Concorrência Bancária: uma visão de análise de atos de concentração Eduardo P. Ribeiro Professor IE/UFRJ Professor Convidado EPGE/FGV Pesquisador CNPq.

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Transcrição da apresentação:

Concorrência Bancária: uma visão de análise de atos de concentração Eduardo P. Ribeiro Professor IE/UFRJ Professor Convidado EPGE/FGV Pesquisador CNPq 1 As opiniões expressas aqui não representam a posição oficial de nenhuma das instituições a que estou vinculado

Concorrência Bancária no Brasil: uma resenha da literatura Vários estudos recentes estudam concorrência bancária, buscando afirmações sobre o grau de competição do mercado ou exploram os determinantes de margens (Nakane e Rocha (2010), Barbosa et al. (2015), Moita e Silva (2014), Dantas et al. (2012) entre outros). Pode-se extrair uma síntese de que, em geral, o mercado bancário brasileiro não está nos casos polares de concorrência perfeita ou monopólio/cartel perfeito; além disso, o efeito da concentração sobre spreads não é claro. Não há estudos utilizando metodologia de análise de atos de concentração. 2

Concorrência Bancária no Brasil: A visão do Banco Central do Brasil para Atos de Concentração A análise de defesa da concorrência busca avaliar os efeitos de atos de concentração sobre o grau de concorrência. Recentemente (abril de 2012) o Banco Central do Brasil (BCB) declarou como faz a avaliação dos efeitos sobre o bem estar de atos de concentração (Circular 3590/2012 e Comunicado /2012). Pode-se ver que o Guia para Análise de Atos de Concentração do BCB não diferencia na análise o setor bancário, em relação ao que o Guia Horizontal SEAE/SDE de 2001 indica como metodologia de análise para qualquer outro setor da economia. 3

Objetivo do trabalho Apresentar uma análise do setor bancário dentro dos indicadores e metodologia de análise em um ato de concentração do BCB e experiência do SBDC para outros setores. – Estudar a efetividade concorrencial da entrada – Avaliar indicadores de rivalidade entre bancos, pela resposta de movimentos de juros frente a movimentos de concorrentes em mercados selecionados. Sob hipótese de mercado relevante para bancos múltiplos no Brasil por limitações dos dados. 4

Concorrência Bancária no Brasil 5 Evolução do IHH – Bancos Múltiplos

Concorrência Bancária no Brasil 6

Concorrência Bancária no Brasil: Entrada e Saída Entrada muito pouco provável 7

Concorrência Bancária no Brasil: Entrada Entrada pouco efetiva, pois market share entrantes é pífia, mesmo vários trimestres após entrada.(valores em %) 8

Concorrência Bancária no Brasil: Rivalidade Rivalidade medida pela capacidade de influenciar preços. Indicador direto, mais informativo que mobilidade de clientes e esforços para capturar clientes, pois mede movimentos de preços de um banco reagindo a mudanças de preços de outro. Metodologia de correlação de preços (cointegração) entre bancos. – Método conservador, pois não encontrar associação entre preços indica que não há influencia de um banco sobre outro, embora o oposto não seja verdade (Davies e Garces 2010). – Teste cointegração em modelo de correção de erros (Teste ECM). – Comparação de todos os pares de bancos disponíveis nos bancos (Iregui e Otero 2013, Pesaran 2007) ao invés de funções de reação de um banco em relação a todos os outros (Moita e Silva, 2014). 9

Concorrência Bancária no Brasil: Rivalidade 4 tipos de taxas de juros Desconto de Duplicatas (PJ) Conta Garantida (PJ) Aquisição de Veículos (PF) Cheque Especial (PF) Período Janeiro/2009 a Julho/2015 Bancos selecionados pela disponibilidade de informações. 10

Concorrência Bancária no Brasil: Rivalidade 11 Matriz de Coeficientes de Ajustamento – Desconto de Duplicatas (PJ)

Concorrência Bancária no Brasil: Rivalidade 12 Matriz de Coeficientes de Ajustamento – Conta Garantida (PJ)

Concorrência Bancária no Brasil: Rivalidade 13 Matriz de Coeficientes de Ajustamento – Aquisição Veículos (PF)

Concorrência Bancária no Brasil: Rivalidade 14 Matriz de Coeficientes de Ajustamento – Cheque Especial (PF)

Comentários Finais 15 Estrutura bancária brasileira concentrada com possíveis efeitos negativos sobre consumidores em atos de concentração (grau de concentração alto ou médio). Fatores que eliminam a preocupação de efeitos anticompetitivos de atos de concentração fracos ou inexistentes.

Comentários Finais 16 Em relação à entrada, ela é muito pouco provável e muito pouco efetiva para competição. Os 13 novos bancos (greenfield) autorizados a funcionar desde 2009, em 2015 possuem parcela menor do que 1% em todas as medidas de tamanho utilizadas. Em relação à rivalidade, os bancos reagem pouco à mudanças de juros dos concorrentes. Efeitos mais fracos para cheque especial e mais forte para financiamento de veículos.

Comentários Finais 17 Em relação à rivalidade, os bancos reagem pouco à mudanças de juros dos concorrentes. Quando existentes, efeitos assimétricos, de grandes bancos sobre pequenos bancos.