Gestão da Informação e do Conhecimento

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Transcrição da apresentação:

Gestão da Informação e do Conhecimento Aula 07 A administração da aprendizagem: as organizações como empresas geradoras de conhecimento Prof. Dalton Martins dmartins@gmail.com Gestão da Informação Universidade Federal de Goiás

O que veremos nessa aula Conhecimento organizacional Conhecimento tácito Conversão do conhecimento Construção do conhecimento Conexão do conhecimento Busca e uso da informação na construção do conhecimento

Conhecimento organizacional Enquanto a maior parte do conhecimento de uma organização tem suas raízes na especialização e experiência de cada um de seus membros, a empresa oferece um contexto físico, social e cultural para que a prática e o crescimento desse conhecimento adquiram significado e propósito. O conhecimento é também o resultado dos relacionamentos que a organização manteve ao longo do tempo com seus clientes, fornecedores e parceiros.

Conhecimento organizacional O conhecimento pessoal é até mais idiossincrático e difícil de articular. Uma vez que o conhecimento pessoal nasce da experiência própria, que não é acessível aos outros, não existe um contexto comum para debate, o que impede a difusão do conhecimento; O conhecimento privado é o conhecimento que a pessoa ou o grupo desenvolve e codifica por conta própria, a fim de dar sentido a determinadas situações Na classificação de Boisot, o conhecimento pessoal, privado e de senso comum são particularmente importantes para uma análise do conhecimento interno da organização. O conhecimento pessoal, baseado na experiência pessoal, é a base de todo o conhecimento organizacional. O conhecimento privado é exclusivo da organização, que o desenvolveu em resposta a circunstâncias específicas. O conhecimento de senso comum é compartilhado por membros da organização para estabelecer uma noção de identidade e significado. Partindo da classificação de Boisot, propomos que o conhecimento de uma organização possa ser diferenciado em: 1. conhecimento tácito; 2. conhecimento explícito; 3. conhecimento cultural.

Conhecimento organizacional O conhecimento cultural consiste em estruturas cognitivas e emocionais que habitualmente são usadas pelos membros da organização para perceber, explicar, avaliar e construir a realidade. O conhecimento cultural inclui as suposições e crenças usadas para descrever e explicar a realidade, assim como as convenções e expectativas usadas para agregar valor e significado a uma informação nova [...] Sackmann identifica quatro tipos de conhecimento cultural numa organização: Conhecimento de dicionário inclui descrições comuns, inclusive expressões e definições que as organizações usam para descrever o "que" das situações; por exemplo, o que é considerado um problema ou um sucesso. Conhecimento de diretório refere-se a práticas geralmente mantidas, e é um conhecimento sobre seqüências de acontecimentos e as relações de causa e efeito que descrevem o "como" de processos: como um problema é resolvido ou como se alcança o sucesso. Conhecimento de receita inclui instruções para correção e aprimoramento de estratégias que recomendam que ações devem ser adotadas, por exemplo, para resolver um problema ou ser bem-sucedido. Conhecimento axiomático refere-se a explicações e razões para as causas finais ou premissas que explicam por que as coisas acontecem

Conhecimento organizacional Psicólogos cognitivos fazem distinção entre memória semântica ou declarativa, que armazena informações como fatos, conceitos e associações que representam nosso conhecimento geral do mundo, e memória processual, que nos permite desenvolver habilidades e aprender a fazer coisas, armazenando informações sobre os componentes da ação práticas. Com essa distinção, Cohen e Bacdayan sugerem que o conhecimento tácito reside mais na memória processual do que na declarativa: "A memória processual tem vínculos estreitos com noções de habilidade individual e hábito. É a memória de como as coisas são feitas, que é relativamente automática, inarticulada e engloba tanto as atividades motoras quanto as cognitivas". Além disso, alguns estudos têm mostrado que o "conhecimento processual é menos sujeito a declinar, menos explicitamente acessível e menos fácil de se transferir para novas circunstâncias". Os cientistas cognitivos Varela, Thompson e Rosch vêem a cognição humana como ação incorporada que "depende das experiências proporcionadas por um corpo com várias capacidades sensomotoras" e que "essas capacidade sensomotoras individuais estão incluídas num contexto cultural, psicológico e biológico mais abrangente". Em outras palavras, "os processos sensoriais e motores, a percepção e a ação são fundamentalmente inseparáveis na cognição viva.

Conhecimento tácito “A criação do conhecimento organizacional é, portanto, "um processo que amplifica 'de maneira organizacional' o conhecimento criado pelos indivíduos e cristaliza-o como parte da rede de conhecimento da organização" [...] A base da criação do conhecimento organizacional é, portanto, a conversão de conhecimento tácito em conhecimento explícito e vice- versa”

Conversão do conhecimento Socialização é o processo de experiências compartilhadas que cria conhecimento tácito, como por exemplo modelos mentais compartilham dos e habilidades técnicas [...] A exteriorização é a quinta-essência do processo de construção do conhecimento, no qual o conhecimento tácito torna-se explícito pelo compartilhamento de metáforas, analogias, modelos ou histórias. Ela pode ser acionada pelo diálogo e quase sempre ocorre durante uma reflexão coletiva [...] Combinação é o processo em que partes incompatíveis de conheci mento explícito existente se combinam e levam à produção de novo conhecimento explícito. Essa é a transferência de conhecimento típica da aprendizagem em escolas e programas de instrução [...] Internalização é o processo de aprendizagem e socialização mediante a repetição de uma tarefa, a fim de que o conhecimento explícito de princípios e procedimentos seja absorvido como conhecimento tácito. Para que isso aconteça, o conhecimento explícito precisa ser vivido ou experimentado pelo indivíduo, seja pessoalmente, por meio da experiência de realizar uma atividade, seja indiretamente, por meio de simulações, interpretação de papéis (role-playing) ou ouvindo histórias que sejam capazes de tornar viva a experiência.

Construção de conhecimento As organizações criam e exploram conhecimento para desenvolver novas capacidades e inovações por meio de três atividades concomitantes: (1) gerar e compartilhar conhecimento tácito; (2) testar e criar protótipos de conhecimento explícito; e (3) extrair e aproveitar conhecimento externo

Construção de conhecimento Wikstrom e Normann distinguem três tipos de processos de conhecimento nas organizações: (1) processos gerativos, (2) processos produtivos e (3) processos representativos. Processos gerativos são aqueles nos quais "um novo conhecimento geralmente é criado em atividades relacionadas à solução de problemas". Produzido inicialmente durante a solução de um problema, o conhecimento gerativo é importante para aumentar os recursos de conhecimento da organização, capacitando-a a iniciar um novo negócio ou criar melhores produtos. Processos produtivos são aqueles nos quais o novo conhecimento é acumulado e usado para ser oferecido aos clientes. Portanto, os processos produtivos geram um conhecimento que é manifesto e usado. Os processos representativos são aqueles em que a organização transmite seu conhecimento manifesto ao cliente, para que ele o utilize em seus pr6prios processos de criação de valor

Construção de conhecimento

Construção de conhecimento

Construção de conhecimento A construção do conhecimento não é mais uma atividade em que a organização trabalha isolada, mas o resultado da colaboração de seus membros, seja em grupos internos, seja em parceria com outras organizações. A migração do conhecimento entre organizações continua a apresentar muitos desafios. Uma quantidade significativa de conhecimentos ainda está sendo transferida na forma de equipamentos, softwares, documentos e afins

Conexão do conhecimento As organizações podem expandir seus conhecimentos e capacidades com relativa rapidez se adquirirem novos conhecimentos diretamente de outras organizações. Entretanto, a experiência da maioria das organizações é particular e específica, e toma a forma de um "conhecimento incorporado" que "reside primordialmente em relações específicas entre indivíduos e grupos e em normas, atitudes, fluxos de informações muito particulares, assim como em maneiras de tomar decisões que moldam esses relacionamentos". Portanto, a transferência do conhecimento incorporado de outra organização requer que as partes desenvolvam estruturas sociais e de trabalho capazes de criar empatia, não só técnica, mas pessoal. O que está sendo aprendido não é apenas a essência de uma atividade, mas também a cor e a textura do meio social e técnico em que essa atividade tem sentido. É preciso tempo para que o know-how e as sutilezas sejam revelados e superem as diferenças culturais e organizacionais

Conexão do conhecimento Na construção do conhecimento, as necessidades de informação surgem de lacunas no conhecimento, na compreensão ou nas capacidades da organização. Essas lacunas podem estar na maneira como a organização soluciona um problema ou aproveita uma oportunidade. Para iniciar a coleta de informações, as necessidades da situação, seja ela um problema ou uma oportunidade, têm de ser identificadas e elaboradas. Para reduzir o alto nível de incerteza e ambigüidade inerente à busca de novos conhecimentos, o processo de busca da informação é guiado por crenças e pressupostos sobre que áreas de desenvolvimento de conhecimento serão vantajosas para a organização, que áreas são plausíveis ou não, assim como quanto esforço será necessário.

Busca e uso da informação na construção do conhecimento

Conexão do conhecimento O conhecimento existe de muitas formas e em muitos níveis da organização. O conhecimento organizacional pode ser tácito e estar implícito na competência dos indivíduos ou nas habilidades, experiências e relacionamentos dos membros de um grupo. Indivíduos e grupos podem desempenhar uma atividade sem serem capazes de articular regras ou uma teoria que descreva a atividade. O conhecimento organizacional pode também ser explícito e prontamente observável. Por exemplo, configurações de equipamentos, banco de dados de consumidores, mapas, padrões e especificações, regras e procedimentos documentados – são todos conhecimentos manifestos em formatos físicos. Devido ao espectro de conhecimentos tácitos/explícitos, a identificação e seleção das fontes de informação tornam-se um elemento importante para estabelecer as necessidades de informação. Isso geralmente requer uma avaliação do local e do nível organizacional onde a informação necessária pode ser encontrada. Se o conhecimento tecnológico está sendo importado de fora, "o desafio é determinar onde reside o conhecimento. No equipamento? No software? Nos procedimentos? Na cabeça de uns poucos indivíduos importantes?" Também é necessário traçar as diferenças entre o know-how que existe em vários níveis da organização, como as habilidades e experiências dos indivíduos, receitas ou métodos adotados pelo grupo, regras e rotinas aplicadas pela organização, e relacionamentos e mecanismos de disseminação da informação por meio de uma rede de organizações