Períodos no desenvolvimento da terapia centrada na pessoa (HART, 1970)

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Transcrição da apresentação:

Períodos no desenvolvimento da terapia centrada na pessoa (HART, 1970) Denominação Obra Principal Funções do terapeuta Mudanças da personalidade Período I Psicoterapia Não-Diretiva (1940/50) Terapia e consulta psicológica (1942) Criação de uma atmosfera permissiva, não-interventiva, aceitação, CLARIFICAÇÃO. Alcance gradual do “insight” do self e da situação. Período II Reflexiva (1950/57) Terapia centrada no cliente (1951) REFLEXÃO DE SENTIMENTOS, evitando ameaças no relacionamento. Desenvolvimento da congruência do conceito de self e do campo fenomenológico. Período III Experiencial (1957/70) Tornar-se pessoa (1961) Grande variedade de Comportamentos (intervenções) que expressem as atitudes básicas. FOCALIZAÇÃO NA EXPERIENCIAÇÃO do cliente. Expressão da experienciação do terapeuta. Crescimento no continuum do processo inter intra-pessoal (experienciar seu self de muitas maneiras) e aprendizagem da utilização da experiência direta.

Psicoterapia Não-Diretiva (1940-1950) Características: confiança aprofundada no indivíduo; poder compartilhado; AÇÃO DO TERAPEUTA MUDANÇA TERAPÊUTICA Ajudar o cliente na expressão e reconhecimento de seus sentimentos, atitudes e padrões de conduta Respostas do tipo Clarificação (aclarar, esclarecer e elucidar o sentido das expressões do cliente) Catarse (livre expressão dos sentimentos; explora situações de sua vida com menos defesas) Aquisição do insight (reorganização do campo perceptivo) “consiste na apreensão de novas relações; é a integração da experiência acumulada; significa uma nova orientação do eu (...) uma nova maneira de percepção” (ROGERS, 1942, p. 210). Elaboração de ações positivas (tomada de novas decisões, de forma mais autêntica, tornando-o mais confiante e independente)

Psicoterapia Reflexiva (1950-1957) Características: fase de construção da teoria da personalidade; compromisso com a abordagem científica do fenômeno da psicoterapia; aumento de pesquisas; a pessoa não o problema; a consideração não a perspicácia; o sentimento não os fatos. AÇÃO DO TERAPEUTA MUDANÇA TERAPÊUTICA Atenção e compreensão ao quadro de referência interna do cliente; Elucidar e refletir sobre os sentimentos, o vivido do cliente, tal como ele os percebia e significava Respostas do tipo Resposta-reflexo (3 modalidades): Reiteração - resposta breve que reafirma um elemento significativo da comunicação do cliente Reflexo propriamente dito - objetiva acessar a intenção, a atitude ou sentimento inerente às palavras do cliente. Visa evidenciar aspectos do campo de percepção que não são claramente percebidos pelo cliente Elucidação – busca tornar evidentes sentimentos e atitudes que não decorrem diretamente das palavras do indivíduo, mas que podem ser deduzidos da comunicação ou de seu contexto Clima terapêutico facilitador Pessoa sentir-se aceita e compreendida Avaliar sua experiência de forma mais livre e menos condicional, Congruência entre self e experiência Expansão do self

Psicoterapia Experiencial (1957-1970) Características: ênfase na maneira como fluem os fenômenos internos que compõem a experiência; contribuição de Eugene Gendlin. AÇÃO DO TERAPEUTA MUDANÇA TERAPÊUTICA Grande variedade de comportamentos (intervenções) Terapeutas mais expressivos e ativos, distanciando-se da preocupação do que e como deveriam agir. Vista de forma mais processual Formas de experienciação, (significados sentidos experimentados pelo cliente no momento do encontro terapêutico) processo vivido organísmicamente por ele ao trazer suas demandas Experienciação: processo de sentimento; ocorre no presente imediato e pode ser diretamente referido por um indivíduo como um dado sentido no seu campo fenomenal. Guia as conceituações do cliente e tem significado implícito, organísmico e pré-conceitual (GENDLIN, 1961) Crescimento - ocorre no continuum do processo inter e intrapessoal, através da aprendizagem do indivíduo em focalizar e utilizar a experiência imediata

As pessoas mudam através de sentimentos dos quais elas não tinham consciência e nem os tinham expressado anteriormente. Maior intensidade de sentimentos conhecidos não conduz à mudança. Pessoas muitas vezes sentem e expressam sentimentos repetitivos de forma contundente, e mesmo assim, mudanças não ocorrem (GENDLIN, 1961)

A pessoa está sempre experienciando em situações, na relação com os outros e com o mundo.

Autenticidade significa ir ao encontro de si mesmo, uma possibilidade de lançar-se, através da relação intrínseca com os outros, com as coisas e com o mundo; e assim, encontrando-se, poder constantemente confrontar-se e apropriar-se da sua existência.

A atitude de autenticidade ou genuinidade é, portanto, a tentativa de ser quem se é no relacionamento, é compartilhar com a outra pessoa as percepções sentidas e responder aos próprios processos de experienciação para manter em foco a procura de um significado sentido pelo cliente.

A compreensão empática é uma referência direta e sensível ao significado sentido experienciado no momento atual.

A resposta efetiva do terapeuta visa: referir-se diretamente e ajudar o cliente a também referir-se diretamente à experienciação presente; facilitar o contato mais intenso do cliente com sua experienciação para poder encará-la e atravessá-la; ajudá-lo a colocar seu significado implícito em conceitos que melhor o exprimem (HART, 1970).

Quando a resposta do terapeuta é efetivamente empática, ela possibilita um levar adiante por parte do cliente, uma auto-exploração, ajudando-o a progredir em sua consciência dos aspectos desconhecidos de sua experiência e de si mesmo.