades que o diferenciam da assistência ao adulto. Não adianta investir em estrutura se não temos um modelo para guiar a utilização destes serviços. A integração é fundamental para um modelo de atenção ao idoso funcione.

Obrigada! liviacoelhogeriatria@gmail.com Lívia Coelho liviacoelhogeriatria@gmail.com Obrigada! liviacoelhogeriatria@gmail.com

Referências Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Manual técnico para promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças na saúde suplementar / Agência Nacional de Saúde Suplementar (Brasil). – 4. ed. rev. e atual. – Rio de Janeiro : ANS, 2011. 244 p. Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Plano de cuidados para idosos na saúde suplementar. Rio de Janeiro: ANS, 2012. 62 p. Hébert R, Tourigny A, Raiche M. Integration of services for disabled people: research leading to action. Vol. II Quebec: Edisem Inc.; 2008. 560p. Kuschnir R, Chorny AH. Redes de atenção à saúde: contextualizando o debate. Ciência & Saúde Coletiva, 15(5):2307-2316, 2010 Mendes, E.V. As redes de Atenção à Saúde. Ciên. Saúde Coletiva, v. 15, n. 5, p.2297- 2305, 2010. Moraes, E.N. Atenção à saúde do Idoso: Aspectos Conceituais. Brasília: OPAS, 2012. Silva AL et al. Utilização de medicamentos por idosos brasileiros, de acordo com a faixa etária: um inquérito postal. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 28(6):1033-1045, jun, 2012. Veras, R.P. et al. Integração e continuidade do cuidado em modelos de rede de atenção à saúde para idosos frágeis. Rev. Saúde Pública, v.48, n.2, p. 357-365, 2014.