Vygotsky e a Psicologia Histórico-Cultural

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Enfoque Interacionista »Lev Semenovich Vygotsky- nasceu em 1896 e faleceu aos 34 anos de idade; »Propostas teóricas inovadoras- pensamento e linguagem.
Prof.ª Drª Teresa Cristina Barbo Siqueira
Transcrição da apresentação:

Vygotsky e a Psicologia Histórico-Cultural Psicologia do Desenvolvimento I e Psicologia da Infância e Adolescência Profa. Daniela Schwengber - FURG

Dados biográficos Lev S. Vygotsky (1896-1934): Nasceu e viveu na Rússia. Morreu vítima de tuberculose, aos 34 anos. Professor e pesquisador, foi contemporâneo de Piaget. Assim como Piaget, tinha como objetivo uma nova psicologia, que ultrapassasse as limitações das visões mecanicista e idealista.

Crítica à obra de Piaget: pouca importância à situação social e ao meio. Ambos atribuem grande importância ao organismo ativo, mas Vygotsky destaca o papel do contexto histórico e cultural nos processos de desenvolvimento e aprendizagem, sendo chamado de sócio-interacionista, e não apenas de interacionista como Piaget. Parceiros: Luria e Leontiev. O pensamento adulto é culturalmente mediado, sendo que a linguagem é o meio principal desta mediação.

Projeto de trabalho: estudar o desenvolvimento humano nas dimensões filogenética, ontogenética e histórico-social. Deteve-se no estudo das funções psicológicas superiores típicas da espécie humana. Estas ações são ditas superiores pois são intencionais, conscientemente controladas e voluntárias (independência em relação ao meio): o controle consciente do comportamento; a atenção e lembrança voluntária; memorização ativa; pensamento abstrato; raciocínio dedutivo; capacidade de planejamento (intenção) etc.

Hipótese central Funções superiores têm origem sócio-cultural e emergem de processos elementares de origem biológica. O comportamento humano é histórica e culturalmente determinado. O cérebro é a base biológica, e suas peculiaridades definem apenas limites e possibilidades para o desenvolvimento humano.

Principais concepções O humano não está presente no nascimento - é uma construção social - resultado de interação dialética entre sujeito e meio sócio-cultural; Integração de fatores biológicos e sociais; Funções psíquicas têm origem cultural; Toda atividade humana é mediada (instrumentos, técnicas, sistemas de signos construídos coletivamente) sua relação com o mundo não é direta (só o homem tem essa capacidade); Papel central da linguagem; Cadeias associativas de condicionamentos ou comportamentos simples reflexos não podem explicar os comportamentos superiores complexos, pois estes não consideram a dimensão histórica.

Diferenças entre o psiquismo humano e animal: Todo o comportamento animal conserva ligação com os motivos biológicos; o comportamento humano não é fixado por estímulos perceptíveis ou pela experiência passada; o homem transmite sua experiência; assimila a experiência alheia; assimila experiência durante muitas gerações acumulada historicamente.

Mediação simbólica Instrumento - media a ação sobre os objetos; signo - regula a ação sobre o psiquismo. O signo age como um instrumento da atividade psicológica de maneira análoga ao papel de um instrumento de trabalho. "Através dos signos, o homem pode controlar voluntariamente sua atividade psicológica e ampliar sua capacidade de atenção, memória, ... pode se utilizar de um sorteio para tomar uma decisão, amarrar um barbante no dedo para não esquecer um encontro, anotar na agenda, escrever um diário para não esquecer detalhes vividos, construir uma mapa."(REGO, 1999:52)

O papel da linguagem na construção dos conceitos A linguagem permite designar objetos, ações, qualidades dos objetos e ações, relações entre os objetos e ações; lidar com objetos ausentes; processo de abstração e generalização. Permite organizar o real em categorias conceituais (a linguagem tanto expressa o pensamento como age como organizadora do mesmo). Comunicação entre os homens (preservação, transmissão e assimilação da cultura). É justamente o poder da nossa linguagem que nos diferencia dos animais. A linguagem dos animais não tem esse poder. Ela não designa coisas, não distingue ações, nem qualidades.

A questão do processo de formação de conceitos remete à questão cultural no processo de construção de significados pelos indivíduos. O desenvolvimento é sempre mediado pelo outro que indica, delimita e atribui significados à realidade..... O caminho do objeto até a criança e desta até o objeto passa através de outra pessoa. Enfatiza a construção do conhecimento como uma interação mediada por várias relações. O conhecimento não está sendo visto como uma ação do sujeito sobre a realidade e ,sim, pela mediação feita por outros sujeitos. O outro social pode apresentar-se por meio de objetos, da organização do ambiente, do mundo cultural que rodeia o indivíduo.

Desenvolvimento e aprendizagem Desenvolvimento se dá a partir de saltos revolucionários. É pela aprendizagem com os outros que o indivíduo constrói constantemente o conhecimento. A aprendizagem resulta do desenvolvimento e este não ocorre sem a aprendizagem, mas a partir de um movimento dialético (mudanças qualitativas e não quantitativas). Zona de desenvolvimento proximal: Aprendizagem: depende do desenvolvimento prévio, não somente da criança, mas também do colega com quem ela está interagindo: instrumentos, signos, símbolos do colega são internalizados pela criança, e do desenvolvimento potencial do sujeito. O que a criança é capaz de realizar sozinha? O que ela é capaz de realizar com a ajuda dos outros?

Nível de desenvolvimento potencial: conjunto de atividades que a criança é capaz de realizar com a ajuda, colaboração, guia de outra (s) pessoa (s). Diferente do nível de desenvolvimento real (ciclos evolutivos já alcançados): A BOA APRENDIZAGEM É AQUELA QUE SE ADIANTA AO DESENVOLVIMENTO. Função da brincadeira no desenvolvimento infantil: a imitação permite a transformação do desenvolvimento potencial em atual. O jogo cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança. Papel da linguagem no desenvolvimento: a fala ajuda a criança a controlar o ambiente. Ela produz novas relações, além de uma nova forma de organizar seu pensamento. Fala socializada: utilizada para dirigir-se a um adulto. Quando é internalizada pela criança, permite que possa planejar suas ações. Adquire uma função intrapessoal, além de interpessoal.