Políticas de Participação Social da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – UFBA INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA- ISC POLÍTICAS DE SAÚDE 003 – Profº. Dr. Jairnilson Paim Profª. Patrícia Flach Bruna, Cláudio, Fernanda, Márcia, Raphael, René eTassia Salvador, 18 de Junho de 2009
1. INTRODUÇÃO O que é participação social? Conjunto de relações culturais, sociais, políticas e econômicas em que os sujeitos, individuais ou coletivos, direcionam seus objetivos para o ciclo de políticas públicas, procurando envolver ativamente a formulação, implementação, implantação, execução, avaliação, fiscalização e discussão orçamentária das ações, programas e estratégias que interferem diretamente nos direitos de cada cidadão (ESCOREL e MOREIRA, 2008). A importância da participação social no surgimento do SUS
1.3 – Justificativa e Objetivo Identificar os impasses, limites e possibilidades do processo de efetivação da participação social em saúde na Bahia pode contribuir para impulsionar esse processo no estado, tendo como conseqüência a formação de sujeitos capazes de garantir o efetivo controle social, fazendo valer seus interesses junto ao Estado. ANALISAR COMO A POLÍTICA PÚBLICA DE PARTICIPAÇÃO SOCIAL DO SUS TEM SIDO IMPLEMENTADA NO ESTADO DA BAHIA
2. Metodologia 2.1 Tipo de estudo 2.2 Objeto de estudo 2.3 Coleta de dados Observação não participante; Entrevistas semi-estruturadas: Diretoria da DGETS, Coordenação e participantes do GT MOBILIZA SUS, Articulador do projeto MOBILIZA SUS e representante da 1ª DIRES, Representante da Ouvidoria, Representante dos trabalhadores no CES.
1) Definição de objetivos da políticas; 2) Estratégias, planos, instrumentos e técnicas na elaboração/implementação da política; 3) Produção de efeitos políticos e econômicos; 4) Construção de arenas, canais e rotinas para os processos decisórios; 5) Assimilação, contraposição e/ou compatibilização de diferentes projetos sociais; 6) Desenvolvimento, reprodução, transformação de marcos institucionais; 7) Formação de referenciais éticos e valorativos da vida social. 2.4 – Organização dos dados
2.5 - Análise dos dados 2.5.1Revisão de literatura e análise de documentos: Participa SUS, o MOBILIZA SUS, o PPA, o PES, CES e sites da SESAB; Interpretação e análise das matrizes 2.5.3Comparação com o Participa SUS: convergências / Divergências Identificação de facilidades e limites na implantação da política estadual
Quadro 1: Objetivos e Finalidades da política de participação social na SESAB, segundo os entrevistados. Entrevistados (E) Síntese das falas E1 Fortalecer os movimentos sociais. E2 Fortalecimento da participação e do controle social. E3 Capacitar os movimentos sociais e as comunidades para reivindicarem seus direitos de saúde. E4 Capacitar o cidadão para o exercício do controle social. E5 Empoderar a população na luta por políticas públicas transparentes, democráticas que reafirmem o dever do Estado na garantia do direito à saúde. E6 Empoderar a população para o controle social e defesa do SUS. E7 Fortalecimento do controle e da participação social em todos os níveis da gestão estadual.
Todos os entrevistados consideram a importância do contexto político; Necessidade de fortalecimento do controle social e organização dos movimentos sociais política de participação social; “Mobiliza SUS” principal política de fortalecimento do controle e da participação social na SESAB”. Dificuldades de envolvimento de setores importantes tanto para a formulação quanto implementação Resultados
Quadro 2: Estratégias, planos, instrumentos e técnicas Entrevistados (E) Síntese das falas E1. Seminários regionais; seleção e formação de articuladores e facilitadores E2. Desenvolvimento dos seminários regionais e a formação da rede de articuladores. E3. Seminários regionais; formação de articuladores e facilitadores; inclusão do direito à saúde na programação das escolas no segundo grau; envolvimento do Ministério Público no projeto. E4. Implantação de duas ouvidorias por ano em cada município; divisão do estado em macro regiões. E E6. Seminários regionais com os movimentos sociais, seleção e formação de facilitadores E7. Inserção do projeto Mobiliza-SUS no PES; a conexão entre PES e PPA; articulação entre as secretarias e apoio à construção de planejamentos, planos e relatórios municipais.
Há congruência no que concerne às estratégias adotadas pelo projeto Mobiliza SUS. É possível observar uma articulação do PES com todos os outros setores de participação social. Os entrevistados apontam para: o compromisso e importância da atual gestão estadual para as políticas de participação social; a escassez de recursos financeiros e de RH como um dos principais problemas para implementação das políticas. a falta de uma maior participação dos movimentos sociais e do comprometimento maior de gestores locais Resultados
Quadro 3: A Construção oficial de arenas, canais e rotinas para orientar os processos decisórios que definem as estratégias e os planos de ação da política ENTREVISTADO (E)Síntese das falas E1 Inserção do controle social na agenda de discussão da SESAB. O projeto pode contribuir para o fortalecimento do controle social, a melhoria da qualidade dos serviços de saúde da população e a melhor divisão dos recursos de saúde. E2 A intersetorialidade é uma importante conquista. O projeto contribuirá para a conscientização das pessoas, levando a uma maior participação social. E3 A intersetorialidade é necessária para a consolidação do direito à saúde O projeto pode fortalecer o controle social. E4 O principal ganho é para a sociedade. O efetivo controle social reflete na economia, cultura e na melhoria das condições de saúde da população. E5---- E6 O projeto conscientiza, impulsiona o controle social e pode contribuir para a consolidação da cidadania. E7Rica articulação política, movimento de discussão de políticas no estado.
Os entrevistados destacam: Fortalecimento do controle social; Melhoria da qualidade dos serviços de saúde da população; Fortalecimento da cidadania; Intersetorialidade; Noção da saúde como direito de todos 3.3 – Resultados
Quadro 4: A Construção oficial de arenas, canais e rotinas para orientar os processos decisórios que definem as estratégias e os planos de ação da política ENTREVISTADO (E)Síntese das falas E1O GT é uma arena que orienta os processos decisórios. E2 A arena principal é o GT, é onde as discussões são travadas e onde ocorrem as oficinas. Há uma dificuldade de comunicação entre os integrantes do projeto. E3 A principal arena é o GT. Dificuldades colocadas pela falta de verbas e burocracia. E4 Reuniões de gestão e conselhos de saúde (arenas). Há dificuldades pela falta de estímulo financeiro aos participantes. E E6 A instância principal é o GT. Há pouco contato com as outras áreas, como educação. E7Arenas são o CES e a Assembléia Legislativa.
São citadas como arenas: GT, CES, Assembléia Legislativa: compatíveis com os documentos analisados; Dificuldades citadas na relação com os outros setores: comunicação e financiamento Resultados
Quadro 5: Assimilação, contraposição e/ou compatibilização de diferentes projetos sociais ENTREVISTADO (E)Síntese da fala. E1 O contato com os municípios é feito diariamente, ainda assim desconheço projetos semelhantes nos municípios. Existe um desinteresse e desconhecimento por parte dos gestores municipais. E2---- E3---- E4 Existe a intenção de implantar o projeto em todos os municípios, mas há dificuldades políticas. E5---- E6 Há pouca articulação com os municípios, feita principalmente através dos Conselhos de Saúde. E7Intersetorialidade dentro da SESAB e fóruns abertos à participação dos movimentos sociais.
Dificuldades de articulação com os municípios; Apenas um dos entrevistados fez menção direta dos movimentos sociais Resultados
Quadro 6: Desenvolvimento, a reprodução e a transformação de marcos institucionais ENTREVISTADO (E)Síntese do pensamento E1A criação da DGETS facilitou a criação do Mobiliza SUS E2---- E3---- E4Não houve modificação nos marcos institucionais. E5---- E6Não houve modificação de marcos institucionais com o projeto, mas existe a intenção de que a área de educação em saúde ganhe maior importância. E7O projeto gerou grandes mudanças estruturais na SESAB, modificando as superintendências.
O PES causou modificações estruturais na SESAB e estas modificações foram importantes para a criação do Mobiliza SUS; Não houve transformações de marcos institucionais a partir da implementação da Ouvidoria; Há necessidade da educação em saúde ter maior importância dentro da SESAB, o que poderia ser fortalecido pelo Mobiliza SUS; Resultados
Quadro 7 – Formação de referenciais éticos e valorativos da vida social ENTREVISTADO (E)Síntese do Pensamento E1---- E2---- E3---- E4Os profissionais envolvidos são predominantemente eticamente comprometidos. E5---- E6Predomínio do individualismo e do descaso com o público, além do pessimismo em relação à possibilidade de transformação coletiva. E7Os profissionais envolvidos tem como referencial a participação e o controle social.
Não há um predomínio de pessoas eticamente comprometidas no projeto. Obstáculos: acúmulo de atividades, desmotivação e infra- estrutura precária; Predomínio do individualismo e pessimismo frente a possibilidade de transformação coletiva. Possíveis influências: ampliação da participação cidadã e democrática, fortalecimento dos conselhos de saúde e dos movimentos sociais, intersetorialidade Resultados
4 – Discussão ou conclusão??? Limitações do estudo: Dificuldade de acesso à alguns entrevistados; Percepção da necessidade de reorganização do questionário somente após realizadas as entrevistas; Necessidade de grande aprofundamento teórico para realizar análises mais consistentes; Tempo escasso;
4 - Discussão Avanços e limitações da política: A Política Nacional de Educação Permanente e o fortalecimento do controle social na Bahia. A gestão “notou que a população não tinha capacidade de reivindicar” seus direitos, ao mesmo tempo que a política nasce da mobilização social. Política de Governo X Política de Estado.
4 - Discussão O processo de formulação de cada política apresenta-se como um ambiente de intenso jogo de poderes e debate. A inclusão de setores específicos na construção dos projetos torna-se uma necessidade com o fim de garantir o apoio de diversos setores para tornar mais fácil a disputa pela priorização do projeto de fortalecimento do controle social.
Importância da intersetorialidade Construção em rede A falta de um comprometimento maior de gestores a níveis mais locais divergência de interesses O fortalecimento da participação e do controle social seria um instrumento de reafirmação política ou seria um obstáculo o gestor? As dificuldades encontradas com o RH (gestão); 4 - Discussão
5 - CONCLUSÃO Necessidade de fortalecimento da cidadania efetivação do controle social e participação popular; Necessidade de conscientização da população para a percepção de que a saúde é um direito de todos e dever do Estado; Espaços de participação social são “concedidos”, limitados; Interesse controle social Controle vertical: do Estado sobre a população;
5 - CONCLUSÃO Possíveis dificuldades de implantação da política: instabilidade nos cargos de gestão; impasses políticos; Descompromisso de alguns gestores; Baixa divulgação da Política, dentro da própria SESAB e na população; Baixa divulgação dos espaços já garantidos em plano legal: Conselhos e Conferências de Saúde; Insuficiente investimento financeiro e de RH na efetivação da política.
6. REFERÊNCIAS FLEURY, S. E OUVERNEY, A.M.. Politica de Saúde: uma Politica Social in Politicas e Sistema de saúde no Brasil. Giovanella, Ligia (org). Rio de janeiro: Editora FIOCRUZ, VIANA, A. L. D. e BAPTISTA, T. W. de F.. Análise de Politica de Saúde in Politicas e Sistema de saúde no Brasil. Giovanella, Ligia (org). Rio de janeiro: Editora FIOCRUZ, 2008 ESCOREL, SARA E MOREIRA, MARCELO R., Participação Social in Políticas e Sistema de saúde no Brasil. Giovanella, Ligia (org). Rio de janeiro: Editora FIOCRUZ, BISPO, JÚNIOR J.P.; SAMPAIO, JOSÉ J.C., Participação social em saúde em áreas rurais do Nordeste do Brasil. Rev. Panam Salud Publica. V. 23, nº 6, p BRASIL, Política Nacional de Gestão Estratégica e Participativa no SUS. Ministério da Saúde. Brasília – DF. Out
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